Desenvolvedora: Koei Tecmo, Omega Force
Publisher: Nintendo
Lançamento: 24 de Junho, 2022
Preview feita no Nintendo Switch com base na demo disponível na eShop.
Fire Emblem Warriors: Three Hopes é o mais novo spin-off da franquia Fire Emblem. Desenvolvido pelo estúdio Omega Force, o game é um musou baseado no aclamado SRPG Fire Emblem: Three Houses, lançado em 2019. Chegando ao Nintendo Switch no dia 24 de junho, a Nintendo liberou uma demo na eShop que permitiu que os fãs pudessem aproveitar um pouco do jogo, além de conhecer a narrativa da nova aventura.
Como é possível se unir a uma das três casas presentes no título, o Nboy decidiu convocar três fãs de Fire Emblem do site. Nossos redatores, Gabriel “Gabe” Marçal, Lucas Barreto e Pablo “Botão” Camargo, decidiram embarcar na jornada para salvar Fódlan, cada um com um dos lordes, Dimitri, Edelgard e Claude. Confira a seguir o que cada um de nossos guerreiros acharam dessa prévia e o que eles esperam do título.
Gabe – Rota Escolhida: Golden Wildfire

De volta a companhia dos nossos colegas da Aliança Leicester, é bem fácil se sentir em casa ao lado dos personagens da casa Golden Deer. Todos carismáticos e com suas peculiaridades, sendo com certeza os personagens mais humanos do jogo de um modo geral.
A história da casa em Three Hopes no entanto, segue um padrão que a faz ser reconhecida por aqueles que jogaram Fire Emblem: Three Houses, a construção de lore. Diferente do que veremos nas outras rotas, Golden Wildfire irá focar mais na intrincada política por trás dos panos. Enquanto o Reino Sagrado de Faerghus e o Império Adestrian lidam com problemas internos e a consequência de suas escolhas e ações, a aliança lida com os problemas do mundo em si.
Em um resumo, se você quer conhecer mais do continente de Fódlan, sua relação com países vizinhos, e a forma como a política interna do local é realizada, esta é a rota para você. Junto com um grupo de carismáticos personagens, Golden Wildfire será uma ótima pedida para aqueles que desejam conferir a narrativa de Three Hopes com um outro olhar.

Mas não só de worldbuilding vive a rota Golden Wildfire. Com o retorno dos supports, podemos esperar muitas boas interações vinda de um dos melhores elencos da série. Desde Lorenz, o maior exemplo de nobreza não-tóxica que temos, passando por Marianne, a mais introvertida do jogo, Hilda, uma garota preguiçosa e manipuladora mas que acima de tudo é muito gentil e atenciosa, e até Ignatz, um grande artista em potencial que tem medo de abraçar seu talento e decepcionar os país.
Temos um cast muito interessante e uma excelente oportunidade de entender o porquê de cada movimento acontecer na terra de Fódlan. Sendo assim, Golden Wildfire é uma rota excelente para se entrar na experiência de Fire Emblem Warriors: Three Hopes, assim como Verdant Wind era para o Three Houses.

Já no quesito jogabilidade, Fire Emblem: Three Hopes traz uma mistura do clássico estilo de jogos musou criados pela Koei Tecmo, aliado a uma nuance de estratégia vinda dos tradicionais jogos da série Fire Emblem. Existe aqui uma necessidade estratégica na disposição de tropas nos mapas, administração de recursos e uma adaptação do sistema de vantagens e desvantagens da franquia de RPG estratégicos.
Aliado a isso, ainda temos o sistema de permadeath da franquia Fire Emblem, que se mistura aos elementos tradicionais apresentado no estilo musou. Assim, será necessário que o jogador se planeje para não perder nenhuma de suas tropas. A jogabilidade é bem interessante e vai agradar os fãs de Fire Emblem que não possuem experiência com musous.
Lucas – Rota Escolhida: Scarlet Blaze

