Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Bloober Team
Bloober Team
05 de setembro, 2025
R$ 249,00
Físico (Game-KeyCard)/Digital
Survival Horror| Ficção Científica
Nintendo Switch 2, PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
Desenvolvedora: Bloober Team
Publicadora: Bloober Team
Gênero: Survival Horror| Ficção Científica
Data de lançamento: 05 de setembro, 2025
Preço: R$ 249,00
Formato: Físico (Game-KeyCard)/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2, PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC
Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela Bloober Team.
Revisão: Davi Sousa
Numa Polônia pós-apocalíptica, somos uma Viajante, uma ferramenta de uma entidade chamada de Coletivo, que possui a missão de resgatar essências de membros proeminentes da antiga civilização humana e preservar o seu legado. Cronos: The New Dawn é a mais nova empreitada da Bloober Team, desenvolvedora de jogos de terror como Observer, The Medium e o remake de Silent Hill 2.
A narrativa é contada de forma fragmentada e envolve toda uma trama política que revive a dinâmica do país quando compunha a antiga União Soviética. A nossa jornada nos coloca em Nova Alvorada, uma comunidade socialista que prosperou através do trabalho empreendido pelos operários da Metalúrgica. Porém, misteriosamente, pessoas começaram a adoecer e ficar violentas. Era o início de um surto que levou a uma pandemia.
Conforme avançamos, a história vai ganhando mais camadas. A origem do surto, do Coletivo, dos Viajantes e uma gama de conceitos que nos são apresentados se mantêm um mistério por boa parte do jogo. É muito fácil, por exemplo, ficar perdido com a noção de tempo, no início da aventura, saber em que momento da história da humanidade tudo está se passando: passado, presente ou futuro?
Ficção científica e poucos recursos
O tempo e a gravidade parecem ter sido prejudicados pelo surto. Dentre tantos apetrechos, a Viajante usa botas antigravidade, uma ferramenta que a permite fazer saltos temporais, um aparato tecnológico que reestrutura objetos e passagens destruídas e outro que permite conduzir eletricidade até caixas de energia sem força. Em linhas gerais, o jogo explora de um jeito bem legal o “beabá” da cartilha de ficção científica e vai nos revelando detalhes da história aos poucos. Essas revelações são entregues, em boa parte, por documentos de texto e áudio que encontramos em meio à exploração dos destroços de Nova Alvorada. Para compreender tudo que está acontecendo, temos que olhar todos os cantos possíveis.

Os recursos são bastantes escassos, e os inimigos, que pouco variam durante toda nossa aventura, além de serem bem agressivos, podem se fundir com outras criaturas abatidas, tornando-se mais complicados de matar. Alguns contam com um tipo de blindagem, nos forçando a procurar pontos expostos do corpo para causar algum dano. No jogo, eles são chamados de “órfãos”, desgarrados que não tiveram sua essência recolhida para fazer parte do Coletivo. Esses seres transmutados absorvem todo ser vivo e seu design grotesco geralmente se resume a uma criatura que possui várias mãos, braços, pés, e por aí vai. No geral, a luta contra eles requer paciência e estratégia e, por conta da escassez dos recursos, em certos momentos, correr pode ser uma saída mais eficaz do que enfrentá-los.
Conforme avançamos pela história, a Viajante parece ter certa dúvida de sua missão, e passa a querer compreender melhor o seu papel no destino proposto pelo Coletivo. Em parte, esses enigmas são quebrados com a absorção da essência de alvos-chave que passam a fazer parte da sua própria consciência. O local onde as essências ficam armazenadas na Viajante é chamado de Filactério, um termo associado à cultura judaica e que, do grego, significa “proteção”. No jogo, podemos reunir até três essências no Filactério; cada uma que encontramos, além de apresentar a visão do indivíduo sobre os acontecimentos, dá um buff de poder.
Fabrique e melhore seus equipamentos

Além de armas, como uma pistola e uma espingarda hi-tech, a Viajante conta com um lança-chamas e outros dispositivos tecnológicos que vamos encontrando ao longo da aventura. Algumas (muito boas, inclusive), se você não explorar direito, vai deixar passar e te fará falta mais pra frente. A maior parte dos infectados possui fraqueza quando expostos a fogo; então, o mais correto, ao enfrentá-los, é enfraquecê-los usando o lança-chamas ou piras e depois alvejá-los com um tiro concentrado que tira mais dano, mas que demora mais para ser disparado.
Como dito, os nossos movimentos têm que ser muito bem planejados. Alguns pontos de controle são bem distantes de momentos-chave onde rolam enfrentamentos, e o salvamento automático não é funcional a todo momento, somente em certas partes do jogo. Nesse sentido, avançar com cautela, morrer e tentar outra estratégia acaba fazendo parte da experiência. O bom é que os inimigos não aparecem novamente pelos cenários depois de abatidos. Ufa!

