Desenvolvedora: Evil Empire
Publicadora: Ubisoft
Gênero: Plataforma de ação | Roguelike
Data de lançamento: 16 de dezembro, 2025
Preço: R$ 149,99
Formato: Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2, Nintendo Switch
Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Evil Empire
Ubisoft
16 de dezembro, 2025
R$ 149,99
Digital
Plataforma de ação | Roguelike
Nintendo Switch 2, Nintendo Switch
Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela Ubisoft.
Revisão: Manuela Feitosa
“Rogue-likes são a minha droga”. Uma frase que eu disse entre os redatores do NintendoBoy em algum período de 2024, mas que me persegue até hoje em certas análises. Sendo jogos de loop curto e gameplay rápida, rogue-likes sempre me alegraram, então quando tive a chance de pegar a minha primeira análise de um do Switch 2 não desperdicei tempo — especialmente porque esse jogo tem um detalhe de otimização exclusivo do console que falarei depois.
The Rogue Prince of Persia é o mais novo plataforma de ação da Evil Empire (que trabalhou como equipe de auxílio de Dead Cells de 2020 até 2024) em parceria com a Ubisoft, e é o mais recente jogo da franquia Prince of Persia, agora adotando uma gameplay de um plataforma de ação semilinear, com um foco no parkour que a série sempre teve. O jogo havia lançado em um estado Early Access no ano passado, mas teve um lançamento completo para consoles este ano, com o lançamento do Nintendo Switch e Nintendo Switch 2 tendo sido este mês!




Com a franquia estando mais relevante do que nunca hoje em dia, com The Lost Crown tendo sido um dos melhores metroidvanias de 2024, e o clássico Sands of Time recebendo um remake para -supostamente- 2026, sinto que é a hora perfeita de falar dos acertos, erros e especialmente das diversas qualidades que The Rogue Prince of Persia tem a mostrar. Mas antes de tudo, só queria deixar um detalhe bem claro aqui… o jogo NÃO é Indie, Ubisoft, por mais que sua campanha de marketing em agosto tivesse dito coisas do tipo.

O príncipe está de volta!
Embora esse não seja o primeiro Prince of Persia em um bom tempo, é o primeiro jogo de console da franquia desde The Forgotten Sands de 2010 a ter um “Príncipe da Pérsia” como protagonista, já que o anterior tinha um guarda-costas do príncipe como protagonista da história. Embora não tenha conexões diretas a nenhuma série dos jogos, seja clássica, Sands of Time ou até ao Lost Crown, Rogue Prince of Persia mantém diversos elementos da franquia intactos, ainda que com um twist único.
O jogo segue uma narrativa simples, mas que justifica o seu constante loop: o príncipe, ao enfrentar uma invasão dos hunos em sua terra é mortalmente ferido e precisa ser resgatado por uma entidade misteriosa, Paachi. Mas ao ser resgatado por Paachi e trazido ao Oásis — o ponto central do jogo, o príncipe descobre que esteve inconsciente por três dias inteiros, dias esses que foram vitais na invasão dos hunos à Pérsia; e agora resta ao príncipe resgatar os sobreviventes de sua família, conhecidos e formar alianças improváveis para derrotar os hunos.

Resumindo em tópicos simples de entender, assim que você começa a história do jogo, o foco vai quase que diretamente para a gameplay, que pode ser apresentada das seguintes formas:
- O jogador seleciona uma área inicial para sua run;
- Durante sua run, o jogador poderá seguir as missões do “Mapa Mental” do príncipe;
- Porém, uma run só não é garantia que vá ser possível finalizar uma missão ou outras, então repita o processo.
Esses três tópicos são simples, mas já são a base que definem o loop da gameplay por completo, o que é um ponto essencial de jogos estruturados como rogue-likes. E aos que já jogaram muitos jogos como esse nos últimos anos, fico feliz em falar que esse em específico é estruturado para runs rápidas, em uma hora ou menos você consegue finalizar uma partida e fazer várias missões.
Derrotar os hunos é o que vai valer
Após citar brevemente o loop de gameplay, preciso focar na importância dele. Apesar de ter usado o termo “rogue-like” diversas vezes, o correto para descrever esse jogo seria “roguelite”. A diferença, para os que a desconhecem, é um fator só: o –like te obriga a começar uma run do zero e sem nada quando você reinicia, enquanto no lite você tem opção de carregar melhorias e outros benefícios que te facilitam a longo prazo.
Logo, o fator do jogo que torna ele um roguelite são as melhorias e coisas do tipo que o jogador desbloqueia, desde armas e equipamentos novos (com o jogador podendo carregar uma arma central e uma secundária a todo momento de gameplay) a até fatores como maior porcentagem de drops dos hunos inimigos e afins. A moeda do jogo que permanece após uma run é a alma, e ela pode ser usada para desbloquear projetos de armas e melhorias; enquanto a moeda durante as runs é o ouro, que o jogador usa para comprar armas, cura e coisas do tipo.




