Desenvolvedora: Otomate
Publicadora: Aksys Games
Data de lançamento: 1 de dezembro, 2022
Preço: R$ 254,95
Formato: Digital / Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Aksys Games.

Revisão: Marcos Vinicius

Lover Pretend é uma Otome Visual Novel que se passa no mundo dos bastidores do cinema onde nossa protagonista – Chiyuki Ueda – procura realizar seus dois grandes objetivos. O primeiro, e mais simples, seria se tornar uma roteirista, enquanto o segundo é se entranhar nesse mundo em busca de seu pai biológico. Isso se dá pois sua mãe que faleceu ainda durante sua infância nunca revelou esse segredo. Ainda assim ela consegue descobrir que pela época em que ela foi concebida sua mãe, que também era roteirista, só pode ter tido ela com algum dos caras envolvidos na produção do filme.

A partir disso, a heroína se envolve em um projeto onde tem a chance de conhecer diversas pessoas que estavam ligadas a produção do filme feito por sua mãe e começa a investigar esse personagens. Um grande apelo dentro dessa estrutura de história é o fato de que metade dos pretendentes são atores famosos, enquanto a outra metade ainda está de um jeito ou de outro envolvida no ramo, realizando um sonho bem comum de poder namorar com uma celebridade.

Por fim, vamos adentrar nessa trama de comédia romântica e mistérios do coração, em uma aventura que seria capaz de virar a vida de qualquer um de ponta cabeça.

Os mistérios de Chiyuki Ueda

Em Lover Pretend, boa parte dessa estória gira em torno do mistério do pai verdadeiro de Chiyuki Ueda como dito anteriormente. Ainda assim, a maioria das vezes isso é só motivo para fazer a Ueda se interessar mais pelos garotos e correr atrás deles, de forma que, embora o enredo pareça ser sobre isso, é algo que raramente traz algo substancialmente interessante sendo usado mais como ferramenta de roteiro.

Dito isso, também fui capaz de descobrir a resposta do mistério de pai de Ueda em pouquíssimo tempo. E veja bem, eu não sou exatamente o tipo de jogador que busca descobrir a resposta antes da hora, pois gosto de ser surpreendido e de sentir a construção e impacto de uma revelação. Ainda assim, a resposta veio a mim muito naturalmente.

No entanto, isso não torna a história ou experiência de Lover Pretend ruim ou menos divertida em qualquer sentido, mas é bom deixar claro que mesmo com toda essa premissa de investigação, o jogo dá bem pouco foco para isso. Por fim, vamos então investigar o verdadeiro foco do jogo, os rapazes.

Pretendentes

Lover Pretend entrega quatro pretendentes que, em geral, entregam bem mais que a premissa. Embora todos eles partam de um estereótipo como é comum nesse tipo de jogo, eles ainda conseguem ser recheados de carisma e subverter algumas expectativas. Sem mais demora, vou apresentá-los!

O primeiro rapaz a aparecer na história é Kazuma Kamikubo, o melhor amigo da nossa protagonista. Kazuma é um dos tropos mais básicos nesse tipo de história, embora seja escrito de forma carismática e apaixonante.

Ao contrário do sentido mais comum em que esse tipo de personagem se apresenta, sendo suas principais características ser bondoso e leal, Kazuma flerta bastante com a ideia de protagonista. Embora exista lealdade, seus principais pontos são sua energia aparentemente infinita, seu jeito despreocupado que parece ajudar Ueda vez após vez a se entender e sua presença que traz conforto por si só.

Embora eu ache ele um personagem interessante que agrega para a história em muitos momentos, acho que Kazuma não chega a ser tão profundo quanto outros dessa mesma obra. Ainda assim, acho que vale a pena estar perto dele pela companhia agradável, pelo conforto e alegria das coisas mais simples que ele proporciona com consistência.

Harumi Makino foi a maior surpresa de Lover Pretend para mim, com um início meio lento devido as suas inseguranças e timidez, mas um desenvolvimento de personagem realizado com maestria.

