
Desenvolvedora: Bitbull LTD
Publicadora: Bitbull LTD
Data de lançamento: 18 de maio, 2021
Preço: R$ 20,69
Formato: Digital
Análise feita com chave fornecida gentilmente pela Bitbull LTD.
Shmup e Roguelike são dois estilos de jogo que se encaixam perfeitamente. O primeiro preenche a tela com inimigos e projéteis, deixando o jogador com dois objetivos: desviar e atirar. Já o segundo, se refere a estrutura, os elementos de cada fase são gerados de maneira procedural (a partir de uma inteligência artificial) e toda vez que o jogador morre perde progresso total ou parcial do jogo, de certa forma recriando a experiência arcade.
Jetboard Joust soma justamente os dois estilos para criar um gameplay frenético que quer te deixar na ponta dos pés, sempre com receio de morrer e perder o progresso. O jogo não é o primeiro a fazer a combinação, assim como não é o primeiro Shmup com temática espacial cheio de alienígenas na tela, mas se destaca por executar tudo isso com muita qualidade, como vou explicar melhor a partir de agora.

Estilizado e Frenético

Ao abrir Jetboard Joust, você será apresentado a uma curta cena que já dá o primeiro gosto do visual estilizado do jogo, que mistura a estética 8-bits com cores e linhas fortes. A premissa é simples, 5 planetas viviam pacificamente, até o dia que os mutantes aparecem para atacar, com um terrível mutante chefe passando a dominar cada planeta. Cabe ao Jetboy com sua prancha espacial, salvar o planeta.
Em um jogo deste estilo, a história é uma mera formalidade, o foco total é nas fases frenéticas. O game é em duas dimensões e roda a 60 quadros por segundo, promovendo um espetáculo visual de cores neons na tela. Inicialmente me preocupou se a direção muito estilizada dificultaria a visibilidade, mas com alguns minutos jogando me acostumei e consegui discernir bem o meu personagem, os projéteis e os inimigos. A UI também conta com vários indicativos do posicionamento de suprimentos e armas, além de uma visão geral do mapa. Essa clareza visual é essencial pois tudo é muito rápido.

O ponto negativo da apresentação vai para os efeitos sonoros, que me incomodaram bastante, não há uma música de fundo, o som dos tiros e dos mutantes é um agudo que fica se repetindo constantemente. Não vou negar que os sons combinam com o visual dos inimigos, mas não contribuíram para a experiência. Depois que diminui o som, pude apreciar bem mais as qualidades do jogo.

Um competente shmup
O objetivo em Jetboard Joust é passar todas as fases de cada mundo e derrotar o chefão final de cada uma delas. As fases são divididas em um interessante esquema de árvore, com diferentes rotas, você escolhe a rota de acordo com a recompensa que vai ganhar, simbolizada pelos ícones na tela.

Controlar o Jetboy dentro das fases é super natural, a ação da gravidade é levada em conta e a prancha funciona na realidade como um propulsor, totalmente controlado pelo analógico esquerdo. As fases são um mapa em 2D com rolagem infinita, ou seja, quando você chega no final, volta para o início (o que faz sentido, já que são planetas). Pronto, agora é só esperar os inimigos aparecerem na tela e ir atirando. Existem 3 maneiras de causar dano: tiro comum, tiro de armas especiais (existem mais de 50) e por fim, um estiloso ataque em que o Jetboy pula do Jetboard enquanto a prancha acerta os inimigos.
O looping de gameplay é super divertido e viciante, tudo acontece rápido então leva um tempo para entender, mas quando você alcança o “zen”, fica vidrado e curtindo o jogo com as explosões na tela em visual neon. Não é fácil, a quantidade de inimigos e o poder deles é crescente em cada fase, mas vale a insistência, até mesmo por que nem só da sua habilidade depende a progressão.
Administrando recursos
Mesmo que a ação seja rápida e frenética, a estratégia ainda é necessária. Com a absurda quantidade de inimigos na tela, a barra de vida vai estar sempre caindo, por isso, quase sempre os inimigos deixam cair loot, que recuperam vida e munição. Mas não é tão simples, a maioria dos loots ficam apenas alguns segundos na tela e o Jetboy precisa correr para pegar, correndo o risco de tomar dano no trajeto. Isso acrescenta a constante tensão do jogo, em vários momentos que eu estava com pouca vida, sai correndo em disparada pelo cenário, tentando fugir mais e atirar menos até encontrar algo que possa recuperar meu HP.

Durante as fases o jogador também coleta bastante dinheiro, que pode ser utilizado de duas formas: quando você morre, pode pagar para voltar exatamente no ponto em que estava e para comprar melhorias para os seus equipamentos. Obviamente fazer upgrades é maravilhoso e facilita quando estamos presos em uma fase particularmente difícil, mas também é terrível perder todo o progresso e voltar várias fases. Cabe ao jogador esse equilíbrio, me arrependi diversas vezes quando gastei todo meu dinheiro em melhorias para logo depois morrer e não ter dinheiro para voltar.

Conclusão
Jetboard Joust é divertido, bonito e muito bem executado, é mais um caso de jogo indie que consegue atingir o nível de polimento que bate de frente com grandes empresas. Claro, é um game relativamente simples, mas isso não anula o mérito de ele acertar em quase tudo que se propõe a fazer (com exceção da direção sonora). É uma experiência ideal para o Nintendo Switch, joguei bastante no portátil, ouvindo músicas melhores no meu fone de ouvido mas curtindo o espetáculo visual e frenético na tela do console.
Prós:
• Espetáculo visual frenético
• Looping de gameplay divertido
• Uso inteligente de recursos
• Ideal para jogatina portátil
Contras:
• Direção sonora incomoda mais do que ajuda