
Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:
Sonic Team
SEGA
25 de setembro, 2025
R$ 299,90
Físico/Digital
Corrida | Kart
Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Desenvolvedora: Sonic Team
Publicadora: SEGA
Gênero: Corrida | Kart
Data de lançamento: 25 de setembro, 2025
Preço: R$ 299,90
Formato: Físico/Digital
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, PC
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela SEGA.
Revisão: Manuela Feitosa
Após o lançamento morno de Team Sonic Racing, confesso que estou surpreso com o barulho que um novo jogo de corrida do Sonic está fazendo. O timing dessa vez parece perfeito, a SEGA conseguiu posicionar Sonic Racing: CrossWorlds como o rebelde que aparece para desafiar o gigante e “soberbo” Mario Kart World da Nintendo.
A dinâmica lembra muito a rivalidade que já aconteceu na década de 90, claro que sem a intensidade da época, visto que hoje em dia os dois mascotes são mais amigos do que rivais. Independente da rivalidade ser real ou não, as comparações têm favorecido a popularidade do jogo e muita gente incomodada com as polêmicas do jogo de estreia do Nintendo Switch 2 estão torcendo para que Sonic consiga desbancar o bigodudo.
Do meu ponto de vista pessoal, confesso para vocês que eu não estava muito animado com o game desta análise. O gameplay que vi em trailers e demos parecia honestamente uma bagunça, com um monte de itens sendo jogados na tela, 1 milhão de piruetas sendo feitas no ar e uma barulheira absurda na mixagem de som. A minha energia batia bem mais com o polimento muito bem equilibrado de Mario Kart World.
De todo modo, independente da minha vontade, caiu no meu colo a oportunidade de fazer a análise da versão de Sonic Racing: CrossWorlds para Nintendo Switch e, como sempre, decidi ignorar todas as minhas preconcepções para dar uma chance real ao game.
Começando devagar
Logo de início, as impressões foram as piores possíveis. A bagunça realmente me assustou, todas aquelas minhas impressões de demos e trailers apareceram aqui no jogo final logo de cara e com um agravante: a versão de Nintendo Switch não impressiona em performance e visuais. Tudo parece se misturar na tela graças a iluminação chapada e a falta de detalhes, itens, personagens e os cenários parecem um borrão logo de cara.

É uma primeira percepção superficial, não vou negar, mas é a primeira impressão que o jogo me causou na plataforma da Nintendo e isso gera um desânimo. Algumas fases inspiradas em outros jogos parecem mais feias do que nos jogos originais de gerações passadas, o que é uma tristeza levando em conta que o espetáculo visual com certeza é um dos atrativos desse jogo em outras plataformas.
O próprio subtítulo “CrossWorlds” fica comprometido de certa forma; a ideia de ser transportado para outro mundo no meio da corrida ainda é bem legal, mas a ilusão de transição é menos convincente no Nintendo Switch onde você simplesmente corre em direções a imagens estáticas até ser transportado para outro lugar. Vale ressaltar que apesar das críticas para o resultado, parabenizo os desenvolvedores por conseguirem promover essa transição de cenários sem nenhuma tela de carregamento que paralise a corrida.

Apesar dos problemas, decidi insistir. O jogo tem um menu muito mais direto do que Team Sonic Racing e tem a sua experiência focada no Grand Prix, onde cada copa tem 4 corridas, sendo que a quarta corrida faz você correr novamente pelas 3 pistas anteriores através dos portais. Não há aqui uma espécie de modo história com diálogos e desafios para avançar, apesar do personagem “Dodon Pa” estar de volta como organizador dessas corridas e com alguns diálogos de tutorial. Isso é uma mudança positiva, o game tem uma cara muito mais arcade que te coloca rapidamente na ação. E graças a essa natureza arcade, pouco a pouco o jogo foi me conquistando.
Além do visual
É o clichê, né? A gente fala de visuais, de direção de arte, de gráficos, mas um jogo consegue tranquilamente se sustentar na “gostosura” das suas mecânicas. Sonic Racing: CrossWorlds foi desenvolvido pela Sonic Team dessa vez, tomando o lugar da desenvolvedora Sumô Digital e é bem perceptível que é um time diferente fazendo o jogo.

Não há a menor intenção em simular como é de fato dirigir um carro, ou um kart, ou uma prancha voadora – o compromisso da jogabilidade de CrossWorlds é manter o jogador engajado em cada segundo de jogo. Não lembro de ver quase nada de pistas retas tranquilas aqui, a toda hora tem curvas insanas que vão cobrar muito dos meus reflexos, itens aparecem quase toda hora para serem usados e a jogabilidade ainda muda drasticamente quando o seu carro começa a voar ou flutuar na água.
A todo segundo com o controle na mão estou avaliando o que posso fazer, não parece que estou só dirigindo, parece que estou em uma batalha, sempre tentando o máximo de boost no drift, tentando dar o maior número de piruetas no ar, ou mirando o item perfeitamente para acertar os inimigos. As pistas são desenhadas para que eu nunca deixe a peteca cair, sempre atento ao que está acontecendo.

