
A série Atelier está comemorando 25 anos de existência em 2022. Enquanto os últimos games da franquia sobre alquimia tem feito bastante sucesso e estão recebendo a atenção do público geral, a série sempre foi considerada de jogos de nicho e, por isso, muitos não conhecem seu passado fascinante.
Como o NintendoBoy é um site que adora Atelier, com o nosso querido chefe Marcos sendo um grande fã da série, decidimos preparar esse texto apresentando a história da franquia. Preparem seus caldeirões e venham se juntar a nós em busca das respostas sobre o misterioso mundo de uma das séries mais carismáticas do gênero.
A criação de um game que influenciou um gênero — A trilogia Salburg

Quando falamos de JRPGs, geralmente pensamos nas tradicionais franquias do gênero, como Final Fantasy, Dragon Quest e Persona. O mesmo vale para empresas. Durante os anos 90, a Square e Enix dominavam o mercado com suas principais séries. Enquanto outras gigantes como a SEGA e a Capcom fizeram algumas tentativas de entrar no nicho, foram companhias menores, como a Atlus e a Nihon Falcom, que encontraram um espaço em que elas podiam brilhar.

Outra pequena empresa que conseguiu achar seu espaço entre os diversos concorrentes foi a Gust, criada em 1993, em Nagano, no Japão. Antes de embarcar de cabeça no mundo dos JRPGs, a desenvolvedora produzia jogos de simulação. Em 1997, após um curto período de experiência, a companhia lançou Atelier Marie: The Alchemist of Salburg, para o PlayStation 1, exclusivamente no Japão.
Criado por Shinichi Yoshiike, Atelier Marie foi um jogo baseado em um dos hobbies do desenvolvedor, colecionar e criar coisas. No game, somos introduzidos à jovem Marlone (conhecida como Marie, por seus amigos), que estuda alquimia na cidade de Salburg. No começo da história, a garota é a pior aluna de sua academia e está prestes a ser expulsa. Porém, sua professora, a alquimista Ingrid, decide oferecer uma chance final à heroína. Permitindo que Marie abra seu próprio Atelier, a professora passa a seguinte tarefa: desenvolver um poderoso item mágico com alquimia em até cinco anos.
Sendo o primeiro título da série, Atelier Marie preparou a base que todos os futuros jogos da franquia se basearam. A protagonista Marie era uma garota otimista e com uma personalidade alegre e fofa, a narrativa do game era baseada mais na interação entre os personagens, a alquimia era utilizada para a criação de itens e superar desafios, e existia um limite de tempo específico (no caso cinco anos) para completar o objetivo principal da história.
Além de ter criado a base para a franquia, Atelier Marie também se tornou um importante game no gênero dos JRPGs ao popularizar duas grandes adições à fórmula. A primeira foi um tipo de narrativa mais casual. Marie foi um dos jogos que introduziu o conceito de histórias mais similares aos vistos em anime do formato slice-of-life, onde o ponto principal de sua narrativa está em seus personagens fazendo coisas do dia-a-dia. Enquanto em outros JRPGs o herói precisa reunir um grupo para derrotar um grande mal antigo, nos jogos da série Atelier, a heroína é apenas uma garota com dom para a alquimia que estuda a arte e precisa resolver o problema em torno disso.

