
O Nintendo Switch continua sendo um console de enorme sucesso em 2021. Só este ano os donos do aparelho puderam experimentar incríveis games como Metroid Dread, WarioWare: Get it Together!, New Pokémon Snap, Mario Golf: Super Rush, e Big Brain Academy: Brain vs. Brain. Contudo, experiências novas não foram as únicas coisas que chegaram à plataforma em 2021, já que tivemos um enorme número de remasterizações durante o ano.
Claro, nem todos as remasterizações foram unanimidade entre os donos do console híbrida. Com certos títulos, questões sobre preço e o trabalho realizado para colocar os jogos no console foram levantados pelos usuários do Nintendo Switch.
Remaster x Remake x Port

Primeiramente, deixe-me esclarecer as diferenças entre Remaster, Remakes e Ports. Muitas pessoas acabam confundindo os dois primeiros, e não posso culpá-los por isso, até mesmo profissionais da indústria costumam cometer esse erro de chamar algo de Remake quando ele na verdade é um Remaster.
Um Remaster é o jogo original normalmente com algumas pequenas melhorias que não mudam a experiência. Geralmente as principais mudanças são uma atualização no visual para uma resolução maior. Em alguns casos, as desenvolvedoras responsáveis pelo relançamento decidem adicionar DLC’s antes pagas na versão original ou mudar algo para torná-lo mais acessível ao público. Em casos mais extremos, um remaster pode melhorar até mesmo a performance, texturas ou até mesmo refazê-las.
Já o Remake é geralmente uma nova experiência baseada no jogo original. Refeito do zero, o objetivo principal de um remake é fazer uma versão moderna de algum clássico seja. Ao produzir um projeto com este objetivo, os desenvolvedores alteram a jogabilidade e gráficos, além de adicionar bastante conteúdo extra e melhorias de QoL que faz com que o novo jogo fique totalmente diferente de seu original.
Além destes dois, ainda temos também o Port, que nada mais é do que o jogo original colocado em uma nova plataforma sem grandes adições. O Port é a mesma experiência que pode ser encontrada nas plataformas originais ou com muitas poucas adições para diferenciá-lo do seu primeiro lançamento. Normalmente ports priorizam o aumento de resolução, isso claro, se estivemos falando de um game muoto antigo.
Remasters: São uma boa ideia ou apenas preguiça?

Remasters existem desde a geração do PS3, Xbox 360 e Wii, e servem como uma excelente forma de jogadores poderem experimentar algum título do passado que eles ignoraram ou não tiveram acesso. Contudo, enquanto temos alguns casos muito bons de remasters sendo produzidos e lançados para os consoles mais atuais, The Legend of Zelda: Wind Waker HD sendo o mais lembrado pelos fãs da Nintendo, também recebemos Remasters que deixam muito a desejar.
Ainda com a Nintendo como exemplo, durante a geração do Wii e Wii U, usuários receberam novas versões de alguns de seus clássicos do GameCube com melhorias. Metroid Prime Trilogy incluía os jogos em primeira pessoa da caçadora de recompensas Samus Aran em um único pacote, com resolução maior, adaptados para o Wii Remote e com extras que antes requeriam um Game Boy Advance.
O Wii U por sua vez recebeu além do já mencionado The Legend of Zelda: Wind Waker HD, que além de visuais majestosos, ainda adicionava melhorias de jogabilidade e mudanças significativas a uma sequência antes extremamente complicada do original, The Legend of Zelda: Twilight Princess HD. A segunda aventura de Link no GameCube apareceu no Wii U com resolução e texturas melhoradas e uma nova dungeon que podia ser acessada através do Amiibo lançado junto com o Remaster.

Enquanto ambos foram recebidos com um certo carinho pelos fãs, o mesmo não pode ser dito sobre The Legend of Zelda: Skyward Sword HD, lançado este ano para o Nintendo Switch. Assim como os remasters anteriores, o título recebeu melhorias visuais e algumas pequenas mudanças em sua jogabilidade e QoL. Infelizmente, não houve a inclusão de conteúdo adicional e o preço foi bem salgado se comparado aos outros relançamentos do Wii U. Sendo vendido por US $60, muitos se questionaram se o jogo valia a pena mesmo com tão poucas mudanças. Não ajuda que The Legend of Zelda: Skyward Sword sempre foi um jogo muito controverso da franquia The Legend of Zelda, mas o debate foi levantado após seu anúncio em fevereiro.
The Legend of Zelda: Skyward Sword HD não foi o único remaster da Nintendo este ano. Com o fracasso financeiro do Wii U, muitas companhias decidiram relançar os títulos do console no Switch, e a Nintendo foi uma dessas desenvolvedoras. Além de Mario Kart 8 que já estava disponível desde o lançamento do console em 2017, a Nintendo re-lançou esse ano, Super Mario 3D World + Bowser’s Fury como da celebração do aniversário do bigodudo. Além de trazer a aventura original do Wii U, o título ainda adiciona uma história extra envolvendo o vilão Bowser e um estilo de gameplay que utiliza a jogabilidade original de uma nova forma.
Quando Remasters acabam sendo problemáticos

A SEGA também apostou em um remaster este ano, lançando Sonic Colors Ultimate para o Switch e outras plataformas modernas. O relançamento utiliza uma mistura da Hedgehog Engine original e a nova Godot, o que mudou bastante coisa no código fonte do game e acabou criando diversos novos erros que ficaram visíveis nos primeiros dias depois do lançamento.
Apesar de ser o mesmo jogo que podia ser encontrado no Wii, o título incluía algumas poucas novidades. Infelizmente, a enorme quantidade de bugs encontrados acabou estragando demais a experiência dos fãs com o título. Muitos também levantaram a questão do preço escolhido para algo que não foi tão bem produzido.

