
Desenvolvedora:
Publicadora:
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Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Playtonic Games
Playtonic Games
09 de outubro, 2025
R$ 163,80
Físico/Digital
Plataforma 3D | Collect-a-Thon
Nintendo Switch 2, PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
Desenvolvedora: Playtonic Games
Publicadora: Playtonic Games
Gênero: Plataforma 3D | Collect-a-Thon
Data de lançamento: 09 de ou
Preço: R$ 163,80
Formato: Físico/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2, PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela Playtonic Games.
Revisão: Lucas Barreto
Eu acredito que não tenha maneira mais justa de iniciar esse texto senão dizendo que eu não gosto de Yooka-Laylee. O jogo, desenvolvido por ex-funcionários da gloriosa Rareware, nasceu como um projeto no Kickstarter com o objetivo de criar um novo collect-a-thon 3D inspirado em Banjo-Kazooie, algo que fica bem óbvio até pelo nome. Dizer que o projeto foi um sucesso não seria exagero nenhum: se o objetivo da Playtonic Games era conseguir 175 mil euros, eles acabaram conseguindo mais de 2 milhões e todas as metas estabelecidas foram quebradas até que com certa facilidade.
E é por isso que, quando o jogo foi lançado em 11 de abril de 2017, e a recepção, tanto crítica quanto pública, foi tão mista, eu fiquei bem surpreso. Mas quando eu joguei o jogo deu pra entender completamente: ao invés de ser uma modernização do gênero platformer collect-a-thon popularizado por títulos como Super Mario 64 e Banjo-Kazooie, Yooka-Laylee parecia muito mais um jogo de 1998, só que com um visual moderno. O design de níveis era exageradamente grande, vazio e confuso — algo que poderia ser impressionante para o N64 em jogos como Banjo-Tooie e Donkey Kong 64, mas que já não impressiona mais hoje —; muitos dos objetivos eram repetitivos; problemas de câmera eram comuns e o jogo, no geral, só era bem cansativo de se jogar mesmo, e por uma série de outros motivos.
E é pensando nisso que a existência de Yooka-Re-Playlee, pra mim, é tão relevante e impressionante. Yooka-Laylee é um jogo bem falho, mas ainda assim é bem moderno — não tem nem 10 anos de idade! E mesmo assim a Playtonic Games tomou a decisão um tanto ousada de recriar seu primeiro jogo na tentativa de, quem sabe, corrigir alguns de seus problemas e transformá-lo numa experiência mais sólida. Mas teriam eles atingido esse objetivo com sucesso, ou Yooka-Replaylee segue sofrendo dos mesmos problemas que seu originário?
“A lizard and a bat, what’s up with that?”
Em Yooka-Replaylee, nós acompanhamos a dupla… Yooka e Laylee (chocante, eu sei): um camaleão e uma morcega, respectivamente. Um certo dia, ambos navegavam pelo mar com seu navio em busca de tesouro, mas acabam se deparando com uma tempestade que os leva até uma misteriosa ilha: lá, eles encontram um livro falante chamado… “O Livro”. O Livro explica que ele é um ser mágico, e que tudo que é escrito nele se transforma em realidade. Não demora muito até que o vilão do jogo, Abélio Lucralto, um CEO tirano de uma empresa multimilionária, faça uma tentativa de sequestro ao livro que, num ato de desespero, espalha suas folhas ao redor do mundo.

O objetivo de Yooka e Laylee agora é recuperar as folhas espalhadas pelo mundo e impedir que o maligno Abélio Lucralto coloque suas mãos no livro completo. Claro, a narrativa em si não é nada muito envolvente nem complexa, mas Yooka-Re-Playlee tem aquele mesmo charme nos diálogos que os jogos da Rare, como Banjo-Kazooie, tinham: os personagens são extremamente carismáticos e cada um dos diálogos é imprevisível e engraçado. Yooka e Laylee são simplesmente uma fonte de personalidade e formam uma dupla bem dinâmica — Yooka sempre com seu otimismo característico e Laylee sempre debochada; de novo, bem inspirado em Banjo-Kazooie.