São histórias mais pessoais e focadas no desenvolvimento humano e profissional dos seus personagens do que em completar uma profecia ou ser o grande salvador da humanidade. Como um exemplo, a maioria dos games da série possui múltiplos finais, com cada um terminando com a protagonista (ou o protagonista em alguns casos) da narrativa perseguindo um tipo de vida diferente, como ser um aventureiro convencional ou uma poderosa alquimista que ajuda os mais necessitados, ou ainda são focados em algum dos companheiros encontrado ao longo da história. Os finais são recompensados, dependendo da ação do jogador, e ajuda a fazer uma ligação com as escolhas presentes durante a história, e o resultado final quando os anos terminam.
Como tal, pode-se dizer que Atelier abriu o caminho para que os JRPGs percebessem que poderiam diversificar suas narrativas. Assim, os jogos da série da Gust são geralmente considerados experiências mais tranquilas e relaxantes para aqueles que não querem acompanhar uma grande epopeia com reviravoltas e muitas dores de cabeça.
Já a segunda adição é a principal razão de Marie ser considerado um dos mais importantes jogos do seu gênero, o sistema de crafting. Primeiramente, criar novos itens a partir da mistura de outros não era algo inédito no gênero. Star Ocean, lançado em 1996 para o Super Famicom, no Japão, foi o primeiro JRPG a possuir tal mecânica. Contudo, Marie popularizou o Craft graças ao foco na mecânica, que era direto e bastante divertido.
Para poder criar um item, jogadores precisam explorar os diferentes locais, como campos ou dungeons, em busca de materiais, no que é conhecido como coleta. Após isso é necessário utilizar o caldeirão no atelier da protagonista e uma receita disponível para confeccionar o que é desejado. Novas receitas são adquiridas ao longo da aventura na forma de livros adquiridos em lojas, ou recompensados por NPCs.
Hoje, a série Atelier é reconhecida por duas coisas: Suas narrativas focadas no desenvolvimento pessoal de personagens e seu robusto sistema de alquimia. Ambas, começaram em Marie e se desenvolveram ao longo dos anos nos mais diferentes jogos da série.
Outra tradição da série que teve início com Atelier Marie foram os relançamentos. Em dezembro de 1997, o título chegou ao SEGA Saturn, em uma versão intitulada Atelier Marie: The Alchemist of Salburg version 1.3. O port para o console da SEGA introduziu novas quests, um novo final e a adição do uso do relógio interno do videogame durante a jogatina, o que fez com que o JRPG fosse um dos poucos games adaptados que eram melhores no concorrente da Sony. Infelizmente, para os fãs da empresa do Sonic, a version 1.3 foi relançada no PS1 em 1998, dessa vez, intitulada Atelier Marie Plus; trazendo todas as adições, com exceção do relógio interno, para a plataforma original.
Além destes relançamentos, o game ainda apareceu em outras plataformas ao longo dos anos, tais como Dreamcast, PlayStation 2 e aparelhos mobile. Infelizmente, todas as versões de Marie ficaram apenas no Japão, com fãs ocidentais sem ter como experimentar uma versão traduzida oficialmente do título que deu origem à tão adorada franquia.

O sucesso de Marie e seus relançamentos resultaram em uma sequência. Atelier Elie: The Alchemist of Salburg 2 foi lançado em 1998 para o PlayStation 1, no Japão. O game é uma continuação direta da aventura anterior, contudo, introduz uma nova heroína, Elfir Traum, também conhecida como Elie. A jovem é salva por Marie, a protagonista anterior, de uma doença mortal. Após este evento, a heroína decide estudar alquimia e se matricula na mesma academia que treinou Marie.
Ainda mantendo muito do que foi apresentado no primeiro jogo, Elie foi uma boa sequência que fez sucesso. O jogador ainda precisava procurar por itens, utilizar alquimia para desenvolver suas habilidades e o limite de tempo dessa vez era de quatro anos. Contudo, o game melhorou bastante certas mecânicas e tornou as coisas ainda mais divertidas.
Como sequência, Elie introduziu outra característica que viria a ser um elemento fundamental da fórmula Atelier, a utilização da heroína anterior. Atelier Elie ocorre seis anos após os eventos de Atelier Marie. Com Marie já formada e sendo uma alquimista de sucesso, o seu desenvolvimento como personagem está completo. Por isso, a Gust escolheu criar uma nova heroína, e assim se iniciou uma grande tradição da série. A cada novo título, uma nova personagem assume o posto de protagonista, sendo uma alquimista novata que ao longo de sua narrativa vai evoluindo. Esse é um diferencial da franquia em relação a outros jogos de JRPG.

A repetição de premissa, um novato na arte da alquimista, e que conforme avançamos na narrativa, não é algo que irrite os fãs, visto que é parte do charme da franquia. Contudo, em alguns jogos, a Gust decide reciclar a protagonista anterior como uma forma de contar uma nova aventura que pode desenvolvê-lo ainda mais. Mesmo quando o foco não está mais na heroína original, sua presença na narrativa acaba sendo bastante interessante, seja na forma de agir como uma veterana para a nova geração, seja por um NPC que serve para lembrar os fãs mais leais de aventuras passadas.
Diferente de Atelier Marie, Atelier Elie não recebeu versões atualizadas, apenas ports. Muitos desses relançamentos ocorreram em compilações com o título original, visto que os games são extremamente próximos um do outro em seu contexto narrativo. Outro fator para a junção de ambos os títulos deve-se ao fato de eles serem os únicos games da série lançados na geração 32-bit. Com o próximo jogo da franqui sendo produzido com o PS2 em mente.
Lançado em 2001, Atelier Lilie: The Alchemist of Salburg 3 é o primeiro título da franquia Atelier no PlayStation 2, marcando a estreia da série em consoles 128-bits. Apesar das capacidades 3Ds do console, a Gust ainda continuou a utilizar visuais 2D como base para a série nesta geração. O poderio extra do PS2 permitiu melhores efeitos gráficos, além de melhorias significativas nas mecânicas tradicionais.
Apesar de ser lançado no PlayStation 2, Lilie possuía ligação com os títulos originais do PS1. Isso se deve ao fato do game ser o último de uma trilogia que ligava as narrativas das aventuras. Sendo uma prequel para os jogos anteriores, em Atelier Lilie a protagonista era a jovem Lilie que, junto com suas protegidas, Ingrid e Hermina, que aparecem em Marie e Elie, respectivamente, precisa mostrar ao povo de Salburg o quanto a alquimia é importante.
A narrativa acontecia 20 anos antes dos eventos de Atelier Marie, assim, muitos personagens das duas aventuras originais retornavam aqui com um visual mais jovem. Apesar de Lilie ser uma nova personagem, suas ações durante a história eram bastante importantes e refletiam nos eventos futuros, isso porque o sucesso da jovem em sua missão resulta na criação da academia presente em Atelier Marie e Atelier Elie.
Apesar de não oferecer grandes mudanças, a fórmula de Atelier Lilie encerrou bem a primeira trilogia da série. O game chegou a receber uma versão Plus um ano depois, com algumas novidades, mas, diferente de Atelier Marie e Atelier Elie, não foi portado para outros consoles. De fato, Atelier Lilie pode ser considerado um jogo de PS1 que a Gust decidiu lançar no PS2 como um preparo para se acostumar com o hardware do console
A duologia problemática — Gramnad

