
No final dos anos 90, estreava no Brasil um dos maiores fenômenos mundiais na Rede Record, Pokémon! Acho que ninguém imaginava que naquela época iria surgir uma tonelada de produtos dos monstrinhos, para qualquer criança que era fã, aquilo era um paraíso. Até hoje é fácil lembrar de certos produtos como as miniaturas que vinham do refrigerante, então não seria de se espantar que houvesse os jogos. É claro que hoje sabemos que a origem da franquia veio do mundo dos videogames, mas aqueles eram outros tempos.
Então como um fã de Pokémon eu sempre quis um jogo mas tinha um pequeno problema, eu não possuía um Game Boy. Na verdade, só fui saber de sua existência depois e o único console que eu possuía era o Mega Drive, então essa seria minha única opção. Foi realmente uma surpresa achar um cartucho de Pokémon para Mega Drive em meio a tantos jogos em uma barraquinha de camelô, então eu poderia realizar meu sonho de finalmente ter um jogo do Pokémon em minhas mãos.
Primeiras impressões
Ao colocar o cartucho no console e liga-lo, já começa mostrando uma “animação” do Ash jogando uma Pokébola e então aprece a tela de titulo com o Pikachu. Por mas que as imagens sejam bem fies ao original já temos um erro muito grave que é a ideia do Pikachu saindo da Pokébola, mas até ai o jogo ainda estava indo bem com músicas até que boas, mas será que o jogo vai conseguir manter a fidelidade?

A primeira fase é uma floresta com um fundo bem bonito e com o sprite do Pikachu até que bem feito, melhor até mesmo que o do segundo jogo. Mas ai temos o primeiro problema, os inimigos não são Pokémon, pelo menos boa parte deles, alguns podem parecer Pokémon se você usar muito a imaginação, algo que eu fiz muito ao jogar. Os sons do Pikachu quando cai em algo são inconsistentes, tem vezes que sai um som alto que parece tirado de um jogo de tiro ou qualquer outra coisa. Outros inimigos sai um som de queda normal, alguns saem voltando para fora da tela ao serem atingidos e isso acaba sendo engraçado – me lembra aquele episódio de ‘Comichão e Coçadinha’ onde o cachorro Poochie morre, ele fala que seu planeta precisa dele e simplesmente sai da tela com frame parado.
Na verdade, a primeira fase possui inimigos que realmente são Pokémon mas os primeiro que são mostrados não são e isso já causa uma péssima primeira impressão ao jogo, mesmo para um hack room.
Jogabilidade
O jogo em si é bem simples como a maioria dos jogos de plataforma daquela época. Ele se resume em andar pela fase e matar os inimigos pulando em cima, mas o único problema é que o jogador deve pressionar o botão do pulo (se apertar e soltar muito rápido o Pikachu só vai fazer a animação de início do pulo mas não vai sair do chão).
A câmera não fica alinhada com o Pikachu, ela sempre esta mais a frente ou mais a trás. Isso causa bugs em algumas plataformas exigindo que se fique voltando para eles aparecerem ou voltarem ao normal
As caixas de colisão dos inimigos podem causar danos de forma aleatória principalmente nos chefes, mas dependendo da dificuldade, se perde pouca vida. No easy os danos causam 5, no normal causam 10 e no hard causam 15, o restante do jogo não muda com a dificuldade.
Itens

O jogo possui poucos itens e para dizer a verdade dois deles são inúteis. Temos os corações que recuperam a vida, pilhas e baterias que carregam o especial, cabeças de Pikachu que dão uma vida extra, pedras que somem quando o Pikachu é atingido (não consegui descobrir a real utilidade). E por fim, a Pokébola que concede invencibilidade por incríveis 2 segundos, a invencibilidade não dura o suficiente para chegar a proteger de algum inimigo.
A carga de eletricidade não zera quando se morre, então morrer para poder conseguir mais carga pela fase pode ser uma boa estratégia para derrotar os chefes de maneira mais fácil.
Fases
O jogo possui um total de 5 fases. Elas são bem diferentes em questão dos sprites e level design, as fases tem alguns problemas, o maior de todas elas é a falta de check points (só existem dois durante todo o jogo e eles são no segundo e ultimo chefes), se morrer vai ter que voltar pro começo com a carga de especial que possuía quando morreu. Algumas plataformas podem ser complicadas de usar por causa da programação falha e algumas é preciso que se pule sem ter certeza onde vai cair e isso pode resultar em muitas mortes, mas ao ser atingido ou pular em cima de um inimigo e possível pular outra vez, então se souber usar os pulos ye possível evitar muitas mortes. Vale ressaltar que algumas partes são impossíveis de se passar sem levar dano e isso é um grande problema.
Inimigos e sprites roubados
Como já foi dito no início, parte dos inimigos não são Pokémon, eles são de outros jogos, boa parte foi roubada dos jogos Toki(Arcade) e Magical Taruruuto-kun (Snes, Mega Drive). Alguns sprites até poderiam se passar por Pokémon se fossem recoloridos de forma certa, os que realmente são Pokémon até que estão bons, principalmente se comparados com outros jogos bootleg.

A inteligência artificial deles e das mais bobas, a maioria simplesmente anda de um lado pro outro, isso inclui os chefes que não chegam a ser difíceis (não pelo combate em si, mas sim pela suas resistência). Por isso usar o maximo de “choques do trovão” possíveis é o melhor jeito de derrota-los – só no caso do ultimo chefe é impossível usar o choque do trovão, isso faz com que a batalha possa ficar muito longa e sem previsão de término, já que os chefes não possuem um barra de vida ou outro indicativo.
Dos seis chefes apresentados no jogo quatro são Pokémon, sendo eles: Pinsir (sub-chefe), Snorlax, Gengar e Onix. Um deles é um inimigo do jogo Magical Taruruuto-kun que eu achava que era um Sandslash, e o ultimo possui duas possibilidades, uma fusão entre Blastoise e Charizard ou um Digimon chamado Tortomon (eu prefiro acreditar na segunda opção, acho engraçado ter um Digimon em um jogo pirata do Pokémon).
Conclusão
O jogo esta longe de ser um Super Mario World, mas também não chega a ser uma abominação tão ruim quanto Hong Kong 97’. Se levarmos em conta que se trata de um jogo pirata, ele foi uma boa tentativa, mas poderia ser bem melhor executado. Mesmo assim, acho que ainda vale uma jogada só pela curiosidade, ainda mais se gostar de jogos trash, ele é bem curto e acaba sendo um daqueles jogos que você quando se pega o jeito ele acaba sendo muito fácil.
O meu texto foi baseado na versão de Mega Drive que eu acredito ser melhor que a de Super Nintendo, elas foram desenvolvidas e publicadas por equipes diferentes por isso existem diferenças nas musicas e fases. A versão de Mega Drive possui um sub-chefe na primeira fase e um chefe final, já na versão de Super Nintendo a ultima fase é um bossrush com os anteriores so que “shiny”.
Extra: Como dito acima alguns sprites poderiam ter sido facilmente modificados para se transformarem em Pokémon, então eu resolvi fazer em edição simples em 2 inimigos e esse foi o resultado:

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