
Bubble Bobble é um série de plataforma arcade desenvolvida pela Taito. Apesar de não ter se destacado como Pacman e Donkey Kong, seus concorrentes da época, Bubble Bobble ainda consegue deixar fresca a lembrança dos fãs que o conheceram nos anos 80 e tenta se manter relevante ainda para o seu nicho. O jogo pode ser tão criativo e ao mesmo tempo aleatório quanto os demais clássicos daquela época e, até hoje, mantém sua essência.
Entre bolhas e Escamas
O primeiro jogo da serie lançado para arcades em 1986, foi projetado por Fukio Mitsuji com a intenção de ser um atrativo para mulheres, no que resultou em uma lista com mais de 100 itens diferentes e depois de reduzir ainda mais pensando em coisas que chamam atenção, coisas essas com a qual ele gostaria de trabalhar na criação de algum jogo. O árduo processo de eliminação resultou na escolha de “Bolhas”.
Embora pareça uma escolha sem sentido, para Mitsuji a ideia das bolhas era ótima porque renderia sensações enquanto se jogava. Em entrevista para o site shmuplations.com, ele disse o seguinte:
“Quando você pensa em “bolhas”, é claro, pensa em estourar bolhas, e essa ação de estoura-las está ligada à minha ideia de jogabilidade e “prazer””
Com o conceito das bolhas em mão só faltava os personagens jogáveis. Inicialmente eles seriam robôs com um espinho na cabeça para estourar as bolhas, mas a ideia não parecia tão boa para o criador. Enquanto ele pensava em outros personagens que tivessem partes pontudas lhe veio a ideia de dinossauros.
Dificilmente alguém relacionaria dinossauros a bolhas e conseguiria combina-los de uma forma que ficasse interessante e divertida. Essa aleatoriedade e criatividade marcou grandes clássicos do mundo dos jogos principalmente no inicio dessa indústria.

Bubble Bobble
“Uma criatura chamada Baron Von Blubba sequestrou as namoradas dos irmãos Bub e Bob e os transformou em “Bubble Dragons”, que devem se aventurar na caverna dos monstros para resgatar suas namoradas.”
O jogo conta com uma proposta simples e rápida de se aprender: e só jogar bolha nos inimigos para prende-los e então estourar a bolha com o inimigo dentro. Até uma criança consegue aprender a jogar em segundos, as fases são curtas e tem transições rápidas e dinâmicas, a única coisa que poderia ser algo ruim é a musica repetitiva, Porém, quando combinado com a dinâmica de fases rápidas é perfeito.Normalmente algo assim seria ruim mas nesse caso ajuda a manter o ritmo.
Como todo jogo de plataformas, não poderia faltar os Power-Ups. Aqui, além dos Power-Ups, há tembém itens especiais como as bolhas E.X.T.E.N.D.E.D, que dão vida e completam a fase. Há outros itens qu aparecem cumprindo certas condições onde geralmente que melhoram as bolhas e há condições que são referentes a soprar ou estourar determinado número delas .
Lista de itens e condições para seus aparecimentos: https://strategywiki.org/wiki/Bubble_Bobble/Special_items
A lista mostra como até mesmo um jogo simples pode ter muita estratégia e segredos por trás. Jogadores menos atentos provavelmente achariam que esses itens aparecem de forma aleatória – algo bem similar ao The Legend of Zelda de NES, que por muito tempo achavam que os itens que caiam dos inimigos era aleatório mas na verdade dependem da ordem de inimigos são mortos.
Predecessor e continuações diferentes
Lançado em 1983 para Arcade pela Taito, o jogo Chack’n Pop não possui uma relação com a série Bubble Bobble. O objetivo deste é liberar corações que estão presos em jaulas e chegar até a saída enquanto escapa dos inimigos. Como ataque, o personagem solta bombas que explodem os inimigos e as gaiolas, também sendo possível andar no teto. Dois inimigos presentes nesse jogo estiveram em Bubble Bobble, assim como o próprio Chack ’n Pop em forma de item que teve aparições recontes nos jogos da serie.