Além do lançamento da versão Plus de Atelier Lilie, 2002 também marcou o início da segunda subsérie da franquia Atelier. Atelier Judie: The Alchemist of Gramnad chegou ao PS2 em junho daquele ano e introduziu uma nova heroína, Judith, uma jovem alquimista que durante a criação de um item, acaba por viajar 200 anos no futuro. A personagem agora precisa retornar para sua era de origem, enquanto precisa lidar com problemas como encontrar os materiais necessários, lidar com um agiota que cobra um empréstimo e as tradicionais complicações do dia-a-dia

Atelier Judie trouxe também diversas mudanças à fórmula da franquia, além de remover alguns outros em forma de tentar alcançar um público ainda maior. O game começou a introduzir mais elementos tradicionais de RPG na série, enquanto buscou inovar em sua mecânica de criação de itens. Temos a introdução do sistema de características para os materiais, que oferecem habilidades especiais ao resultado final de uma alquimia. Assim, o jogador pode criar itens ainda mais poderosos com a utilização correta de tais características.
Infelizmente, Atelier Judie foi lançado repleto de bugs e erros que atrapalham a experiência, consequência do lançamento anual que a Gust se forçava. O jogo foi portado para o PSP 8 anos depois, introduzindo novos eventos e uma nova personagem, mas os problemas continuaram presentes nesta versão.
Mesmo assim, a Gust continuou a produzir a série anualmente e o próximo título da série Gramnad chegou em 2003. Atelier Viorate: The Alchemist of Gramnad 2 foi desenvolvido para o PlayStation 2 e depois lançado no PSP. Acontecendo 20 anos após os eventos de Atelier Judie, Atelier Viorate segue a protagonista Vio, que sonha em possuir a maior loja de seu vilarejo.
Como tal, Atelier Viorate introduz de novidade a mecânica de possuir sua própria loja. Além de utilizar alquimia para produzir itens, jogadores podem assumir o controle de sua lojinha, ou contratar NPCs para gerenciá-la. A introdução de tal sistema faz com que o jogo retorne para as origens de simulação dos primeiros títulos da franquia.
Apesar de ser o segundo jogo da série Gramnad, Atelier Viorate não possui ligação com Atelier Judie. Tal mudança surpreendeu alguns fãs, que esperavam um cameo da heroína anterior. A Gust chegou a tentar “corrigir” isso com o relançamento para PSP introduzindo a personagem extra da versão portátil de Judie, mas não foi o bastante.
Assim como seu antecessor, Atelier Viorate acabou sendo lançado com muitos bugs e erros. Os problemas foram tantos, que a Gust teve que recolher cópias do título das lojas. Felizmente, Atelier Viorate reintroduziu alguns elementos que haviam sido removidos de Atelier Judie, assim, mesmo com tantos problemas, o game foi bem recebido pelos fãs. A Gust, contudo, percebia que a franquia precisava mudar para tentar alcançar um público maior. Assim, Atelier Viorate marcou o fim da fórmula original da série.
Um Atelier cheio de mudanças — A trilogia Iris

Atelier Iris: Eternal Mana lançado em 2004 no PlayStation 2, marcou o início de uma revolução na franquia. O game começou a focar mais e mais nos elementos de RPG, como seu sistema de batalha e os status dos personagens. Ainda possuindo seu sistema de alquimia, o jogo se aproximava mais de seus contemporâneos e mudou bastante a fórmula da série para se adaptar.
Além do foco em batalhas, a mais importante mudança de Iris é a introdução de um personagem masculino como o herói principal da aventura. Klein Kiesling é um alquimista viajante que é recrutado por Lita Blanchimont para se tornar um caçador de monstros. Aceitando o convite, o jovem logo se vê envolvido em uma jornada que culmina com ele precisando impedir o mundo de ser destruído.

