
Desenvolvedora:
Publicadora:
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Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
ω-Force
Koei Tecmo
25 de julho, 2025
R$ 286,00
Físico (Game-Key Card)/Digital
RPG de ação| Multiplayer Co-op
Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: ω-Force
Publicadora: Koei Tecmo
Gênero: RPG de ação | Multiplayer Co-op
Data de lançamento: 25 de julho, 2025
Preço: R$ 286,00
Formato: Físico (Game-Key Card)/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2
Revisão: Manuela Feitosa
Quando o assunto é Monster Hunter, eu admito que eu não possuo tanto conhecimento sobre a famosa série de RPG de ação da Capcom do que eu gostaria de ter. Mas sei de uma coisa: já existiram muitas empresas que tentaram copiar sua a fórmula e, ou acabaram falhando, ou não conseguiram se destacar tanto.
WILD HEARTS, de 2023, surgiu através de um inesperada parceria entre EA e Koei Tecmo para tentar rivalizar com o gigante dos RPGs de caça de monstros. Agora, em 2025, com o lançamento do Switch 2, o jogo retorna em uma nova versão, agora sob total autoria da Koei Tecmo. Mas será que desta vez eles conseguiram traduzir essa experiência? É o que vamos saber nesta análise.
Um mundo destruído por kemonos
Nossa história de WILD HEARTS começa com um caçador de Kemonos — monstros que vagam a terra de Azuma. Depois que você deixou a sua terra natal devido à guerra dos Samurais e do declínio da caça de Kemono, você encontra um cubinho misterioso perto de um corpo mumificado. Logo após isso, você encontra com um ser misterioso cujo nome é Mujina. De acordo com ele, a humanidade quase não vive mais nestas áreas, pois os Kemonos praticamente tomaram conta do local.

Logo após sua conversa, uma forte tempestade de neve começa a assoprar. Mujina afirma que isso é devido ao Kemono. E é claro, você, com aquela vontade louca de matar esse monstro pra acabar com a tempestade, pega sua espada, e vai em rumo até onde o monstro fica.
Obviamente isso acaba dando ruim, pois o lobo praticamente coloca uma pedra de gelo que atravessa seu corpo, e você não teria chance de sobreviver. Felizmente… lembra daquele cubinho que você encontrou? É informado pelo Mujina que aquilo é uma “semente” de karakuri. Utilizando essa semente, Mujina praticamente te revive, e te fala um objetivo: Vá até Minato, o vilarejo onde a humanidade continua. E esse é o prólogo do WILD HEARTS.
A história de WILD HEARTS é bem interessante até, mesmo com um design narrativo um pouco linear. Nesse quesito, eu achei que remete bastante a Monster Hunter. Até o loop que ela segue lembra os jogos da série. Honestamente, sinto que a Koei Tecmo conseguiu traduzir a fórmula de Monster Hunter uma maneira até que bacana.

Talvez o que mais me chamou a atenção é como a Koei Tecmo decidiu traduzir o texto do jogo. Devido à influência japonesa, certos locais e personagens utilizam palavras da língua nativa, e pelo visto, a Koei Tecmo decidiu deixar elas do jeito que estão, somente as romanizando. Eu pessoalmente não achei estranho, mas vamos concordar que a grande maioria não entenderá que “souka” significa “ah, sim, entendi” ou que “iku zo” significa “vamos”.
A tecnologia Karakuri

O sistema de Karakuri, que significa “mecanismo” em japonês, é certamente a… vamos chamar de pièce de résistance do WILD HEARTS. Utilizando os fios de karakuri, que são coletados através dos vários objetos ao seu redor, você consegue criar vários objetos com o dispositivo que tem no seu braço. No começo, você só pode criar poucos objetos, como caixas que podem te ajudar a subir locais bem elevados, mas a medida que você vai progredindo a história, e derrotando mais e mais kemonos, você consegue criar mais Karakuris.
Isso dá um aspecto bem variado para o jogo, que eu até que gostei. Felizmente, não existe quase que nenhum delay para você criar um Karakuri novo. Talvez o Karakuri das caixas seja o que você irá mais utilizar. Você pode empilhar até três delas, e subir em cima para dar um golpe no kemono de cima. E isso dá um dano surpreendente. Além disso, você pode se esconder atrás dessas caixas e se defender de ataques.
Fora os karakuri, o jogo possui oito tipos de armas que você pode escolher. No começo, você utiliza uma katana, que honestamente, eu acabei até que gostando dela. Ela é perfeita pra quem é iniciante nesse tipo de jogo, como eu, e fazer combos com ela não é nada difícil. Agora, se você quiser a que eu menos gostei? Com certeza esse prêmio vai pro “guarda-chuva” gigante, que o jogo chama de Bladed Wagasa.

OK, eu não me considero um craque em Monster Hunter, isso eu admito como um fato. E infelizmente, a Bladed Wagasa é uma arma que infelizmente requer um certo jeitinho para poder usar. Dentre as armas do WILD HEARTS, ela é a única que te permite fazer um parry aos ataques dos inimigos. Mas fazer isso requer que você seja relativamente bom e habilidoso. Eu pessoalmente não consegui fazer nenhum parry direito com esse troço. Mas aí eu já não consigo culpar o jogo, só tenho eu a me culpar mesmo.
Um jogo bonito pro Switch 2
Se tem algo que não falta em Wild Hearts é a inspiração do cenário japonês. O mundo pode ser divido em quatro “zonas”, cada uma baseada em uma estação. Nós temos a Harugasumi Way, que possui várias flores, a Natsukodachi Isle, famosa pelo mar que a rodeia, o Akikure Canyon com suas árvores com cores de outono, e finalmente, o Frozen Moon Castle, que fica dentro do Fuyufusagi Fort.