A primeira sequencia chegou ao mercado em 1987 para os Arcades com o nome de Rainbow Islands: The Story of Bubble Bobble 2, um jogo que de longe não se vê a menor semelhança com seu predecessor, não só pela evolução gráfica mas pela total mudança na estética do protagonista que agora é um humano. Seguindo o final verdadeiro do primeiro jogo, onde os protagonistas retornaram as formas humanas, os dois partem na jornada pra ajudar os habitantes da ilha arco-íris que foram transformados em “dragões bolha”.
Mudando o formato de fases do primeiro jogo, nesse temos um side-scrolling vertical onde devemos subir a fase com a ajuda no novo ataque de arco-íris que são usados para derrotar inimigos e como uma escada/plataforma para poder avançar. O único ponto negativo deles é que é impossível não subir neles quando se vai em sua direção, algo que resulta em mortes bem estúpidas. O jogo é divertido e recebeu muitos ports para os consoles como NES e Master System.
Depois de se aventurar nas ilhas e salvar seus habitantes, nossos heróis recebem como premio guarda-chuvas mágicos e ao receber pedidos de ajuda vindo de outros planetas, eles partem em uma nova aventura em Parasol Stars: The Story of Bubble Bobble III, lançado em 1991 para PC Engine/ TurboGrafx, com ports para NES e Gameboy, ambos ficando exclusivo na Europa. Esse jogo tem um formato similar ao Bubble Bobble com as fases fechadas e que se passam quando todos os inimigos são derrotados. O guarda-chuva tem uma funcionalidade interessante, ele pode ser usado como escudo para projeteis e “capturar” inimigos mantendo em cima do guarda-chuva para depois poder lança-lo.A mecânica pode parecer meio aleatória mas na verdade ela é baseada em uma técnica de malabarismo comum no Japão, vídeo abaixo:
Outros jogos possui técnicas e ataques baseado nesse mesmo tipo de malabarismo como Kirby parasol em Kirby Super Stars, Big (Team Rose) em Sonic Heroes e Okuni na serie Samurai Warriors. Essa referencia fica mais visível no Parasol Stars quando as gotas de chuva com itens começam a se aglomerar em cima do guarda-chuva enquanto rodopiam.
Memórias e Sinfonia
Sete anos após o primeiro jogo são lançados Bubble Bobble Part 2 (1993) e Bubble Symphony, dois jogos distintos lançados para NES e Gameboy, ambos voltam às origens da série mas com uma nova habilidade da versão de portátil que é a de se ‘embolhar’ para flutuar pela fase.
Em outubro de 1994 chegava aos Arcades Bubble Symphony no Japão. Na Europa e Estados Unidos, e no resto do mundo veio sob o nome de Bubble Bobble II. A principal novidade foi a presença das namoradas dos irmãos que também foram transformadas em dragões bolha. Agora cada personagem tem alguma vantagem sobre o outro, seja correr mais rápido ou ter bolhas mais resistentes. Também houve a inclusão de notas musicais escondidas que devem ser coletadas para obter uma chave em cada mundo que liberam o final secreto – existem quatorze finais no total.
Em relação ao seu antecessor, agora existem diversos chefes no mesmo molde de enfrentamento do ultimo que aparece no primeiro jogo. Além da inclusão de rotas alternativas, bem como mais bolhas especiais e assistentes que vem de outros jogos da Taito. Graficamente melhor, esse jogo consegue ser uma ótima evolução em relação ao primeiro, mas que nos consoles ficou restrito ao SEGA Saturn japonês.
No ano seguinte estava na hora de encerrar a nova trilogia com o terceiro jogo da serie, Bubble Memories: The Story of Bubble Bobble III, que chegaria aos Arcades do Japão em 1995. Novamente, a história se repete dos outros jogos, os heróis foram transformados em dragões pelo vilão e devem derrota-lo e voltar ao normal. Se levarmos o final verdadeiro do Bubble Symphony em conta, o Bubble Memories: The Story of Bubble Bobble III se passa antes já que no final do segundo eles são coroados reis e rainhas.
