Review | Mamorukun ReCurse!

Desenvolvedora:
Publicadora:
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Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:

G.rev, City Connection
Clear River Games
25 de setembro, 2025
R$ 134,99
Digital
Shoot ‘em up
Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, PC

Desenvolvedora: G.rev, City Connection
Publicadora: Clear River Games
Gênero: Shoot ‘em up
Data de lançamento: 25 de setembro, 2025
Preço: R$ 134,99
Formato: Digital
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, PC

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Clear River Games.

Revisão: Manuela Feitosa

Em certo momento, a indústria parece ter esquecido que o objetivo central dos jogos é entreter. Seja derrotar monstros sombrios criados pela sua mente distorcida em busca da sua esposa, criar uma grande massa de objetos para reviver as estrelas e planetas do universo ou enfrentar uma tartaruga dragão gigante em uma aventura cheia de poderes doidos com seu irmão encanador — tudo parte do ponto onde, através da experiência imersiva dos joguinhos, podemos nos divertir vivendo diversas vidas que de outro modo não seriam possíveis.

Independente do escopo, se foi desenvolvido por uma pessoa no Acre ou duas mil pessoas em Massacguseets (Ohaio), se o game provocou você, se ele despertou algo, seja positivo ou negativo (excluindo problemas técnicos, claro) ele cumpriu sua função.

Mamorukun Curse! é um cute ‘em up que segue bem essa premissa. Como um bom isekai das antigas, onde um grupo improvável de pessoas deve se juntar para combater um mal em comum para assim voltarem para casa, se você pensou em Caverna do Dragão sinto te decepcionar, mas estava citando El Hazard.

Passando por cenários que misturam o folclore e o icônico período feudal japonês, fazendo amizades improváveis e descobrindo que nem todo mundo é o que diz ser, o game retorna aprimorado na versão “ReCurse!” para ser condizente com os padrões atuais juntamente com o conteúdo extra oferecido em seu lançamento original em arcades e, nos já clássicos, PlayStation 3 e Xbox 360. Com essa nova roupagem, Mamorukun ReCurse! estaria apto a competir entre os títulos atuais do mesmo gênero?

Salvando o mundo (dos outros) para voltar para casa

O jogo conta com 3 modos principais: Story, Arcade e Netherwolrd Adventures. No primeiro deles (Story) temos a narrativa que relata as desventuras dos nossos heróis em um mundo desconhecido e cheio de mistérios. Assim que chegam no Netherworld, Mamoru e os outros são recepcionados por Fululu, uma entidade espiritual que guia nossos heróis através dos cenários que serão palcos das batalhas.

A jogabilidade aqui já começa a se diferenciar de outros shmups. Cada personagem de sua party funciona como uma vida, havendo também a possibilidade de realizar trocas durante a gameplay, facilitando o enfrentamento dos inimigos com os tipos de projéteis mais adequados de cada personagem.

Além do tiro regular, temos o Curse, que seria o equivalente do jogo para o “Special” em outros shumps. O seu comportamento depende de como o comando é acionado. Se segurar o botão até a barra “curse” ficar preenchida, seu personagem irá disparar um tiro concentrado. Se apenas clicar, além de varrer os projéteis inimigos potencial um tempo, um círculo mágico é formado próximo ao personagem. Ao adentrar no círculo é liberado para uso uma versão aprimorada do tiro base que pode ser usada durante um breve momento. Fica a critério do jogador escolher a melhor forma de usar os poderes “Curse”.

Caso perca um de seus personagens é possível recuperar seu spot de uso uma vez que encontre corações, que aqui funcionam como vidas. Eles ficam em posições estratégicas e podem ser de difícil acesso. Por se tratar de um cute n’ up vertical, após progredir verticalmente nos cenários não é possível retroceder, porém em compensação o jogo incentiva que o jogador explore lateralmente os cenários e encontre tesouros ou a morte certa, dependendo da sorte e bom senso do jogador.

O modo Arcade é como o próprio nome sugere. Ele possui uma gameplay similar àquela que os sortudos que puderam experimentar o jogo nas máquinas de arcade. Você escolhe apenas um único personagem e se aventura pelos vários cenários disponíveis. É nesse modo onde temos um tutorial animado das mecânicas do jogo. Você pode descobrir os comandos enquanto joga sem problemas, mas vale para aqueles menos seguros com os comandos.

