
Desenvolvedora: Octeto Studios
Publicadora: PQube
Gênero: RPG, Aventura
Data de lançamento: 10 de Outubro, 2024
Preço: R$ 103,90
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PQube.
Revisão: Marcos Vinícius
Sky Oceans: Wings for Hire é um jogo do estúdio chileno Octeto Studios (Cyber Ops) que se propõe a homenagear clássicos JRPGs, especialmente Skies of Arcadia — um título aclamado da SEGA lançado para o SEGA Dreamcast em 2000.
O título traz uma ambientação de piratas dos céus e um mundo fragmentado em ilhas flutuantes remetendo de maneira nostálgica à RPGs dos anos 90 e início dos anos 2000 , trazendo uma atmosfera contemplativa familiar ao estilo Nausicaa e o Vale do Vento, O Castelo no Céu ou Final Fantasy XII.
De Vilas Latinas a Mistérios Flutuantes
Em Sky Oceans: Wings for Hire, seguimos a jornada de Glenn Windwalker (parente distante do Luke ?) o mais jovem piloto de uma família de aviadores exploradores. A vila de Glenn é atacada por uma organização maligna e cabe à ele e seus amigos partirem em uma aventura para desvendar os mistérios do mundo e recuperar sua casa.
O jogo consegue captar perfeitamente a essência bucólica e serena dos JRPGs de fantasia, o que não surpreende, considerando o forte vínculo histórico da América Latina com a cultura japonesa, especialmente por meio dos animes. A mistura de influências funciona muito bem, temos pitadas de piadas hispânicas espalhadas pelo texto da obra, além de fortíssimos elementos tradicionais latinos na forma com que as civilizações do jogo se organizam.
Essa tendência de combinações culturais vinda de criadores que experienciaram o “boom” dos animes no ocidente já tem se mostrado promissora em várias mídias brasileiras e estrangeiras e não dá indícios de desacelerar.

Estratégia no Ar
No jogo, temos momentos de exploração tridimensional com as aeronaves e momentos de combates por turno. Além dos combates tradicionais com “airjets”, naves individuais que cada personagem controla, o jogo introduz batalhas com grandes “airships”, naves maiores que funcionam como um “hub” para a equipe e onde a tripulação deve se dividir entre funções como pilotagem, canhões e reparos. Essa alternância de mecânicas ajuda a manter o combate dinâmico e oferece variedade ao jogador, o que é crucial em jogos do gênero.
A batalha em si não tem nada de exageradamente complicado ou obtuso, ela no máximo traz uma complexidade ao forçar o jogador a gerenciar cuidadosamente a velocidade de seus personagens e a ordem de turnos, que podem alterar o rumo das lutas. Entretanto, Sky Oceans: Wings for Hire tem algumas falhas de execução que diminuem o impacto dessa mecânica.

Uma Jornada Frustrante
Infelizmente, Sky Oceans: Wings for Hire sofre com uma série de problemas técnicos que ofuscam o seu brilho. A queda de quadros é frequente, mesmo com gráficos bastante simples, o que indica falhas graves na otimização, especialmente no Switch.
Além disso, o jogo é repleto de bugs que afetam a experiência, desde travamentos no meio das lutas até efeitos sonoros que entram em loop infinito. Problemas como balões de fala passando rápido demais ou longos tempos de carregamento também prejudicam a imersão.
A navegação, que deveria ser um dos pilares do jogo, é um dos aspectos mais frustrantes. Os controles dos jatos são instáveis e mal ajustados. A câmera é vacilante e pouco responsiva, e a colocação de obstáculos e das paredes invisíveis no mapa só piora a situação. Navegar pelos céus deveria ser emocionante, mas acaba sendo uma experiência apenas irritante.

Outro problema crítico é o tracker de ordem de turnos no combate, que frequentemente bugava e desaparecia, prejudicando a compreensão de um dos elementos mais importantes do jogo. Ademais, a história, embora coesa, sofre com bombardeios de informações que revelam fatos importantes sobre os acontecimentos do mundo de forma abrupta, o que enfraquece o mistério que poderia ter sido construído de maneira mais gradual e instigante.
Aventura Ofuscada por Bugs
Sky Oceans: Wings for Hire é uma homenagem sincera aos JRPGs clássicos, especialmente Skies of Arcadia, mas sua execução técnica deixa muito a desejar. A atmosfera e as ideias são promissoras, e a mistura de influências culturais é um ponto de destaque.
No entanto, os bugs, falhas de otimização e controles problemáticos atrapalham significativamente a experiência. Com mais polimento, o jogo poderia ter sido uma bela adição ao catálogo de RPGs modernos, mas, como está, deixa uma sensação de frustração e desapontamento.
Prós
- Ambientação Multicultural Cativante;
- Uso da Velocidade interessante nas lutas.
Contras
- Falhas Técnicas gravíssimas que atrapalham a Experiência.
Nota
5
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