Como pode ser percebido, Atelier Iris decidiu abandonar a narrativa mais pessoal que era marca registrada da série, por algo mais próximo de um RPG tradicional. Tal mudança não apenas possibilitou que novos fãs pudessem conhecer a franquia, como também marcou o início de Atelier no ocidente.

Atelier Iris acabou marcando o reinício da série, agora ainda mais focada em RPG do que seus antecessores. O seu sucesso marcou o início da subsérie Iris, e sequências foram lançadas nos anos seguintes. A primeira delas foi Atelier Iris 2: The Azoth of Destiny, de 2005, uma prequel para o original, introduzindo um novo sistema de “duality scenario” onde jogadores podem alternar entre o jovem guerreiro Felt e a alquimista Viese. Ambos os protagonistas se ajudam, e é necessário utilizá-los em conjunto para poder completar os desafios do game.
As mudanças de Atelier Iris 2 focaram principalmente no sistema de batalha. O sistema de MP foi removido, em seu lugar, entra um sistema de “Skill Party”, onde todo o grupo divide os custos de utilizar habilidades. Além disso, o game introduziu o “Time Gauge”, uma barra que mostrava quando era o momento do turno dos personagens.
O sistema de dois protagonistas também serviu para que a Gust pudesse realizar certas modificações na sua mecânica principal. Felt é o único que pode criar armas, enquanto Viese apenas produz itens. Tal divisão de tarefas se tornou algo memorável neste jogo e retornou em um título futuro da franquia, de forma ainda dentro do foco do game.

2006 marcou o final da trilogia Iris com o lançamento de Atelier Iris 3: Grand Phantasm. Dessa vez, os jogadores acompanham Iris Fortnet e Edge Vanhite, que fazem parte de uma grupo que trabalha para os outros em troca de dinheiro. A história do game envolve um misterioso livro que a heroína Iris possui, e a narrativa a leva a desvendar os segredos por trás do objeto, os quais culminam no selamento de um antigo mal poderoso que deseja destruir o mundo.
Apesar de retornar com alguns elementos mais tradicionais, como ajudar NPCs com seus problemas, Atelier Iris 3 continua com a mudança para RPG. Mais alterações foram realizadas no sistema de combate, como a limitação de apenas três personagens jogáveis, mudando a limitação de, até então, seis personagens jogáveis. A trilogia Iris acabou sendo bem recebida e a Gust continuou apostando na fórmula mais próxima de um JRPG tradicional.
Fazendo algo diferente — A duologia Mana Khemia

Enquanto muitas empresas estavam preparando títulos para os consoles da próxima geração em 2007, a Gust ainda continuava lançando Atelier no PlayStation 2. Mana Khemia: Alchemists of Al-Revis e sua sequência, Mana Khemia 2: Fall of Alchemy, de 2008, foram os títulos finais da franquia no aparelho de 128-bits.
Apesar de possuírem um nome diferente, os dois títulos da subsérie Mana Khemia são considerados como jogos principais da franquia. De fato, a diferença de título é apenas para mostrar que os games são voltados para os elementos tradicionais de um JRPG, assim como foi o caso com a trilogia Iris.

Ambos Mana Khemia acontecem no mesmo local, a academia de alquimia Al-Revis. No primeiro jogo, o herói é Vayne Aurelius, filho de um famoso alquimista. Já no segundo título, temos dois protagonistas, o mordomo Razeluxe Meitzen e a jovem Ulrika Mulberry, cada um com sua própria história que se cruza a outra em vários momentos.
A alquimia ainda é um elemento importante de ambos os títulos, contudo, assim como foi o caso com Iris, as batalhas são o foco principal. Mana Khemia 1 e 2 encerrou o ciclo dos jogos no PlayStation 2 com uma boa recepção, principalmente dos fãs americanos. Entretanto, alguns dos mais antigos seguidores da franquia sentiam que a série havia mudado e perdido o que a fazia ser tão especial.
A Gust parece que pensou o mesmo ao planejar o próximo título da franquia que iria marcar a estréia da série no PlayStation 3. Decidindo retornar com o molde original de Atelier, o game voltou para as raízes que destacaram os games originais de seus contemporâneos. Garotas fofinhas como protagonistas, foco nas relações pessoais e crescimento das protagonistas e uma narrativa mais simples. Estava nascida a fórmula Atelier da era moderna.
Um aviso rápido: Até este momento, todos os títulos que mencionamos se encontram disponíveis apenas nas plataformas da Sony. A partir de Atelier Arland, junto com a Gust sendo adquirida pela Koei Tecmo, os games da série começaram a ser multiplataforma. Graças ao nosso querido Marcos, você pode encontrar review dos títulos mencionados em nosso site.
O nascimento do Atelier moderno — A trilogia Arland

