
Desenvolvedora:
Publicadora:
lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Arc System Works
Arc System Works
31 de julho, 2025
R$ 23,97
Digital
ADV
Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: Arc System Works
Publicadora: Arc System Works
Gênero: ADV
Data de lançamento: 31 de julho, 2025
Preço: R$ 23,97
Formato: Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2
Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia adquirida pela redator.
Revisão: Lucas Barreto
Sabe qual é uma das coisas que mais me encanta quando um videogame novo é lançado? Aquela sensação de estarmos em um quadro branco, presenciando-o sendo pintado a cada novo título, onde temos tempo e espaço para admirar cada nova pincelada. Todo jogo parece ter um destaque maior do que após o primeiro ano de vida de sua plataforma, quando as novidades começam a se acumular demais para qualquer pessoa com tempo limitado acompanhar.
E é justamente nesse contexto que um certo lançamento me fisgou: “Dear me, I was…”. O jogo trata-se de uma aventura narrativa interativa produzida por Ryohei Endo, dirigido por Maho Taguchi — que trabalhou como game designer de Another Code: Recollection —, com a direção de arte por Taisuke Kanasaki, uma das mentes por trás dos cultuados jogos Hotel Dusk: Room 215 e sua sequência Last Window: The Secret of Cape West, além de Another Code.
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Lançado exclusivamente para o Switch 2, este já é uma das mais tocantes experiências que você encontrará no início da vida do console.
Nem precisa de palavras para emocionar
Dear me, I was… conta a história de uma garota japonesa, passando pelos momentos e relações mais marcantes de sua vida, desde sua infância até sua senioridade, enquanto mostra as duras escolhas que a mesma tem de fazer, e como ela lida com cada sentimento.
E apesar da proposta de ser uma experiência narrativa, o título se trata de um conto bem curto, onde chegamos aos créditos em menos de uma hora de campanha e, surpreendentemente, sem uma única palavra de diálogo durante toda a experiência. Mas não encare a curta duração e pouca interação que temos durante o jogo como crítica negativa, pois esta é a intenção por trás da história, de sermos apenas observadores desta breve jornada intimista.

Na verdade, é quase difícil classificá-lo como um jogo. Apesar de ser uma história interativa, passamos a maior parte do tempo apenas observando a história se desenvolver, com leves toques e interações para continuarmos imersos na vida da protagonista, escolhendo a ordem que consumimos suas refeições, ou passando o cursor do mouse do Joy-Con 2 para revelar desenhos que a protagonista faz durante a história, participando de sua arte, algo que é muito importante para a vida dela.

Sendo franco, minha única crítica ao Dear me, I was… se encontra nestas interatividades, pois apesar de ele ser um título (à princípio) exclusivo para o Nintendo Switch 2 — o que na teoria se justificaria pelo suporte aos controles de mouse —, o mesmo não é muito bem implementado, tendo alguns problemas de responsividade que atrapalham na fluidez da trama.
Além disso, o jogo também conta com total suporte ao analógico e uso de botões, mostrando que também seria possível um port multiplataforma ou pelo menos para o Nintendo Switch. Portanto, embora não seja uma crítica que o fará perder pontos, a escolha da exclusividade me deixa confuso, já que impediu uma enorme base instalada de poder experimentar o jogo, que já possui um público bem nichado.
Uma obra de arte em aquarela
Devo destacar também que este jogo é lindo, isso ė incontestável! Já estamos acostumados a ver escolhas artísticas bem marcantes e outros jogos da antiga Cing, como nos retratos dos personagens de Hotel Dusk que parecem rascunhos feito à lápis similar a um retrato falado, e a mescla de um estilo cell shading com cores bem vivas junto de uma apresentação visual que remete muito a historias em quadrinhos de Another Code.

Desta vez, Taisuke Kanasaki decidiu se inspirar em artes de aquarela para apresentar a história de Dear me, I was…, onde cada frame parece uma pintura relaxante de cores pastéis que poderia muito bem ser emoldurada. Os personagens também são bem destacados com uma silhueta que quase os fazem parecer pequenos stickers colados no plano de fundo, dando um bom contraste visual à apresentação.
A animação de suas cenas é admirável, continuando a utilizar da tecnologia de rotoscopia comum entre os títulos da equipe da Cing. A trilha sonora também não deixa a desejar: ela é relaxante, serena, mas também poderosa quando precisa, aumentando a emoção de cada momento, a ponto de até mesmo ter deixado meus olhos com lágrimas em certos eventos.

Dear me, I was… realmente impacta o jogador no pouco tempo que passa com ele. É emocionante acompanhar a história desta garota, sentimos suas dores, comemoramos as pequenas felicidades, e compartilhamos de suas ansiedades. O título traz uma sinceridade à vida que realmente marca, e mesmo sem sequer aprender seu nome, com certeza a história dela ficará marcada comigo por um tempo.
A trama, no entanto, traz uma boa perspectiva sobre a vida, que, pasmem, é o tema que o jogo toca. Ele faz reflexões sobre as decisões que uma pessoa terá que tomar durante toda sua jornada, e o impacto que elas terão em seu futuro. Ao mesmo tempo, o jogo mostra que apesar das dores e surpresas que teremos no caminho, sempre há espaço para a felicidade, basta nos permitirmos.
Uma história tocante, de curta duração, porém indispensável

Dear me, I was… é um daqueles difíceis jogos de se analisar, pois a experiência dele é totalmente sobre as emoções que ele vai te fazer sentir, e é preciso tomar muito cuidado para não contar demais. Mas digo tranquilamente que este é um jogo muito fácil de se recomendar para amantes de aventuras narrativas e que te faz lembrar porque videogames também devem ser considerados obras de arte.
Com uma história envolvente e emocionante, visuais e músicas belas, e com um valor superacessível na eshop, Dear me, I was… é facilmente uma das primeiras joias raras que o Swtch 2 vai ter durante sua vida.
Pros:
- Direção de arte se destaca pelas pinturas em aquarela junto à tecnologia de rotoscopia que dá vida à arte;
- Trilha sonora impactante e coerente para momentos específicos;
- Narrativa reflexiva e emocionante;
- Mesmo sem diálogos, os personagens são bem marcantes.
Contras:
- Os controles de mouse do Joy-Con 2 não são 100 por cento responsivo, embora ainda possa usar os controles tradicionais.
Nota
9
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