
Desenvolvedora: Onion Games
Publicadora: Onion Games
Data de lançamento: 27 de Agosto, 2020
Preço: U$ 18,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com o cópia cedida gentilmente pela Onion Games
Moon é descrito pela própria desenvolvedora, a Onion Games, como um “Anti-RPG”. Lançado originalmente para o primeiro PlayStation em 1997 pela então desenvolvedora Love-de-Lic, Moon finalmente chegou ao ocidente pela primeira vez agora com o Port feito para o Nintendo Switch. Mas você deve estar um tanto confuso agora, já que se o jogo foi feito pela Love-de-Lic, quem então seria a Onion Games?
Bom, a resposta é simples: Formada em 1995 por ex-membros da Squaresoft (bem antes da fusão com a Enix), eventualmente a Love-de-Lic desmembrou, mais especificamente no ano 2000, e dos nomes principais da desenvolvedora surgiram três novas pequenas desenvolvedoras: a skip, responsável pela série Chibi-Robo da Nintendo, a Vanpool, presente até hoje, com títulos como Dillon’s Rolling Western, Kirby Fighters 2 e Super Kirby Clash em seu currículo, e a Punchline, comandada por Yoshiro Kimura, desenvolvedora esta que é subsidiária da Marvelous.
Yoshiro Kimura por sua vez, eventualmente formou a Onion Games, e já lançou diversos jogos, alguns deles inclusive disponíveis para o Nintendo Switch, como Dandy Dungeons: The Legend of Brave Yamada, Black Bird, e agora, Moon. Feito todo esse preambulo, vamos para o jogo em si.
Bem-vindo ao mundo de Moon

Moon começa de uma forma um tanto diferente. Na verdade o jogo todo é diferente. Bastante diferente. No início você começa jogando uma espécie de RPG que lembra bastante o primeiro Dragon Quest, de Famicom, e eventualmente a mãe do protagonista (cujo nome é escolhido pelo jogador) o manda dormir. Ao dar as costas, a televisão liga novamente e quando o menino vai conferir, acaba sendo sugado para o mundo do jogo.
Chegando no mundo de Moon, o menino torna-se invisível, quase como um fantasma, e começa a vagar pelos ambientes, ouvindo os rumores dos moradores da vila — cada um com sua própria característica e particularidade, até que chega na casa de uma senhora, que mora fora da vila, um pouco afastado, próximo de uma floresta. Aqui eu abro um parêntesis para dizer que provavelmente este foi o primeiro jogo que utilizou barulhos indistinguíveis em diferentes tons para simular as vozes dos personagens. Vimos isso se repetir em diversos jogos futuros, como Dandy Dungeon, da própria Onion Games, Chibi Robo e até Pikmin 3.
Ao chegar na casa da senhora, o menino enfim é notado e é confundido com o neto da mesma, que segundo relatos, havia morrido algum tempo antes em um terrível acidente. A senhora então lhe dá as roupas do neto e, como para todos o menino é invisível, o protagonista se tornará roupas ambulantes. E assim, o jogo começa.

Jogabilidade subversiva
Moon é um dos jogos mais diferentes que já joguei. Se eu tivesse que comparar com outro jogo, diria, que ele apela muito aos fãs de Undertale, já que o próprio criador de Undertale disse que Moon foi uma de suas maiores influências. Moon é basicamente a rota pacifista com turbinada. Turbinada, porque aqui há muitas particularidades.
Apesar de Moon ser um RPG, ele é diferente de qualquer outro RPG, porque aqui não há lutas contra monstros. Na verdade você deverá SALVAR os monstros, ou bem, a alma deles. Isso porque na história do jogo, o heróis da vila em que o jogo se passa recebeu a missão de ir enfrentar uma grande ameaça, e sai para ganhar experiência e aumentar seu nível. Como? Derrotando monstros. E a carcaça dos mesmos fica para trás, e próximo dali fica vagando a alma desses monstros. E o jogo possui diversos monstros para serem salvos, e um bestiário para catalogá-los.
Faz parte do jogo o protagonista capturar essas almas, e em troca ganhará corações (LOVE). Esses corações, ou LOVE, ou amor, são fundamentais para que o protagonista aumente seu próprio nível, e com isso, expanda o seu tempo de permanência no mundo sem fadigar. E no canto da tela há uma espécie de relógio que marca o ciclo de dia e noite, e também marca o tempo em que o protagonista tem para vagar por aí. Você poderá recuperar esse tempo dormindo, ou com itens, como os biscoitos que a senhora lhe dá. Durante o meu gameplay, até eu perceber que eu tinha um tempo limite, eu morri diversas vezes, e tive que repetir todo o início do jogo.
Ainda, você também poderá ganhar corações para aumentar o seu nível fazendo favores e atendendo a pedidos dos personagens, e assim, irá aumentar o seu tempo de permanência no mundo.

Visualmente charmoso
Moon possui gráficos bonitos para a época, misturando cenários em 3D pré-renderizados ao estilo o que vimos em Donkey Kong Country por exemplo, porém com personagens em 2D com lindas animações. Como eu disse, cara um dos diversos personagens do jogo possui suas próprias características, e isso inclui suas próprias animações, expressões, enfim, em Moon não há repetições de NPC ou monstros, como vemos em RPGs normais. Sobre a resolução, o jogo é apresentado em 4:3, com bordas pretas nas laterais.

Trilha sonora
Moon é um jogo diferente, e isso inclui a trilha sonora. Enquanto há momentos com belas músicas, há outros períodos onde o jogo fica completamente silencioso, apenas com o som dos passos do protagonista, do ambiente, ou do barulho que os NPCs faz ao “falar”. Ainda, há momentos extremamente melancólicos, melancolia essa embalada pela música que toca em certa área. A trilha sonora cumpre bem o seu papel, mas definitivamente não é algo que eu iria escutar depois no meu telefone.

Conclusão
Jogar Moon foi uma experiência bastante diferente. O jogo é um RPG, mas se comporta como algo totalmente diferente, é um Anti-RPG, e você joga a partir do ponto de vista não do herói daquele mundo, mas dos monstros e NPCs. Se você está habituado a jogos mais experimentais, e séries como as citadas previamente, tais como Chibi-Robo e Pikmin, irá ser pego de surpresa ao notar que muitas das características destas séries vieram diretamente de Moon!
Ainda, o jogo é um grande presente aos fãs da de qualquer uma das desenvolvedoras oriundas da Love-de-Lic, ou mesmo da própria, por deixar jogar o título, pela primeira vez no ocidente e de forma oficial localizado em inglês. E mais, se você é um fã de Undertale, eu diria que definitivamente vale a pena dar uma chance para Moon.
Porém, nem tudo são flores e, apesar de ser um título muito característico, ainda há algumas falhas, como a progressão lenta do jogo. Mas se você é fã de qualquer uma das referências citadas, ou estiver procurando um jogo diferente de tudo o que você já jogou, com certeza Moon é uma boa pedida.
Avaliação: 7,5 / 10
- Visual Novel, ROAD59: Shin Jidai Ninkyou Tokku – Matenrou Monochrome Kousou chega ao Switch mundialmente em 25 de setembro - 26/04/2025
- Pokémon Horizons: Mega Voltage — Episódio 93 | Se renda ao carisma da “Garota que Ama Litten” - 26/04/2025
- Valkyrie of Phantasm, jogo de batalha aérea frenético de Touhou Project, está chegando ao Switch - 25/04/2025