Revisão: Ivanir Ignacchitti
É difícil negar que o mercado de jogos indies atualmente se encontra como uma verdadeira joia da indústria, com muitos times pequenos se inspirando nos grandes jogos que marcaram infâncias. E ainda existem muitos jovens desenvolvedores que têm uma ideia, mas não possuem o conhecimento de programação para conseguir colocar a sua ideia em prática.
Mas, e se eu te contasse que existe um jogo em que você pode fazer tudo isso, sem nem ao menos ter que começar a pesquisar como programar? Sim, estou me referindo ao RPG Maker. A série é exatamente o que diz o nome. É um “construtor” (maker) de RPGs. Com ele, você pode criar uma série de elementos que compõem um RPG. Porém, apesar disso, é possível criar obras de outros gêneros com ele, e existem inúmeras versões desse software. Para esse artigo, eu irei utilizar o RPG Maker WITH, que inclusive temos uma análise dele aqui no NintendoBoy.
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Criando seu próprio jogo
Para começar, o RPG Maker é composto de duas peças principais: o criador de mapas e a base de dados. Com o criador de mapas, você pode criar todos os cenários que você irá utilizar no seu jogo, como vilarejos ou florestas. Infelizmente, essa versão do RPG Maker não permite que você crie a sua própria arte, mas às vezes essa limitação pode ajudar para quem está fazendo o seu jogo pela primeira vez.
Também é bom você considerar as limitações dos consoles. Por exemplo, o Nintendo Switch só possui 32 GB de armazenamento e 4 GB de RAM. Até que o Switch 2 deixe de ser um apanhado de rumores, é com isso que desenvolvedores tem que trabalhar. É altamente recomendado você começar pelos mapas primeiro. Pense nisso como um teatro: como é que você irá fazer a sua peça se não tem um cenário no qual seus atores irão se mexer?
Se você precisar de uma inspiração, não sinta medo de ir para o Maker Place, onde você pode baixar jogos e assets feitos pela comunidade do jogo. Inclusive, você não precisa necessariamente fazer um jogo: se o seu chamado mora em fazer mapas bem elaborados, o RPG Maker já serve como um verdadeiro papel em branco, apenas esperando para ser preenchido.
Unity vs. RPG Maker vs. Unreal Engine
Existe um certo stigma com a série RPG Maker: o fato de que ele é bem limitado em relação ao que pode ser feito dentro dele. Isso leva muitas pessoas a acreditar que é bem melhor você procurar no YouTube um curso básico de como usar o Unity, a engine gratuita popularmente utilizada para jogos 3D diversos, sejam eles de PC, console ou mobile, ou a Unreal Engine da Epic Games.
Porém, o RPG Maker utiliza uma linguagem própria em que você irá colocar o que eu irei chamar de “flags”, ou bandeiras. Basta entender esse conceito para aprender os fundamentos da programação sem ter que escrever uma linha sequer de código. E saiba disso: muitas obras que fizeram sucesso tiveram seus começos no RPG Maker, então eu não desconsideraria ele completamente.
Além disso, as limitações do RPG Maker te ajudam a entender um aspecto muito importante, que é manter a sua ambição sob controle. O que eu quero dizer com isso? Não adianta você achar que vai fazer um jogo de 90 horas ou 100 horas na sua primeira vez. É muito melhor que você comece pequeno.
O uso dos assets padrões pode até fazer seu jogo parecer meio genérico, mas volto a falar: se você precisa de um caderno para conseguir colocar suas ideias na prática e não quer escrever nenhuma linha de código ou gastar horas e horas aprendendo algo novo, mesmo com as suas limitações, RPG Maker é uma ótima ferramenta para isso.
Resumindo: Não sinta vergonha!
O ponto que eu quero chegar com esse artigo é bem simples. Por mais que um jogo feito no RPG Maker possa parecer genérico, trata-se de uma ferramenta que serve como um ótimo ponto de entrada para iniciantes. Afinal, você não precisa ler páginas e páginas de documentação de como seu código funciona.
A série RPG Maker oferece um canvas quase infinito para que todos os desenvolvedores, sejam eles novatos ou experientes, possam ter uma tela em branco para colocar as suas ideias na prática. Eu, por exemplo, me diverti bastante fazendo apenas um simples hub world e disponibilizá-lo para que algum desenvolvedor o aproveite. Quem sabe ele não seja parte de um próximo hit dos RPGs?
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