Após cinco longos títulos transformando Atelier em um JRPG, a Gust decidiu retornar a franquia para o seu estilo original. Decidindo que o melhor momento para isso seria com a transição de plataforma, a desenvolvedora começou a produzir um game que pudesse trazer a fórmula original de volta, ao mesmo tempo em que fazia alterações para torná-la mais adequada aos dias atuais.
Assim, em 2009, nasceu Atelier Rorona: The alchemist of Arland, dando início a uma das trilogias mais amadas pelos fãs da franquia. Retornando para as origens da série, Atelier Rorona focava na protagonista de nome que se destaca no título, uma jovem alquimista que precisava salvar o atelier de sua mestra, Astrid Zexis, que corria o risco de ser fechado pelo governo do reino de Arland.

Atelier Rorona também marcou a entrada da série no mundo tridimensional, apresentando visuais em 3D. O game também reintroduziu o sistema de alquimia, o limite de tempo, que ficou de fora de quase todos os títulos da saga Iris e Mana Khemia, além de voltar com o foco para a narrativa mais slice-of-life do original, onde a protagonista e seus amigos lidavam com problemas do dia-a-dia.
Para muitos no ocidente, esta foi a primeira vez que um título tradicional da série podia ser aproveitado. A tradução de Atelier Rorona ficou a cargo da NIS America e o trabalho final acabou por impactar no aproveitamento do título em seu lançamento original, com mudanças de nomes questionáveis e alterações na idade dos personagens para adequá-los ao mercado ocidental.

Problemas também foram presença constante no lançamento original de Atelier Rorona. Alguns bugs estavam presentes para estragar a experiência e os visuais foram considerados bem abaixo do esperado. Como tal, o título recebeu um update na forma de uma versão Plus, lançada em 2013 para o PlayStation 3 e PS Vita.
Sendo uma das poucas versões Plus em que muda o game radicalmente, Atelier Rorona Plus adiciona bastante novidades ao título enquanto altera bastante o que estava presente no original. Novos visuais, mecânicas, sistema de batalhas, eventos e até personagens estão disponíveis, assim como uma história extra envolvendo as protagonistas dos dois títulos seguintes, Atelier Totori e Atelier Meruru.

Por falar nelas, Atelier Totori: The Adventurer of Arland e Atelier Meruru: The Apprentice of Arland foram lançados nos anos seguintes, 2010 e 2011, para o PS3. Ambos os títulos continuaram a modificar a fórmula introduzida em Atelier Rorona para atualizar a série para os dias atuais. As aventuras também possuíam narrativas que se interligavam, com Atelier Totori nos introduzindo a protagonista de mesmo nome, que acaba virando aprendiz de Rorona. O mesmo acontece em Atelier Meruru, onde a jovem princesa Meruru acaba estudando alquimia com Totori.
Esta relação de aprendizes e mestres é uma das constantes principais na narrativa da saga Arland. Apesar de cada jogo possuir sua própria narrativa e cada heroína ter sua ambição, os laços de cada uma com sua professora é um dos pontos fortes das histórias. O mesmo acontece com vários outros personagens que nos são apresentados durante as jornadas.
A trilogia Arland também é lembrada pelas suas belas artes, criadas pelo artista Mel Kishida, que ficou responsável pelo visual de todos os jogos que se passam em Arland. Sendo uma das sagas favoritas dos fãs, os diversos personagens presentes nas histórias sempre aparecem entre os primeiros colocados nos resultados de várias campanhas de popularidade feitas pela agora Koei Tecmo.

Contudo, assim como Arland tem seus fãs, existem aqueles que veem a saga como o início de uma era que foi cada vez mais apostando no fanservice. Apesar de nenhum dos títulos presentes nesta trilogia apresentarem cenas sexuais ou o marketing focar nessa parte, como foi o caso com Atelier Ryza 2: Lost Legend & the Secret Fairy, ainda existem algumas coisas aqui que os mais veteranos consideram como a Gust começando a apostar neste tipo de apelo.
Seja qual for a opinião dos fãs, o fato é de que Arland foi uma trilogia de sucesso para Atelier. Os três jogos foram portados para outros consoles, incluindo o Nintendo Switch, Atelier Rorona ainda chegou ao 3DS no Japão e um quarto game foi desenvolvido anos depois, Atelier Lulua: The Scion of Arland.
O início das grandes mudanças — A trilogia Dusk

Atelier Ayesha: The Alchemist of Dusk, lançado em 2012 para o PlayStation 3, marca o início da segunda trilogia moderna da franquia Atelier. Melhorando o que foi introduzido na saga de Arland, a saga Dusk buscava trazer elementos vistos na época do PlayStation 2 para a fórmula introduzida nos jogos anteriores e assim oferecer uma experiência diferente mas que, em seu interior, ainda era considerado Atelier.
A protagonista do game é Ayesha, uma jovem boticária que vive sozinha criando medicamentos. A protagonista possui uma irmã mais nova, Nio, que desapareceu misteriosamente antes do início da aventura. Um dia, ao visitar o suposto túmulo de sua irmã, ela se depara com ela em uma de suas visões. Ayesha também encontra o alquimista viajante tsundere Keithgriff, que lhe diz que apenas a arte milenar pode salvar sua irmã, começando assim a jornada da doce jovem.

