Desenvolvedora: FYQD-Studio
Publicadora: PLAYISM
Data de lançamento: 21 de Julho, 2022
Preço: R$ 74,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela PLAYISM.
Jogos de tiro são um dos gêneros que tem marcado presença no Nintendo Switch. Ainda que aos poucos, o console vai recebendo muitos títulos de um dos mais populares estilos do mundo dos games. Bright Memory: Infinite é o mais novo lançamento que promete muita ação e tiroteio no híbrido da Nintendo.
Uma narrativa rápida e sem delongas
Bright Memory: Infinite é um jogo desenvolvido pela FYQD-Studio, um pequeno estúdio Chinês. Sabendo disso, o resultado final é bem impressionante, com bons visuais e boa ação. Infelizmente, apesar de uma apresentação fantástica, a narrativa acabou sendo sacrificada para que todo o resto do pacote se sobressaísse.
Em Bright Memory: Infinite, jogadores assumem o papel de Sheila que faz parte de uma organização chamada de “Pesquisa Científica Sobrenatural”. A narrativa acontece no futuro, no ano de 2036, na China, onde um misterioso buraco negro surgiu nos céus. A protagonista é enviada por seus superiores para tentar descobrir o mistério do fenômeno e se depara com um grupo militar liderado pelo General Li.
Além do grupo militar, Sheila também deve encarar misteriosos guerreiros sobrenaturais que surgem como um efeito colateral do buraco negro. Contando com o apoio de seu chefe, Diretor Chen, e a ajuda de Wade, outro agente de campo, a protagonista precisa desvendar os mistérios do fenômeno e impedir que Li utilize-o a seu favor.
Isso é tudo que a história explica ao jogador, bem simples e direta. Apesar disso, a narrativa de Bright Memory: Infinite é muito mal contada. Não há explicações sobre quem é quem, qual o objetivo da “Pesquisa Científica Sobrenatural”, quem são os inimigos sobrenaturais, nada. Ah, um pequeno spoiler, o buraco negro também não é explicado.
É uma pena, pois os mistérios são bem interessantes e o jogo faz um ótimo trabalho de hypar os segredos que podem ser revelados. Contudo, a narrativa parece ser de uma continuação, esperando que o jogador já tenha tido contato com os personagens e com o mundo apresentado. Faz um pouco de sentido, quando você descobre que Bright Memory: Infinite é uma “sequência” de um outro título criado pelo mesmo estúdio, Bright Memory. Porém, o “primeiro jogo” era mais uma demonstração do que estava sendo produzido e possuía muito pouca narrativa, além de não introduzir nenhum dos personagens.
Quando parece que a narrativa vai oferecer respostas, ela simplesmente termina. O final do game acontece quando as coisas estão prestes a ficar mais interessantes, abruptamente terminando o enredo de uma maneira que muitas perguntas ficam no ar.
Tiros, espadadas e pulos
Bright Memory: Infinite é um jogo de tiro diferente de seus contemporâneos. O game mistura a ação frenética de títulos de ação, tais como a série Devil May Cry, com os momentos de explosões e tiroteios comuns no gênero. Além dessa mistura doida, também há partes com plataformas, resultando em uma experiência bem diferente do esperado.
A ação é o ponto principal de Bright Memory: Infinite. O game é frenético e incentiva o jogador a ser veloz e eliminar os oponentes o mais rápido possível. Para ajudar Sheila a despachar seus adversários, a heroína conta com um arsenal que mistura armamentos de longa e curta distância.
Como em um bom FPS, Sheila pode utilizar diversas armas de fogo diferentes. Porém, o armamento é bem limitado, com apenas quatro tipos diferentes disponíveis. A heroína começa com um Rifle de assalto e durante a jornada encontra uma Espingarda, Pistola e um Rifle de precisão. Cada arma possui dois tipos de munições diferentes, uma normal e uma especial, que possui efeitos variados dependendo do utensílio.
Para enfrentar adversários a curta distância, Sheila pode utilizar sua espada com um toque do botão X. Além de fatiar oponentes, também é possível segurar R para que a heroína se defenda com a arma e até rebata tiros. Apertando o botão de defesa no exato momento em que um ataque acontece, ativa um parry, deixando inimigos abertos para ataques rápidos.
Sheila também conta com o uso de uma luva especial em sua mão esquerda para ataques de curta distância e até puxar inimigos para perto. Porém, a utilização da luva e da espada deve ser moderada, pois cada golpe usa um pouco de uma barra de ação, que se recarrega com o tempo. A luva também é utilizada em certos momentos de plataforma, possuindo um gancho que a protagonista pode usar para atravessar locais.
Bright Memory: Infinite também contém um sistema de upgrades, que concede novas habilidades a heroína. A moeda utilizada nesta técnica são relíquias que podem ser encontradas pelos cenários. Cada habilidade requer um certo número para ser habilitada ou melhorada e algumas ampliam bastante o arsenal de ataques de Sheila.
Controlar a personagem é muito simples e a jogabilidade foi bem adaptada ao console da Nintendo. Caso você utilize os Joy-Con ou Pro Controller, é possível mirar as armas com o Giroscópio, ajudando assim durante os embates. Além dos ataques, também é possível realizar um pequeno dash para os lados ao apertar um botão e até um slide. Por fim, a heroína pode andar pelas paredes e se agachar para atravessar obstáculos.
