
Desenvolvedora: WayForward
Publicadora: WayForward
Data de lançamento: 15 de Novembro, 2022
Preço: R$ 158,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela WayForward.
Revisão: Marcos Vinícius
Mais uma vez venho aqui falar sobre RWBY, uma das minhas webseries do coração. Eu adoraria falar da série por esse texto inteiro, mas vamos direcionar para o jogo. Porém antes, vamos nos contextualizar!
(Pra quem não conhece RWBY) No mundo de Remnant – fortemente inspirado pelos personagens de contos de fadas, mas com tudo dando errado – criaturas conhecidas como Grimm são ameaças constantes para o mundo e seus habitantes. Seres de puro terror e medo, se atraídos por sentimentos e emoções ruins vagam por aí, atacando a quase qualquer oportunidade. Geralmente eles assumem formas animalescas, com o corpo escuro como carvão, marcas como “tatuagens” vermelho escarlate e uma estrutura semelhante a armaduras que parecem uma ossada. Para a defesa, times de 4 caçadores e caçadoras são os protetores, usando armas conversíveis, ou seja, toda espada pode ser uma bazuca ou algo mais estilizado que isso.
A história é sobre o time RWBY, composto por 4 jovens (Ruby Rose, Weiss Schnee, Blake Belladonna, e Yang Xiao Long), os desafios de se formar caçadoras em um mundo à beira de guerras civis, mitos que se tornam realidade, luto por seus companheiros e até a beira de um desastre global. Ah sim, todo mundo têm um poder específico chamado de semblante, o que é bem divertido e único.
(Para quem já conhece) Estamos após a queda de Beacon, mas antes da queda de Atlas. Ironwood se mostra um general de pulso firme e muito dedicado ao serviço. Esqueça a parte da mitologia, relíquias e estações do ano, aqui teremos um mini arco que daria mais ou menos 2 horinhas de animação pra descontrair e trazer uma missão interessante.
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Plot de Arrowfell
Como não pode faltar em RWBY, temos mais um time, mas dessa vez de mercenárias, que trabalham muito bem em equipe, que num primeiro momento salvam nossa pele, mas não tarda muito a se tornarem nossas inimigas.
Embora o jogo comece com elas, o foco está em outro lugar: uma esfera mecânica foi encontrada e parece conseguir atrair os Grimm para perto, e seu combustível é justamente sentimentos ruins, extraídos por um certo alguém. Então quem está fabricando essas esferas, como eles dois se conhecem, e porque estão fazendo isso? Essa é a proposta de roteiro do jogo.

Já vou direto pra parte importante: gameplay
LOTADO de elementos de metroidvania, como backtracking, upgrade de habilidades e áreas interconectadas. RWBY: Arrowfell é um jogo totalmente em 2D e cada “sala” é pequena, cheia de plataformas, coisas quebráveis e inimigos que respawnam quando passamos por ali de novo. Já adianto que trocar de sala não tem uma loadscreen muito longa não, foi bastante confortável nesse ponto.
Já o combate, que pra mim foi bastante… irritante por poder ser tão melhor do que foi, mas ainda funciona. Cada uma delas pode usar seu ataque básico, disparar com sua arma e seu semblante, Ruby tem um dash, Weiss faz uma plataforma, Blake cria um clone que ataca os inimigos e Yang causa um impacto vertical. No fim das contas, o mais útil é o dash, e você já vai entender porque. Ah, não dá pra pular no ar. Pra pular têm que ser sobre a plataforma, se não é queda livre.
Infelizmente, acertar seus inimigos não têm nenhum efeito neles além de reduzir a vida, pois eles nem sequer mudam de trajetória ou algo do tipo. Não dá pra atacar pra cima ou pra baixo, só pra frente, inclusive no ar. A animação de ataque precisa concluir para liberar qualquer outro comando. Percebeu o problema? É inevitável ser atingido muitas vezes, sendo extremamente frustrante tentar continuar golpeando e tomando dano de volta, pois qualquer toque (sim, encostar no inimigo dá dano) tira muita vida.