Apesar de ainda seguir bastante os passos da trilogia Arland, Atelier Ayesha trouxe alguns elementos narrativos que fizeram com que a saga Dusk se distancia-se de outras narrativas presentes na franquia. Um dos temas principais de sua narrativa é a busca pela resposta aos mistérios do mundo. Mesmo que os games ainda foquem na interação e desenvolvimento do seu elenco, ainda há um quê de mistério que faz com que os alquimistas estejam sempre em uma busca constante por conhecimento.
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Atelier Ayesha também chamou a atenção pelos seus belos visuais e artwork, que dessa vez foi produzida pelo artista freelancer Hidari (artista de Fire Emblem Echoes: Shadows of Valentia). Responsável por toda a trilogia Dusk, os três games são considerados alguns dos mais bonitos pelo seu estilo de design e visual.
Atelier Ayesha também marcou o fim de uma era, tendo sido o último game da franquia desenvolvido pela Gust como empresa privada. Ao final de 2011, antes do lançamento do título, a Koei Tecmo adquiriu a desenvolvedora. A parceria entre ambas as companhias já era antiga, com a KT auxiliando na distribuição dos jogos, mas, agora, Atelier pertencia ao catálogo de franquias nas mãos da gigante japonesa e isso trouxe mudanças que seriam vistas a partir do próximo título.

Atelier Escha & Logy: Alchemists of the Dusk Sky foi lançado em 2013 e mostrou o quanto as coisas seriam diferentes agora que a franquia estava sob o cuidado da Koei Tecmo. Uma nova engine gráfica, cortesia da nova dona, foi utilizada, o marketing foi ainda maior do que o de jogos anteriores e o game recebeu até mesmo uma adaptação em anime.
Atelier Escha & Logy retorna com o sistema de dois protagonistas visto anteriormente em games como Atelier Iris 2 e Mana Khemia 2. Ao se iniciar a aventura, é possível escolher entre controlar um dos dois alquimistas: Escha Malier e Logix “Logy” Ficsario. Desta vez, ambos trabalham para o governo da pequena cidade de Colseit, e devem usar a alquimia para ajudar os cidadãos, e completar um objetivo de longa data dos moradores: visitar as misteriosas ruínas que flutuam acima da cidade.
A utilização de dois protagonistas trouxe de volta algumas das mudanças que foram vistas em Atelier Iris 2. Escha pode criar itens com sua alquimia, enquanto Logy foca nas armas. Além disso, o sistema de tempo limite foi afrouxado de forma a facilitar novos jogadores a poderem aproveitar o título sem problemas. Outras mudanças foram relacionadas a batalhas, com o game se aproximando o máximo possível de um JRPG, mas sem ignorar o que faz Atelier se destacar entre os concorrentes. De fato, o sistema de batalha de Atelier Escha & Logy serviu como uma base para os games futuros e é até hoje um dos pontos altos do título.

Atelier Escha & Logy foi bem recebido pela crítica, sendo um dos jogos da série com a melhor nota já concedida pela conceituada revista Famitsu no Japão. Contudo, o título recebeu uma recepção mista dos fãs. Enquanto alguns consideram este o último grande título da série Atelier, muitos o detestam. Logy foi recebido com bom agrado pela fanbase japonesa da franquia, mas muitos não gostaram do fato de um rapaz assumir o posto de protagonista.
Uma outra grande reclamação dos fãs foram os conteúdos DLC. A prática de incluir extras pagos foi introduzida na série com Atelier Totori, mas quando a Koei Tecmo adquiriu a Gust, os conteúdos adicionais aumentaram ainda mais. O preço foi uma das principais reclamações dos fãs.

