Review | Mario Kart World

Desenvolvedora:
Publicadora:
Lançamento:
Preço:
Formato:
Gênero:
Plataformas:

Nintendo
Nintendo
05 de junho, 2025
R$ 499,90
Físico/Digital
Corrida | Open World, Multiplayer
Nintendo Switch 2

Desenvolvedora: Nintendo
Publicadora: Nintendo
Gênero: Corrida | Open World, Multiplayer
Data de lançamento: 05 de junho, 2025
Preço: R$ 499,90
Formato: Físico/Digital
Plataformas: Nintendo Switch 2

Análise feita no Nintendo Switch 2 com cópia fornecida gentilmente pela Nintendo.

Revisão: Manuela Feitosa

Quantos anos se passaram desde o último Mario Kart? E não venham me falar sobre o temido Mario Kart Tour – aquele jogo merece ser jogado pra escanteio. A Nintendo decidiu colocar como jogo de estreia no seu novo console o Mario Kart World, visto que no lançamento temos uma bundle que vem com o console e um código para o jogo.

Desde pequeno, a franquia Mario Kart fez parte da minha vida, e o mesmo pode se dizer ao meus parentes. Então é claro que a gente não iria deixar de tentar o novo Mario Kart! Mas será que esse jogo é capaz de competir com o grande Mario Kart 8, que continua sendo o maior sucesso de vendas do Switch 1? É o que veremos agora.

Pistas interconectadas

Começando pelo começo, nós temos o Grande Prêmio, onde temos sete copas disponíveis e uma copa secreta que libera após conseguir ouro em todas as anteriores. E exclusivo ao Mario Kart World nós temos o modo de Eliminatória, em que você irá percorrer uma pista após a outra, onde os jogadores que não conseguirem ficar na posição mínima serão eliminados, até que sobre apenas um deles.

Se tem uma coisa que Mario Kart World frisa acima de tudo é o fato de que cada uma das pistas estão conectadas umas com as outras. A primeira corrida de uma copa do Grande Prêmio começa de uma maneira bem tradicional ao Mario Kart, com três voltas. Da segunda corrida pra frente, você irá dirigir ATÉ o local. Eu até gostei desse conceito, mas eu sinto um pouco de falta das corridas de volta tradicionais. Seria bom se a Nintendo tivesse adicionado algo como um Classic Mode, deixando você voltar um pouco às raízes e jogar uma partida clássica.

Na minha opinião, eu também acho que enquanto algumas fases originais executam esse conceito bem, já outras… nem tanto. E isso dá pra perceber até nas pistas que foram “reimaginadas” para se encaixar nesse novo conceito. Tem muitas partes das pistas que são só esse “vazio”, e o percurso em si consiste em apenas uma única volta. Ah, e uma coisa: Às vezes não tem aquele efeito sonoro indicando que a última volta, o que eu acho muito estranho. Teve muita vez que eu fiquei tipo “pera, essa é a última volta?”, e não sei se isso é um bug ou uma coisa intencional.

Dormiu no volante? Lascou

Eu não sei vocês, mas com base em minha experiência e perguntando pra muitos dos meus amigos, eu definitivamente sinto que a dificuldade das copas aumentou consideravelmente. A princípio eu achei que talvez seja só devido ao fato de que eu não havia jogado há meses um Mario Kart, mas não. É muito fácil você cair inúmeras posições levando uma cascada na fuça. Uma das minhas teorias é que a “lógica” do jogo parece estar mais acelerada, especialmente com a nova taxa de 120 quadros por segundo que a tela do Switch 2 é capaz de fazer, e isso reflete em vários aspectos como o Lakitu que te pega caso você vá pra fora do percurso.

Também houveram algumas mudanças em como alguns itens funcionam, e digo que alguns ficaram melhores, e outros piores. Por exemplo, o item de raio derrapava todo mundo e encolhia quem estava na sua frente, com a duração do encolhimento sendo maior quanto mais próximo do 1º lugar. Agora, o efeito mini dele não dura sequer um segundo, mas ele agora também destrói os items das pessoas na sua frente, o que pode atrapalhar sim, mas não é um efeito tão negativo como você pensa.

Eu adorei o desafio, especialmente considerando que à medida em que eu vou jogando, eu consigo descobrir mais e mais atalhos para aproveitar. Mario Kart sempre teve essa pegada de “descobrir o melhor jeito de percorrer o percurso”, mas aqui no Mario Kart World essa experiência é levada ao próximo nível. Nas Eliminatórias, não há NENHUMA pausa entre as pistas, e parece quase que magia o quão liso esse jogo consegue rodar. A Nintendo já havia se mostrado em como eles entendem o próprio hardware, e acho que aqui eles acertaram e muito.

O mundo é seu para explorar!

Apertando o botão de + na tela de início, você pode começar o Modo Livre, e eu nunca pensei que fosse possível, mas eles conseguiram fazer um Mario Kart de mundo aberto. Você pode escolher entre todas as pistas como um ponto de partida, e depois… o mundo é literalmente seu para explorar. Colete as sacolinhas de fast food para liberar novas roupas pros seus personagens, e a parte mais legal são os Botões P que estão escondidos em vários lugares do mapa.

Ao pisar em cima deles, você reberá um pequeno desafio. Muitos deles são simplesmente “chegue até o final”, mas não se engane: eles são bem difíceis, e requer um pouco de pensamento fora da caixa para conseguir. Além disso, existe a chance de você encontrar o Nabbit (aquele ladrãozinho que foi introduzido no New Super Mario Bros. U, lembra dele?) e tentar caçar ele.

