
Desenvolvedora: SUNSOFT
Publicadora: Red Art Games
Gênero: Plataforma 2D, Ação
Data de lançamento: 01 de março, 2024
Preço: R$ 92,45
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Red Art Games.
Revisão: Paulo Cézar
Ufouria: The Saga 2 é um jogo de ação e plataforma 2D, que mantém o estilo do título original, mas adiciona novos elementos de aleatoriedade e surpresa. O jogo se passa em um mundo de feltro, que parece feito à mão, e traz de volta os personagens e cenários do primeiro jogo, com um visual mais charmoso e divertido.
O enredo divertido e cativante envolve uma nova ameaça ao mundo de Ufouria: os Bumyons, criaturas viscosas que grudam em tudo e atrapalham a aventura dos heróis. O jogador deve usar os Popoons, uma arma poderosa que limpa os Bumyons, para salvar o planeta e impedir os planos malignos dos Utsujin, os invasores alienígenas. Existem vários momentos de humor e emoção, e apresenta personagens novos e antigos, alguns que só apareciam nos livros de arte de Ufouria.
Juntos somos mais fortes
O jogo tem uma jogabilidade fluida e intuitiva, que permite ao jogador controlar quatro personagens diferentes, cada um com suas habilidades e personalidades. O jogador pode trocar de personagem a qualquer momento, e usar seus poderes para explorar o vasto mapa do jogo, que muda a cada vez que se entra em uma fase. Diferente de alguns jogos onde o jogador pode se acomodar usando apenas um personagem em específico até o fim do jogo, aqui temos o desafio de rotacionar os personagens.

Isso se deve ao fato de que tirando a habilidade de atirar Popoons e cair em cima dos inimigos, cada um deles possui diferenciais. Hebe pode ser considerado como personagem principal do game, afinal de contas os outros personagens meio que ficam “hospedados” em sua casa, que funciona como um hub, conectando o jogador às primeiras fases do jogo.

Além de um ataque que elimina todos os inimigos da tela em troca de um coração, ele consegue se esfregar nas paredes, o que no game funciona como um wall-jump. O-chan não parece um gato à toa, ele é o personagem de movimentação mais rápida além de conseguir nadar superficialmente na água.
Sukezaemon consegue pular maiores distâncias e possui uma queda um pouco mais leve, sendo ideal para aquelas pessoas ruins de mira na hora de acertar os inimigos. E por último, mas não menos importante, temos Jennifer (por favor não, lembra daquela mulher que o cantor encontrou no Tinder). Ela tem a habilidade de mergulhar e andar na água por quanto tempo for necessário.

Grande parte dessas habilidades únicas são necessárias para acessar novas fases ou novas áreas em fases previamente visitadas
Ué…mas eu já não passei por aqui?
A progressão do game não funciona como em outros jogos de plataforma, pois ela não acontece de forma linear. Na parte inicial do jogo, o looping de gameplay envolve coletar o maior número de Utsu-cans nas fases. Esses itens funcionam para abastecer a máquina de vendas da sua casa com novos itens.

Nela podemos adquirir uma gama enorme de itens. que vão desde pequenos itens para angariar novos personagens, mais corações, um mapa do mundo do jogo e até mesmo uma vitrola para dar uma animada nas coisas. Para que todas as Utsu-cans de uma fase sejam coletas é necessário que você a repita uma várias vezes, pois existe um número de variações que podem ser encontradas.

E não é raro o jogador precisar visitar outras fases para coletar Utsu-cans até que certos itens importantes para a progressão sejam adquiridos na máquina de vendas. Caso sua sessão de gameplay seja mais longo do que 1h esse looping de gameplay pode ser um pouco enfadonho, sendo o mais ideal jogatinas mais curtas ao longo da sua rotina. E, obviamente, tornando a progressão bem lenta.
O medo da otimização nos multiplataforma
É de conhecimento popular que desde a era do Wii, a Nintendo tem investido mais em uma máquina que propicie novas formas de jogar do que um hardware parelho com o poderio gráfico da concorrência. Antes disso, nas oportunidades em que a máquina da Big N era mais poderosa, o retrospecto não foi nada bom (lembram do N64 e GameCube?).
Com o Nintendo Switch, a empresa continuou a estratégia que deu certo, oferecendo ao consumidor um dos consoles mais populares da história, que propicia jogar tanto no portátil quanto na TV e, o que é muito importante para mim, já vem nativamente com dois controles. Porém isso não impediu que grandes multis chegassem a plataforma, dando a entender que por conta da base instalada o trabalho extra de “portar” os jogos valeria a pena. Por isso temos jogos como Doom Eternal, Mortal Kombat 1 jogáveis na plataforma.

Ufouria: The Saga 2, felizmente, é um dos ótimos exemplos de jogos multiplataforma no console híbrido da Big N. A animação de apresentação do game ajuda a mascarar o carregamento do jogo, que já te coloca direito na jogatina apertando apenas um botão. Essa animação é quase irrisória no modo TV e um pouco mais longa no portátil, mas nada que atrapalhe sua experiência.
Claro que os loads nas versões de consoles mais poderosos como o Playstation 5 possuem carregamentos mais rápidos, porém a versão do Nintendo Switch não faz feio de forma alguma, sendo essa a única diferença mais perceptível entre as plataformas. Durante a jogatina, não passei nenhum aperto com slowdowns ou bugs de cenário, independente de como jogava no Switch. Pode ficar tranquilo em aproveitar o game no seu console preferido.
Fofura em parcimônia
Ufouria: The Saga 2 é um jogo que encanta pelos seus visuais que, acompanhados por uma performance excelente, faz com que o game seja uma das boas surpresas nesse começo do ano para os amantes de plataforma. Os personagens são cativantes e o estilo de arte, semelhante a jogos como Kirby’s Epic Yarn e Yoshi’s Wolly World, é um deleite para olhos cansados de jogos sem personalidade.
Espero que a série retorne para mais um jogo e que nele o escopo seja aumentado, para que um número maior de fase sejam criadas e não seja tão necessário farmar itens para progredir. Feliz de ver um novo bom título da Sunsoft de uma franquia pouco conhecida no ocidente.
Prós
- Direção de arte;
- Personagens carismáticos;
- Incentivo ao uso de todos os personagens jogáveis;
- Dificuldade customizável.
Contras:
- Falta de localização PT-BR;
- Progressão lenta.
Nota Final:
9
- Review | Irem Collection Vol. 2 - 09/11/2024
- Review | REYNATIS - 20/10/2024
- Review | Night Slashers: Remake - 02/10/2024