Esse é um dos aspectos do jogo original que eu sempre gostei bastante, então notar que eles não fizeram grandes mudanças na estrutura da história me deixou bastante contente. Adicionaram alguns diálogos novos, mas a história geral é a mesma do começo ao fim. E dessa vez com um bônus: tudo completamente localizado em português brasileiro!
Gameplay revigorada!
Bem, como dito anteriormente, Yooka-Re-Playlee é um collect-a-thon inspirado nos clássicos jogos da Rareware para o Nintendo 64, mais especificamente em Banjo-Kazooie. O que se esperava em 2017 era uma modernização completa do gênero com o mesmo charme que aqueles jogos antigos tinham. Yooka-Laylee tinha um problema bem grave: o jogo não tinha exatamente um ritmo muito bom. Os mundos eram grandes demais e, em comparação a isso, pareciam não apenas ter muito pouca coisa pra coletar, como também diversos objetivos repetidos, e a movimentação dos personagens principais não ajudava: tudo era bem lento, escorregadio, com inércia e momentum demais — e isso deixava a experiência desagradável.

Por sorte, em Replaylee tudo isso foi corrigido! Sim, os mundos seguem bem grandes, mas agora eles também possuem bem mais coletáveis! Se antes todos os mapas do jogo tinham cerca de 25 Folhins (o equivalente às estrelas do Mario 64, ou os Jiggies de Banjo) para você coletar, agora esse número dobrou para 50! Isso faz com que cada segundo de exploração seja incentivado e recompensado, e o tamanho do mundo pareça mais justificado.
Como resultado de ter 25 missões adicionais, elas também são bem mais variadas. Claro, algumas ainda vão se repetir: as missões de moedas verdes e vermelhas, por exemplo, são bem comuns e aparecem em todos os mundos do jogo, mas a variedade de ideias apresentadas em Re-Playlee, se comparado ao jogo original, é simplesmente brutal! Algumas missões ainda podem ser meio frustrantes ou repetitivas, mas essas são a grande minoria, e o saldo é sim bem positivo para o jogo.

Mas, de longe, o que mais fez diferença pra mim foi o que eles fizeram com a movimentação da dupla principal. Yooka e Laylee, quando trabalham em equipe, podem fazer uma série de movimentos juntos: desde planar no ar, rolar no chão para se locomover mais rápido, dar a famosa “bundada” para quebrar objetos, um ataque giratório, usar as habilidades de camaleão do Yooka para ficar invisível e as habilidades de morcega da Laylee para criar ondas sonoras que podem atordoar inimigos e fazer plataformas invisíveis aparecerem. É um moveset bem diverso e até parecido com o original — não foi adicionada muita coisa; mas enquanto o jogo de 2017 podia parecer um tanto quanto travado, Replaylee flui como uma bênção!

Os movimentos se conectam surpreendentemente bem, e o “game feel” do jogo é BEM aprimorado por causa disso. A “rolagem”, por exemplo, agora não é mais tão escorregadia quanto antes e não gasta mais stamina, permitindo que você a execute por tempo indeterminado. Só essa pequena mudança já deixa os mundos muito mais rápidos e agradáveis de se explorar, tendo em vista que a velocidade padrão do camaleão e da morcega é bem lenta.
Pra dar uma variada maior nas coisas, cada mundo contém uma transformação única que vai te ajudar a concluir algumas missões específicas: o segundo mundo, por exemplo, te transforma num trator de neve, e eu admito que foi bem engraçado quando eu vi pela primeira vez. As transformações são bem-vindas, muitas das missões não as utilizam, mas elas deixam as coisas menos repetitivas quando você sente que tá se cansando de explorar os mundos normalmente.