Graficamente, eu achei o jogo bem bonito no Switch 2, tanto no modo portátil quanto em modo dock na minha TV. Eu só achei que o jogo não consegue manter uma taxa de quadros constante, mas sinceramente, comparado com a versão de PS5 (que eu comprei e praticamente quase não joguei, eu só liguei ela pra esse quesito de comparação), a versão de Switch 2 parece rodar um pouco melhor, pelo menos ao meu olho nu.
Claro que em situações onde você enche a tela com seus karakuri, ou quando um Kemono usa os ataques especiais, é lógico que o desempenho do jogo vai pro saco, especialmente em modo co-op. Mas aí eu acho que não tem muito pra onde correr. Infelizmente, o jogo não possui nenhuma maneira para ajustar os gráficos, mas eu achei que o jogo tava rodando até que bem considerando o tanto de coisa que aparece na tela.
A única coisa que não gostei desses gráficos é o fato de que parece que tem um leve motion blur a todo momento, e também certas texturas, como as roupas mais felpudas, parecem um pouco estranhas. O que é engraçado, considerando que WILD HEARTS S utiliza a Katana Engine, a mesma engine que nos trouxe jogos como Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land Yumia e Dynasty Warriors: Origins, dois jogos que joguei, e achei que eram bem bonitos graficamente.

Mas no geral, não achei o jogo muito feio. Sinceramente, diferente do BRAVELY DEFAULT Flying Fairy HD Remaster, eu consigo entender o porquê disso ser um jogo exclusivo paa o Switch 2. Não consigo imaginar o Switch 1 rodando de maneira alguma. Depois de uma hora de jogo, eu conseguia ouvir o cooler do meu console praticamente pedindo socorro, e não preciso nem dizer nada sobre o quanto de bateria esse jogo consome.
Quer jogar com seu amigo em outra plataforma? Que pena…

Como WILD HEARTS é um jogo estilo Monster Hunter, é claro que jogar ele sozinho seria algo muito chato. E por isso, decidi chamar alguns amigos meus para me ajudar nessa jornada… se eu pudesse. Infelizmente, segundo a Koei Tecmo, o jogo não possui suporte para cross-platform play, o que significa que seu amigo com a versão de PC ou a versão de PS5 não podem se comunicar contigo. Eu acredito que isso deve ser devido ao fato que a Koei Tecmo praticamente removeu qualquer conexão que o jogo tinha com a EA, e por causa disso, eles não podem usar o sistema da EA Account, que era como as versões de PC e PS5 se conectavam.
Um dos aspectos que a Koei Tecmo frisa é o fato de que no Switch 2, seu grupo pode ter até 4 pessoas ao mesmo tempo, onde vocês se juntam e começam a caça por um kemono específico. Ao dar o primeiro golpe em qualquer kemono que você encontrar, basta seguar o direcional pra baixo para enviar um pedido de assistência, onde jogadores podem se conectar e te ajudar, caso você não consiga derrotar um certo monstro. É bom lembrar que se você entrar na sala de uma pessoa que está mais na frente da história que você, o jogo te mostra um aviso que praticamente borra a tela inteira para que você não tome spoiler. A sugestão é que você cria a sala, e aí sim seus amigos podem entrar.

Uma coisa que não consegui perceber bem é se o jogo possui o mesmo esquema do Monster Hunter, onde ele ajusta a dificuldade com base em quantas pessoas estão na sala. Esse tipo de informação é um pouco complicado de pegar a olho nu, especialmente considerando que pessoas que encontrei eram tão fortes que acho que mesmo se o jogo tivesse ajustado pra ficar mais díficil, não foi um desafio pros jogadores com quem joguei junto. Os Kemonos no começo não levam nem 10 minutos. O máximo que levei em uma das hunts foi uns 15 minutos. Certamente dá pra caçar um Kemono ou dois no seu horário de almoço.
Uma experiência altamente divertida no Switch 2
WILD HEARTS S traz uma experiência bem próxima ao Monster Hunter. Eu confesso que fui nesse jogo com expectativas muito baixas no começo, mas fico feliz em dizer que o jogo atendeu bem mesmo assim.
Apesar de ser uma pena que você não pode comunicar com seus amigos na versão de PC ou PS5, eu achei o preço do jogo até que em conta, considerando que vivemos nessa era em que um jogo de Switch 2 está custando quase que 500 reais. Se você nunca jogou a série Monster Hunter e tem alguma curiosidade, WILD HEARTS S até que consegue se passar bem com uma bela experiência tanto para novatos que nem eu, ou para veteranos de plantão como meu amigo.
Prós:
- Monstros com designs bem elaborados
- Uma customização decente para o jogador;
- Uma adaptação bem feita da fórmula de Monster Hunter;
- Visualmente muito bonito no Switch 2;
- Textos em português.
Contras:
- Leve gargalo no desempenho;
- Gráficos do jogo parecem inconsistentes em alguns momentos;
- As algemas do EA Account impossibilita recursos como jogatina Cross-Platform com o Switch 2.
Nota
8,5
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