Outro remaster que acabou chamando bastante atenção por conta de problemas no seu lançamento foi o GTA — The Trilogy: The Definitive Edition. A coletânea conta com três jogos lançados originalmente para o PlayStation 2, eles são: Grand Theft Auto 3, Grand Theft Auto: Vice City e Grand Theft Auto: San Andreas. São games que foram portados ao longo dos anos para as mais diversas plataformas e pela primeira vez os donos de console Nintendo poderiam aproveitá-los.
Infelizmente o remaster acabou sendo lançado possuindo diversos erros que atrapalham a experiência. Tendo sido utilizada uma nova engine e trazendo algumas pequenas melhorias de jogabilidade, GTA — Trilogy: The Definitive Edition foi vendido pelo preço de 60 doláres, o mesmo valor de um lançamento normal. Com muitos problemas e visuais que muitos tiraram sarro, e poucas melhorias em relação ao produto original, o pacote serve como um bom exemplo de remaster feito sem muito cuidado e apenas para render uma grana extra a sua desenvolvedora.
Koei Tecmo: Os reis dos remasters vieram com tudo esse ano

A Koei Tecmo é lembrada pelos donos de Nintendo Switch por duas coisas: Jogos musou’s baseados em franquias da Nintendo e os relançamentos da série Atelier. A desenvolvedora japonesa também é especialista em produzir remasters de seus títulos e 2021 veio para coroar de vez os desenvolvedores da Koei Tecmo como os reis dos remastes.
Continuando com os relançamentos de Atelier, em 2021 tivemos o pacote Atelier Mysterious Trilogy Deluxe Pack. Nele, os jogadores podem aproveitar versões melhoradas dos títulos, Atelier Sophie, Atelier Firis, e Atelier Lydie & Suelle. Embora o preço possa ser questionável, os três jogos possuem trazem novidades, sem contar que permite que os donos de Switch possam finalmente aproveitar os dois primeiros games da saga Mysterious (Atelier Sophie e Atelier Firis).

Não apenas Atelier, mas a desenvolvedora também decidiu remasterizar alguns dos seus jogos para o Switch. Começando por outra coletânea, Ninja Gaiden: Master Collection, que além de trazer as duas primeiras aventuras 3D do ninja Ryu Hayabusa, ambas disponível anteriormente para PS3 e consoles da família Xbox, também inclui Ninja Gaiden 3: Razor Edge o terceiro título do super-ninja que estava disponível no Wii U.
Vale mencionar que os três jogos podem ser considerados meio ports e meio remasters. Sigma 1 e Sigma 2, possuem as adições de suas versões Plus, antes disponível apenas no PS Vita. Já Ninja Gaiden 3: Razor Edge é o mesmo jogo do Wii U com apenas algumas melhorias em sua resolução. Infelizmente, os jogos foram lançados com problemas que afetam sua performance no console, especialmente Sigma 2. Se comparado aos outros remasteres, Ninja Gaiden: Master Collection é um dos mais fracos já desenvolvidos pela Koei Tecmo. Felizmente, seu valor é bem abaixo do esperado nas coletâneas de Atelier.

Outro jogo de Wii U que recebeu um remaster para Switch foi, Fatal Frame: Maiden of the Black Water. O jogo de terror é o último lançado da série e traz toda a aventura original além de gráficos melhorados e adiciona roupas extras para os personagens. Diferente de Ninja Gaiden: Master Collection, Fatal Frame: Maiden of Black Water chegou sem problemas no Nintendo Switch.
Por fim, a Koei Tecmo terminou o ano trazendo para o ocidente os remasters de Monster Rancher e Monster Rancher 2. Pela primeira vez a desenvolvedora decidiu trabalhar com seus jogos de PS1 e o resultado foi bem recebido. As melhorias adicionadas aos dois games foram bastantes para atrair novos fãs enquanto ajudavam os veteranos a se adaptar. Além disso, Monster Rancher 1 & 2 DX também ajudou a trazer reconhecimento para a franquia Monster Rancher que estava apagada a bastante tempo.
2021 o ano dos Remasters

Além dos exemplos mencionados nos últimos parágrafos, outros remasters também chegaram ao Nintendo Switch em 2021. Crisis Remastered Trilogy é uma coletânea que trouxe os três títulos da aclamada série FPS para o Switch. O que acaba sendo algo bem interessante visto que a franquia ficou conhecida por precisar de computadores com alta potência para rodar suas versões originais.
Nem todos os remasters foram bons, como é o caso de Ty the Tasmanian Tiger 2: The Bush Rescue HD. O game é uma versão atualizada do clássico e adiciona algumas pequenas melhorias de jogabilidade. Infelizmente, visuais e perfomance não foram muito melhorados em relação ao seu lançamento original e acaba ficando visível se comparado a outros remasters.
Como é possível notar, o Nintendo Switch recebeu muitos jogos novos e relançamento de títulos do passado em versões melhoradas. Os donos do console não podem reclamar da variedade de jogos que chegaram às suas mãos este ano.