O futuro é bonito
Algo que chama bastante atenção em Bright Memory: Infinite, são seus visuais. Tendo sido desenvolvido por uma equipe pequena, o título acaba surpreendendo ao apresentar gráficos bonitos. Nas outras plataformas, e aqui não é diferente, é possível observar um nível de detalhe quase próximo dos grandes jogos do gênero.
Os modelos das armas são muito bonitos e os efeitos de água e iluminação chamam a atenção. Os cenários também possuem muitos detalhes que ajudam a imergir o jogador no ambiente que a narrativa acontece. Até os inimigos tem modelos únicos muito bem feitos. Por fim, o game funciona em ambos dock e handheld sem muitos problemas.
Na parte sonora, Bright Memory: Infinite também não desaponta. O game oferece legendas em vários idiomas, incluindo o Português do Brasil, além de dublagem em Inglês, Japonês e Chinês. O áudio é muito bom, com boas vozes para os personagens. Os efeitos sonoros também são um show à parte, com cada arma possuindo seu próprio som.
É hora de falar do que é ruim
Enquanto Bright Memory: Infinite impressiona com seus visuais e jogabilidade, o game acaba sofrendo com alguns problemas bem visíveis durante sua jogatina. O principal deles já foi mencionado anteriormente neste texto, a curta duração de sua narrativa. Jogadores poderão completar o jogo em até duas horas, o que é muito pouco para um produto deste estilo. Seus estágios são bem lineares, então existe pouca exploração dos cenários aqui.
Outro problema que dá para se notar é em relação aos gráficos. Apesar de ter elogiado bastante, é preciso mencionar que um preço foi pago para que o Nintendo Switch pudesse rodar o título sem muitos problemas. As texturas foram simplificadas o bastante para notarmos uma queda de qualidade se comparado às outras versões, assim como alguns outros efeitos foram reduzidos. Mesmo com isso, é importante avisar que muitos slowdown acontecem em certos momentos, principalmente quando muitos efeitos ocorrem ao mesmo tempo.
Bright Memory: Infinite também tem problemas com sua animação. Algumas cutscenes possuem momentos em que podemos notar os personagens se movendo de forma meio robótica. Naturalmente, é esperado que um estúdio pequeno não consiga fazer um trabalho tão bom, mas é um ponto que tem que ser mencionado.
Porém, em minha opinião, Bright Memory: Infinite tem um problema que só existe por conta de sua curta duração, identidade. Evidentemente, o game é um jogo de tiro em primeira pessoa, mas existem certos momentos da narrativa em que os desenvolvedores adicionam elementos que só aparecem uma ou outra vez e não retornam mais, como se tivessem sido abandonados por não funcionar. Logo na introdução, por exemplo, temos QTEs (Quick Time Events), que só retornam no final. Uma das lutas contra um inimigo termina com o jogador precisando apertar um botão para uma cena de finalização acontecer.
Dois capítulos em especial chamam a atenção. Em um deles, temos um segmento de stealth, o total oposto do resto do game. Já no outro, controlamos um veículo por alguns minutos. São momentos que acontecem em partes muito específicas, que não retornam e ficam em evidência por se tratar de pontos muito diferentes do pacote como um todo.
O problema final que tenho a mencionar é em relação à dificuldade dos inimigos. Joguei o game inteiro no normal e o que pude notar foi que existe um certo desequilíbrio da inteligência artificial. Os oponentes mais comuns, soldados com metralhadoras, são extremamente fáceis de se derrotar, atacando muito pouco a protagonista e geralmente errando todos os seus tiros. Já os bosses são o total oposto, com o primeiro chefe me matando várias vezes. O pulo da dificuldade foi uma surpresa para mim e confesso que me decepcionou um pouco ao perceber essa dissonância. Sheila recupera sua saúde com o tempo, mas mesmo com esse “limite”, dificilmente você vai morrer durante os confrontos normais.
Uma aventura que deixa uma sensação de querer mais
Bright Memory: Infinite foi uma bela surpresa para mim. Apresentando uma jogabilidade muito boa e belos visuais, o game é uma boa pedida aos amantes dos FPS. Contudo, seu final abrupto me deixou um pouco desnorteado e me faz pensar que ele é apenas uma demo do que o estúdio pode produzir. E se este game é a prova disso, então o
Como a versão de Switch foi lançada depois dos seus contemporâneos, o DLC está incluído. Esse conteúdo adicional é apenas roupas e cameos extras para a protagonista e suas armas. Uma pena, pois o que o game precisa é de mais horas de gameplay e não roupinha fofinha que você só ver durante as cutscenes.
No geral, se você for fã de jogos de tiro em primeira pessoa e já pegou os outros ou até mesmo não tem dinheiro para um DOOM Eternal, Bright Memory: Infinite é uma boa pedida. Agora, se você espera por algo que vai te render mais tempo de jogo do que apenas duas horas, bem, é melhor esperar por outro lançamento.
Prós:
- Jogabilidade divertida;
- Belos visuais no Nintendo Switch;
- Dublagem está muito boa.
Contras:
- Texturas sofrem com o downgrade das outras versões;
- Quedas de frames em certos momentos;
- Muito curto;
- Narrativa termina de forma abrupta e não responde nenhum dos mistérios.
Nota Final:
7
- Review | New Star GP - 03/04/2024
- Review | STAR WARS: Battlefront Classic Collection - 24/03/2024
- Review | THE KING OF FIGHTERS XIII GLOBAL MATCH - 15/03/2024