
A série Atelier celebra neste mês de maio 25 anos de existência, marcando a estreia de Atelier Marie: The Alchemist of Salburg para PSOne no Japão, o primeiro trabalho da ainda popular série de JRPG sobre alquimia feita pela Gust, e que hoje coleciona mais de 30 jogos [contando os spin-offs].
Embora fãs de longa data tenham começado Atelier pela trilogia Iris ou fãs mais recentes pela popular duologia estrelada pela travesa Reisalin Stout, foi a partir da série de jogos Salburg que todo conceito do que conhecemos hoje em Atelier foi estabelecido, contudo nunca antes lançado fora do Japão.
Com a celebração de uma idade tão importante para a franquia Atelier, talvez seja o momento certo para que Koei Tecmo tire as amarras de Atelier Marie: The Alchemist of Salburg junto de Atelier Elie: The Alchemist of Salburg 2 e Atelier Lilie: The Alchemist of Salburg 3, para que assim fãs de todo o mundo possam conhecer essas pérolas que são de grande importância. E claro, com a chance de chegar ao Nintendo Switch assim como diversos título passados chegaram na sua forma DX.
1 — A importância histórica dos jogos

Apesar da franquia Atelier só ter sido lançada em inglês a partir de Atelier Iris no PS2, os primórdios da série datam de 1997. Em meio a um universo de RPGs centrado principalmente em contos épicos de rapazes fortes em suas jornadas pessoais de superação e vingança, a Gust trazia para a frente a história das alquimistas. Essas pessoas criam itens essenciais para a população comum assim como para os exploradores que mantêm a paz das regiões.
Esse conceito deu origem a um formato especial em que a criação de itens em vez de ser apenas um elemento extra era a mecânica central do jogo. Com um forte aspecto de gerenciamento de tempo, as obras também refletiam o aspecto cotidiano de suas protagonistas femininas. Todos esses elementos faziam da série algo muito único em meio aos títulos de PS e há até quem acredite que justamente por isso, ela só foi ter a oportunidade de ser lançada no Ocidente no primeiro jogo a praticamente abandonar todos esses aspectos.
2 — Marie, Elie e Lilie: três alquimistas carismáticas
Ao se falar de Atelier, é impossível não pensar em suas protagonistas fofas e carismáticas, cujos trejeitos e personalidades as tornam muito especiais. Apesar dos jogos de Salburg não terem sido lançados em inglês, suas protagonistas marcaram presença em títulos como Nelke & the Legendary Alchemists ~Ateliers of the New World~.
Conheçam um pouco mais sobre elas:
- Marlone

Marlone é uma estudante de alquimia na Salburg Academy que veio do campo para a cidade, normalmente a chamam de Marie. Contudo, Marie parece falhar constantemente no uso de alquimia, não importa o quão otimista e esforçada ela possa ser – consequentemente obtendo as piores avaliações da história na escola.
Marie parece ser despreocupada apesar de tudo, e sua atitude aberta e indulgente faz com que ela possa fazer amizades com qualquer pessoa, mesmo aqueles que um dia a magoaram.
Em relação a alquimia, Marie acredita que a pratica vai além da criação de ouro e deseja encontrar o verdadeiro significado disso. Ela também é fascinada por explosivos.
- Elfir Traum

Uma garota de uma pequena vila que se matricula na escola de alquimia Salburg Academy após ser salva por Marlone. No entanto, o fato de Elie passar por pouco ao prestar vestibular pela academia, Elie se desanima e passa a ficar em um ateliê anteriormente pertencente a Marie.
Elie é pontual e confiável, mas pode se atrapalhar bastante quando fica nervosa. Ela tem uma certa paixão por doces, especialmente cheesecakes, embora seja bastante rígida quando se trata na criação deste doce pelo jogador.
Elie é uma pessoa gentil que sempre trabalha duro, embora seja um pouco ingênua. Ela está determinada a se tornar uma grande alquimista e a ajudar os outros.
- Lilie

Lilie chega em Salburg na intenção de construir uma academia de alquimia no Reino, já que naquela terra a alquimia está severamente subdesenvolvida a ponto do povo de Salburg sequer ter visto algo como aquilo. Vale ressaltar que suas aventuras antecedem às de Marie e Elie.
Lilie é uma aspirante a alquimista da cidade de Kenntnis, na Ilha de El Bador, lugar que reside outros alquimistas talentosas. Ela é muito amigável e extrovertida, e facilmente fará amizades que a ajudarão na causa. O objetivo de Lilie é reunir fundos para que assim possa construir a academia de alquimia.
3 — Marie e Elie são figuras de grande importância para a série no Japão

Mesmo com tantos jogos lançados ao longo dos anos, as protagonistas Marie e Elie ainda são uma marca fundamental da franquia. Não só os seu jogos receberam versões para PS, SEGA Saturn (no caso de Marie), PS2 e Dreamcast, como também foram feitos spin-offs para Game Boy, Wonderswan e Game Boy Advance. Marie esteve até mesmo presente no título crossover de PS3 Cross Edge como representante de Atelier.
Em um ranking de popularidade de 2018, Marie e Elie figuraram no top 10 nas posições 9 e 10 respectivamente. Considerando a grande quantidade de títulos anuais, é perceptível que elas são figuras bastante relevantes e é uma pena que seus jogos ainda não estejam disponíveis oficialmente em inglês.
4 — Uma chance de entender a origem da proposta de Atelier
Uma característica importante da franquia Atelier é que cada jogo consegue renovar o seu conceito de gameplay e história. Para uma série de lançamentos anuais e com um foco bem claro numa mecânica de síntese de itens e num formato slice of life de história, é até surpreendente tamanha maleabilidade.

Nesse sentido, fica a questão de entender como tudo começou. Infelizmente, por seus lançamentos iniciais no Ocidente seguirem um modelo muito diferente do atual, muitos jogadores acabaram erroneamente tratando títulos como a trilogia Arland como uma tentativa de adicionar elementos para vender a série para otakus que só gostariam de apreciar mais as fofas garotas.
Com os jogos originais em mãos, fica mais fácil ver como vários elementos de Atelier Rorona e seus sucessores na verdade sempre estiveram presentes na franquia e eram parte de uma essência que foi deixada de lado em alguns jogos de PS2. O lançamento dos títulos ainda inéditos de Atelier no Ocidente é uma reparação histórica que finalmente permitiria um mapeamento da evolução da franquia ao longo do tempo.
5 — Um lançamento ocidental após 25 anos
Com 25 anos de história e um caminho marcado por vários RPGs de alta qualidade, o aniversário é o momento perfeito para trazer de volta as alquimistas originais de volta ao holofote. A Koei Tecmo tem feito vários relançamentos no formato DX (deluxe), tendo já coberto todos os jogos da franquia Atelier do PS3 para cá. Outros jogos como Monster Rancher também tiveram esse tratamento.
Como parte das comemorações, temos vários projetos ainda não anunciados, que podem ser jogos ou não. Porém, este seria o momento ideal para celebrar a história da franquia dando esse tratamento também a jogos que nem sequer haviam sido lançados em inglês ainda e a trilogia Salburg como origem de tudo é uma excelente opção.