Review | SaGa Emerald Beyond
Erick Figueiredo 
Desenvolvedora: Square Enix
Publicadora: Square Enix
Gênero: RPG baseado em turnos
Data de lançamento: 25 de abril, 2024
Preço: R$ 264,90
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Square Enix.
Revisão: Marcos Vinícius
SaGa Emerald Beyond é o mais novo título da franquia SaGa, uma das séries de RPGs mais antigas do catálogo da Square Enix e que acaba passando despercebida por muitos fãs. A nova aventura aterrissa em diversas plataformas, incluindo o Nintendo Switch, trazendo um sistema de combate criativo e uma narrativa de múltiplas facetas.
A tênue linha esmeralda
A franquia SaGa tem uma forma diferente de apresentar sua narrativa em relação a outros títulos do gênero. Múltiplos protagonistas que seguem suas próprias jornadas, podendo ou não cruzar com outros em seus caminhos, e que ao fim de suas aventuras pessoais, podem acabar descobrindo um perigo ainda maior que acaba por fazê-lo se unir a outros protagonistas.
Em SaGa Emerald Beyond, a fórmula não é diferente. Temos 6 protagonistas distintos, cada um perseguindo sua própria missão que os fazem cruzar com um elenco robusto de diferentes personagens, incluindo outros protagonistas.
Iniciando-se um novo jogo, temos a disposição seguir a jornada de um dos seis heróis, sendo eles: O estudante Tsunanori Mido, que possui habilidades mágicas únicas e deve restaurar a barreira mágica de seu mundo; Ameya Aisling, uma bruxa em treinamento que tem sua mágica roubada e busca readquiri-la; Bonnie Blair e Formina Franklyn, uma dupla de policiais novatas que estão investigando uma tentativa de assassinato; Diva No 5, uma robô que perdeu sua voz e seu corpo; Siugnas, o Rei de um mundo das trevas que busca recuperar seu reinado das mãos de um traidor.
Cada personagem pertence a um mundo único e suas aventuras os levam a atravessar uma dimensão mágica a caminho de outros mundos. Apesar de cada protagonista ter uma jornada com começo e fim definidos, o caminho até o final está totalmente nas mãos dos jogadores. Ao longo de cada jornada, vários caminhos e opções ficam abertos com cada um levando os heróis a um rumo diferente e muitos só podem ser tomados uma vez, o que incentiva a múltiplas jogatinas com o mesmo protagonista para aqueles que gostam de ver tudo que um jogo tem a oferecer.
Terminando uma história é possível começar outra trazendo itens e outros status, ajudando assim a manter um senso de continuidade. A narrativa de múltiplas escolhas junto com a chance de poder continuar com seu save combinam muito bem com a jogabilidade de SaGa Emerald Beyond, que recompensa aqueles que continuam a evoluir e treinar os múltiplos personagens ao longo de diversos saves contínuos.
Uma saga cheia de combates
A franquia SaGa sempre se destacou por oferecer um sistema de evolução de personagens bem diferente do esperado em relação a outros JRPGs. No gênero, estamos acostumados a cada personagem ganhar experiência ao derrotar inimigos, ganhando níveis e melhorando seus status, além de desbloquear novas habilidades.
SaGa oferece um sistema totalmente diferente. Não existem níveis, nem experiência. Os personagens melhoram seus status e recebem novas habilidades conforme eles realizam ações em batalha. Use armas de curta distância como espadas e a força de tal personagem aumenta, por exemplo. Assim como utilizar um certo tipo de armas repetidamente, desbloqueia novas habilidades com ela.
Cada personagem tem suas próprias peculiaridades, mas não há nada que impeça que o jogador os desenvolva da forma que assim desejar. O sistema de SaGa pode ser um pouco confuso no início, e até arriscado para quem esteja acostumado com o estilo mais tradicional de outros jogos. Às vezes é difícil saber quando seus personagens estão prontos para uma batalha e um status pode demorar a aumentar. Tirando isso, o sistema de SaGa é interessante e bastante livre, permitindo uma vasta customização de seus personagens, incentivando o jogador a criar e customizar o grupo a sua maneira.
