
Desenvolvedora: CookieByte Entertainment
Publicadora: ALL IN! GAMES
Data de lançamento: 13 de Agosto, 2021
Preço: R$ 101,95
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela ALL IN! GAMES.
Jogos táticos são sempre ótimas pedidas para o Nintendo Switch, desde títulos como XCOM e Mario + Rabbids Kingdom Battle até Fire Emblem, jogos deste gênero se encaixam muito bem na proposta do console hibrido de poder pegar e jogar quando quiser, seja em casa ou fora, e tentar passar alguns mapas em seu tempo livre, com uma boa dificuldade para colocar nossos parafusos para funcionar. E Fort Triumph, que chegou ao console na última semana, é uma boa pedida para fãs do gênero, mesclando também um pouco do estilo de Heroes of Mighty & Magic (ou simplesmente HOMM).
A primeira coisa a se notar no jogo é sua apresentação, sua história é contada através de alguns diálogos bem humorados e por um narrador, é interessante como nos diálogos também temos descrições das feições e reações dos personagens, o que nos deixa com a impressão de estarmos lendo um detalhado livro. Controlamos um grupo recém-formado de mercenários que estão à procura de missões para continuar sua vida tranquilamente.

Antes de começar temos que escolher que facção faremos parte e em que tipo de cenário vamos jogar, o muda os personagens e um pouco o estilo artístico dos personagens que usaremos, e a apresentação de gameplay é um pouco diferente do que vemos nos diálogos, e temos três diferentes áreas de jogo para prosseguirmos, todas conectadas de alguma maneira, então vamos dividir a análise nessa três sessões:

COMBATE
O principal modo do jogo, onde, adivinha só? Engajamos em duelos contra o time inimigo, seja uma horda de goblins ou soldados. O combate se aproxima bastante do estilo de XCOM, em que temos que guiar nossos personagens pelo cenário, e cada movimento gasta uma quantidade dos limitados pontos de ação de cada um.

Os gráficos aqui usam uma modelagem bem mais cartunizada que tem até que um bom polimento, principalmente no modo portátil, a única parte desanimadora é que as aparências das unidades são determinadas pela classe, e não seus designs reais, causando confusão caso tenha mais de um personagem do mesmo estilo.
Os personagens são divididos em classes, e podemos inicialmente levar 4 conosco, ao subirem de nível eles vão aprendendo mais habilidades para usarmos nas estratégias, porém fique atento que a morte deles num duelo pode dar uma boa dor de cabeça, já que o jogo possuí morte permanente, e para aumentar de novo suas unidades precisará comprar novas em outra área, ou caso tenha o modo morte permanente desativada, a mesma unidade que morreu aparecerá para ser comprada novamente.
Temos os clássicos bárbaros, paladinos, magos e patrulheiros (arqueiros) para controlar, cada um com um set diferente de habilidades únicas, sendo os dois primeiros focados em proximidade, e os dois últimos focados em longa distância. Quando o personagem aprende uma nova habilidade tem que escolher uma entre três aleatórias que nem sempre são as mesmas para cada novo personagem da mesma classe, tornando cada um único para seu esquadrão.

E a estratégia de Fort Triumph se destaca um pouco de outros jogos do estilo pela maneira que ele utiliza o cenário no combate, aqui não usamos pedras e árvores apenas para nos esconder de ataques, vários itens do mapa podem ser interagidos com certas habilidades, e adicionando ao fator estratégia do jogo, diversos momentos derrubamos árvores em mobs inimigos, os empurramos em pedras e tomamos cuidado para nosso cover não acabar nos prejudicando da mesma maneira.
O jogo tem uma boa dificuldade em seus combates, que podem durar uma boa quantidade de tempo, chegando perto até de uma hora, considerando que é bem possível que você precise tentar mais de uma vez para vencê-los, seja por perder alguma unidade importante que não queria, ou acabar sendo aniquilado pela equipe inimiga devido a um deslize ou má sorte no RNG, também acontece dos mapas da história possuírem muito mais inimigos que aliados seus, e com bastante movimentos de te acertar em movimento, então é necessário pensar bem e tomar a defensiva às vezes para vencer.