Fire Emblem: Three Houses, de uma forma ou de outra, tem como protagonista Edelgard. Independente da rota escolhida, a herdeira do trono imperial justifica os conflitos por seus ideais, impulsionando Claude a ir atrás de seus ideais de união entre povos, ao mesmo tempo em que move Dimitri a sucumbir ao desespero e à loucura.
Nesse sentido, não seria exagero dizer que entender a rota dos Black Eagles, casa representante do Império, em Fire Emblem Warriors: Three Hopes seria o suficiente para entender o novo rumo que os criadores buscam para o título. Teria Edelgard seguido o mesmo rumo enquanto Flame Emperor ao lado dos vilões que servem a escuridão? Como a herdeira lidaria com seu destino sem a presença da estimada professora Byleth?
O prólogo de Three Hopes já nos dar algumas pistas de como as coisas estão mudadas dessa vez. Temos o conflito anunciado entre a carismática mercenária Shez e Byleth. A nova protagonista mostra suas diferenças em relação a heroína de Three Houses, vendo o lado otimista dos líderes das casas, ao invés de sua verdadeira face. Também somos surpreendidos quando retornamos a Garreg March. Assim como no título de 2019, Shez é convidada para integrar a academia, mas, diferente de Byleth, a jovem se une como uma estudante sobre a supervisão de Jeritza, que aqui assume o posto de professor.

Escolher seguir o caminho de Lady Edelgard significa reencontrar antigos companheiros que nos fazem abrir um sorriso, como o exuberante Ferdinand Von Aegir, inflado pelo ego nobre, e a princesa Petra, sequestrada de seu país como uma forma de controle imperial. É bom reencontra-los e vê-los sobre o olhar de um estudante.
A demo do jogo faz um excelente trabalho em nos mostrar a dinâmica e as diferenças do spin-off em comparação ao jogo base. Se, no original, nossa primeira missão em nome da Igreja de Seiros era derrotar bandidos escondidos em um território sagrado, aqui invadimos sem temor um covil de ladrões, resgatando Monica, personagem trazida de volta a vida ao jogo com uma personalidade cativante, e que com certeza virá a render bons frutos com o lançamento final, especialmente ao relacionar-se com sua majestade.
Muito mais do que uma variação no conto original, Scarlet Blaze tenta mostrar Edelgard e seus planos de uma maneira diferente do que foi visto no original. Utilizando a igreja de Seiros a seu favor, a jovem muda drasticamente seus planos e se torna imperatriz muito mais rapidamente. Se em Fire Emblem: Three Houses, sua luta contra a Igreja era feita o foco de sua rota, aqui podemos esperar uma verdadeira guerra contra as principais facções que dominam Fódlan.

Já de início é possível perceber o quão diferente a narrativa será em Three Hopes. Muito mais do que um reconto do original, Scarlet Blaze mostra que enquanto alguns pontos continuam iguais, tal como Edelgard declarando guerra contra a Igreja de Seiros, outras mudanças vão trazer diferentes pontos de vistas
Para além da promissora narrativa, a Demo de Three Hopes demonstrou ser um merecido spin-off para o título principal. Afinal, quando por fim somos apresentados ao campo onde as estratégias de combate são tomadas a cada capítulo, vemo-nos em paralelo com os meses corridos em Garreg Mach onde apenas conversávamos com os alunos, desfrutando refeições, chás e trocando presentes. O sistema de relacionamento está de volta com muitas semelhanças, incluindo exclusivos diálogos de suporte que poderão vir a desenvolver ainda mais as relações dos personagens entre si.
Não há nada como encontrar personagens queridos de volta na tela, incluindo figuras secundárias que acabaram caindo no gracejo dos fãs, como o carismático “gatekeeper”. Os novos designs de personagens criam um balanço perfeito entre os tempos de academia e o time skip de cinco anos de three houses, apresentando alunos maduros, mas não tendo passado pelas mesmas experiências. No geral, tivemos uma excelente prévia de um jogo que aparenta estar majestoso, e não consigo ver a hora de ter a experiência completa em minhas mãos.
Pablo – Rota Escolhida: Azure Gleam

Eu amo Fire Emblem Three Houses, com certeza é um dos meus títulos favoritos do Nintendo Switch, tanto pela sua incrível história e personagens, quanto por seus combates estratégicos cheio de customização para as unidades, além de sua incrível trilha sonora. Mas quando vi Three Hopes sendo anunciado, admito que fiquei dividido, pois o original já é um jogo bem redondo, e eu honestamente não conseguia encontrar algo que realmente precisasse ser mais explorado dentro da trama,
Diferente do que aconteceu com The Legend Of Zelda: Age of Calamity, que serviu para mostrar o mundo antes da destruição de Hyrule por Ganon, acredito que a narrativa de Three Houses estivesse completa. Minha surpresa foi quando revelaram que Three Hopes era uma linha do tempo paralela, apresentando um novo protagonista e trazendo um olhar diferente a uma história que eu já havia vivenciado.
Começando pelo prólogo da história que nos apresenta a Shez, um mercenário que possui poderes similares a de Byleth. Após ser derrotado pelo protagonista anterior, o jovem jura ficar mais forte e se vingar do famoso Ashen Demon. Como uma reviravolta do destino, o herói acaba encontrando o trio de lordes, Edelgard, Dimitri e Claude, ajudando-os e sendo recrutado para o Gareg March no lugar de Byleth e seu pai, Jeralt. Contudo, dessa vez, somos oferecido a chance de ser um aluno, o que muda bastante na relação que teremos com nossos colegas.

