
Desenvolvedora: Nippon Ichi Software
Publicadora: NIS America
Data de lançamento: 31 de Agosto, 2021
Preço: US $ 39,99
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela NIS America.
O relançamento de jogos antigos tem sido uma prática ainda mais recorrente no mercado de videogames. Entenda que não estamos falando de remakes e remasterizações, mas sim algo ainda mais simplista como trazer de volta aquele clássico da era 8 bits, 16 bits ou um pouco mais adiante que se tornou inacessível via meios legais. Neste contexto, as empresas tendem a entregar coletâneas ou títulos soltos de suas jóias do passado às vezes com o mínimo de polimento visual ou adições possíveis, normalmente tendem a oferecer recursos como opções de filtros, opções de linguagem por texto ou áudio, ajuste de tela, save state, e outras firulas que já estamos cansados de ver por aí.
Curiosamente, o Nintendo Switch é a plataforma que atualmente mais se beneficia desta prática. Eu falo sobre benefícios pois sabemos o quão limitado às plataformas da Nintendo foram e ainda são em relação a títulos third party. Muito do que hoje é aclamado por fãs de jogos de nicho — principalmente os orientais —, por exemplo, não foram disponibilizados nas plataformas da Nintendo, mas sim nos consoles da Sony como PlayStation e PlayStation 2. Então, nos dias atuais, há algum tipo de reparação histórica acontecendo onde muito do que foi desconhecido para fãs incondicionais da Nintendo está sendo reapresentado, e com o sucesso do Nintendo Switch o alcance desses jogos é ainda maior, se tornando um bom negócio para a empresa que quer expandir seu público e fazer um grana fácil com emulação legal.
Mostrando que esta tese realmente funciona, chegamos então a uma de minhas empresas favoritas da geração Nintendo Switch, a Nippon Ichi Software/NIS America. Aqui eu exalto a empresa não por particularmente gostar de suas IPs e trabalhos de publicações de terceiros, mas sim ao esforço que ela teve em tentar com a plataforma incerta de sua aclamação vindo de uma aconchegante base de fãs no PlayStation e, sem saber se daria certo ou não, conseguiu sair de sua zona de conforto e hoje constantemente alimenta o híbrido com diversos jogos que vão de títulos recentes, ports, e até coletânea de seus clássicos. Sério, meu alcance para jogos third party é bastante limitado e acredito que alguns compartilham isso comigo, então ter uma veterana de jogos de RPG estratégia (um dos meus subgêneros favoritos) dando um excelente suporte à minha atual plataforma favorita me deixa bastante feliz.
Partindo para o final desta a introdução, seguimos para a estrela deste texto, o Prinny Presents NIS Classics Volume 1 — uma coletânea de jogos da Nippon Ichi Software que traz o SRPG cult classic Phantom Brave: The Hermuda Triangle (PlayStation 2, PSP, Wii) baseada na sua versão remasterizada anteriormente disponibilizado no PC, e Soul Nomad & the World Eaters, uma jóia perdida presa por quase quatorze anos no PlayStation 2 que certamente é o grande atrativo da coletânea. Ambas escolhas coerentes desta nova abordagem de distribuição de clássicos da NIS em plataforma modernas, permitindo que entusiastas de títulos deste gênero como eu possam conhecer outras obras no qual a série Disgaea influenciou dentro da casa. Isso mesmo, embora sejam títulos originais, há mecânicas similares ao jogos da série Disgaea.
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Embora Disgaea já colecione seis títulos numerados, gosto de como a sua desenvolvedora, a NIS, está constantemente trabalhando em experiências variadas em paralelo ao seu core business mesmo que muito do que é entregue acabe “flopando”. Salvo raras exceções como Witch and the Hundred Knight, Labyrinth of Refrain: Coven of Dusk, Fuuraiki, e Shin Hayarigami, quase toda nova abordagem da empresa acaba caindo no esquecimento, por mais interessante e inovador que seja. Phantom Brave: The Hermuda Triangle pode ser incluído nessa lista de franquias da NIS que se destacaram e criaram uma fanbase, e mesmo sem ter uma sequência acabou se tornando um cult classic dos SRPG’s transitando para outras plataformas além do PlayStation 2 até chegar no Nintendo Switch no pacote Prinny Presents NIS Classics Vol. 1.
Conhecendo Phantom Brave
Em Phantom Brave: The Hermuda Triangle acompanhamos as aventuras de Marona, uma menina de 13 anos e única residente viva na Phantom Island. Marona trabalha como Chroma com o poder “Chartreuse Gale” herdado de seus pais, que lhe permite ver e convocar fantasmas utilizando objetos dando-lhes forma física. Junto ao seu companheiro fantasma Ash, Marona viaja de ilha em ilha realizando serviços com ajuda de seus poderes. No entanto, o poder de Marona traz consigo uma onda de preconceito em sua volta, onde nossa gentil heroína é frequentemente desprezada enquanto de forma pejorativa a chamam de “The Possessed” onde quer que vá e, consequentemente, tornando-se solitária.