Outra diferença é que existe um timer no canto esquerdo da tela, então seja rápido a ponto de conseguir terminar a fase a tempo mas não tão rápido a ponto de cair nas armadilhas do inimigo. Para você não arrancar tanto os cabelos de ansiedade é possível coletar itens, semelhantes a uma pílula de remédio, que dão mais tempo a você. Para os boomers de plantão, esse é o que considero ser o modo mais próximo da jogatina de outros shmups, então se aventurem por aqui, ok?

Finalmente temos o lodo Netherworld Adventures, nele o objetivo não é necessariamente ser o melhor, mas sim ser bem sucedido nos estágios cumprindo o que é pedido no desafio. Ele é um mix das mecânicas do Story e Arcade mode, pois você pode escolher mais de um personagem (três, no caso), mas ainda assim existe a mecânica de tempo. Recomendo este modo quando estiver experiente o suficiente no jogo a ponto de entender que está perdendo vidas pela própria falta de habilidade sem culpar o coitado do jogo.

Vestido a caráter para novas audiências

Quem nunca se pegou pensando “poxa, se esse jogo recebesse um tratamento semelhante a um remaster, poderia ser vendido tranquilamente nos dias atuais.” Nem sempre a nostalgia é o suficiente para justificar um relançamento. Com a oferta atual de jogos é completamente normal um título querido voltar e mal ser notado, em meio a uma tonelada de lançamentos que chegam na eShop toda semana, seja você dono de um Nintendo Switch 2 ou do modelo original.

Aqui os desenvolvedores de Mamorukun ReCurse! acertaram em cheio, os comandos difíceis foram” consertados” nessa nova versão, o conteúdo extra que antes era DLC foi incluído no pacote e por fim extras para os mais curiosos (como o redator que vos fala). Vamos por parte para não deixar a minha empolgação prejudicar o entendimento de vocês

Em seu lançamento original o jogo possuía uma leve, mas importante diferença na mira. Os projéteis eram disparados na direção em que a cabeça do personagem estava virada. A fim de se testar qual jogabilidade era mais confortável eu escolhi a original pensando que seria uma boa para mostrar as diferenças aqui para vocês. O resultado foi bem frustrante, pois jogar escolhendo essa jogabilidade é quase como adicionar um hard mode. Testem por sua livre e espontânea vontade de passar raiva.

Já a jogabilidade modernizada transformou o jogo em um twin stick shooter, dando a alavanca direita do controle a função de atirar e mirar os projéteis. Apenas lendo esse detalhe pode parecer bobo a princípio, mas ao testar as duas jogabilidades diferentes é nítido como essa pequena adição foi um ponto de virada no quesito ser amigável ao jogador.

Além da jogabilidade, outro ponto que reclamo bastante nos relançamentos de shmup é a falta de conteúdo extra, coisa que aqui estou impedido de fazer por conta da extensa galeria que foi adicionada. E não, não está tudo desbloqueado desde o início. Assim como os incas, maias e astecas, será necessário jogar para desbloquear os itens da galeria de imagens que contam tanto com ilustrações originais dos personagens quanto como o design do chefe e como funciona seu comportamento de ataque.

Um retorno muito bem vindo

A sensação que tenho com tive ao jogar Mamorukun ReCurse! é de uma nostalgia tremenda. Eu não conhecia o título até então, mas a forma descompromissada e positiva em como tudo no game é comunicado e desenhado me entreteu a ponto de praticamente me transportar de volta a tempos mais simples, onde o grande desafio era voltar pra casa a tempo de assistir o seu anime favorito.

Claro que nem tudo são flores. Parte do time que cuidou da interface do usuário pecou em certos pontos, como o tamanho de alguns elementos do hud em relação à tela e da proporção dos textos. Existem áreas que até jogando no modo TV a leitura e entendimento dos elementos é comprometida.

Ao mesmo tempo que as adições de qualidade de vida tornam o jogo contemporâneo, de certa forma, o mais importante não foi alterado, aquilo que torna ele uma gema de tempos longínquos: a diversão. Separe algumas de suas moedas de ouro, entre na eShop e compre essa delícia de jogo. Sem ressalvas ou poréns, apenas se divirtam!