Ah sim, como funciona a vida? Temos uma barra de energia, nossa aura. Usamos para atirar e como escudo, então, óbvio, quando chega ao zero, não temos mais escudo nem tiros. Sem escudo, qualquer hit vai consumir um coração (iniciamos com 4), e nos deixar invulneráveis por um tempinho.
Agora, matar um inimigo, te dá o que? Bom, pode te dar uma recuperação de energia, de coração ou dinheiro, sempre quantidades aleatórias, incluindo zero. Sabe o que mais pode te dar dinheiro ou vida? Caixas, postes, lâmpadas etc. Qualquer item quebrável também te dá algo aleatório e pode ser (geralmente é) melhor que o drop do minion. Foi aí que eu percebi…
RWBY: Arrowfell estava sendo uma experiência quase insuportável quando eu percebi que fugir na verdade é a melhor opção. Concentrei todos os upgrades na Ruby e abusei do dash para trocar de sala, matando apenas os inimigos obrigatórios. Melhorou e muito a experiência, deixando de ser irritante. Agora é só chato.

Como funciona a dinâmica do jogo?
Todo o gameplay se baseia em pegar uma missão na cidade, que te pede o item A, que está em tal dungeon. Chegando lá, você encontra um obstáculo e alguém com a solução, mas para te ajudar ele quer o item B. O item B está num terceiro mapa, que precisa ter falado com a pessoa X… e por aí vai. No fim das contas você está trocando uma tecnologia de arma por uma lata de fanta uva para aprender a pular mais alto e alcançar a tal plataforma. Aí entra o backtracking com a nova habilidade, mas como explorar as dungeons é completamente sacal, você vai de má vontade porque não têm um mapa sequer, e todas as fases são exatamente iguais. Têm vários cenários na neve, usamos a mesma textura, mesmo fundo, mesmas cores, óbvio que vou me perder e confundir. Um mapa ia ser o melhor upgrade desse jogo.
Mas ok, agora que você pegou o ritmo, dá pra continuar jogando. as coisas param de incomodar tanto.
Áudio e vídeo
Já mencionei sobre os cenários repetidos, mas a qualidade deles não é de se jogar fora não. As cores são bonitas, os modelos são bem feitos no seu próprio estilo de arte, qualidade está realmente bem bacana e bonita.
Além disso, temos 7 minutos de animação inéditos, que fazem a parte das cutscenes do jogo com o estilo de arte da série. Novamente, lindo, especialmente sobre a apresentação dos semblantes

Evolução do projeto
Agora que já tratamos de gameplay, apenas apra engrandecer um pouco o texto, RWBY Arrofell foi anunciado em 2020 para ser lançado em 2021, até mesmo com teaser publicado no mesmo ano.
Basta uma olhada rápida para ver como a evolução é percebida né: dando de 10 a 0 na versão anterior, agora estamos muito melhores, e mais bem servidos!
Conclusão
Em resumo, mesmo gostando muito do jogo, eu preferia não ter jogado. Na mesma janela de lançamento de God of War Ragnarok e Pokémon Scarlet & Violet, é realmente um tiro no pé tentar entregar algo tão simplório. O jogo é muito aquém do que ele mesmo poderia ser sem muito esforço, pois tudo parece estar quase ao seu alcance, mas não é permitido por alguma razão.
O roteiro não é cativante o bastante pra segurar a parte insuportável de andar feito barata tonta numa dungeon sem mapa até encontrar aquele caminho que passamos por acaso, e tirar uma cacata do baú pra trocar por um pedaço quebrado de drone. Fugir definitivamente é a melhor opção, mas preste atenção para coletar dinheiro pelas caixas, pois os upgrades fazem falta mais pra frente. A parte de passar dos desafios usando a combinação dos semblantes de cada uma me lembrou um pouco Trine, mas nada era exatamente um puzzle, era bem direto ao ponto, então não trouxe muito essa sensação de integração entre as personagens.
Enfim, RWBY: Arrowfell é um jogo que existe, não é objetivamente ruim, claro que existem muitas coisas muito piores, mas definitivamente não será um jogo que sequer considerarei voltar a jogar. Mas o desenho é maneiro, podem ir lá ver, mas cuidado com as opiniões do fandom, não deixe ele interferir no que você entende da série. Depois de opinião formada, aí sim vai lá se quiser.

Prós:
- RWBY é divertido;
- Gráficos bonitos.
Contras:
- Combate travado e ineficiente;
- Plot raso;
- Troca-troca de itens se torna escrachado e bobo;
- Muitos inimigos e matá-los não te rendem nada além de riscos.
Nota Final:
6
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