No quesito história, Phantom Brave não abusa de uma narrativa rica, mas em vez disso utiliza-se de certos artifícios para tocar direto no coração do jogador fazendo rapidamente se simpatizar com a protagonista através da forma de como ela lida de cabeça erguida com a rejeição. Ao mesmo tempo, ver momentos em que Marona se desestabiliza e admite sua triste realidade enquanto se pergunta do porquê todos a odiarem só me fez querer protegê-la a todo custo! Mesmo que ao longo de vinte episódios a maioria deles entregue fragmentos de continuidade narrativa, o drama apresentado mesclado a sua jogabilidade mais que motiva continuar prosseguindo no jogo. E falando da jogabilidade…
Invoque fantasmas para ajudá-lo na batalha
Como um amante de RPG de estratégia, fico feliz que pude expandir meu alcance a títulos que jamais saberia quando pudesse pôr as mãos algum dia graças à coletânea Prinny Presents NIS Classics. Contudo, Phantom Brave definitivamente possui umas das mecânicas de batalhas mais originais que já vi, mesmo que ele beba um pouco da fonte de seu primo popular Disgaea.
Com a habilidade “Confine” de Marona, convoque aliados fantasmas no campo de batalha utilizando objetos como rochas, árvores, arbustos, armas brancas e afins. Determinada categoria nas estatísticas de cada aliado seu pode ser aumentada ou reduzida dependendo do objeto usado quando o pôr em campo. Por exemplo: uma rocha pode dar um bônus de aumento de stats no ATK e DEF, mas diminui a RES e SPD (nota: não há uma regra para a ordem de distribuição dos atributos nos stats dos objetos); quando for selecionar o fantasma para invocação, certifique-se que ele tenha stats que possam se beneficiar do objeto em questão — caso contrário apenas colocará um fantasma com potencial desperdiçado para lhe dar suporte e ele será removido do campo sem ao menos desempenhar um bom papel.
Falando em remoção, seus fantasmas em campo não são eternos mesmo que ainda possuam algum ponto de HP, pois há um contador de presença para cada um deles sinalizado como “Remove”. Normalmente, cada um deles pode ficar em campo por pelo menos cinco turnos, o que força o jogador a pôr o cérebro para pensar para não desperdiçar seu turno. É até comum enquanto joga em modo macaco priorizar Ash e deixar outros na retaguarda, mas se chegar uma situação onde nem mesmo Ash poderá dar conta, sua partida estará comprometida — o que pode ser infeliz, pois perdeu é Game Over e retorne à tela inicial (certifique-se de sempre salvar antes de entrar em batalha).
Entre outras mecânicas apresentadas, há algumas que lembram Disgaea, mas claro, utilizando de sua própria maneira. Uma delas é que você pode usar o “Lift” para erguer um inimigo/aliado ou objeto e usá-lo como arma no caso de ter seu equipamento roubado (sim, isto é possível). Você também pode arremessá-lo para fora do campo ao maior estilo Super Smash Bros. a fim de evitar um confronto direto, porém esteja ciente que nem sempre é uma opção vantajosa pois em troca seus inimigos imediatamente sobem de nível, dando a eles alguma vantagem sobre você.
É mesmo um Remaster?
A versão analisada em questão — como dito no início — baseia-se no remaster lançado para o PC em 2016, que por sua vez é baseada em Phantom Brave: We Meet Again. Não há nada de extravagante aqui, apenas leves ajustes que melhoram a experiência do jogador como opções de ajuste de tela podendo manter a proporção original de 4:3 ou em full screen, bem como um retrabalho na Interface do Usuário e filtro de antialiasing na mesma. Todas essas melhorias são personalizáveis, podendo replicar a experiência original de 2004. Você inclusive tem acesso ao Another Marone antes exclusivo da versão Wii — que recomendo apenas após terminar a campanha principal.
No entanto, mesmo com tais refinamentos, Phantom Brave notavelmente não envelheceu bem, o próprio jogo não ajuda neste caso. A forma como foi pensado em termos de apresentação da cutscenes colocando sprites em movimento em um fundo estático às vezes me faz esquecer de que estamos falando de um jogo de PlayStation 2. Isso é engraçado pois a Phantom Isle, que funciona como HUD, teve um grande investimento em contraste às partes cinemáticas. Tudo bem que estamos falando de um jogo da NIS, uma empresa que mesmo em tempos atuais parece que não conseguiu entregar um trabalho satisfatório em títulos usando modelos em 3D como em Disgaea 6: Defiance of Destiny. Porém o mínimo que poderia ser feito aqui era entregar uma remasterização mais caprichada oferecendo melhorias, eu sugeria até um opção de Rewind durante a batalha após definir sua ação ou refazendo mais uma vez os menus que são terríveis.
