
Desenvolvedora: Night School Studio
Publicadora: Netflix
Data de lançamento: 12 de julho, 2023
Preço: R$ 101,24
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Netflix.
Revisão: Davi Dumont Farace
Fantasmas, viagem no tempo, e sentimentos são os temas principais de Oxenfree. O primeiro jogo foi lançado em 2016, e sua sequência está confirmada desde 2018, mas só em 2023 pôde ser lançado. Pra mim, a espera valeu a pena.
Caso você não conheça o primeiro, vale dar uma passada no YouTube e assistir a gameplay ou mesmo “Oxenfree – Game Movie”, que o canal Gamer’s Little Playground compilou as cenas importantes para quem só quer acompanhar a história, o que é o foco da saga. Eu mesmo o fiz, pois depois de tantos anos, não lembrava dos detalhes.
Agora vamos ao jogo novo, OXENFREE II: Lost Signals é uma sequência, de OXENFREE. Se você não jogou o primeiro, não tem muito problema, mas algumas coisas vão ficar meio no ar. Claro que você pode sim jogar na ordem que quiser, já que afinal, brincamos com o espaço tempo, então meio que isso não significa muita coisa, mas sim, existem pontos que se tocam.

Visto que é Story Driven, vou tentar ao máximo evitar spoilers, inclusive nos prints, mas se algo escapar, me desculpem. Eu estou tentando entregar mais sobre como foi a experiência do que que a história, pois realmente cada jogador vai ter que decidir suas escolhas por si só.
Cinco anos depois dos eventos de OXENFREE, Riley volta à sua cidade, Camena, para investigar sinais de rádio misteriosos.
As TVs ligam e desligam do nada. Os aviões perdem o sinal do radar. As estações de rádio não conseguem fazer transmissões. Na pequena cidade litorânea de Camena, ondas eletromagnéticas anormais estão causando interferências nos equipamentos elétricos e de rádio. Relutante, Riley Poverly volta à sua cidade natal para investigar esse mistério, mas o que ela descobre é maior do que poderia imaginar.

Sintonizando
De forma bem direta, Oxenfree, tanto o 1 quanto o 2, são jogos quase que puramente narrativos, baseado em decisões que você toma ao longo da história. A temática, embora brinque sim com viagem no tempo, é uma história de suspense e fantasmas, e o foco dos personagens principais são as relações interpessoais e familiares. Seu passado, presente e futuro se baseia nas suas escolhas de diálogo, podendo mudar se os demais personagens gostam ou não de você, se vão ou não te ajudar.
A jogabilidade se resume a andar pelo cenário, escalando encostas, pulando pedrinhas no rio, atravessando pontes, mas nada disso exige habilidade, timing, prática nem nada, é apenas uma ferramenta para sentir que você está participando, dar tempo à narrativa e aos diálogos acontecerem, e te dar a opção de o que fazer primeiro, o que pode mudar algumas coisas na história. Pra não dizer que não tem nada, alguns minigames de alinhar desenhos existem aqui e ali, além de alguns tesouros escondidos, que são páginas de um diário escrito trazendo informações sobre o local e antigos moradores.
Para interagir com o sobrenatural, usamos um rádio, que na frequência certa pode se conectar com o outro lado, sintonizando com portais temporais, ou com os próprios seres. O jogo anterior explorou isso um pouco mais veementemente, mas o aproveitamento desse recurso é muito mais visível aqui,sendo quase uma ferramenta para os protagonistas. Ok que eles aceitaram e aderiram rápido demais ao risco, mas funciona bem.
As escolhas nesse aqui mudam mais o desenrolar dos fatos, até certo ponto. Na verdade é um tanto difícil dizer sem jogar e re-jogar várias vezes, testando diferentes rotas, mas a impressão que passa é que sim, as decisões aqui tem um peso maior. Só voltei algumas cenas para confirmar isso, mas não tenho certeza do impacto que cada opção teria me dado ao final da história toda.

Vou logo tirar isso do caminho – pontos técnicos
Como ponto negativo destaco que as frases nem sempre são o que você esperaria. O balão de seleção te fornece 3 opções com poucas palavras, indicando parte da resposta, mas ao seleciona-la, Riley fala um tanto a mais, e pode mudar completamente o que você tinha interpretado, podendo até prejudicar o seu objetivo.
Outra coisa que me incomodou um pouco é a velocidade lenta da caminhada. Poder correr iria cair muito bem, facilitando a exploração, mas nada que seja um horror, pois esse pacing lento, a vibe de caminhada na mata e fantasmas te perseguindo corroboram para a atmosfera e imersão.
Quanto aos gráficos e sons, na verdade é um misto de sentimentos, pois os modelos e cenários tem um estilo muito próprio e interessante, mas às vezes tive um pouco de dificuldade de focar quando no modo portátil. Poderia ser ligeiramente maior. Trilha sonora é agradável e funciona, os efeitos sonoros que são as estrelas, muito bem colocados.

Superando expectativas
Enquanto o primeiro título é um jogo curto, de 4 horinhas apenas, bem tranquilo e não muito assustador, o segundo já dá uma estendida em diversos fatores. Não sobre o terror em si, mas o mapa é enorme, além de áreas escondidas, como as cavernas. Temos mais grupos de personagens aqui, com até algumas “teorias da conspiração”.
Embora eu tenha gostado muito do primeiro, e esperava sim por Lost Signals, nunca achei OXENFREE revolucionário nem nada do tipo, apenas bom. Mas esse segundo título me manteve interessado desde o início, e te faz sentir o tempo passar de uma forma diferente. Às vezes mais rápido, às vezes mais devagar, o que é uma coisa muito interessante num jogo dessa temática.
Ah, vocês devem ter notado pelas imagens que toda legenda e menus do jogo estão em português do Brasil, certo? O áudio segue em inglês, mas é bastante simples e bem articulado, servindo ainda para exercitar o ouvido para o idioma das terras do Tio Sam.
Prós:
- Temática bem explorada;
- Faz jus ao OXENFREE original, mantendo a obra coesa;
- Suporte ao idioma Português do Brasil o torna bastante acessível.
Contras:
- Velocidade de andar é muito lenta;
- Tópicos das falas são diferentes das falas em si.
Nota Final
8,5
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