Há também diversas pilhas de moedas espalhadas pelo mapa, e sim, eu diria que essa é a melhor maneira de desbloquear karts novos, pois em apenas 20 minutos de free roam eu já consegui mais de 200 moedas só futricando por aí. Às vezes é bom você não ter que se preocupar sobre perder sua posição, e nossa, eu acho que é bem fácil você conseguir levar horas e horas explorando cada cantinho do mapa.

Que diabos de menu é esse, Nintendo?

A lista de personagens de Mario Kart World é… certamente uma escolha. Você tem os clássicos de sempre, como Yoshi, Princesa Peach, Mario, e o Luigi! Mas também há opções estranhas como… uma vaca, um golfinho e até um boneco de neve? Como assim um esqueleto de um peixe é jogável!? Não sei qual foi o critério da Nintendo para escolher alguns desses personagens. Eu sei que meu pai ficou bem chateado que removeram os Koopalings, e eu concordo que tinham tantos personagens que poderiam ter escolhido de jogos passados para dar uma variada, ao invés de socar qualquer personagem do mundo do Mario num kart e chamar de “personagem jogável”.

Em certos percursos, você pode comer um Mc Lanche Feliz da franquia Yoshi’s, que fará com que o personagem vista alguma roupinha até o fim da corrida. Depois, essa roupa é adicionada como opção de escolha. Eu adorei as várias roupinhas que cada personagem pode vestir… mas agora vamos falar sobre talvez o maior crime de interface cometido que eu já vi. Cada roupa conta como um personagem separado. Sim, isso mesmo que você leu. E quanto mais personagem e roupa você desbloqueia, mais bagunçado o menu parece ficar. É possível apertar X no controle para organizar, mas isso parece um band-aid pra um problema que não deveria estar ali na minha opinião, visto que no Mario Kart 8 Deluxe era fácil você selecionar “versões alternativas” de cada personagem sem bagunçar a interface.

Além disso tudo, a habilidade de você customizar o seu kart com a roda e o corpo que você quiser… bem, ela não está mais entre nós. Agora é tudo apenas um kart ou uma moto que você escolhe, e a cada 100 moedas que você coleta nos modos você vai liberando mais karts ou motos para jogar, e cada um possui velocidade, tração e aceleração diferentes. Tudo bem que isso deixa a escolha pros jogadores um pouco mais fácil, mas eu acho que isso é melhor do que fazer aqueles “monstros” do Mario Kart 8.

Com os amigos tudo fica mais divertido

O modo online do Mario Kart World frisa muito no aspecto social. Para jogar com seus amigos, você simplesmente cria uma sala, e certos trailers mencionam em usar o tal do GameChat para falar com eles enquanto joga. Você pode escolher entre Confronto, Eliminatória, ou um dos dois minigames de Batalha. O que eu achei legal do modo Confronto é como ele lida com o conceito das pistas conectadas. Após a primeira corrida, o jogo irá te oferecer três escolhas que serão colocadas à votação dos jogadores da sala. Todas essas pistas são conectadas com a anterior de alguma forma.

Agora no modo batalha, eu sinto que houve o mesmo problema que ocorreu no Mario Kart 8. Existem pistas específicas que foram criadas justamente para o modo batalha, e devo diver que elas funcionam muito bem. Porém, junto com elas também temos pedaços das pistas do Grande Prêmio, e você logo de cara percebe que elas não foram feitas para esse propósito. Eu diria que o modo batalha só funciona mesmo com streamers, e se você não tem muitos amigos com quem jogar.

Fora isso, o modo online também te permite correr contra outros jogadores, e similar aos outros Mario Karts que tiveram essa função, você ganha e perde uma quantidade de pontos, sendo 3000 quando você abre o modo pela primeira vez. Mesmo conectando com gente dos Estados Unidos, o lag era quase que inexistente. Isso é muito bom, considerando que minha experiência com os servidores da Nintendo nunca foi das melhores, e seja lá qual é a magia que eles fizeram pra deixar o lag imperceptível, eu tiro o chapéu.

Uma experiência Mario Kart refrescante, mas por um preço muito acima da média

Mario Kart World é um jogo que tinha tudo pra dar certo. Um conceito novo, um console mais poderoso… mas possui umas escolhas de design que eu simplesmente não consigo entender. E claro, preciso falar sobre o elefante na sala. É um jogo que custa incríveis 500 reais, ou se você optou pelo bundle do console que inclui o jogo, ainda assim são 300 reais a mais que você estaria gastando. Eu entendo que preço é algo relativo, mas mesmo assim, sinto que isso deve ser citado.

Nesse caso, devemos nos perguntar: é um jogo que vale esses 500 reais? Infelizmente, essa resposta é um não, pelo menos considerando a quantidade de conteúdo que ele oferece no momento. Agora, se o jogo fosse apenas 300 reais, aí sim eu poderia recomendar. Se você não liga muito pro conceito das pistas interconectadas e as novas Eliminatórias, então Mario Kart World se desfaz muito rapidamente, já que isso é quase que o coração dele. Sendo assim, é muito provável que o Mario Kart 8 Deluxe – que roda muito bem no Switch 2, por sinal – possa ser uma escolha bem mais segura.