
Desenvolvedora: KEIZO
Publicadora: WhisperGames
Data de lançamento: 16 de Novembro, 2023
Preço: R$ 68,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela WhisperGames.
Revisão: Marcos Vinícius
ASTLIBRA Revision é um RPG de ação de progressão lateral desenvolvido por KEIZO e publicado pela WhisperGames. Como o nome já diz, trata-se de uma versão revisada do jogo original de PC, trazendo novas mecânicas e conteúdo adicional até mesmo no pós-game, como o capítulo “The Star Eaters.” A adaptação para telas de alta resolução ficou por conta de Takumi Yamada, enquanto Shigatake e Haku Tatsufuchi aprimoraram o visual dos personagens e dos monstros.
No enredo, um casal de crianças, um menino e uma menina, fugiam de um vilarejo que estava sendo dizimado por uma criatura maligna. Em meio às chamas, os dois tinham uma leve esperança de saírem ilesos dessa situação. Porém, assim como parece ser no mundo real, os momentos de alívio não duram muito. A criatura os alcançou e a morte parecia iminente.

Após um golpe fatal ser desferido pela criatura, o menino acorda na companhia de um corvo falante, sem qualquer explicação de como e do por quê estava ali. Com essa começo nada comum se inicia a jornada do menino para reencontrar sua amiga, pois se ele sobreviveu ao desastre poderia haver esperanças de reencontrá-la. Mal sabia que uma difícil jornada através do tempo estaria a sua espera. E por favor, não é uma cópia ou homenagem a Ocarina Of Time só porque o jogo possui esse como um dos temas. Tudo ok, zeldeiros?
As muitas tarefas de um herói sobrecarregado
Em uma primeira olhada, ASTLIBRA Revision é um jogo genérico 2D com temática medieval. Ao visitar a eShop do Switch você pode ocasionalmente se deparar com algum jogo com um design de personagens parecido com este. Mesmo com os visuais refinados, de forma geral, eles não ultrapassam muito o satisfatório, mas não é aí que o jogo brilha.
O que torna o game uma experiência digna do tempo é a qualidade do seu texto e o refinamento e consistência das suas mecânicas. A história é contada de forma calma e misteriosa. Muitas nuances só são percebidas ao se prestar atenção aos diálogos entre os personagens e suas personalidades. Mesmo que o game não possua cinematics que avancem a narrativa é difícil não se importar minimamente com as pessoas daquele mundo.

O personagem principal não tem muito brio, justamente para funcionar como uma casca vazia na qual o jogador se insere. Os dois vão descobrindo o mundo aos poucos no desenrolar da jornada. Caso o jogador sinta falta de um embasamento maior sobre os aspectos do mundo, livros que contam mais da lore podem ser encontrados no cenários. Infelizmente o game não está localizado em nosso idioma, então conhecer muito ou pouco da lore vai depender da sua boa vontade com os “the books is on the table” da vida.
“Mas André, eu não to nem ai para lore, se quisesse história eu lia um livro ou assistia um filme. Me fala ai, esse jogo ai é BOM de jogar?” Meu caro amigo, ASTLIBRA pode tranquilamente ocupar o slot de jogo de ação 2D que eu jogo sem compromisso. Não falo isso pela história ser descartável, pois eu estaria me contradizendo uma vez elogiei os personagens logo acima. Na verdade, estou elogiando o gameplay do jogo.
Uma vez que as mecânicas de progressão e combate são aprendidas, tudo flui como voltar a andar de bicicleta depois de um acidente. É um sentimento de deja vu como se tudo aquilo fosse sabido antes mesmo de você iniciar o jogo. É possível escolher entre uma variedade de armas de médio e curto alcance, como lanças, martelos, espadas e machados. As de longo alcance não são equipáveis, sendo usadas no jogo como itens consumíveis, como flechas e adagas.

Além das armas, é possível equipar uma armadura, um escudo e dois itens de acessório. Com exceção dos itens consumíveis e dos acessórios, você é recompensado caso use muito o mesmo item. Novos itens ficam disponíveis nas lojas ao chegar em uma nova localidade, mas não pense que vai ser fácil adquirí-los. Além da grana, é necessário coletar um certo número de itens e em algumas delas até mesmo uma “receita” da mesma.
Crafting é algo que vai tomar muito do seu tempo no jogo. Itens de recuperação de vida, chaves para abrir baús e até mesmo itens para serem usados na progressão dos capítulos são obtidos através da combinação de dois ou mais itens. Não menospreze a sua utilidade pois isso te salvará de umas boas enrascadas.

“Ufa, agora acabou né? E se eu te disser que não?” A um item no menu de pausa denominado “GROW” ele funciona como uma espécie de skill tree, só que ao invés de você usar pontos ganhos ao subir de nível, você desbloqueia aprimoramentos de status permanentes e até mesmo novas magias utilizando itens coletados ao se derrotar os monstros.

Falando em magias, estas são acionadas de uma forma muito curiosa através de uma sequência de comandos envolvendo o botão X e o direcional em cruz. Assim como alguns itens equipáveis, as magias também podem ser “masterizadas” após um certo número de usos. Nem preciso te dizer que é importante masteriza-las, né?

E a última e não menos importante se refere a vantagens passivas concedidas pela evolução do corvo Karon. Os poderes envolvem movimentos como pulo duplo, magnetismo que atrai itens e moedas do cenário, indicador de magias prontas para o uso e por aí vai. Sei que parece muito a princípio mas essas mecânicas são introduzidas de forma bem cadenciada e de fácil entendimento, mesmo que não haja muita explicação para elas.
Mesmo com essa ausência é bem gostoso descobrir o que o jogo tem a oferecer sem muitos tutoriais que travem o gameplay. Os que estão mais acostumados com os jogos eram antigamente sem muitas explicações não vai ter dificuldade aqui. Ah, ainda é possível aumentar suas habilidades ao subir de nível, sendo concedido 5 pontos para o jogador distribuir entre seus atributos. Ufa, agora acabou…não acabou não porém essa mecânica de “balanceamento” envolvem spoilers da história então descubra por vocês mesmo ao jogar
Uma nostálgica nova aventura
Jogar ASTLIBRA Revision me fez lembrar de um game muito estimado por mim e pela minha Player 2, chamado Cadash. Nele, um mago e um guerreiro deveriam livrar aquele mundo das forças do mal em uma jogatina em coop de sofá. Ele era simples de tudo, mas era extremamente viciante.
ASTLIBRA me passa esse mesmo feeling. Mesmo com toda a roupagem e complexidade das mecânicas, é incrivelmente relaxante jogar por horas a fio. Tanto no modo portátil quanto no modo TV você terá uma experiência por uma considerável dezena de horas que vão passar voando com certeza.
Prós:
- Jogabilidade;
- Variedade de poderes e armas;
- Sistemas de progressão de fácil entendimento.
Contras:
- Alguns baús se perdem dentro dos cenários;
- Sem localização em PT-BR.
Nota Final
9
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