
Desenvolvedora: VEWO Interactive
Publicadora: PQube
Data de lançamento: 17 de Setembro, 2021
Preço: R$ 50,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela PQube.
Chegamos aqui com mais um jogo de capturar monstrinhos, ao melhor estilo de Pokémon! Nexomon não finge de forma alguma que não “têm uma forte inspiração” na franquia dos Nintendo, na verdade entrega algumas originalidades e liberdades poéticas bem divertidas e interessantes! Sendo na realidade um prequel de “Nexomon: Extinction” que chegou para o Nintendo Switch ano passado, agora entenderemos como e porque os eventos do futuro se desenrolam, com um plot twist muito doido, mas que lhes pouparei dos spoilers.
Como sempre, pelo começo
Nexomon é com certeza uma história de herois. Ele é bastante guiado pela história, ou seja, tudo que motiva nosso personagem é o roteiro do jogo, e o compromisso como salvador do mundo e campeão da humanidade (calma, isso não é um spoiler, é literalmente a cena de abertura do jogo. Mas vamos resumir: Nexomon, essas criaturas com poderes elementais são prole de Omnicron, o Rei dos Monstros, que ao surgir declarou guerra com nosso mundo.
Mas com o passar do tempo, humanos foram aprendendo a conviver com esses monstrinhos, e até domestica-los, inclusive para lutar ao seu lado contra o autoproclamado Rei. Houve um campeão da humanidade que conseguiu selar Omnicron, mas isso está prestes a mudar… O atual Nexolord (o mais poderoso Domador do mundo), nosso vilão da história, junto com os filhos primogênitos do Rei estão tentando traze-lo de volta, e cabe ao protagonista tentar impedir.
A partir disso partimos numa jornada, e daí a história vai se desenrolando. Coletamos muitos amigos no processo, que nos ajudam e muito nessa batalha, e tudo que fazemos é focado nesse objetivo, dando um passo de cada vez, enquanto o outro lado também está se movendo (isso é um toque legal, geralmente a galera do mal espera até o heroi estar apto para impedi-los para tentar agir). Não temos líderes de ginásio, nem uma liga, mas estruturas similares
Bom, dito isso, pontuo outras coisas da história aos poucos, vamos para minhas impressões.

Impossível não comparar
De fato, todos esses jogos de capturar monstros acabam sendo comparados a pokémon, o que nem sempre é ruim. Por exemplo, não temos IVS ou EVS, o que pra mim facilita bastante, eu gosto de focar no jogo em si. Vou começar pelos pontos que achei interessantes.
- Ataques e poderes: em vez de passar de nível e esquecer um ataque anterior para aprender um novo, aqui não precisamos esquecer nada, podemos escolher 4 ataques dentre todos que aprendemos até aqui.
- Stamina em vez de PP: basicamente como mana dos jogos RPG clássicos, então eventualmente precisamos pensar se quero gastar tanto de energia nesse ataque aqui, isso vai me dar mais X turnos usando esse outro, e por aí vai.
- O mundo aprece muito mais vivo, os npcs estão fazendo coisas, temos animações mais interessantes, como alguém varrendo o chão, malhando, tremendo com uma lanterna com medo do escuro, etc.
Mas, porém, contudo, todavia… Muias coisas me compararam negativamente.
- Itens e ataques sem descrição completa: exatamente isso, quando estamos no inventário ou no menu, nada disso têm informação de dano ou de efeito do item realmente. A maioria deles é bem direta, mas os ataques realmente pesam, fica difícil preparar uma build decente sem saber com o que você está lidando, só descobrindo numa batalha, e olha lá.
- Tudo é muito forte: mesmo nexomons selvagens que usamos para grindar podem facilmente te matar em 2 ataques, o que na verdade quase inutiliza ataques de status (buffs e debuffs para uma batalha de 2-3 turnos é o mesmo que jogar o turno fora nesse jogo), um dos combatentes morre antes de aproveitar seus efeitos.

MonsterDex
Nosso tão querido bestiário, uma das conquistas de qualquer monster catcher, é completa-lo. E realmente o que vende o jogo é sim o design dos bichinhos. Aqui em nexomon… na verdade isso é bem difícil de valiar. Parece que temo 2 equipes, cada uma com uma linha de ação bem distinta da outra. Enquanto temos coisas muito elegantes, seguindo mais a ideia do conceito elemental, sem exagerar em cores e detalhes, fazendo sentido, ou até quase nos convencendo que algum bicho daqueles poderia até exisitr em um mundo um pouquinho paralelo ao nosso. E por outro lado temos extrapolação total dos conceitos, incluindo coisas que poderiam ser alienígenas do Ben 10 evoluindo em criaturas de Backyardigans.
Isso não precisaria ser um problema, pois temos 310 monstros, então eu esperava uma certa variação, mas acho que perderam a mão. Algo mais uniforme, mesmo que pendesse pra um dos lados, seria mais agradável.

