Desenvolvedora: NIGORO
Publicadora: WayForward
Gênero: Duelos de tapa na cara de alta classe
Data de lançamento: 16 de abril, 2024
Preço: R$ 109,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela WayForward.
Revisão: Marcos Vinícius
Um dos privilégios de poder escrever sobre jogos em um site como o NintendoBoy, é que vez ou outra eu tenho a oportunidade de jogar algo como Rose & Camellia Collection. O que quero dizer é o seguinte: um jogo como este passaria longe do meu radar, talvez eu nem clicaria no trailer se aparecesse na minha homepage do YouTube, porém, aqui pelo site recebo o jogo para review e vou de cabeça aberta para a experiência, cheio de curiosidade e interesse para saber o que está sendo entregue aqui.
Se você tem apreço por jogos que não se levam a sério, acompanhe nesse texto a minha experiência com a série Rose & Camellia — dos mesmos desenvolvedores de La-Mulana — e entenda por que talvez não seja uma má ideia sair estapeando qualquer um que aparecer no seu caminho.
A diversão na simplicidade
Uma informação importante: a série Rose & Camellia é originalmente uma série de jogos em flash, projetados para você jogar no navegador do computador, e apesar do upgrade de apresentação neste relançamento, essa “raiz” flash ainda é bem evidente no produto final e isso não é um problema!
Se você curtiu a era de ouro do flash na internet, sabe muito bem algumas características que definem os jogos dessa época, como por exemplo o fato de serem simples e direto ao ponto, normalmente quem estava jogando podia entender como o jogo funcionava em segundos, sem a necessidade grandes tutoriais ou explicações. A série Rose & Camelia segue nessa linha, são jogos curtos e direto ao ponto, todos com a gameplay muito semelhante: batalhas de tapa que exigem reflexo do jogador.
Mas calma, que batalha de tapa não é bagunça! Na realidade, Rose & Camellia tem um sistema de turno, alternando quem estapeia e quem se esquiva, ou seja, seu objetivo é acertar os seus tapas e garantir que o seu inimigo não acerte os dele, com um bônus: se você desviar com sucesso, pode dar um “contra-tapa”!
E é isso! A coletânea conta com quatro jogos principais — sendo dois inéditos — e um cenário bônus que faz crossover com La-Mulana. Cada jogo tem cerca de 5 ou 6 oponentes para você estapear, e apesar de muito raramente ter alguma mecânica nova, a progressão de dificuldade é perceptível e justa, com inimigos tendo animações mais difíceis de prever e tapeando em velocidades diferentes.
E, nessa simplicidade de Rose & Camellia, nasce uma experiência divertida, você pode zerar todos os jogos desse pacote tranquilamente em um dia.
O papel do absurdo
O que amarra esse sistema de batalhas simples e divertido, é uma história propositalmente ridícula, que inclusive fica mais absurda nos jogos subsequentes.
No primeiro cenário você precisa derrotar as mulheres da família Tsubakikoji para assumir o papel de matriarca da família, nada demais, não é? Porém, quando chega no terceiro jogo a coisa escala tanto a ponto de a protagonista fazer uma viagem ao redor do mundo para enfrentar os melhores oponentes de tapa em cada país, o que acaba sendo absurdamente injusto na prática. .
A oponente britânica usava uma raquete para me estapear… mas com certeza a pior de todas foi a oponente da China: ela literalmente começou a chutar a minha personagem.
Toda essa história galhofa é contada entre as batalhas em segmento de “visual novel” dublado em japonês ou inglês. Aqui, novamente, Rose & Camellia merece reconhecimento, reconhecendo que a história passa longe de ser algo imperdível, os diálogos são curtos e direto ao ponto, além disso, o jogador tem a opção de pular os diálogos e ir direto para a próxima batalha.
O jogo tira sarro da estrutura clássica de jogos de luta tradicionais, em que a história tenta ao máximo forçar uma situação de conflito entre os personagens para justificar cada luta. Gostei do tom dos diálogos do jogo, tudo é levado na brincadeira e não há excessos.
Tem que se mexer
Não citei ainda aqui no texto uma das características principais desse lançamento da série no Switch: o uso do sensor de movimento. Eu literalmente tive que dar muitos tapas durante a jogatina, você usa o Joy-Con tanto para estapear quanto para desviar, o sensor funciona bem, nada demais e é exatamente o esperado para esse tipo de movimento simples.
A outra opção é usar o touch-screen do Switch no modo portátil, que transforma o jogo em uma experiência mais mobile. Me incomodou a ausência de uma opção para jogar apenas com botões, entendo que isso facilitaria muito o jogo mas penso que é sempre válido dar essa opção para que o jogador não ficarem preso a ter que se movimentar ou usar o modo portátil sempre.
Outra limitação é no modo para dois jogadores. Primeiramente achei estranho que o jogo exige que se utilize Joy-Cons do mesmo par para batalha VS, inviabilizando que dois jogadores utilizem joy cons direitos. Mas a pior limitação do modo VS é que o Player 1 fica limitado a escolher as heroínas, enquanto o Player 2 precisa escolher entre as vilãs. Isso acaba prejudicando o modo para dois jogadores, já que cada personagem tem diferentes características como ataques e quantidade de HP.
Não pense muito
Honestamente, Rose & Camellia não é um jogo feito para se escrever sobre, para buscar temáticas profundas e refletir sobre os temas abordados aqui.
Essa coletânea cumpre o seu humilde papel de ser divertido e simples, me levando de volta para uma era onde eu passava horas em sites como “Clickjogos” me divertindo de maneira despretensiosa, sem ficar analisando gameplay, gráficos, trilha sonora e toda essa coisa.
Por fim, Rose & Camellia Collection no Nintendo Switch é uma coletânea de ótimos jogos flash que vão deixar sua mão cansada de tanto estapear e se isso é o tipo de coisa que você gosta, vá em frente!
(Ah! E a versão de Switch inclui uma opening estilo anime com uma música original, acho que é essencial mencionar isso).
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