O combate em SaGa Emerald Beyond ocorre por turnos e utiliza um sistema de timeline para indicar as ações que serão tomadas pelos personagens controláveis e inimigos. Certas habilidades impactam a ordem das ações, e caso múltiplos personagens estejam próximos, um combo ocorre, em que todos atacam em conjunto, causando um alto dano aos oponentes. O mesmo ocorre com os oponentes, que podem combinar ataques e causar grandes problemas.
Além das combinações, também é possível realizar um movimento especial conhecido como Showstopper, onde um personagem pode realizar vários ataques seguidamente, caso esteja com espaço de sobra na Timeline. Basicamente, o sistema de combate de SaGa envolve estratégia e um bom gerenciamento de recursos e das ações que o jogador tem a sua disposição.
Além das habilidades, equipamentos e ações, personagens também podem habilitar novas skills e “funções” durante os combates. As funções servem para dar um boost extra nos status de seu personagem, com algumas funções até mesmo mudando sua aparência e lista de habilidades. De uma forma geral, customização é a palavra chave da jogabilidade SaGa Emerald Beyond.
Vencer os combates recompensa os jogadores com itens que podem ser utilizados para melhorar equipamento ou trocar por outros itens. Além disso, é possível aceitar os desafios de batalha do Mr.S, que recompensa o jogador com itens adicionais ao realizar certas ações ou completar batalhas de maneiras específicas, incentivando assim a criação de novas estratégias.
O sistema de combate é divertido, mas possui suas peculiaridades que podem ser consideradas um pouco ruins de forma geral. Não há como recuperar vida durante os embates, com personagens sendo ressuscitados e recuperando HP somente ao final do combate. Duelos contra bosses possuem um pouco de aleatoriedade em relação a como a Timeline se move conforme as batalhas se estendem, além é claro, de uma grande repetição em relação a animações dos ataques realizados por ambos aliados e inimigos.
A qualidade de um jogo SaGa
SaGa Emerald Beyond é um jogo de baixo orçamento. A franquia nunca foi uma das principais do catálogo da Square Enix, e suas expectativas sempre foram baixas. Enquanto gigantes como Final Fantasy e Dragon Quest entregam experiências memoráveis por seus visuais e sons, SaGa busca focar em outras partes, como a jogabilidade, para se destacar entre seus primos mais famosos e conhecidos.
Sendo lançado para celulares, PC e consoles, SaGa Emerald Beyond apresenta visuais razoáveis. O game utiliza cenários e modelos 3D’s para as batalhas, enquanto a exploração nos mapas misturam os modelos 3D com imagens 2Ds. Uma combinação que resulta em um estilo até interessante que faz com que cada local seja único e se destaque.
Todas as cutscenes do jogo ocorrem em formato de Visual Novel. O estilo artístico escolhido para as mesmas é um pouco estranho, especialmente com alguns personagens, como crianças. Existe dublagem aqui e ela é boa, assim como a trilha sonora que possui algumas melodias bem divertidas de se ouvir.
A versão de Switch de SaGa Emerald Beyond funciona sem muitos problemas, contudo, pude perceber alguns pequenos slowdowns jogando batalhas no modo portátil. De uma certa maneira, o jogo é perfeito para ser jogado deitado em sua cama ou relaxando com o portátil em sua mão.
Uma aventura para além das fronteiras de um JRPG tradicional
SaGa Emerald Beyond é uma opção interessante para novatos e veteranos da franquia SaGa ou quem curte JRPG e busca algo novo no gênero. Seu ponto alto é definitivamente sua jogabilidade, que oferece um vasto sistema de customização e bastante mecânicas que se interligam para oferecer algo que incentiva a criatividade e estratégia do jogador a cada duelo.
Infelizmente, mesmo que seu sistema de batalha seja o brilho aqui, outras áreas deixam bastante a desejar. Partes importantes como a história acabam ficando em segundo plano aqui, sendo não muito interessantes e até um pouco repetitivas em certos momentos. Os visuais e estilo artístico também tem seus altos e baixos, com personagens principais e mundos possuindo designs interessantes, enquanto NPCs e muitos oponentes são bem genéricos.
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