Pontos fortes
Decidi separar em 2 seções de pontos fortes e fracos, pois ao mesmo tempo que temos muitas coisas boas, temos também algumas coisa que pesam.
Por exemplo, o jogo é cheio de bom humor, nunca deixando alguma piada passar, fazendo alguns trocadilhos, e até quebrando a quarta parede de vez em quando. O senso de humor é muito parecido com o da franquia LEGO, que eu acho muito bom de verdade. Até os Power Ranges aparecem no jogo, que é algo bom afinal.
O roteiro, embora um pouco infantil e raso durante a campanha principal, traz alguns plot twists muito interessantes, que no fim das contas fazem sentido e estendem um pouco mais o hype por descobrir a verdade por trás da história. Além disso, a campanha têm facilmente 30 horas jogando sem pressa, pois o pós jogo também é consideravelmente atarefado. E sim, é bem divertido também.
Aliás, há algo que preciso muito falar. Condições são ABSURDAS em Nexomon, especialmente confusão, que não só bloqueia seus ataques por por alguns turnos, mas te causa um dando muito alto se você tentar. Paralisado só interrompe seus movimentos, bound também (confesso que não sei qual a diferença exata deles só jogando, mas ambos são muito fortes), e dormindo acaba sendo o mais suave, basta tomar um hit que acordamos. Veneno e queimadura causam dano forte também, então garantir qualquer um desses status no inimigo, pode te dar a vitória. Inclusive na batalha final (eu venci com um bicho 15 níveis abaixo do que devia, mas dei sorte e deixei confuso e paralisado 3x seguidas).

Por outro lado, algumas coisas também são frustrantes, além dos problemas que já citei. Como tudo é muito forte, precisamos de muito grind, o que consome um tempo considerável, pois a progressão de leveis dos selvagens salta muito de uma rota pra outra. Por exemplo, contra o primeiro “ginásio”, você pode treinar contra lv. 2~4, ou depois dele lv 7~10. Isso se repete toda vez, então muitas vezes eu só pegava um bicho mais forte na próxima rota e deixava um dos mais fracos para trás, pois seria mais rápido e fácil do que treinar.
Ao mesmo tempo que as pessoas estão fazendo coisas, elas não contribuem em quase nada. Mesmo algumas mencionem uma possível side quest, ou que estão preocupados com tal coisa, não apresentam mudança mesmo quando você resolve o problema. Nenhum te dá itens, nem quests, então realmente você pode seguir o jogo inteiro sem gastar um segundo com isso.
E por fim, não temos um mapa. Estamos praticamente às cegas por algum tempo. Não é o fim do mundo, não atrapalha tanto assim. Só seria conveniente, pois o mapa existe no jogo, podemos vê-lo ao nos transportar entre áreas quando desbloqueamos os totens (eles são o Fly do jogo).

Acabou?
O texto já está bastante longo, então vamos encerrar por aqui. Nexomon vale o tempo investido, é algo confortável de jogar com calma, pronto pra se divertir, têm seus pontos fracos, mas o fortes afinal se sobrepõem bastante bem, e a experiência se torna mais divertida. No fim do dia é mais um Pokémon-like, mas é bem feito o bastante pra beirar a concorrência do gênero, sendo por muitos na internet considerado até melhor que a franquia do rato amarelo.
Pra ser bem honesto, não começou me encantando não, mas foi gradualmente me ganhando. O início lento acabou pesando um pouco, mas logo a sensação passou, quando engatamos um ritmo de progresso bem decente. Uma vez que seu time esteja definido, ele acaba ficando cada vez mais forte, e você aprende algumas interações interessantes.

Lembrando que a história continua em Nexomon: Extinction, questionando o destino da relação entre os Nexomon, filhos do Rei dos monstros, e os humanos. Até onde essa relação vai se manter? Que outros segredos eles guardam?
Prós:
- Designs muito bonitos de monstrinhos
- Muitas horas boas de gameplay
- Bom humor e agradável
- Plot Twists competentes
Contras:
- Alguns designs são horrorosos
- Faltam informações
Nota Final:
7
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