
Desenvolvedora: Phew Phew Games
Publicadora: NAISU
Gênero: Ação e Aventura
Data de lançamento: 24 de janeiro, 2024
Preço: R$ 69,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela NAISU.
Revisão:
Anomaly Agent é um jogo de plataforma 2D produzido pela Phew Phew Games e publicado pela NAISU, empresa que anteriormente lançou na eShop brasileira Volley Pals. Imagine que no seu último dia de trabalho em um setor, você vai receber uma promoção, seus amigos te felicitaram e tudo por isso, só que há uma última tarefa a ser concluída e seu sucesso ou fracasso vai definir a vida de muitas pessoas.
Com essa tarefa totalmente desprovida de pressão, o Agente 70 embarca em altas aventuras impedindo que anomalias comprometam a normalidade das coisas.O que parecia um trabalho relativamente fácil de ser concluído vai exigir reflexos rápidos e o uso de muitas habilidades. A pergunta que não quer calar é: por quê raios o nosso herói escolheu justo um terno branco?
Mais um dia normal no escritório
Não é incomum os desenvolvedores de jogos se inspirarem na cultura pop para a criação de seus mundos e Anomaly Agent não foge dessa regra. O mundo do game parece uma sátira bem-humorada a obras como John Wick, olhando a sua jogabilidade frenética e a forma artísticas como o Agent 70 desfere sopapos nos malfeitores e a bem recebida série Loki, da Marvel, da forma que a história do game se desenvolve e escalona de algo micro para o macro.

As habilidades de combate do nosso herói são obtidas de forma linear com o progresso da história, chamadas aqui de habilidades anômalas. Elas não podem ser usadas de forma indiscriminada, pois além de muito apelonas, necessitam de um tempo de recarga para serem utilizadas outra vez. Esse tempo pode ser encurtado caso o jogador incorpore o próprio Keanu Reeves e realize várias sequências de combo.
Existe uma forma de melhorar essas habilidades, comprando pequenos upgrades com um robô que se assemelha a um caixa registradora antiga com o uso de moedas que são ganhas ao derrotar inimigos ou destruir objetos pelos cenários. Ainda nesse robô é possível comprar unidades que aumentam sua barra de HP de forma permanente e/ou conseguir mais moedas, trocando emoções positivas e negativas conseguidas pelas escolhas de diálogos.

Sim, apesar de se tratar de um jogo de plataforma o jogo apresenta um sistema de escolha de diálogo ao jogador, dependendo de como os NPCs reagem ao que foi dito é possível adquirir uma “unidade emocional” que pode ser positiva ou negativa e usá-la da forma citada anteriormente.
A trilha sonora não é algo marcante que vai fazer você ir atrás dos compositores ou de fuçar os aplicativos de música para ficar ouvindo em looping enquanto faz exercício, porém elas ajudam a compôr bem a atmosfera do game, não comprometendo o todo e nem tornando enfadonha o looping de gameplay.

E por falar em looping, o jogador não deve se envergonhar em tentar certos trechos novamente. Isso pode ser notado pelo fato do jogo não contar com um sistema de punição que possa frustrar o jogador, pelo contrário, ele é encorajado a tentar quantas vezes forem necessárias para superar um desafio.
Além disso, para a galera mais sem tempo ou o jogador mais casual que não curte ficar engajado muitas horas na jogatina, o game conta com save automático a cada novo trecho de fase. Se não quiser deixar o jogo em modo de suspensão e economizar a bateria do Nintendo Switch, o jogo comportado jogatinas ultracurtas, como naquele breve momento de felicidade quando o sistema da sua empresa cai, por exemplo (risos)
Trabalhar demais nem sempre é trabalhar bem
Com exceção do cenário que faz alusão a uma boate, todos os cenários do jogo parecem meio genéricos, contendo um ou outro grafite ou piada. Existem momentos onde o campo de visão do jogador é grande, como nos trechos de fuga ou de armadilhas e outros onde a visão é mais estreita focando mais nos combates.

Jogos no estilo metroidvania casam muito bem com cenários abertos e essa visão macro do cenário faz sentido para instigar o jogador a explorar cada detalhe que pode ser um grande segredo, porém em Anomaly Agent esses momentos parecem ser um grande ruído como se os desenvolvedores quisessem aglutinar boas ideias que são heterogêneas entre si.
O combate do jogo é agradável, mas o excesso de mecânicas faz com que em certos momentos do game alguns comandos sejam desferidos de forma errada simplesmente por que o jogador já não faz ideia de tudo o que pode fazer. Isso se resolveria caso os desenvolvedores dessem a opção de customizar suas habilidades de forma a escolher o que estará ativo ou não, mas não foi o caso.
A história se desenvolve de forma muito lenta no primeiro ato da história. Posso estar sendo muito criterioso aqui e não ter dado tempo o suficiente para o jogo me conquistar, mas o começo da aventura do Agente 70 é bem desinteressante.

Assim como na culinária, a junção de elementos de sabor agradável nem sempre tem como resultado um prato palatável. Anomaly Agent tem seus méritos e momentos onde o jogo brilha, como nos divertidos diálogos, mas os ruídos são muitos para que possa ser exigido do jogador aguentar até a metade do segundo capítulo para que o jogo realmente engrene.
Fica a esperança para que o pessoal da Phew Phew Games possa aprender com esses pequenos deslizes e nos mostrar experiências mais refinadas, pois é possível sim ver potencial aqui.
Prós
- Diálogos bem humorados;
- Boa trilha sonora;
- Localização em PT-BR.
Contras:
- Cenários genéricos;
- Excesso de habilidades que mais atrapalham que ajudam;
- História demora a fisgar a atenção.
Nota Final:
6
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