A adição de um mapa com viagem rápida também é apreciada. Não precisar ficar fazendo vai e volta caso perca algum coletável parece um detalhe pequeno, mas quando você tá indo atrás de pegar TUDO é algo que faz bastante diferença. O seu coletável principal aqui, que você usará pra desbloquear outros mundos, são os Folhins, mas eles não são os únicos! Você também encontrará penas e moedas; as penas sendo usadas para melhorar os atributos de Yooka e Laylee, e as moedas são para comprar roupinhas e tônicos novos.
O sistema de Tônicos é bem fofo. Eles são basicamente “efeitos especiais” que serão aplicados à sua jogatina, desde coisas bestas como “inverter as cores de Yooka e Laylee” ou “aplicar um filtro de Cel-Shading ao jogo”, até alguns bem impactantes, como um que permite que você não perca moedas ao morrer. É um sistema bem divertidinho de se brincar, mas totalmente opcional — tá aqui só pela diversão mesmo. Mas vale à pena dar uma brincadinha nele, alguns dos efeitos são genuinamente bem engraçados.

Mais bonito que nunca
Yooka-Laylee original já era bem agradável; a direção de arte do jogo de 2017 era forte, colorida e vibrante, bem impressionante para um jogo com orçamento vindo do Kickstarter. Mas Re-Playlee melhora a experiência até mesmo nisso, pois Yooka-Laylee agora parece um jogo verdadeiramente next-gen!

Todo o aspecto visual foi aprimorado: aproximando a câmera, dá pra ver as escamas de Yooka e os pelinhos de Laylee; o chão do primeiro mundo agora tem grama, as texturas são mais detalhadas, a iluminação é mais bonita e bem feita, as animações dos personagens são mais expressivas e cartunescas… é bem bizarro o que alguns anos de diferença e um pouquinho mais de orçamento fizeram com os gráficos desse jogo.
Claro, tudo isso vem com um preço: o jogo roda a apenas 30 frames por segundo no Nintendo Switch 2, sem opção de “Modo Performance” para piorar os visuais e rodar a 60. Depois de um tempo jogando eu acabei me acostumando, mas é inegável que no começo isso me incomodou um pouco: jogar jogos de plataforma a 60 frames é o ideal, e é uma pena que a Playtonic não deu nem ao menos a opção na plataforma da Nintendo — aqui estou eu, rezando para que no futuro eles liberem um patch corrigindo esse pequeno problema.

As músicas são tão belas quanto os visuais: meus amigos, limpem bem seus ouvidos quando forem jogar, pois a trilha sonora orquestrada composta pelos lendários David Wise, Grant Kirkhope e Steve Burke retorna, e ela é tão divina quanto era em 2017! Não só isso, mas Dan Murdoch e Matt Griffin foram chamados para compor algumas músicas novas para o remake, e elas são tão grandiosas e belas quanto. Juro, esse é um daqueles jogos que vale à pena ouvir a trilha sonora no YouTube mesmo que você não tenha interesse em jogar.
Yooka-Laylee enfim tem sua redenção!
Como eu disse, eu não gosto do Yooka-Laylee original que foi lançado em 2017. Acho ele um título bem problemático que, ao invés de modernizar a fórmula collect-a-thon que a Rare ajudou a popularizar no Nintendo 64, parece querer apenas repeti-la com decisões de design que, enquanto são passáveis para um jogo de 1996, em 2017 eram bem menos ignoráveis.

Replaylee, entretanto, é o completo oposto: esse é o jogo que eu gostaria que tivesse sido lançado em 2017! Uma renovada completa no gênero, que não apenas mantém o que fazia jogos como Banjo-Kazooie tão carismáticos e especiais, como também os moderniza e adiciona seu próprio “molho”. Sente saudades do urso e do pássaro que estão sendo rejeitados pela Microsoft? Então Yooka-Re-Playlee é uma das recomendações mais fáceis que eu poderia te fazer! Nunca jogou Banjo-Kazooie, mas gosta de platformers? Ainda assim vale a pena experimentar, as chances de você gostar são bem altas.
Prós:
- Repaginada visual incrível;
- Melhorias nos controles;
- O dobro de conteúdo em relação ao Yooka-Laylee;
- A trilha sonora é fantástica.
Contras:
- Algumas missões ainda podem ser frustrantes;
- Travado a 30 fps;
- Sem Modo Performance no Switch 2.
Nota
8
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