Desenvolvedora: Intelligent Systems
Publisher: Nintendo
Lançamento: 20 de Janeiro, 2023
Prévia feita com cópia adquirido pelo redator.
Revisão: Marcos Vinícius
Estreando o ano de 2023 da Nintendo, Fire Emblem Engage prometeu a fãs uma jornada em moldes mais clássicos à franquia, causando rixas na comunidade. Tendo uma clara e impressionante evolução técnica em comparação a seu antecessor, Fire Emblem: Three Houses, sua recepção se deu de forma mista, dividida entre aqueles que preferem um desenvolvimento maior do combate e aqueles frustrados pela redução da intimidade por conversas de support. Dois dias após seu lançamento, e mergulhado inteiramente em seu mapa e em seus personagens, pensei em escrever um rápido texto com as impressões iniciais de quem ainda está tomado pelas dúvidas se o jogo vale ou não à pena.
Dividirei o texto em pequenas porções para abordar as impressões de que já fui capaz de experimentar. Antes de tudo, contudo, é importante frisar que não busco, aqui, escrever uma review detalhada (esta estará disponível em algum outro momento no site, fiquem de olho em nossas redes para serem notificados), e no máximo terei a pretensão de compartilhar meu encanto e meus receios desenvolvidos em pouco menos de 10 horas de jogatina. Vamos, primeiro, à narrativa.

Sem qualquer spoiler, a narrativa de Fire Emblem Engage parece se pautar na fórmula mais básica dos títulos anteriores. Reinos em guerra, invasões a palácios e mortes impactantes, que motivam o caminhar da trama, é o que pode-se esperar da abertura do jogo, que em momento algum busca diferenciar-se de seus antecessores, homenageando-os por sutis acenos. Não tão sutil assim são as aparições de personagens de jogos anteriores, aqui aparecendo como espíritos convocados em anéis e braceletes, mas já vamos a esses.
A narrativa episódica de Fire Emblem: Three Houses, para o bem ou para o mal, foi deixada para trás, resgatando um sistema de seleção de fases com um mapa-múndi que se abre com parálogos e missões opcionais, facilitando a fortificação de seu exército. Voltamos a um título onde, para obtermos personagens, é importante interagir com o mundo à volta, visitando casas e conversando com unidades no campo de batalha.
Assim, muitos personagens vão ter seus arcos e motivações próprias, não necessariamente ligando-se à trama principal diretamente. Essa interação convida o jogador a ser criativo em seu “head canon”, fazendo-o conhecer personalidades diferentes e fazendo-o observar a interação entre personagens, criando vínculos muito ligados a jogatina individual, o que apenas enriquece a experiência.
Falando nestas, devo destacar que muito me agradaram os supports até agora, humorísticos na medida certa e cativantes. Com a inclusão do Somniel, ainda, um Hub aos moldes do monastério de Three Houses ou do acampamento de guerra de Fire Emblem Warriors: Three Hopes, onde podemos fazer personagens se exercitarem, comerem e criarem laços, confesso ter ficado bastante satisfeito com a proposta de interação de novos personagens.

Quanto aos supracitados “cameos” de jogos passados, ainda estou formulando meus sentimentos. Em um primeiro momento, devo dizer que adorei ver a inclusão de personagens formando duplas, aproximando-se muito mais da proposta de Tokyo Mirage Sessions #FE à Fire Emblem: Warriors. Os supports dos icônicos personagens estão mais vinculados ao último, com comentários mais ou menos genéricos para não influenciarem tão diretamente a história, mas a mecânica em si é muito próxima do primeiro. Agindo como “Personas”, aumentam stats em batalhas, disponibilizam habilidades únicas e mudam por completo o jogo tradicional.
Não os vejo como rasos, no entanto, especialmente no que diz respeito à DLC disponível com o lançamento, com a inclusão dos líderes das casas de Fire Emblem: Three Houses e com missões extras ao redor de Tiki, de Fire Emblem: Shadow Dragon. Nelas, as personagens dialogam e interagem durante a batalha, mostrando uma conexão intrínseca do novo jogo com as obras pregressas. Em suma, portanto, estou esperançoso para ver onde a jornada vai me levar, ao mesmo tempo em que estou ansioso para apreciar cada momento dela.

O ponto alto do jogo sem dúvidas está em seu combate e em seu visual. Aqui, os mapas são integrados de forma incrível ao combate, com golpes que quebram cercas ao atirar oponentes contra elas, animações vívidas e extremamente bem animadas e com uma direção de arte dedicada e preciosista. Com uma apresentação impecável, o combate clássico da franquia aqui retorna melhor do que nunca, porém com adições que apenas melhoram a experiência: além dos anéis e braceletes temos novas classes e um level design em cada fase extremamente convidativo a novas estratégias.
Apenas devo alertar: o modo difícil é realmente difícil, e algumas batalhas longas neste modo podem acabar em um reset para poupar unidades. Por sorte, os desenvolvedores mantiveram a mecânica de voltar no tempo para corrigir movimentos (aqui melhorada) e deram a possibilidade de alterar a dificuldade.

Assim, concluo minhas primeiras impressões de Fire Emblem Engage. É uma obra que agrada tanto novos quanto antigos fãs, honrando a franquia enquanto mantém suas adições recentes, fazendo-me sempre voltar a Fire Emblem: Awakening como comparativo. Agora, apenas espero que minhas impressões positivas se mantenham até os créditos da obra.
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