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Review | Card Shark

Trapaças e enganações são recursos necessários para se infiltrar na aristocracia francesa em Card Shark. Venha ler nossa Review e conheça um pouco além do campo entre verdades e mentiras.
Lucas Barreto 02/06/2022

Desenvolvedora: Nerial
Publicadora: Devolver Digital
Data de lançamento: 02 de Junho de 2022
Preço: R$ 49,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Devolver Digital.

Nenhum recurso narrativo pode ser tão encantador e místico como a mentira. Mais que um artifício emocional que cativa pela surpresa, revela-se como uma promessa que, apesar de ser anunciada, nunca cansa de nos surpreender. Orson Welles, em sua “Mentiras e Verdades”, talvez o tenha demonstrado com maior maestria e elegância, em um trabalho cinematográfico que mistura ficção e realidade, com a anunciação da mentira, sua inserção calma e deliberada para, no fim, causar um choque, um questionamento pela quebra de fronteira entre a realidade e a ficção. Talvez Card Shark não seja uma boa comparação com o trabalho do genioso cineasta, mas ambos com certeza compartilham do mesmo artifício para se validarem: a narrativa composta pela mentira.

Mentiras e Verdades

Confesso que, quando vi o anúncio de Card Shark em alguma apresentação de jogos que agora não me recordo, não fui fisgado logo de cara. Um jogo de cartas, especialmente com técnicas de blefe e trapaça, definitivamente não corresponde com meus gostos pessoais. Foi apenas com sua nova apresentação no último Indie World que finalmente entendi sua premissa principal, e me dei a chance de me apaixonar pelo título. Mas não vou me apressar tirando, de cara, meu ás de espada, por hora me bastando uma ampla descrição do que apresenta aqui.

Estamos na França, no final do século XVIII. A aristocracia envelhecida ao redor do monarca Luís XV enriquece às custas do povo, desfrutando de vícios e jogos para se distraírem de seu ostracismo, enquanto uma revolta começa a se formar nas ruelas escuras da capital. Alheio a todos esses eventos, incorporamos um jovem empregado de uma estalagem no Sul da França, humilde e servil. Um dia, contudo, cruzamos nosso caminho com o infame e inventivo conde de Saint Germain, que nos convida a roubar de um distinto cavalheiro que, ao cair da noite, por lá passaria. Assim, aprendemos um truque simples, servindo vinho aos convidados, visualizando suas mãos, e sinalizando os naipes mais fortes com um código estabelecido por meio da forma como limpamos a mesa com um trapo de pano. Desconfiado, contudo, o dito cavalheiro embrutece-se, logo sacando uma arma, mirando o canhão a esmo, acertando a protetora do protagonista. Sozinho e desolado, é empurrado aos colos do conde para trilhar uma jornada de truques e armações nos ricos ciclos da nobreza francesa.

Entre mentiras e verdades caminhamos. Conhecemos figuras ilustres, ganhamos dinheiro, perdemos algum, em um labirinto social cuja chave reside nas habilidades de convencimento e na sensibilidade intuitiva. De um mero jogo sobre cartas, somos levados, por elas, a uma narrativa competente e moldada diretamente pelos desafios trazidos pela jogabilidade, em cada truque feito e desfeito. Agora cortemos o deque e vejamos o que reside no interior de suas aparências.

Como se fosse mágica

Sendo um pouco mais direto ao ponto, o jogo não demanda que tenhamos qualquer conhecimento prévio sobre baralhos. Existem opções para o jogo detalhadamente explicar a diferença de cada naipe, os valores distintos de cada carta, e o objetivo principal do jogo sequer demanda um entendimento completo de rodadas dos jogos ali apresentados. Na verdade, Em Card Shark temos diversos “minigames” envolvendo trapaças, com formas distintas de marcar cartas, distribuir valores a jogadores específicos ou distrair oponentes do truque principal. Nesse sentido, as vitórias se tornam relativas, visto que temos situações onde pode ser mais estratégico fazer um oponente vencer uma disputa.

O título apresenta uma eficiente forma de conservar um equilíbrio entre vitórias e derrotas deliberadas, por meio de uma barra inferior de desconfiança. Se demoramos muito para fazermos truques, ou se erramos determinadas técnicas, a desconfiança aumenta, assim como ela pode diminuir quando perdemos ou quando performamos certos truques de forma perfeita. A tensão criada por tal ferramenta é palatável, com diálogos de irritação reforçando a ideia de desespero, com consequências fatais pelos nossos erros. Afinal, quando um oponente se irrita em demasiado, ele pode simplesmente escolher sacar uma arma e nos assassinar, deixando-nos à mercê da morte, literalmente.