Makino é um personagem de um estereótipo mais raro nesse tipo de narrativa, uma vez que ele é inseguro, bastante tímido e contido. Mas com o tempo e com a conexão com a protagonista, ele começa a remover lentamente as nuvens em seu coração e se abrir para uma relação de companheirismo muito forte. Para aqueles que preferem os mais delicados, Makino é sem dúvidas é a escolha para você!

O verdadeiro Idol da história, Riku Niishima carrega em si a aura de uma estrela, com um talento quase sobrenatural. Quando ele entra em cena, não exista alguém que seja incapaz de enxergar seu brilho.

Riku é um personagem bastante interessante e a interação com ele é sempre instigante. Embora ele pareça mais sério e fechado no começo da trama, você logo encontra um cara bastante gentil e atencioso. Ainda assim, Riku possui um desenvolvimento interessante e, de certa forma, até algumas críticas a idealização desse tipo de Idol, o que é contraditório, mas magnífico.

Yukito Sena é típico mulherengo problemático, com pose de delinquente, mas além de tudo, ele é um modelo com todas correndo atrás dele para inflar sua auto estima.

Embora a relação deles parta de um princípio que já é batido demais, a protagonista não se interessa por ele logo de primeira. Entretanto, ainda acho que o personagem em si é muito bem escrito. Ao invés de ser um cara babaca e ultrapassar limites físicos, Sena é verdadeiramente provocante e ardiloso, como se estivesse sempre na tentativa de estar um passo à frente e ficar nesse atrito silencioso com Ueda, que acho bem interessante com dinâmica.

Script e cena

Falando da parte técnica de Lover Pretend, as ilustrações do jogo são boas, mas não as melhores que já vi. Elas não deixam nada a desejar, embora também não são daquelas de encher os olhos como BUSTAFELLOWS ou Olympia Soiree.

Olympia Soirée é uma experiência densa e robusta, com uma apresentação de mundo que habita uma linha tênue entre sensível e o potente, mas sem nunca deixar de lado suas mensagens e princípios.

O principal ponto forte dessa aventura é o dinamismo das cenas. O roteiro não é econômico por si, ele toma o tempo que precisa para explicar e desenvolver, mas o ponto é que Lover Pretend não toma nem um momento a mais do que precisa. Isso torna os diálogos agradáveis, as cenas com uma duração adequada e nunca te deixa entediado, algo que eu valorizo muito em Otoges.

A trilha sonora do jogo também é boa em um geral, e os tons utilizados nos menus e cenários também é bem convidativo. Um diferencial de Lover Pretend no entanto é seu sistema mais focado em gameplay, onde o jogador deve responder rapidamente perguntas sobre pressão. Isso aumenta o apreço dos rapazes sobre você e é uma maneira bem divertida de trazer um pouco de emoção a aventura.

Por fim, encerro está rápida análise recomendando facilmente Lover Pretend para os apaixonados por Otome Games, mas também para novatos que podem ser menos resilientes as quantidades de texto, já que esse demonstra bastante dinamismo.

PRÓS:

Ritmo de escrita;
Pretendentes amorosos bem escritos e desenvolvidos;
Mecânicas de gameplay engajantes e divertida;
Boa recomendação para iniciantes no gênero;
Personagens variados em design e personalidade.

Contra:

História clichê que explora pouco os mistérios;
Imagens bem medianas.

nota final:

9

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Gabriel Marçal

Outrora um herói curioso e gentil, Gabriel vivia no seu própria ritmo pelas suas própria batidas, sempre com um sorriso no rosto e muito amor pelas coisas que jogava e escrevia. Contava suas histórias e opiniões aos 4 ventos em forma de maravilhosas reviews, porém hoje, é um andarilho perdido e obstinado que vaga pelas nada amistosas terras da vida adulta, tentando se encontrar e encontrar seu lugar no mundo, Gabriel só tem uma missão, ser o gatekeeper que trará a vocês o conhecimento de quais jogos merecem ser jogados.

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