Atelier Shallie: Alchemists of the Dusk Sea chegou em 2014 para finalizar a trilogia Dusk. Assim como no jogo anterior, temos duas protagonistas: Shallistera Argo e Shallotte Elminus, ambas alquimistas que se juntam para desvendar os mistérios do Dusk Sea. O game desenvolveu os sistemas introduzidos em Atelier Escha & Logy e trouxe mudanças significativas à fórmula Atelier, com a principal sendo a remoção do limite de tempo, que já havia acontecido em Atelier Judie antes de retornar em Viorate.
Sendo o título final, até o momento deste texto, na trilogia Dusk, o game foi mal recebido pelos fãs. Isso porque, Atelier Shallie acaba ignorando muitos pontos apresentados em narrativas anteriores, assim como mistérios que estavam em aberto. O lançamento original do jogo também esteve cheio de erros presentes que fizeram com que muitos acreditassem que o título fosse rushado. O relançamento Plus no PS Vita, com conteúdo adicional de história que o ligava aos títulos anteriores, acabou servindo como a principal prova de que a Gust acabou por entregar um produto correndo.
Mesmo com tantos problemas, a trilogia Dusk acabou sendo uma boa experiência para a franquia. Além de manter a mesma forma de narrativa que os títulos anteriores, a Gust também fez um excelente world building. Fica difícil de perceber, graças aos visuais fofinhos e o foco nos problemas casuais, mas a narrativa dos games acontece em um cenário pós-apocalipse onde alquimistas causaram o fim do mundo há centenas de anos e, apesar da estabilidade, as coisas começam a decair novamente. A busca tanto por o que aconteceu e como tentar evitar que isso se repita é algo implicado durante a trilogia, mas que fica sem resposta graças a Shallie terminar sem uma conclusão a tal ponto narrativo. Por isso, muitos fãs esperam que um quarto game da subsérie seja produzido. e a resposta pode ser finalmente alcançada.
A cara do Atelier moderno — A trilogia Mysterious

A remoção do limite de tempo em Atelier Shallie abriu as portas para que muitos fãs novos pudessem conhecer a série. Entretanto, mais do que pular em um último capítulo de uma saga, muitos novatos conhecem Atelier graças à trilogia Mysterious, os títulos mais recentes da série, os quais estão disponíveis em uma multitude de diferentes plataformas muito mesmo antes de receberem seus relançamentos.
Atelier Sophie: The Alchemist of the Mysterious Book foi lançado em 2015 e foi o primeiro título desenvolvido com o PlayStation 4 em mente. Apresentando visuais mais bonitos e arte feita por Yuugen e NOCO, o game introduz a adorável Sophie Neuenmuller, uma jovem que estuda alquimia.

O game trouxe uma grande mudança envolvendo seu sistema de alquimia a fim de deixar as coisas mais livres e nas mãos do jogador. Junto com algumas modificações para deixar a experiência mais agradável, Atelier Sophie foi um título bem recebido por veteranos, e serviu como uma excelente porta de entrada para novatos. A protagonista Sophie se tornou a personagem mais querida da franquia inteira, vencendo inúmeras competições de popularidade e aparecendo em crossovers.

Uma pena que os dois próximos jogos, Atelier Firis: The Alchemist and the Mysterious Journey e Atelier Lydie & Suelle: The Alchemists and the Mysterious Paintings não conseguiram manter o sucesso de seu antecessor. Firis tentou surfar na onda dos games de mundo aberto, oferecendo um vasto espaço para exploração e navegação, junto com uma história de crescimento e descobrimento envolvendo sua protagonista, Firis Mistlud.

Infelizmente, Firis foi lançado cheio de problemas de otimização envolvendo o seu mundo aberto. Apesar de alguns fãs terem gostado da premissa de mundo aberto, os erros e glitchs influenciaram na decisão de não continuar com isso.
Atelier Lydie & Suelle retornou para um estilo mais tradicional, utilizou uma dupla de protagonistas, as irmãs gêmeas Lydie e Suelle, e melhorou consideravelmente muitos elementos do gameplay. Contudo, o alto preço do DLC, a falta de dublagem em inglês, algo que estava disponível nos outros títulos, aliados a erros de tradução e à baixa recepção de Atelier Firis, fez com que o game não fosse um grande sucesso. Para piorar, o port original de Switch do título é lembrado por ser extremamente ruim.
Um quarto game da saga Mysterious foi lançado este ano, Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream. Trazendo Sophie como a protagonista, a nova aventura foi extremamente bem recebida por fãs e críticos, que adoraram poder revisitar a saga Mysterious e se aventurar novamente com sua querida protagonista.
As coxas são o futuro? — A Saga Secret

Após dois anos com apenas relançamentos e um spin-off, o divertido Nelke & the Legendary Alchemists: Ateliers of the New World, a Gust deu início a uma nova saga de Atelier. O Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout chegou em 2019 para o PlayStation 4, Nintendo Switch e PC, trazendo consigo uma nova narrativa ainda mais focada em sua protagonista, Reisalin “Ryza” Stout, que, junto com seus amigos, busca poder explorar os mistérios de sua ilha natal.
Atelier Ryza é o primeiro título que alterou a fórmula da série reintroduzida em Atelier Rorona. Os combates continuam em turno, mas agora com elementos de tempo real, um semi realtime, o sistema de alquimia está ainda mais simplificado e a dificuldade em si foi bastante reduzida. O game foi feito para conseguir atrair ainda mais os novatos e conseguiu sucesso em sua missão, graças a uma pequena ajuda inesperada.

