Desenvolvedora: ON3D Studios.
Publicadora: PQube
Data de lançamento: 14 de maio de 2021
Preço: $ 9,99
Formato: Digital
Análise feita com cópia disponibilizada gentilmente pela PQube.
Quantum Replica é um jogo de ação e stealth, que se passa num mundo Cyberpunk, com um incrível trabalho de dublagem, e uma trama de premissa genérica mas que quer contar algo a mais por trás, e foi lançado originalmente em 2018 para Steam e recentemente recebeu uma versão para o Nintendo Switch, onde aos pés de Alpha temos que lutar contra o Sindicato e aprender sobre nosso passado.
Uma premissa bem simples
Em um mundo futurista, uma união de megacorporações, o Sindicato, controla a maneira das pessoas de viver e elimina qualquer um que se oponha à ele com seus mercenários contratados. No meio deste desastre, surge uma fagulha de esperança que pode vencer a guerra para os rebeldes: Alpha, um rapaz sem memórias, com incríveis habilidades de combate e poderes especiais para a luta pela liberdade.
Durante os eventos do jogo, temos que atravessar pela cidade para nos encontrarmos com Althus e o resto do grupo e rebelde para então atacar a base do Sindicado, tudo isso enquanto nos escodemos de seus numerosos soldados. Os mapas são, em sua maior parte, bem desenvolvidos, nos entretendo bastante por termos que planejar bem como atravessar sem sermos vistos ou atraindo guardas para outras direções.
E o gameplay é bem fácil de entender. Podemos correr, andar para quando não quisermos ser notados pelos inimigos com nossos passos, usar itens de cura e armas para distrair ou atacar os oponentes, seja atordoando, ou os matando. Também temos uma outra ação bem poderosa: ao nos aproximarmos de um inimigo, podemos, com o aperto de um botão e um pouco de energia, atordoar ou matar um soldado imediatamente, o que quebra um pouco a proposta de ser furtivo do jogo, mas como os inimigos são bem espalhados e estão quase sempre em movimento, é tranquilo de se esconder um corpo morto enquanto ninguém está por perto. E se não quiser se preocupar com cadáveres sendo avistados, desmaiar alguém não ativa o alerta de outros soldados, só os fazem acordar sonolentos.
Se esconder é mesmo necessário?
De certa forma essas mecânicas acabam quebrando a proposta furtiva do jogo, e até incentivam o jogador a sair desmaiando todo mundo que vê por aí quando consegue para seguir o rumo menos preocupado, e isso é um fator que só piora conforme vamos avançando e conseguindo novos poderes, como os de arrancadas e de desacelerar o tempo. E não me leve a mal, isso não torna o jogo ruim, há diversos momentos que o jogo traz um bom design de mapa para não abusarmos das mecânicas com quebra cabeças, por exemplo, e é divertido quebrar a proposta do jogo, mas não deixo de sentir como algo estranho poder fazer isso tão facilmente aqui.
Logo que começamos a jogatina, também notamos duas coisas que incomodam muito ao longo do jogo, a primeira é que sua performance não é das melhores. Ao jogar com a câmera por cima de Alpha, há poucos momentos realmente ruins, maiores destaques para quando efeitos de explosão, mas quando a câmera se aproxima dos personagens para cenas especiais como as finalizações, notamos os modelos muito mal polidos e uma queda de quadros muito pesada. Se fosse uma ou outra, tudo bem, mas o fato de termos várias dessas ao longo do caminho piora a situação.
O segundo problema, um pouco menor, mas que certamente é um incômodo, é que Quantum Replica é um jogo escuro, bem escuro, numa cidade escura, em áreas de pouca luz, então é extremamente difícil de enxergar as ruas, ao ponto de até mesmo trombar em objetos no caminho sem notá-los. Isto pode ser um pouco aliviado aumentando o Gamma do jogo nas opções mas ainda sim a luz natural atrapalha, me fazendo ter que jogar em locais de pouca iluminação para uma melhor experiência, o que não é recomendado por diversas razões.
Paciência é uma virtude
Outra característica bem comum em Quantum Replica é a necessidade de paciência que o jogador precisa ter ao jogá-lo. A começar quando, queremos arrastar um corpo ou mover algum objeto, o personagem fica extremamente lento, tornando super entediante puzzles que requerem essas ações — alguns até mesmo fazem a gente movimentar 4 caixas de uma vez por um caminho bem longo.
Outro ponto que testa bastante a paciência do jogador é o combate, que é extremamente punitivo. Qualquer erro pode significar sua morte e ter de recomeçar do último checkpoint, o que não seria um grande problema se elas não sentissem serem tão injustas na maior parte. Alpha é um personagem extremamente sensível a dano, e mesmo tendo uma barra de vida de aparência grande, ela se esgota muito rapidamente com dano inimigo, o que é visível principalmente nos chefes.
Lutas contra eles costumam ser as partes mais divertidas de jogos, devido a sensação de desafio e recompensa que dão ao jogador, mas não é assim aqui. Toda luta com um chefe novo significa um novo preparo mental, pois apesar de serem bem criativos, você vai constantemente morrer de maneiras rápidas e que não parecem ter sido culpa sua, seja por causa de um ataque novo rápido demais para prever, falta de energia, ou só não entender o que fazer para causar dano. Isso tudo somado aos chefes terem uma quantidade de vida bem grande torna as lutas muito mais longas do que deviam, e gerando mais uma sensação de alívio que de satisfação ao vencê-las.
Bastante coisa para admirar
Entretanto, nem tudo é ruim, os mapas como já citados são bem feitos, e bem imersivos, conseguimos sentir que estamos numa cidade com pessoas realmente sofrendo nas mãos do Sindicado, contando suas trágicas histórias, e tudo é bem conectado, com labirintos criativos e desafiadores com o posicionamento dos solados inimigos.
Mas sem dúvidas o melhor ponto de Quantum Replica é sua dublagem em inglês, que conta com vozes extremamente satisfatórias e condizentes com os personagens, com atuações incríveis em que, mesmo não tendo muito conhecimento de quem fala, entendemos perfeitamente a personalidade de todos eles, tornando os longos momentos de diálogos prazerosos.
E apesar de parecer uma trama bem simples e clichê para histórias do tipo, ao prosseguirmos, com auxílio de Althus, o líder da resistência e que dá a entender que sabe muito de nosso passado, percebemos que há um pouco mais por detrás dela, trazendo questionamentos sobre o que é o verdadeiro livre arbítrio, e sobre as figuras de messias, porém, é tudo feito perto do final, de uma forma corrida e confusa para o jogador se importar tanto. Até lá só ouvimos desconhecidos, que dão a entender que sabem quem somos, falando que vão nos matar e que o chefão ZeD vai conseguir vencer.
Conclusão
Basicamente, Quantum Replica falha nas suas principais propostas de ser um jogo Stealth e de passar a verdadeira mensagem que ele queria no final, o jogo também traz diversos momentos de frustração por ser tão punitivo e ter uma performance bem desagradável no Switch. Porém, não posso negar que me diverti ao longo da jogatina, devido a sua boa construção de mapa e ótimos dubladores, que fazem a experiência no final de tudo ser decente.
Prós:
- Dublagem impecável
- Tenta passar uma mensagem legal
- Mapas bem estruturados
Contras:
- Extremamente punitivo
- História tem premissa bem clichê e corrida em seu final
- Fácil de quebrar a proposta do jogo
- Desempenho deixa a desejar
Nota Final
6,5
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