Vale muito a pena o reconhecimento, a experiência de estar na pista correndo em CrossWorlds é viciante, e é algo que assim que você entra no fluxo, fica muito divertido. Demorou um pouco para que eu pudesse assimilar, para que eu pudesse tirar minha cabeça do “modo Mario Kart”, é um jogo que funciona bem diferente e que exige habilidades diferentes.
Bastante conteúdo
Passei 90% do meu tempo com o game jogando as copas do Grand Prix, as pistas são bem desenhadas e vão ficando mais complicadas nas copas mais avançadas, com mais curvas, mais espaços para quedas e diferentes mecânicas. O bacana é que antes de cada Grand Prix o jogo coloca um personagem aleatório como seu rival, que vai sempre ficar em primeiro em cada corrida, isso não é novidade e Mario Kart até funciona parecido selecionando uma CPU para lhe dar problemas, mas o legal é que o nível de dificuldade do rival vai aumentando e tornando o desafio mais interessante.

CrossWorlds parece preocupado na experiência single player, o que é interessante para um jogo arcade de corrida. Além de rivais, as pistas têm anéis vermelhos em locais complicados que você precisa coletar, semelhante ao funcionamento das fases de jogos recentes do Sonic. Isso incentiva o jogador a refazer as copas e tentar coletar todos os anéis.
Conectando tudo isso tem o sistema de tickets, vencendo corridas, ou simplesmente só correndo, você acumula tickets que é a moeda de troca do jogo. Aí entra muita coisa para gastar, tem personalização de todos os tipos para os seus carros, melhorias que você pode comprar e que afetam suas corridas, tem bastante coisa para fazer nos menus.

Não sou tão fã da ideia de encher um jogo simples e direto com milhares de personalizações e opções, mas confesso que aqui não foi um grande incômodo para mim e tenho certeza de que algumas pessoas vão considerar isso tudo um ponto positivo.
Caminhos diferentes para o mesmo destino
É curioso refletir sobre essa rivalidade que se criou entre Mario Kart World e Sonic Racing: CrossWorlds, ambos lançados no mesmo ano parecem tentar alcançar o mesmo objetivo: ressignificar a clássica fórmula de pistas com 3 voltas iguais. Enquanto Mario Kart tenta solucionar o problema com um mundo aberto conectado, CrossWorlds decide simplesmente utilizar portais interdimensionais que transportam o jogador para outra pista no meio da corrida.

Gosto bastante como cada jogo decidiu seguir à sua maneira, são experiências diferentes no mesmo subgênero. Gosto como o jogo de corrida do ouriço traz toda a personalidade daquele universo, com interações entre os personagens e diálogos no meio da corrida, o que já é tradição na série.
Um ponto que, honestamente, pouco me interessa é as parcerias com personagens de outras mídias. Caso você queira, a DLC paga do jogo vai trazer personagens com Bob Esponja, Pac-Man, Mega Man e outros. A ideia é divertida e bem fora da caixa, mas nada que me faça ficar super empolgado para jogar, no final do dia os próprios personagens da franquia Sonic já são interessantes o suficiente para atender o jogo.
Aguardando o upgrade

Para ser sincero, por mais que eu tenha me divertido bastante com o game, depois dessa review vai demorar um pouco para que eu volte a jogar. Isso porque a SEGA anunciou para o final desse ano um upgrade do jogo para Nintendo Switch 2. Infelizmente Sonic Racing: CrossWorlds no Nintendo Switch não é uma recomendação que eu faria, é um game muito maior do que se apresenta na primeira plataforma híbrida da Nintendo. Não sei qual será o tamanho do upgrade para o Nintendo Switch 2, mas melhorando a iluminação e a clareza do que aparece em tela já será um grande avanço para garantir uma experiência mais agradável.
Com tudo isso em mente, não posso deixar de reconhecer o trabalho da Sonic Team neste game, as corridas são constantemente divertidas e rejogáveis, no quesito de diversão está muito acima do último jogo da série Team Sonic Racing que se sustentava em uma ideia pouco divertida e prática durante as corridas.
É fato que Mario Kart World terá mais unidades vendidas e será muito mais popular a longo prazo, porém, dessa vez o ouriço realmente acertou e a base de fãs fiéis vai se divertir muito em Sonic Racing: CrossWorlds.
Prós:
- Experiência arcade extremamente divertida e viciante;
- Sistemas de drift, itens e transformações funcionam perfeitamente em conjunto dentro das corridas;
- Design de pistas com portais funciona de maneira competente, variando cenários e mantendo o jogador atento durante toda corrida;
- Tickets e customização tornam a experiência single-player mais interessante.
Contras:
- Limitações de performance e resolução na versão de Nintendo Switch prejudicam as corridas e a sensação de “espetáculo”;
- Mixagem de som é uma bagunça e não permite que o jogador aproveite a trilha sonora;
- DLC paga com personagens de outras franquias é um atrativo pouco relevante para justificar o gasto extra.
Nota
7
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