Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Ryu Ga Gotoko Studio
SEGA
13 de novembro, 2025
R$ 147,90
Físico (Game-Key Card)/Digital
Beat ‘em up | Story driven
Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoko Studio
Publicadora: SEGA
Gênero: Beat ‘em up | Story driven
Data de lançamento: 13 de novembro, 2025
Preço: R$ 147,90
Formato: Físico (Game-Key Card)/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2
Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela SEGA.
Revisão: Davi Dumont Farace
Seguindo a expansão da série nas plataformas Nintendo, o beat em’ up narrativo Yakuza Kiwami 2 recebe um port bem interessante no Switch 2, tanto do ponto de vista da qualidade do jogo, como em suas capacidades técnicas. Vi alguns questionamentos dos motivos dele não ter recebido uma versão para o console anterior, mas ao jogar é totalmente compreensível isso não ter acontecido, julgando o grande salto visual, principalmente no modo portátil. A conversão teve bastante carinho e também chega aos brasileiros com legendas em PT-BR.
Como o próprio nome revela, assim como Kiwami 1 reimagina o primeiro Yakuza, Kiwami 2 trabalha novamente a sua sequência direta lançada em 2006. A principal diferença é a inclusão do motor gráfico Dragon Engine, uma ferramenta desenvolvida internamente pelo estúdio Ryu Ga Gotoku e utilizada até o jogo na franquia. Ou seja, se o novo híbrido da Nintendo roda esse título, as chances de ports de títulos mais atuais aumentam consideravelmente. Isso obviamente também significa uma qualidade geral acima do remake anterior em praticamente todos os sentidos. O debate de qual é o melhor fica mais em cima da narrativa, a qual também permanece fiel ao jogo original.
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Escopo maior na história, mas ainda muito pessoal
A história se passa um ano após os eventos do título anterior, então é recomendado ao jogador ter finalizado esse título para uma compreensão superior. Eles até incluem um resumo bem detalhado, porém não acredito ser o suficiente, ainda que vários personagens de destaque sejam novos. Evitando spoilers grandes, o protagonista Kazuma Kiryu retorna ainda lidando com fantasmas do passado e até buscando distância da Yakuza. Ele é forçado a voltar após presenciar o assassinato de uma figura importante, evento responsável por atenuar um atrito do Clã Tojo, o qual Kiryu fazia parte, e a Aliança Omi.

Não precisando reintroduzir todos os personagens, o jogo tem um ritmo mais acelerado em comparação ao antecessor, mergulhando logo de cara em grandes atritos deste universo. Ao mesmo tempo, uma nova rivalidade é estabelecida com o protagonista, desta vez com Ryuji Goda, conhecido como o Dragão de Kansai. Digamos que não há lugar para dois dragões na perspectiva de Ryuji, então o protagonista vai ter que ralar para impedir seus planos escusos e sede de poder. Eu gosto desse novo panorama, mas sinto que o novo vilão ganha nossos corações bem mais pelo carisma do que uma história elaborada em comparação à ameaça anterior, mas é funcional para os eventos acontecerem.

O oposto acontece com Kaoru Sayama, uma adição muito pertinente ao universo da série por ser uma caçadora de Yakuzas tendo ressentimento por eventos de seu passado. O jogo anterior tinha um núcleo policial envolvido, mas a abordagem de vingança dela é peculiar, ao ponto de muitos fãs desejarem seu retorno da série até hoje. Falando em contexto geral, existem adições na trama para explicar melhor determinados acontecimentos, ao mesmo tempo que os conectam com outros títulos mantendo uma coesão narrativa superior. Como são adições reatroativas, julgando o fato desse jogo ter saído sem a noção do quanto a franquia iria crescer, esse cuidado faz toda a diferença.
A única coisa que me incomoda na história desse jogo é o desfecho. Em busca de entregar reviravoltas cada vez mais mirabolantes, eles inserem um recurso super barato no roteiro, o qual pode ser facilmente descrito como um Deus ex machina. Este seria um recurso onde uma situação complicada é resolvida em um piscar de olhos com algo sem tanta base prévia. Então na prática, é uma experiência mais frenética, mas menos redonda em comparação ao antecessor.
Outra novidade é a Saga Majima, uma história adicional criada como uma ponte entre Yakuza e Yakuza 2 focada no personagem Goro Majima. Esse segmento possui um gameplay único e de quebra apresenta um ótimo fanservice aos fãs de Yakuza 0 com a participação de uma figura crucial no desenvolvimento do personagem. A meu ver uma das melhores adições dessa versão, mas só recomendaria jogar após finalizar os dois outros títulos mencionados. É uma história curta mas com desdobramentos próprios, que se ancora bastante em elementos estabelecidos previamente.

