Desenvolvedora: dramatic create
Publicadora: HuneX / dramatic create
Gênero: Otome Visual Novel
Data de lançamento: 25 de fevereiro, 2021
Preço: R$ 199,00
Formato: Digital
O anúncio de Steam Prison -Beyond the Steam- me fez lembrar que eu nunca tive a chance de jogar o original. Já ouvi muita gente falando que era um belíssimo jogo; porém, uma coisa é você “ouvir outros”. Agora, você mesmo jogar e experimentar são outros quinhentos. Graças à HuneX, tive a oportunidade de jogar o Steam Prison original.
Uma terra onde seu casamento é pré-determinado
A história da Steam Prison começa com Cyrus Tystella, uma nobre garota que, após receber ajuda de alguém das forças militares, passou a admirar e quis seguir essa carreira, apesar de sua família querer que ela se tornasse uma governadora, como seu pai e seu falecido avô. Após ser aprovada em um teste para sua promoção, ela precisou fazer uma missão de observação em The Depths (Profundezas, em tradução livre), para onde são enviados os criminosos que violam a lei.
Não leva muito tempo até Cyrus ser exposta à forma de vida das Profundezas, que é muito diferente do que ela está acostumada a ver. Pouco depois dessa visita, no entanto, ela volta para casa, mas escuta um barulho de repente. Preocupada, ela vai até a sala de jantar e simplesmente perde a consciência.
Cyrus acorda várias horas depois, com seu pai e de sua mãe mortos no chão e, em sua mão, uma faca cheia de sangue, o que a torna a principal suspeita dos assassinatos. Antes de poder se defender, ela é levada como uma criminosa. Para onde? As Profundezas. E tudo isso em apenas dois dias.
Uma experiência aprimorada no Nintendo Switch
No Steam Prison original, havia cinco rotas no total, com a rota comum sendo dividida em diferentes segmentos: Guardião e Prisioneiro. Porém, a versão de Nintendo Switch inclui uma sexta rota que era originalmente servia como DLC.
O jeito que essas rotas são divididas é bem interessante. Após entrar em uma rota de um certo personagem, dependendo de como você fizer determinadas escolhas dentro dela, você entrará em um caminho completamente diferente. Até então, o único jogo que me recordo fazer esse tipo de coisa é The Crimson Flower that Divides: Lunar Coupling, também da HuneX.
Pra mim, esse tipo de “rota dentro de rota” pode ser um pouco frustrante no começo sem consultar um guia, especialmente considerando que, para desbloquear a rota do Fin, é necessário você ver pelo menos um final de cada um dos cinco originais. E existem quase cinco endings diferentes, com alguns até sobre personagens cuja rota nem é deles.
Muito conteúdo extra para aproveitar
Com o anúncio do fandisk previsto para o final desse ano, não imaginei que o Steam Prison original teria muitos extras além de talvez um epílogo ou dois de cada final, e só. Mas me surpreendi com a quantidade de conteúdo adicional aqui, desde epílogos a pequenas histórias que você libera conforme vai passando pelas rotas do jogo. Sério, eu me pergunto que tipo de conteúdo teremos no fandisk, pois a quantidade de cenários bônus que temos aqui é bem farta.
Além disso, existe um profile com um playback das vozes dos personagens sobre o que eles acham da protagonista, além de uma breve introdução e uma seção onde eles falam sobre os vários outros personagens. incluindo aqueles que não necessariamente aparecem na rota que você escolheu. Ademais, digamos que essas vozes não possuem sequer uma legenda para acompanhar. Eu até consigo entender mais ou menos, mas até eu posso admitir que é bem difícil você aproveitar esse conteúdo sem saber japonês.
Uma protagonista bem divisiva para um otome
Cyrus me lembra muito a Hibari de Variable Barricade, em muitos aspectos. Por mais que tente entender, ela é totalmente “ignorante” sobre como as coisas funcionam mundo afora, e sua vontade de salvar a todos os fracos faz dela uma ótima protagonista na minha opinião, uma na qual eu consigo me ver. Eu até que gostei dela, mas também percebo o quanto ela pode ser divisiva para fãs de otome.
Mas veja bem: Cyrus foi criada em uma sociedade em que o governo decide com quem você se casa desde o início, e o prólogo deixa isso bem claro. Porém, assim que ela desce às Profundezas, percebe rapidamente que o mundo não é como ela pensava, e eu, sinceramente, adoro como a história é conectada à sua personalidade.
O rítimo da história deixa bastante a desejar, porém. Às vezes, certos elementos da narrativa não fazem sentido, e acho que parte dessa culpa é devido à tradução, que de vez em quando utiliza um tom muito literal que, honestamente, não é RUIM, mas eu acho que faltou um pouco de edição.
Além disso, talvez o que me incomodou bastante é que a HuneX optou por usar a fonte padrão do Nintendo Switch em vez da fonte usada na versão da Steam. Não estou dizendo que a fonte do Nintendo Switch é horrível, mas ela não combina nadinha com o aspecto steampunk que Steam Prison tenta trazer. Uma pena, considerando que existem múltiplas fontes serifadas que poderiam ser perfeitas.
Uma história repleta de coisas para fazer e ler
Steam Prison é um jogo que tem um ótimo enredo, com seus personagems e suas rotas revelando detalhes e plot twists que me deixaram até mesmo curioso para saber como tudo terminaria. Embora Cyrus possa ser uma protagonista que divide opiniões, sinceramente não acho que ela seja tão ruim assim.
Claro que o ritmo da história deixa um pouco a desejar, com alguns pontos da trama que acabam não se desenvolvendo totalmente (ou pelo menos não tão bem quanto os personagens) e a tradução também sofrendo com alguns erros de digitação, que são pequenos.
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