Desenvolvedora: Double Dash Studios, Copa Studio
Publicadora: Double Dash Studios
Gênero: Adventure, Point-and-Click
Data de lançamento: 10 de abril, 2024
Preço: R$ 59,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia cedida gentilmente pela Double Dash Studios.
Revisão: Davi Sousa, Marcos Vinícius
Toda empresa de videogames têm o seu jogo em que chamam de “Melhor do Ano”, ou “GOTY”, e coisas do tipo, mas só o jogo do Irmão do Jorel é o Jogo Mais Importante da Galáxia!
Baseado no desenho brasileiro homônimo, da Copa Studio para a Cartoon Network, Irmão do Jorel e o Jogo mais Importante da Galáxia! é um adventure point-and-click muito bem-humorado feito pelas desenvolvedoras nacionais Double Dash Studios — mesma por trás de e Sky Racket — e Copa Studio.
O jogo, onde devo ressaltar que o mais importante da galáxia, só pra vocês não esquecerem, conta a história do filho mais novo de uma família de três irmãos: Nico, o mais velho; Jorel, o filho do meio, que é perfeito em tudo; e o caçula, conhecido apenas como Irmão do Jorel por sempre ficar à sombra do irmão.
O título tem um formato de episódios curtos de comédia nonsense — como de praxe em muitos desenhos da Cartoon Network —, mas com temáticas bem “abrasileiradas”, e assim como na série animada, Irmão do Jorel e o Jogo mais Importante da Galáxia! pega essa ideia que mistura humor excêntrico e brasilidade.
Um desenho animado jogável
Em Irmão do Jorel e o Jogo mais Importante da Galáxia!, videogames misteriosos caem do céu para as casas das pessoas junto ao jogo “Jogo Mais Importante da Galáxia”, que o Irmão do Jorel quer jogar, mas que Jorel acaba monopolizando a aquisição.
De inicio, já sabemos que a campanha tem três capítulos e todos podem ser acessados logo de cara. Mas como aqui trata-se de um jogo com uma linha narrativa linear, se você por exemplo, começar do capitulo 2 ou 3, é claro que muitas das coisas ficarão sem explicações — claro, nem faz muito sentido começa-lo pela terceira parte da aventura e ir voltando, né?
Minha experiência no entanto, se deu 99% do tempo no modo portátil do Switch. Por ser um point-and-click inicialmente planejado para dispositivos móveis e PC, desconfiei que teria o uso da tela de toque neste port, que, pasme, confirmei bem rápido e se tornou a minha forma padrão de jogá-lo até o fim.
Contudo, levou um tempinho para eu acostumar, já que no inicio era muito confuso e pouco intuitivo. O uso não tão preciso na tela de toque se traduzia em situações como o uso de itens do inventario que, muitas vezes o jogo não identificava e eu acabava tendo que usar os controle tradicional com botões no fim das contas.
E falando nele… com o uso do controle tradicional também é possível interagir com personagens e objetos do cenário, usando os botões ZL e ZR, porém, existe um problema aqui: não é porque você focou no objeto 1 com o ZL e depois apertou o ZR para ir para o objeto 2 que se você apertar outra vez o ZL voltará para o 1 sempre. Entendeu?
Ademais, um dos pontos que mais me chamou atenção desde o anuncio do jogo foi o seu visual lindíssimo! Eu não conseguiria diferencia-lo do desenho se não tivesse aquele Hud na tela. Mas isso não é de se surpreender, já que a galera da Copa Studio — que fez o seriado animado — também trabalhou no game, então é de se esperar além dos visuais lindos algumas animações muito legais.
Mas para além dos visuais, devo elogiar também a história do game, que foi o ponto que mais me prendeu. É uma historinha simples pra dizer a verdade, e muito louca também, que começa com dois irmãos querendo jogar um videogame e depois nos leva até viagens espaciais e batalhas pela libertação da humanidade.
Pela sua natureza point-and-click, devemos guiar o Irmão do Jorel por vários cenários, resolvendo puzzles das formas mais loucas e bizarras possíveis. Durante a exploração, podemos até encontrar figurinhas com ilustrações do desenho que nos ajuda entender melhor sua lore, como por exemplo: Por que o Japão fica do lado do Brasil?
Bem, para explicar melhor com as coisas funcionam, darei um exemplo da proposta do primeiro capítulo: queremos tirar o Jorel do videogame e, para isso, temos que fazer ele ter vontade de pausar o jogo para ir ao banheiro, e isso que envolve fazer ele beber bastante líquido.
Isso seria algo simples para qualquer um, né? É só pegar um copo d’agua fazê-lo beber, correto? Mas estamos no papel do irmão mais novo, então ele não consegue alcançar a pia; ou seja, precisamos resolver dezenas de outros problemas com todo o resto da família para conseguir tirar o Jorel do lugar.
E assim como no desenho, que na maioria dos casos são episódios aleatórios de piadas, com arcos de história e às vezes até ação, neste jogo as coisas se repetem. Só que não acho que valha a pena exemplificar pra não perder a graça, pois pelo jogo ser bem curto, eu poderia estar entregando demais.
IRMÃO DO JOREL! IRMÃO DO JOREL! EU NÃO CONSIGO TE OUVIR!
Nem tudo aqui são flores de abacate. Uma das maiores graças do desenho era o trabalho dos atores de voz, que traziam muito do humor da série, o que não existe no jogo.
Em Irmão do Jorel e o Jogo mais Importante da Galáxia! no entanto, temos apenas uns grunhidos e risadas que, embora não seja de todo ruim, uma hora acaba tornando tudo muito silencioso demais e cansativo por nos limitar à leitura dos diálogos.
Se ao menos tivéssemos as frases de bordão dos personagens, como chegar na Vovó Juju e ouvirmos um “como o abacate, bem […]”, ou ter o grito da Lara chamando o Irmão do Jorel, ou sei lá, até um “Steve Magaaaaaal” do protagonista ao ver seu ídolo — nem mesmo para ter a única linha de fala do Jorel que é uma risada, teve.
Eu joguei imaginando ouvir as vozes deles do desenho animado na minha cabeça. O que pode desanimar também, principalmente os fãs do desenho, é a falta de certas músicas cantadas que estão creditadas, mas, na hora no jogo, tocam apenas os instrumentos.
Conclusão
Em uma somatória final, Irmão do Jorel e o Jogo Mais Importante da Galáxia! é um jogo curto e bem divertido, assim como um episódio do desenho, mas, sem a parte sonora marcante, que certamente não foi uma decepção, mas não acho que conseguiu bater quase todas as minhas expectativas, mesmo com algumas surpresas prazerosas.
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