Combate potencializado pela Dragon Engine
Kiwami 2 adota a Dragon Engine, o mesmo motor gráfico utilizado em Yakuza 6: The Song of Life, o qual foi feito sob medida para a série, explorando suas principais características. Por exemplo, uma das grandes preocupações nesses jogos sempre foi a imersão por meio da física realista, à qual se mescla bem com os feitos visuais dignos de anime por mais incrível que isso possa parecer. Essa ferramenta também possibilita um maior uso de partículas nos efeitos visuais, além de potencializar sujeira nas roupas dos personagens e até sangue. Tudo contribui para algo mais consistente de forma geral, também permitindo uma jogabilidade mais competente.
A escolha também resolve alguns problemas de balanceamento vistos no remake anterior, e como a base é do sexto jogo principal, estamos falando de um estilo de batalha único sem opções de troca em tempo real. Isso pode até parecer uma regressão, mas os upgrades que podem ser desbloqueados durante a experiência deixam os embates variados e complexos mantendo os principais recursos.
Os poderosos ataques da barra especial também ganharam mais animações, incluindo algumas que acontecem com NPCs próximos das lutas ao explorar as localidades. Desta forma, tudo se torna mais imersivo pelo fato de alguns personagens aliados só ficarem em partes específicas da cidade. Kiryu agora também pode guardar suas armas em um inventário, adicionando uma gama estratégica não vista antes, e usar um modo de frenesi extremo onde fica mais poderoso após encher uma barra. Neste modo, as animações especiais começam a ser executadas de forma automática, trazendo um grau mais cinemático até o momento de fúria dele esgotar.

Houve ainda melhorias na câmera, reações melhores de objetos com o impacto das lutas e a inteligência artificial dos oponentes se tornou mais reativa ao jogador. O único feito colateral do morto é o fato de você simplesmente se aproximar de certos objetos e ver eles serem destruídos apenas com o Kiryu andando. É meio bizarro, mas à essa altura, virou uma espécie de meme na comunidade e se mantém até hoje. Creio que até os desenvolvedores entenderam esse curioso fenômeno.
A progressão também foi alterada dividindo as melhorias em categorias diferentes com pontos sujeitos a cores particulares também, algo totalmente conectado à exploração que será discutida logo mais. De qualquer forma, Kiwami 2 não é revolucionário em seu sistema de combate, mas o conjunto de melhorias deixa tudo mais robusto.
Exploração ainda mais imersiva
O jogo se passa na maior parte do tempo nos bairros de Kamurocho e Sotenbori. O primeiro deles é uma recriação baseada em Yakuza 6, apresentando maior qualidade técnica, além de mais áreas internas disponíveis em boa parte do tempo sem telas de carregamento. Ou seja, existe um salto considerável em cima de Yakuza Kiwami, porém não dá para dizer que é uma localidade totalmente nova por conta deste reaproveitamento.
No entanto, Sotenbori compensa isso por ter sido feita do zero para este remake. Ele é muito efetivo em lidar com ambas, mantendo boa imersão. Apesar disso, uma área do Yakuza 2 original foi completamente removida, e para ser honesto, eu não fazia ideia disso até pesquisar para essa review. Tinha jogado há anos atrás em outra plataforma, e descobri que a estratégia deles foi simplesmente realocar as cenas nessa região durante a campanha.