Temos que usar bastante de debuffs na batalha, pois só causar dano pode não ser suficiente, é ideal que usemos nossas habilidades de causar cegueira, atordoamentos, entre diversas outras para evitar um ataque furioso do oponente, e que quando ataquemos consigamos utilizar todo nosso potencial para vencer.
MAPA
O segundo ponto onde mais passamos tempo no jogo é o mapa. Nele caminhamos pelo mundo, seguindo rumo aos próximos capítulos da história, e parando por eventos no caminho, como uma briga entre cidadãos que a escolha faz com que ganhamos certos status para o combate por certo tempo, e baús protegidos por monstros que precisam ser derrotados em combate.

Nossas ações no mapa também são limitadas por pontos de ação que se esvaem conforme nos movemos, ao final de cada turno é como se um dia passasse, fazendo nossas melhorias pararem de funcionar. Além disso, também temos grupos inimigos que usam dos turnos para explorar o terreno e se fortalecerem como nós, por isso é bom derrota-los antes que fiquem fortes demais para serem contidos.
FORTALEZA

Por último, temos a fortaleza, nossa base de certa forma, aqui o jogo é menos sobre ação e mais sobre gerenciamento de recursos, usamos recursos que conquistamos pelo mapa e combate para diversas atividades, como recrutar mais heróis para nossas equipes.
Podemos também construir instalações no terreno, como universidades, castelos e estábulos, que nos ajudam a obter mais recursos ou aumentam nossas forças em combate. Além de termos também melhorias da Guilda, em que sobre certas condições podemos melhorar ainda mais nossos status, aumentar a quantidade de heróis nas lutas, nos dar mais pontos de ação, entre outros.

E por último podemos criar mais de um time para explorar o mapa simultaneamente. Recrutamos vários heróis e os dividimos em grupos, cada grupo tem seus próprios pontos de ação no mapa, permitindo explorar várias localidades de uma vez, e fortalecendo cada time para os combates no caminho. Esse tipo de customização incentiva muito a exploração e nos diverte montando vários personagens de uma vez.
ALGUNS PROBLEMAS
Apesar de estar cheio de ideias legais, Fort Triumph carrega alguns problemas, a começar por sua história, apesar de bem humorística, falta personagens interessantes para te prender, o que torna o foco do jogador totalmente no sistema de combate que esse sim nos prende. O segundo problema está nos personagens que como já citado não são tão interessantes, com designs bem genéricos e diversas versões para recrutar que são apenas recolorações dos iniciais.
Além disso o jogo conta com alguns problemas técnicos como carregamentos demorados na transição entre o mapa e o combate, e na longa demora que a IA às vezes toma para agir em seu turno, mesmo com sua velocidade aumentada e textos pequenos demais para a jogatina na TV, além de também sobrepor partes importantes da UI em alguns momentos. E também enfrentei problemas para abrir o jogo algumas vezes, onde o mesmo congelava no seu carregamento inicial e precisava reiniciá-lo para conseguir jogar.
CONCLUSÃO

Fort Triumph é uma boa experiência de um jogo tático, traz diversas ideias diferentes à mesa, e apresenta uma boa dificuldade em seu sistema de combate, se você conseguir ignorar alguns de seus problemas técnicos, falta de personagens interessantes e não se importar com uma grande história nesse gênero, com certeza terá uma boa experiência derrubando árvores em goblins, puxando e atordoando inimigos para a vitória.
Prós:
- Boa dificuldade
- Estratégia criativa com o cenário
- Variedade boa de atividades importantes
Contras:
- Design de personagens
- História não é muito interessante
- Alguns problemas técnicos
Nota Final:
7.5
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