Esse jogo não trás muitas novidades em relação ao segundo e possui poucos finais se comparado ao seu antecessor. Mas agora é possível soltar bolhas gigantes que prendem vários inimigos pequenos ou um grandes. Com essa mudança as lutas contra chefes ficaram um pouco mais estratégicas, embora infelizmente o jogo só possui os dois irmão sem ter diferença em suas jogabilidades. O único ponto realmente fraco aqui em relação ao antecessor são os backgrounds das fases, no primeiro jogo era um fundo preto, já no segundo cada mundo possui um fundo bonito e que ilustrava bem o tema dele, no entanto neste temos fotos mal recortadas e aleatórias que conseguem ser piores que o fundo preto do primeiro jogo. Os personagens e inimigos tem sprites bem feitos e até o background dos chefes que sempre são fotos do espaço sideral, são bons. Então não tem desculpas para os fundos horríveis desse jogo.
Puzzle Bobble
Lançado um pouco antes de Bubble Symphony , esse jogo de puzzle conseguiu se destacar ao ponto de receber diversos clones. O mais famoso deles provavelmente sendo Bubble Shooter presente em diversos jogos de flash.
Com o nome de Bust-a-Move na América no Norte e Puzzle Bobble no resto mundo, este consiste em estourar bolhas juntando três ou mais delas. O jogo é um puzzle mais dinâmico e com menos precisão, como o único movimento possível e rotacional, atirar as bolhas nos locais certos acaba sendo uma tarefa difícil em algumas ocasiões, mas também muito satisfatória quando se consegue acertar fazendo tabela.

Neste caso, aconselho começar pelo segundo jogo, ele possui modo Puzzle e VS Computer. Ao começar um novo jogo no modo puzzle ou gastar uma ficha para continuar depois de perder, o jogo da o beneficio da mira, função ótima quando se joga pela primeira vez. Durante um dos próximos níveis o jogador começa com uma bolha especial que explode todas as da cor que ela bater, da forma que os níveis são colocados para o jogador aprender a jogar e se acostumar sem a necessidade de um tutorial no começo. Como é possível escolher diversas rotas nesse modo, é difícil enjoar dos níveis mais a frente.
O modo VS Computer é similar ao modo versus do primeiro jogo só que contra a CPU. Tendo três dificuldades, o easy é o menor modo e tem apenas 3 adversários, mas possui a mira. Os outros níveis de dificuldade tem como diferencial uma introdução do personagem encontrando o adversário e tendo alguma interação, as animações são bem feitas pro padrão da época, ainda com as limitações de hardware.
Em ambos os modos os jogos tem uma dificuldade crescente de forma natural e apresenta um bom desafio. As continuações tem pequenas mudanças mas nada muito radical ao ponto de parecer um jogo novo ou causar alguma estranheza.
Vale a pena jogar nos dias de hoje?
Os jogos envelheceram muito bem, essa e uma das vantagens de gráficos voltados pro estilo Cartoon. Esteticamente ele ainda são agradáveis e sua jogabilidade é boa e funciona muito bem, mas para aqueles que preferem focar em jogos novos aconselho dar uma chance a sÉrie começando pelo Bubble Bobble 4 Friends que será lançado nas Américas esse mês para o Nintendo Switch. Para os padrões de hoje o jogo pode ser bem repetitivo mas ele tem a mesma essência dos jogos antigos.
Em relação a puzzle bobbleele continua sendo um jogo desafiador para os amantes do gênero e possuiu versões lançadas para diversas plataformas incluindo celulares o que é ótimo para os jogadores casuais mas também para os jogadores de longa data que querem revisitar sem ter que ficar preso aos jogos antigos.
Para os jogadores mais maduros que tem convívio com crianças pequenas e pessoas de mais idade essa serie consegue ser um bom link entre as gerações,para quem quiser jogar com crianças pequenas bubble bobble é uma ótima porta de entrada para o mundo dos jogos de um forma de se jogar de verdade ao invés de dar um controle desligado para ele fingir enquanto o puzzle bobble pode divertir os mais velhos que gostam de jogos de pedrinha.
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