Em Cronos, podemos fabricar munições, combustível e medicamentos, desde que estejamos com a quantidade necessária de sucatas metálicas para tal. Há a possibilidade também de melhorarmos nossa armadura, armas e outros equipamentos. Esses upgrades podem ser realizados em oficinas — pontos seguros, como as salas com máquinas de escrever e baús de Resident Evil. Aprimorar nossos equipamentos é essencial para o sucesso da missão, além de suavizar a dificuldade das batalhas.
A maior parte dos upgrades podem ser realizados usando a “moeda” do jogo, as Energias. Outras, no entanto, como a armadura, requerem que encontremos Núcleos, um item bem mais difícil de achar. A gente consegue achá-los em lugares específicos onde a exploração é opcional, em alguns pontos seguros ou com gatinhos que encontramos andando por Nova Alvorada. Chega até a ser engraçado a interação da nossa personagem — quase um robô seguindo uma diretriz — se derretendo pelos pequenos felinos quando os encontra.
Boa ambientação e deslizes técnicos
A ambientação e os visuais desse mundo apocalíptico são muito bem construídos. A pouca iluminação dos cenários, unida à trilha sonora e aos efeitos sonoros, ajuda a compor ainda mais o clima de terror e perigo iminente que o jogo carrega. A galera da Bloober Team, inclusive, aconselha os jogadores a usar fones de ouvido. Corajoso que sou, usei um bom headset para testar, comprovei o ponto da equipe de desenvolvimento e nunca mais utilizei. Sério, o som tem um papel muito importante em nossa imersão.

No entanto, nem tudo são flores no quesito técnico. O jogo apresenta quedas de framerate em algumas partes, além de pop in de texturas e pontos brancos, como se um feixe de luz aparecesse rapidamente quando giramos a câmera com um pouco mais de rapidez. Particularmente, eu aumentei um pouco o brilho do jogo, porque a configuração gama padrão me incomodou um pouco. Tinha dificuldade de enxergar até os pontos iluminados pela lanterna da Viajante.
No modo portátil, eu tive problemas com o uso da câmera, usando os Joy-Con. Isso porque o comando, com o analógico direito não responde com a mesma velocidade e precisão que o Pro Controller. Além disso, em alguns momentos, fui obrigado a carregar um save antigo, porque o jogo simplesmente travou o meu progresso, seja não revelando passagens que deveriam ter sido reveladas, abrir portas que deveriam estar abertas ou me deixar passar para uma outra área do cenário, como se houvesse ali um muro invisível. Isso tudo depois de batalhas bem complicadas de vencer. Resultado? Tive que fazer tudo de novo.
Um excelente survival horror
O Coletivo é uma clara alusão à retórica e princípios do socialismo. A forma como o roteiro aborda questões políticas da Polônia comunista é caricata e estereotipada. O discurso anticomunista remonta aos filmes estadunidenses do fim da Guerra Fria. Apesar de um ou outro problema, a minha experiência, no geral, foi bem positiva. Na verdade, acho muito legal ver um jogo desse porte chegar ao Nintendo Switch 2 ao mesmo tempo que as versões das outras plataformas. Antes, o mais comum era torcer por um port com perdas visuais gigantes, ou que fosse lançado quase um ano depois do lançamento original. Às vezes, acontecia as duas coisas.
O título é um excelente survival horror, que se inspira bastante em outros jogos de terror. Você consegue enxergar claramente as referências e as inspirações, seja na jogabilidade, atmosfera ou puzzles. É bom frisar, no entanto, que ele não é uma mera cópia. Na verdade, Cronos: The New Dawn possui sua própria identidade e é fácil colocá-lo no mesmo patamar de outros gigantes do subgênero. Estou torcendo para se tornar uma nova franquia.
Pros:
- Boa ambientação;
- Trilha e efeitos sonoros;
- Gerenciamento de itens e equipamentos;
- Narrativa envolvente;
- Disponível em português brasileiro.
Contras:
- Pouca variedade de inimigos;
- Discurso político esteriotipado;
- Problemas de performance no Nintendo Switch 2;
- Bugs que travam o progresso.
Nota
8
- Review | Metroid Prime 4: Beyond – Nintendo Switch 2 Edition - 17/12/2025
- Review | Mortal Kombat: Legacy Kollection - 19/11/2025
- Review | Persona 3 Reload - 21/10/2025