Uma experiência SRPG única e encantadora
Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered sequer entrega melhorias boas o suficiente para merecer o “Remastered” em seu título, em contrapartida ainda é a melhor versão de um clássico da Nippon Ichi Software disponível em plataformas modernas.
Apesar de contar com uma narrativa simplória, o jogo ainda entrega uma boa trama enquanto prende o jogador com seu charme retrô e um bom elenco de personagens centrais. Em relação ao gameplay, ele oferece uma proposta original com bons desafios e punição na medida certa, com o mínimo de complexidade possível no entendimento de seus sistemas, mas não dispensa o uso dos tutoriais. Embora ainda peça que reserve um tempo para o grinding, o fato de ser um RPG de estratégia não enjoa nem um pouco ao revisitar áreas antigas para fortalecer novos fantasmas.
Em resumo, sua jogabilidade é gostosa e muito bem feita, juntando isso a uma história cativante, Phantom Brave: The Hermuda Triangle é um título que faz jus ao legado da NIS e obrigatório para amantes do gênero.
Soul Nomad enfim livre do PlayStation 2
Sinto-me envergonhado por sequer saber da existência de Soul Nomad & the World Eaters até sua revelação no Prinny Presents NIS Classics, mas também não me culpo totalmente dado ao fato de que este título esteve preso no PlayStation 2 por mais de uma década e provavelmente sequer tenha sido apreciado por grande parte dos fãs das obras da Nippon Ichi Software. Aqui temos um relançamento mais que necessário de um bom SRPG que assim como Phantom Brave apresenta mecânicas únicas dentro das características base do subgênero no qual é colocado.
Soul Nomad & the World Eaters põe o jogador no Continente fictício de Prodesto, devastado por uma guerra onde os cruéis arautos conhecidos como World Eaters e seu temido líder Gig orquestraram a destruição do mundo. Os violentos atos do vilão foram interrompidos após sua alma ser selada em uma Espada de Ônix e os gigantes no qual possuía controle acabaram por adormecer. Anos após o ocorrido somos apresentados ao protagonista (podendo ser homem ou mulher), que acaba assumindo a responsabilidade de matar os World Eaters adormecidos após ter a alma de Gig fundida ao seu corpo, concedendo-lhe uma fração de seu poder. No jogo, Gig está constantemente insistindo em tomar o controle de seu recipiente, por isso, tome cuidado em suas escolhas. Inclusive, é interessante como logo de início é possível se entregar ao vilão que o promete poderes capazes de dizimar a humanidade. Em vez disso, escolhi recusar a proposta “tentadora” e ir pelo árduo caminho de me tornar mais forte ao lado de meus companheiros que me acompanharão até o fim da jornada.
O jogo não conta com uma variedade de personagens centrais memoráveis, alguns deles são apenas versões bem desenvolvidas e com personalidade de personagens genéricos do jogo, limitando os melhores momentos de interação entre os mais originais como Gig e Danette. Contudo, o jogo entrega uma trama profunda e cheia de mistérios envolvendo a guerra, e o passado de Gig. Infelizmente, o enredo bem escrito tem sua imersão atrapalhada pela própria limitação do jogo, que oferece uma interface digamos “pobre” e cenários desinteressantes mesmo para sua época, apenas tendo como base ilustrações que tentam passar de forma muito breve momentos de climax do jogo. No entanto, não podemos dizer o mesmo do combate, que por sua vez é a atração principal neste jogo, oferecendo um estilo único de apresentação e mecânicas, além da personalização de exército, que ao meu ver é o elemento de maior destaque.
Enfrente inimigos com seu exército personalizável
Soul Nomad permite desbloquear raças com habilidades e atributos variados e montar um conjunto de soldados que irão te auxiliar durante o combate. A linearidade do jogo no entanto, não permite que o jogador volte às áreas antigas para traçar aquelas batalhas novamente com intuito de realizar o grinding, uma vez que isso é totalmente dispensável quando podemos igualar o nível de um novo personagem criado aos atuais durante a sessão de criação e fortalecê-lo manualmente durante a batalha. Conforme progride, também poderá aumentar a presença de auxiliares em campo ou conseguir novas raças para comprar, bem como recrutar NPC’s, então esteja ciente que até o fim da jornada sua party auxiliar e principal nunca será a mesma de quando começou.