Seguindo a rota dos Blue Lions, que é representada por Dimitri, podemos desde inicio perceber que as coisas serão diferentes em Three Hopes. No novo game, descobrimos que o Reino Sagrado de Faerghus entrou numa guerra civil entre o tio do lorde e o pai de Felix. Nossa classe é então obrigada a intervir o que faz com que o destino de Dimtiri, ao menos por enquanto, mude em relação ao jogo original.
Apesar de ainda apresentar um timeskip, seguido pela Guerra de Edelgard contra a igreja de Seiros, a narrativa de Three Hopes segue um caminho bem diferente de Three Houses. Por conta do foco de Dimitri em seu reino e a resolução dos problemas no império e na aliança ocorrendo em paralelo, alguns dos momentos mais dramáticos da rota original ficam de fora aqui. O drama trágico que acompanhava o jovem príncipe e seus amigos, não se faz presente aqui, o que diminui um pouco do charme de uma das narrativas mais interessantes de Fire Emblem: Three Houses.

Já na parte da jogatina, o combate é bem fluido e o maior destaque é o desempenho, que raramente apresenta quedas de frames, mesmo com os ataques especiais cheios de efeitos contra diversos inimigos, um grande avanço sobre The Legend Of Zelda: Age of Calamity. Embora, seja claro, o visual do título sofreu um pouco para acomodar a experiência de uma maneira que possa ser satisfatória.
Uma interessante adição é o sistema de triângulos de armas, elemento tradicional da franquia Fire Emblem, que marca seu retorno aqui após o primeiro Fire Emblem Warriors (2017). Servindo como uma forma de estratégia a mais, para diferencia-lo de outros musous, o sistema faz com que o jogador precise estar sempre atento com suas unidades e utilize-as de maneira correta para conseguir um bom resultado. Um ponto negativo, porém, é que unidades de mesma classe possuem gameplay similar, mudando apenas alguns efeitos das skills exclusivas de cada personagem. Assim, apesar de oferecer um grande elenco, temos a sensação de que muitos estão presentes apenas para encher buraco.

Um problema que pude notar no entanto, é no desequilibro ao se jogar no Modo Hard. Como na demo somos limitados a personagens de nível baixo e com opções de ataques limitadas, lutas que em geral demorariam 10 minutos, acabam se arrastando demais. Felizmente, é de se esperar que os duelos fiquem mais interessantes quando avançamos na narrativa e habilitarmos novas opções de ataques.
Quando não estivermos nos combates, Shez pode explorar o acompanhamento, que realiza a mesma função que o monastério em Three Houses. Nele, podemos conversar com personagens, cozinhar comidas que oferecem buffs, damos presentes e treinar nosso grupo. É um ótimo ponto de descanso e respirar durante os embates.
Por fim, Three Hopes melhora dois pontos importantes de Three Houses. O primeiro é em relação a trilha sonora, apresentando remixes incríveis dos títulos do jogo original. Já o segundo é a dublagem, que continua impecável e ajuda os personagens a ficarem ainda mais carismáticos. Até Shez conta com sua própria voz, o que torna as interações com outros membros do grupo ainda mais interessantes
Três caminhos de esperança que converge em um único destino
Em suma, o que nosso três redatores puderam perceber em suas jogatinas foi que, Fire Emblem Warriors: Three Hopes será um título muito interessante para os fãs de Fire Emblem: Three Houses. Misturando a clássica jogabilidade musou com elementos estratégicos, o combate está bastante divertido e vai ajudar a diferenciar o game de outros títulos do mesmo gênero.
Para os amantes da intrincada história das três casas, a narrativa também vai surpreender. Trazendo um novo olhar sobre as ações dos personagens que já conhecemos, a introdução de Shez, junto com a suposta função de vilão que Byleth assume, certamente servirá para trazer novos mistérios para um dos mundos mais interessantes da franquia Fire Emblem. Não importa qual casa você decida se aliar, Three Hopes com certeza oferecerá uma experiência que vale ser experimentada pelos fãs de Three Houses.
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