As missões secundárias continuam sendo um grande chamariz, ajudadas pelo fato do jogo original ser a solidificação de um modelo seguido religiosamente até Yakuza 6. Enquanto o primeiro título da série ainda testava combinações de narrativa para oferecer a Tokyo exótica amada pelos fãs, com personagens curiosos e instigantes, o título em questão já tem um direcionamento melhor. Vale muito a pena parar um pouco a história principal para checar novidades, como uma máquina arcade de Virtua Fighter 2, onde você literalmente joga um game dentro de outro.
Kiwami 2 também herda o gerenciamento de cabaré similar de Yakuza 0, onde você administra a equipe em busca de crescimento com diversas melhorias de qualidade de vida baseadas no feedback recebido na época. Além dele, é possível ajudar Goro Majima em um minigame de tower defense. Ele virou o dono de uma construtora e precisa prosperar no estilo mais doido possível fazendo jus ao alívio cômico presente no personagem. Ainda vale ressaltar o sistema de obtenção de experiência nas atividades: usando uma mecânica de fome, é possível comer para recuperar vida e receber pontos criando um bom loop com as lutas. A decisão até abre para um grinding mais facilitado em comparação a jogos anteriores, mas compensa bastante pela diversão de intercalar diferentes partes do gameplay.
Essa versão cortou alguns conteúdos, como o boliche, mas é provável que assim como o mapa, você só se dê conta caso tenha jogado o original, pelo fato de não provocarem grandes lacunas no jogo e em alguns casos até terem sido substituídos por outras atividades.
Parte técnica
O remake roda à 30fps no Switch 2 sem opção de modo performance, algo similar ao porte do PS4 base, o que pode frustrar quem busca mais fluidez. Como o salto entre esse jogo e o Kiwami 1 é grande, é compreensível pela performance ser estável. A resolução no modo portátil é boa também, enquanto o modo dock não entrega tanta nitidez, algo comum em jogos com demanda gráfica maior na plataforma, então não creio que seja má otimização. De qualquer forma, fiquei verdadeiramente assustado em ver esse jogo rodando na palma da minha mão. Apesar de mais antigo, os visuais são acima da média para um hardware portátil. Recomendaria jogar dessa forma inclusive.

Dublagem, sonoplastia e trilha sonora são excelentes, como esperamos dos títulos da franquia, então você provavelmente sairá do jogo com algumas músicas na cabeça e querendo ouvi-las em loop no Youtube caso seja fã de OST (eu aí haha). Além disso, o título conta com legendas em português do Brasil mantendo o grau de excelência de todas as localizações da série até agora, respeitando muito bem o material original.
Pavimentando um bom futuro
Yakuza Kiwami 2 me faz acreditar em ports da série inteira no Switch pela utilização do motor gráfico atual, ainda que pareça um sonho toda essa expansão multiplaforma da série após ficar presa por vários anos na exclusividade com o PlayStation. Acredito que quanto mais pessoas tiverem acesso à ela melhor, e esse jogo é um lançamento muito bom na franquia de forma geral, considerando a sua importância em sedimentar ideias para títulos lançados posteriormente. Com Yakuza 0, Kiwami e Kiwami 2, os Nintendistas têm todas as condições para acompanhar a série sem perder um único detalhe.
Prós:
- Ótima narrativa, sendo um dos queridinhos da série;
- Visuais impressionantes no modo portátil do Switch 2;
- Design de som e trilha sonora impecáveis;
- A localização em português brasileiro deixa o jogo mais acessível.
Contras:
- O jogo roda a 30fps, o que pode frustrar quem busca mais fluidez;
- A unificação dos estilos de luta não é um consenso;
- Deus ex Machina no final.
Nota
9
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