O combate por sua vez requer uma certa atenção e cautela por parte do jogador, já que a forma em como atacamos o inimigo é totalmente aleatória. Se o líder de algum grupo auxiliar for derrotado, o restante das unidades que o acompanham irá junto no fim do turno, isso também vale para o protagonista, mas neste caso você levará Game Over imediatamente e terá que refazer todo o mapa novamente. Para não passar por momentos de frustração à toa, minha sugestão é que salve sempre antes de entrar em batalha, e quando estiver lá abuse de itens do Gig Edict ou unidades que dê Buff e Debuff — ah, atente-se ao montar um exército garantindo que terá sinergia entre si e e estejam em suas devidas posições de combate.
No geral, o combate e em como personalizamos nossa equipe acaba se destacando aqui, e não fico surpreso com isso por ser um jogo de uma das grandes veteranas em SRPG. Porém, Soul Nomad & the World Eaters não oferece um layout amigável, muitas vezes fazendo-o ficar perdido em como gerenciar as coisas, em contrapartida o jogador é compensado com uma jogabilidade minimamente diferenciada e desafiadora, que exige atenção na hora de realizar alguma ação, pois um passo em falso irá levá-lo rapidamente para o Game Over, e acredite, refazer mapas aqui não é nem pouco animador.
Poderia ser melhor
Acredito que Prinny Presents NIS Classics se venda principalmente por Soul Nomad & the World Eaters, mas por que diabos ele não recebeu um tratamento digno de um relançamento em HD. Muito do que se diz melhorar para deixar a experiência mais suave aqui é mínima, fazendo dele um relançamento retrabalhado tão pobre quanto o Phantom Brave.
Claro, em nenhum momento a NIS promoveu Prinny Presents NIS Classics como uma coletânea cujo a proposta é trazer clássicos com funcionalidades extras e aperfeiçoamentos nível remasterização, e admito que a forma com que foi disponibilizado sequer atrapalha a experiência do jogador, mas estamos falando de um jogo de PS2 que definitivamente não envelheceu bem saindo para o Nintendo Switch nem mesmo tendo seu menu inicial em HD. No fim, Soul Nomad & the World Eaters que deveria ser a cereja do bolo só teve um revival morno e limitado a um pacote, onde quem já jogou Phantom Brave em todas as outras plataformas terá que levá-lo junto se quiser ter uma experiência portátil atual.
Dê atenção a este título
Soul Nomad & the World Eaters é um relançamento mais que necessário que certamente terá sua atenção àqueles que acompanham o trabalho da NIS desde seu início. Ele também pode servir como uma opção aos fãs de SRPG que procuram algo mais retrô, ou até mesmo para colecionadores que não acharam uma cópia física do mesmo no passado. Então, o jogo ainda é um retorno bem-vindo mesmo não entregando muito em questões de melhoria de Qualidade de Vida.
Apesar da falta de capricho, eu me diverti bastante, me senti envolvido com sua história e seus personagens, e fui constantemente desafiado com seu combate original e mecânicas. Digo que minha experiência com Soul Nomad & the World Eaters foi muito boa. Fico feliz de ter a oportunidade de pôr as mãos nesta obra que provavelmente caiu no esquecimento, mas espero que estar limitado ao Nintendo Switch e PC não o deixe morrer novamente.
Ótimos clássicos, mas claramente datados
Phantom Brave: The Hermuda Triangle Remastered e Soul Nomad & the World Eaters formam uma ótimo dupla de jogos clássicos para uma coletânea que esta apenas no seu início. São jogos que compartilham o mesmo estilo de gameplay mas trazendo suas próprias particularidades em termos de mecânicas e narrativa. Apesar de serem títulos que não envelheceram muito bem, e que sequer obtiveram um bom tratamento de relançamento, ainda são jogos muito bons que merecem alcançar mais jogadores.
Em relação a coletânea Prinny Presents NIS Classics no geral, há muito o que melhorar em termos de conteúdo oferecido além dos jogos, e melhorias sempre são muito bem-vindas quando a proposta é trazer jogos de pelo menos duas gerações atrás. Não sei quantos volumes a NIS pretende entregar no horizonte, mas creio que os donos do Nintendo Switch se beneficiarão disto. Por fim, espero que a NIS acerte na seleção dos próximos jogos, assim como acertou com estes clássicos de outrora.
Prós:
- Resgate essencial a estes clássicos de RPG Tático
- Mecânicas originais e profundas;
- Soul Nomad & the World Eaters finalmente em mais plataformas
Contras:
- Melhorias de Qualidade de Vida não são nada de mais;
- Não oferecem recursos adicionais que melhoram a experiência do jogador;
Nota Final:
7
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