
Desenvolvedora: Orangepixel
Publicadora: Apogee Entertainment
Data de lançamento: 09 de setembro, 2021
Preço: R$ 102,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Apogee Entertainment.
Residual é um uma experiência intergaláctica focada na exploração de incríveis mundos, com biomas diversos e encantadores, trazendo uma rica e interessante proposta que se prova bastante inovadora, ao mesmo tempo que também tenta adaptar a simplicidade que víamos em jogos de plataforma da era 8 bit, para um jogo moderno.
O ciclo de Residual
Bem, infelizmente tenho que iniciar essa review falando que esse jogo é uma experiência razoavelmente repetitiva. Basicamente todas as minhas horas de jogo se basearam em um ciclo. Coletar materiais específicos, criar ou manufaturar ferramentas melhores e em seguida coletar materiais melhores e assim por diante.
Claro também é necessário criar diferentes itens com usos paralelos, como por exemplo um gerador de energia, para ativar uma porta tecnológica desativada, que ao atravessar você terá acesso a mais recursos. Mas, ainda assim, o objetivo permanece basicamente o mesmo, coletar recursos, e isso pode-se tornar verdadeiramente cansativo após um determinado período.
A energia de Residual
Claro, qualquer jogo que falemos de maneira simplificada irá parecer mais fraco do que realmente é, e embora os objetivos sejam constantemente os mesmos, Residual ainda oferece uma variedade legal durante e exploração. Diferentes biomas podem ser encontrados nos diferentes mundos que são gerados automaticamente tornando o fator replay uma experiência basicamente obrigatória. Isso somado a belíssima pixel arte do jogo, garante que o jogador tenha lugares incríveis e interessante para explorar.
A atenção aos detalhes fica bastante nítida, além de os mundos se comportarem de maneira diferente e possuírem biomas diferentes, o que reflete na fauna e flora local. As espécies que você poderá encontrar e analisar, os alimentos que poderá coletar e os perigos enfrentados são bastante variados dependendo do planeta em que está. Além disso, alguns detalhes menores não foram esquecidos, como ciclo de horas de um dia variar de planeta para planeta. Todos esses pequenos detalhes enriquecem muito a experiência que é Residual.
Guia de exploração
Claro que nem só de decisões conceituais pode viver um jogo, vamos a jogabilidade:
Residual possui uma jogabilidade que a primeira vista parece bem simples, mas tem lá sua singularidade. O jogador inicialmente deve interagir com os sistemas da nave, produzir novos equipamentos e coletar recursos constantemente como dito anteriormente. As mecânicas básicas são pular, escalar e andar de um lado para o outro o que deixa mais interessante são os itens que o jogador cria durante a experiência e recebe no inicio de sua jornada. Ou seja, a chave do sucesso de Residual é se acostumar e abusar das ferramentas do jogo.
As ferramentas em Residual são bastante variadas. Temos muitos tipos delas para mineração, um para cada tipo de material e que deve ser usada aonde os sensores indicarem que os materiais existem. Existe também um item de teleporte que você pode colocar um em um lugar e levar o segundo com você, ativando ele para voltar ao lugar em que o primeiro se encontra. Esses são só alguns exemplos dos muitos itens que existem no jogo e que são realmente o diferencial da jogabilidade, já que o uso combinado e otimizado deles é o que te faz um bom jogador aqui.
As ferramentas manuais também são presentes por aqui, então você pode, por exemplo, criar machados para cortar árvores. Alguns desses itens, você será ensinado e incentivado pelo jogo a produzir, enquanto outros você deve ficar atento ao menu de criação para descobrir que foi adicionado, por isso é importante se familiarizar com os itens do jogo.
Nossos objetivos!
Nosso objetivo principal em Residual é bem simples, caímos em um planeta hostil enquanto em uma viagem espacial, e precisamos consertar a nave para sair dali. Explicar e entender isso é bem fácil, o que não é tão fácil ou tão claro é como esse processo funciona.
O jogo vai te dando objetivos simples e toda vez que você os completa ele te dá um novo. No inicio ele vai te mandar coletar metal, com o qual você fará uma maquina para coletar outros metais, que poderão ser usados para ter acesso a outros elementos direta ou indiretamente.
No entanto me desagrada a falta de informações para o jogador novato nesse inicio. Você não sabe em qual etapa do processo está, para que cada coisa serve antes de ter em mãos, e as ferramentas em geral só tem objetivos específicos, como o gerador para alimentar locais de energia especificas. No fim isso torna Residual um jogo muito mais de capacidade de organização de recursos, do que de aventura já que você não pode usar esses itens de maneira criativa quase nunca. Não que isso seja um problema como conceito, mas não sinto que combinou tanto assim com o estilo retro de plataformer 2d que o jogo promete.
Jogo de plataforma
Embora Residual seja um jogo de plataforma, você consegue enxergar alguns elementos de Metroidvania nele. Um mapa grande e focado em exploração que te deixa andar livremente impedido apenas por itens que você precisa conseguir para avançar para próxima área. Outros elementos fortes do gênero como backtracking, também estão presentes. Embora isso enriqueça a experiência para os fãs do gênero, acaba sendo um pouco problemático pois os mundos do jogo são gerados aleatoriamente para a partida.
Somando as dicas genéricas que o jogo entrega, com os elementos de coleta, as ferramentas nem tão intuitivos e as características de metroidvania o jogo pode ser tornar uma experiência bem confusa e pouco amigável principalmente para novatos. Ainda assim, Residual se prova uma experiência encantadora em vários níveis e tenta fazer o jogador se engajar na história do mundo em que ele adentrou.
História e profundidade
De uma maneira geral, você irá começar uma jogatina de Residual na superfície do planeta, e eventualmente começará a acessar áreas do subsolo. O jogador equipa um traje que se regenera através de energia solar, logo, dosar o tempo que se passa no subsolo e na superfície é bastante importante. Na superfície também é fácil encontrar alimentos, que é uma das necessidade do jogador. Além de isso dar uma função prática para o ciclo do dia e horas por dia, também adiciona um nível estratégico de tempo as suas explorações.
No entanto não só aventuras te aguardam no subsolo, o jogador encontra também monumentos e informações sobre a civilizações que já habitaram aquele lugar, tornando a experiência mais interessante e apaixonante ainda. Ah, o jogo também te dá um parceiro robô que te auxilia nas missões. A ideia é boa, mas ele passa a maior parte do tempo fazendo piadas repetidas que cansam rapidamente.
Devo pousar?
Em geral Residual, se apoia muito em seu conceito. E digo isso da maneira mais positiva possível. Os mundos são realmente interessantes, a arte em pixels é linda, a atmosfera dos mundos apaixonantes e sua história engajante. Infelizmente, no entanto, a confusão dos sistemas e dos objetivos médios e a jogabilidade bastante simples no que tange a ação focando mais em estratégia podem afastar muitos jogadores.
Ainda assim se essa proposta após bem explicada ainda te interessa, jogue Residual, o jogo tem bastante potencial e com certeza deve atrair uma fã base fiel que sempre esperou por um jogo exatamente assim. Outra característica muito interessante e que devo elogiar, é que residual possui três opções de protagonista. Um homem, uma mulher e uma opção não binária.
Prós:
- O jogo é lindo
- Os biomas são diversos e interessantes.
- A história é de fácil engajamento e te deixa instigado a continuar
Contras:
- Jogo muito confuso e pouco amigável
- Jogabilidade estratégica em um plataformer pode causar estranheza
- Repetitividade
Nota Final:
6,5
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