Quando morremos, somos apresentados à Morte, com sua elegância familiar e gélida. Divertindo-se, ela dá oportunidades de voltarmos à vida com partidas de cartas, ou com pagamentos materiais. Podemos, é claro, enganar a Morte, fazendo-a cair em truques com seu baralho de ases e caveiras, fazendo-nos renascer antes da partida que causou nossa morte. Caso percamos nosso dinheiro, precisamos, por outro lado, refazer a fortuna com truques mágicos de rua, enganando pedestres e multiplicando o dinheiro em jogos com ricos nobres.

Mesmo com diversos truques que se acumulam na manga, muitos são variações de anteriores, nunca deixando o jogo repetitivo e com grande variação de movimentos. O truque inicial do pano, por exemplo, aos poucos é aperfeiçoado, indicando valores de cartas altas e quantidades exatas, em uma progressão de dificuldade constante mas justa. A narrativa, então, escala de forma semelhante, em diversos salões de jogos e um amplo elenco de figuras conhecidas que caem em nossas jogadas, desde Voltaire até a Madame de Pompadour, em uma trama que se estende do Sul da França até Paris e, por fim, Versalhes.

Um jogo à serviço da história ou uma história à serviço do jogo?

Com o tempo, descobrimos um mistério que Conde de Saint Germain busca desvendar, envolvendo a Majestade, Luís XV, seus mosqueteiros e sua mão direita. Em um primeiro momento, descobrimos a existência de uma mulher com quem o monarca tinha sido casado, até sua trágica morte, deixando um rastro de sangue e dinheiro para trás. Acompanhado de membros de um acampamento que reúne bandidos e trapaceiros, no melhor estilo Robin Hood (ou melhor, estilo Arsène Lupin), em um anúncio de organização revolucionária em resposta ao descaso aristocrático. Assim somos jogados no meio de intrigas antigas e pessoais, fazendo-nos cúmplices de crimes que nos levam à conclusão digna do mistério tão bem desenhado e elaborado.


Conclusão

É pela narrativa que o jogo se apresenta como algo além de uma série de minijogos, exigindo concentração nos temas abordados, desafiando-nos pelo entendimento do jogo apresentado ao invés de um conhecimento exterior. Somos convidados a improvisar em momentos de tensão para resolver dificuldades, e criamos vínculos com os personagens. Em artes que explodem estilo e capazes de nos transportar a um espírito romântico, Card Shark nos transporta para algo próprio e distinto.

Em um ponto contrastante, preciso relatar que encontrei dois bugs ao longo do jogo que precisam ser relatados. Durante sessões de tutorial, certos movimentos travaram o jogo, tornando-o injogável e obrigando-me a reiniciar todo o aplicativo. Por sorte, a função de auto save é muito competente, e não perdi nada além de alguns minutos para passar pelas falas novamente. Além disso, contudo, há pouco para se criticar aqui. O jogo em si é curto, porém condizente com a faixa de preço, com uma narrativa boa o suficiente para nos deixar por um tempo processando o que vimos. Não há jogos ou missões paralelas para se realizar, o que é bom para a estrutura não se desgastar, mas que pode ser visto como algo ruim para aqueles que procuram experiências longas.


As mentiras e trapaças habilmente utilizadas aqui criam um ambiente incrível e maravilhoso de se situar. A narrativa nunca apresenta barrigas, sempre sendo levada para frente até em momentos pequenos, e com situações caricatas o suficiente para nos fazer sentir inteligente enquanto jogamos. É uma fácil e rápida recomendação, um acerto tão certo quanto uma vitória trazida por um ás de espada.

Prós:

  • Gameplay intuitiva e rápida;
  • Narrativa instigante e bem situada;
  • Estilo artístico e música compõe um incrível cenário.

Contras:

  • Alguns bugs encontrados causam erros de input;

Nota:

8,5

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Lucas Barreto
Lucas Barreto
Nintendista e escritor nas horas vagas. Estudante de Letras e fã de visual novel e jogos calminhos.
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Tags: Card Shark

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