Uma das coisas que mais chamam a atenção em Atelier Ryza é o visual de sua protagonista. Ryza possui certos detalhes em seu design que fazem com que um tipo bem específico de público acabe por gostar da personagem. O apelo sexual, colaborado dentro do jogo com físicas de seios, da heroína e de outras, é considerado uma das principais razões pelo sucesso do game, com o jogo sendo um dos maiores sucessos de vendas da história da franquia.

Não é de se surpreender que a Gust apostou pesado neste quesito quando o assunto foi fazer o marketing de sua sequência, Atelier Ryza 2: Lost Legends & the Secret Fairy. Sendo a primeira vez que uma heroína passada foi reutilizada, o game acabou sendo outro sucesso de vendas, mas ele lentamente mostrava uma preocupação com o game sendo mais aventura do que criação de itens.
Infelizmente, ambos os títulos ficaram marcados pelo apelo sexual de Ryza e os esforços da Gust de fazer um marketing em cima disso. Mesmo que o game apresente belos visuais e melhorias de gameplay. Veteranos também não gostaram de como os jogos são mais fáceis do que os anteriores, com ambos sendo vistos como Atelier produzidos para aqueles que nunca jogaram a franquia.
Spin-offs

*Esta será uma parte pequena, porque o texto já está enorme, quem sabe ainda produzimos um especial dos spin-offs da série*
Como qualquer outra série famosa, Atelier possui inúmeros spin-offs diferentes lançados ao longo dos anos. Os primeiros títulos foram feitos para o Game Boy Color, trata-se de Atelier Marie GB e Atelier Elie GB. Desenvolvidos pela TOSE, os games deram origem à franquia nessas plataformas, com outros jogos chegando a aparelhos como o WonderSwan, Game Boy Advance, Nintendo DS e PSP.
Com sua palavra, o fã de Atelier do NBoy
“Minha experiência com Atelier foi bastante espontânea. Eu tinha zero conhecimento da franquia. Em 2018, eu apenas vi uma cópia usada de Atelier Lydie & Suelle para Nintendo Switch à venda e decidi que ampliaria meu conhecimento com JRPG por ele, sequer pesquisei sobre.
Minha experiência foi bastante satisfatória no entanto, era algo como ter um sentimento de estar jogando um game relaxante e descompromissado, apenas queria desfrutar de tudo que ele tinha a oferecer no meu tempo e, quanto vi, já havia feito muita coisa em mais de 80 horas. Este foi meu primeiro Atelier.
Embora tenha curtido bastante, eu não tive a disponibilidade de continuar. Sabe… naquela época, os jogos anteriores ainda não eram acessíveis àquelas devotos as plataformas Nintendo, e os que foram chegando nos anos seguintes simplesmente eram caros. Eu não estava disposto a continuar, Atelier Lydie & Suelle já era o suficiente. Até que então uma amiga havia recém descoberto Atelier, e estava puxando todos de seu círculo de amigos para a franquia, ela queria me convencer de que era um bom negócio, e eu fui arrastado para isso.
No fim, obtive uma cópia digital de Atelier Ryza numa promoção na eShop. Embora hoje eu considere a duologia Secret a mais fraca das sagas por n motivos, quando o joguei pela primeira vez, foi uma experiência e tanto, eu estava precisando de um game como aquele, mas não sabia. Foi a partir dele que comecei minha saga de jogar todos os jogos que eu poderia pôr minhas mãos, com novos jogos e relançamentos Day One em meu Nintendo Switch. E para minha surpresa, todos atenderam minhas expectativas.
Não são perfeitos, claro, muito menos possui a popularidade e aclamação de Persona ou Final Fantasy, mas de alguma forma enxerguei valor na série Atelier. Adoro como o tema alquimia é abordado e integrado diretamente na sua gameplay, a interação social, o carisma dos personagens, e sua estética mais “cute”, por assim dizer. Fora que todo Atelier será uma experiência diferente, mesmo que seja uma continuação com a mesma protagonista ou apresentando uma nova alquimista em uma nova história sobre alquimia.”
Marcos, editor chefe do NintendoBoy
Finalizando
A franquia Atelier é uma das mais antigas do gênero, trazendo uma mistura bem bacana de elementos de simulação e JRPG. Seus jogos foram importantes por introduzir o conceito de alquimia na cultura popular japonesa, assim como o sistema de criação de itens que aparece em tantos outros games. Caso você tenha interesse pela franquia, saiba que o Switch tem acesso a diversos títulos cheios de garotas fofas, narrativas pessoais e muito item a ser desenvolvido.
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