O que o jogador faz afeta as probabilidades da run ser um sucesso ou não, como retornar a um ponto para salvar um NPC — num tempo limitado ainda por cima, ou até só evitar de usar seu dinheiro até um ponto específico, o jogo acabou sendo um dos “rogues” mais generosos que joguei nos últimos anos, e isso acaba sendo um mérito e um demérito ao mesmo tempo. Jogadores que buscam por jogos estruturados de forma semelhante provavelmente vão querer procurar outro joguinho semelhante.
“Otimizado” para o Switch 2
No começo do texto mencionei que o jogo tinha um fator de otimização que é exclusivo do Switch 2, e é algo um tanto interessante sim: por conta do poderio maior de hardware, a versão de Nintendo Switch 2 pesa um pouco menos que a metade da versão de Switch de The Rogue Prince of Persia. Ajuda muito o fato que o jogo tem um estilo artístico simples, porém muito bonito de se olhar.
Porém, algo que estranhei de início e acabou sendo uma crítica pessoal minha é que o jogo demora para carregar, seja de uma área para outra ou no começo de uma run, você pode acabar encarando um vídeo básico do príncipe correndo por alguns segundos (poucos segundos, mas que fazem a diferença em um jogo estruturado para ser rápido). Percebi que isso não era questão de hardware, mas sim que o jogo gera a estrutura de cada mapa de forma diferente, e por isso acaba tendo um carregamento, é uma crítica menor, mas é algo que afeta a gameplay.

Um outro aspecto que afeta a gameplay, mas vou admitir que foi total “skill issue” da minha parte em todas as vezes que aconteceu é que, apesar do jogo ter um tutorial muito bom de início, você vai demorar para se acostumar com os controles, algo normal para quem está iniciando o jogo, mas que se torna preocupante quando você perde muito HP à toa. Recomendo tomar cuidado ao correr na parede e usar os dashs do jogo, o controle do príncipe é responsivo demais ao ponto que você acha que está longe de bater em algo, para correr até esse algo e levar dano.
Antes de finalizarmos, vou defender minha skill issue com um tópico positivo ao jogo:
“Um dos melhores plataformas de ação que joguei”
[Isso não é um exagero, leiam com atenção]
Se eu pudesse escolher os dois tipos de jogos que colocaria como meus “favoritos pessoais”, eu ficaria com:
- RPGs tradicionais japoneses, tanto de turno quanto ação;
- Plataformas 2D de ação com foco em combate à distância ou melee.
E devido ao meu amor genuíno pela segunda opção, eu não nego em falar que joguei diversos jogos excelentes no meu Nintendo Switch, e agora Nintendo Switch 2. Logo, não é estranho eu falar que, em termos de estrutura de gameplay, movimentação e combate em geral, The Rogue Prince of Persia é um dos melhores jogos de plataforma de ação que joguei nos últimos anos.
Para uma comparação válida, vou falar de dois outros jogos, Prince of Persia: The Lost Crown de 2024 e, estranhamente, Pizza Tower de 2023! Ambos os jogos possuem um foco na movimentação de seus personagens, ainda que para fins diferentes; e ambos os jogos demonstram como pegar um ambiente 2D para aplicar uma energia frenética que contagia o jogador.


Não irei dizer que acho The Rogue Prince of Persia melhor que os dois jogos que citei, para mim Lost Crown ganha em termos de combate e história, enquanto Pizza Tower ganha em termos de movimentação, mas é tão estranho a sensação genuína de “conexão” que tive com esses três jogos, ao ponto que considero o Rogue o “melhor de dois mundos”. Mas, isso é claramente a minha opinião pessoal, então espero que se algum dia, algum leitor nosso dê a chance para qualquer um dos jogos que citei aqui, volte e diga se exagerei na comparação.
A Pérsia é linda
Com a Ubisoft cada vez mais determinada a fazer a série Prince of Persia voltar, eu não poderia ficar mais feliz de ver eles dando a chance a um estúdio menor como a Evil Empire dar sua própria visão a um dos jogos da franquia. Com um combate e movimentação que você dificilmente verá em outros jogos similarmente estruturados nos dias de hoje, The Rogue Prince of Persia é um exemplo a ser seguido por outras grandes editoras de que… às vezes, o peixe pequeno sabe mais que o peixe grande.
Com isso, espero que o futuro desse jogo seja lotado de updates e expansões maiores, assim como foi com Dead Cells por um bom tempo. E para usuários do PC (ou outros consoles) que já tem o jogo, eu ainda recomendaria a versão de Switch / Switch 2 pela portabilidade, afinal, com o Ubisoft Connect você até pode carregar o seu save de forma cross-platform!
Prós:
- Movimentação ideal para um plataforma de ação de uma franquia histórica;
- Jogatinas curtas que priorizam o loop ao invés de se estender;
- Upgrades fáceis de obter que auxiliam ainda mais as jogatinas, para jogadores menos capazes;
- Um dos melhores jogos do gênero que foi lançado esse ano no Nintendo Switch.
Contras:
- Pequenos loadings quebram o tom frenético da ação do jogo;
- Uma movimentação que pode ser tão rápida que causa danos desnecessários.
Nota
9
