
Se você olha de fora, Sonic Racing: CrossWorlds pode parecer apenas mais um jogo de kart divertido, daqueles para jogar com os amigos e dar boas risadas. Mas, por dentro, ele é muito mais do que isso: é um jogo de corrida pensado para recompensar quem realmente sabe correr. Quem nos conta isso é Masaru Kobayakawa, diretor criativo do jogo, e Kenji Arai, ex-produtor da série arcade Initial D, que compartilharam um pouco da filosofia por trás de CrossWorlds em conversa com a Automaton Japan [via].
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Ao contrário dos jogos anteriores da série, CrossWorlds foi desenvolvido pelo veterano time de arcade da SEGA, conhecido por jogos de corrida e de ritmo de grande sucesso. O jogo mistura toda a confusão divertida de itens e momentos imprevisíveis que lembram um “party game”, mas no fundo, a equipe quis criar algo estratégico e baseado em habilidade. Ou seja, não é só sorte: quem sabe correr, vence.
Uma das maiores diferenças do jogo em relação a corridas mais tradicionais, como a série Initial D, são os itens. Kobayakawa explica que, em jogos de corrida clássicos, existe o chamado “rubber banding”, que ajuda quem está atrás a alcançar os líderes. CrossWorlds faz diferente: “Não usamos essa mecânica. Em vez disso, os itens são o que equilibram a corrida, oferecendo chances de virar o jogo.” E é justamente isso que dá ao jogo seu toque divertido de “party game”. Mas, segundo o diretor, ao jogar de verdade, você percebe que a estratégia e a profundidade tática são surpreendentemente sólidas, dá para se divertir mesmo sem depender de itens.
A equipe também se preocupou em manter a competição justa. “Nenhum item garante vitória, e sempre há maneiras de se defender”, diz Kobayakawa. A ideia era manter a diversão e o caos de um jogo de festa, mas sem tirar o mérito de quem realmente planeja bem suas jogadas e corre com habilidade.

Outro ponto interessante é que estar em primeiro lugar agora tem vantagens reais, algo que nem sempre acontece em jogos de kart. Em muitos jogos de corrida com itens, liderar pode ser desvantajoso, porque todos atrás podem te atacar. Em Crossworlds, o jogador na frente consegue mudar o percurso da corrida usando os Travel Rings, escolhendo um caminho que favoreça seu estilo e seus Gadgets, dando uma vantagem estratégica significativa.
Para garantir que nada ficasse desequilibrado, a Sega contou com um time de jogadores hardcore, especialistas em corridas: “Tivemos partidas sérias, sem brincadeira, até que todos concordassem que o jogo estava equilibrado. Provavelmente, poucos estúdios fazem isso”, conta Kobayakawa.
No fim das contas, o equilíbrio de CrossWorlds gira em torno da habilidade do jogador. Quem domina a corrida tem mais chances de vencer, mas quando os competidores estão no mesmo nível, qualquer um pode levar a vitória. É esse cuidado que transforma o jogo em algo divertido, estratégico e, acima de tudo, justo – perfeito para quem ama desafiar a própria habilidade ou competir com os amigos sem depender só da sorte.
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