
Desenvolvedora: Spike Chunsoft
Publicadora: Spike Chunsoft
Data de lançamento: 03 de dezembro, 2021
Preço: R$ 76,45
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Spike Chunsoft.
— Danganronpa atinge seu ápice nesse titulo que pode ser visto como o fechamento da duologia clássica.
Enquanto muitos mistérios e pontas soltas são deixados apenas para o terceiro título, Danganronpa 2: Goodbye Despair, traz a conclusão ideológica do que seria o primeiro arco da franquia. Ao mesmo tempo que funciona como uma continuação direta para o jogo anterior, Danganronpa 2 é uma aventura completa e independente na maior parte do tempo, com um cast de personagens quase que 100% novo e algumas diferenças marcantes o estilo adotado pela direção de arte.
Danganronpa 2: Goodbye Despair que teve seu lançamento original em 2012 recebe agora seu port na versão definitiva com a comemoração do 10° aniversário da franquia que trouxe todos os jogos principais para o Nintendo Switch. Mantendo todas as interessantes mudanças feitas no port do jogo anterior — que você pode conferir logo abaixo —, dentre elas a adição do “auto-save” em destaque, que é sem duvida alguma a melhor opção de versão para se jogar essa aventura.
Sem mais delongas, vamos analisar o que faz com que Danganronpa 2: Goodbye Despair possa ser visto como melhor o título da franquia.
A estrutura de sempre com novos ares
Esse jogo segue basicamente as mesmas batidas do anterior, algo que se tornou padrão para a franquia. Os capítulos são divididos em duas partes: vida cotidiana e investigação mais tribunal. Ainda assim existe uma mudança de ritmo muito notável em Danganronpa 2: Goodbye Despair. Se no Trigger Happy Havoc segura alguns mistérios por longos momentos para engajar o jogador, nesse ele rapidamente te coloca a par da situação do que está acontecendo.
O passo do jogo é bem mais interessante como um todo, a progressão da amizade que você pode fazer com os personagens é bem melhor também, pois ela garante que você aprenda um pouquinho mais do personagem a cada vez, enquanto no primeiro jogo alguns encontros parecem estar ali apenas para completar 6 por personagem.
Danganronpa 2: Goodbye Despair também fica mais ousado ao referenciar obras da cultura pop japonesa e mundial e também acentua seu humor ácido, temos até mesmo uma “JoJo Reference” ainda no ano de 2012 quando isso não era apenas uma maneira fácil de agradar as massas da internet. Além disso, os tribunais aqui são muito mais interessantes, tanto em conceito e execução e casos interessantes como nos próprios mini-games empregados.
O tribunal escolar
Quando digo que esses tribunais em Danganronpa 2: Goodbye Despair são melhores até mesmo nos ideais que empregam, me refiro ao fato de que tem muito mais profundidade emocional e principalmente no geral retratam laços e humanidade de diferentes formas, algo razoavelmente diferente da entrada anterior. Claro, ainda é Danganronpa, os personagens, motivações e ações são exagerados e levados até a ultima potencial, mas aqui “o outro” importa, os personagens possuem interações entre si e estão sempre tentando alcançar algo melhor, seja o bem maior ou apenas o bem estar de alguém que ame. Essas motivações mais pessoais torna todo o processo mais cruel e interessante, se antes era através das pistas do crime que descobrimos o culpado, agora a motivação também é um auxiliador do processo.
Se os tribunais estão mais interessantes no que querem dizer, o mesmo pode ser dito sem rodeios dos mini-games que os cercam. O Non-Stot Debate — mini-game principal dos jogos —, está mais refinado do que nunca. Os desafios novos também estão entre os melhores da franquia, como o Rebutal Showdown que traz uma batalha direta de argumentos entre o protagonista e outro personagem. Nenhum dos mini-games é chato e até os mais simples como o similar a “forca” tem um quê de gameplay mais acentuado.
A criatividade e o absurdo em seu pico
Tudo em Danganronpa 2: Goodbye Despair está no lugar certo e em seu pico. As cores fortes da arte exagerada do primeiro convergiram com a natureza exuberante da ilha onde se passa o jogo para criar uma ambientação fantástica e encantadora. Os traços e estilizações ainda muito característicos da franquia Danganronpa, mas ainda assim ostentando uma clara inovação em um geral.
Como dito anteriormente o humor acido foi acentuado, parte disso vem diretamente do cast de personagens que é mais bizarro e interessante do que nunca, e é até uma forma de brincar desde o primeiro momento com as expectativas do jogador, marca registrada da franquia. Tudo é bastante provocativo e instigante desde o primeiro momento, a perspectiva de que a nova aventura se passe em uma gigantesca ilha paradisíaca ao invés da quase alienígena e muito claustrofóbica escola do primeiro jogo. A exploração do ambiente que parece guardar uma infinidade de segredos e mistérios é parte integral da aventura.
Isso dito, não só as peças que compõe a aventura sofreram melhorias mas também sua catarse. Os mistérios do tribunal se tornaram muito mais apurados e isso em decorrência de ser a continuação da franquia. Enquanto os assassinatos do primeiro jogo são mais simples e servem para abrir a mente do jogador e iniciá-lo na arte da investigação, na segunda aventura os tribunais vão a loucura. O processo palpável das crimes ficando cada vez mais densos e complexos acompanhados do aumento considerável de dificuldade nessa entrada tornam tudo aqui mais interessante.
Também é muito mais interessante explorar os casos quando já se está mais acostumado com o funcionamento da história. Coletar as pistas e analisar uma por uma e começar a montar na sua cabeça o que o deve ter acontecido faz parte cada vez mais investigação. Isso tudo é arrematado com o caso que pode ser considerado o mais incrível da franquia, que vem para explodir a cabeça do jogador que finalmente estava “pegando o ritmo”.
A história continua
Como eu disse anteriormente, Danganronpa 2: Goodbye Despair de certa forma completa o arco do primeiro jogo, revelando boa parte das pontas soltas. Embora aqui evitemos os spoilers, ainda posso dizer que a história não deixa nada a desejar.
A história de Danganronpa 2: Goodbye Despair por si só já conquista o jogador e é extremamente satisfatória, mas quando vista em conjunto com a do um demonstra uma obra coesa e interessante do começo ai fim. Com um ritmo delicioso, casos que estão entre os mais criativos da franquia, uma expansão interessante e inteligente e muitos mini-games divertidos, Danganronpa 2: Goodbye Despair pode facilmente ser considerado o melhor da franquia. Isso sem falar do seu cast de personagens apaixonante e das mudanças da direção de arte que transite de maneira impecável da escola do primeiro jogo para a ilha desse, dando uma identidade própria para essa aventura, dando uma sensação de coesão para a franquia.
Prós:
- História incrível, fecha o arco do primeiro jogo com coesão;
- Mini-games refinados e encantadores;
- Direção de arte e personagens apaixonantes.
Contras:
- Não possui
Nota Final:
10
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