Review | Grindstone
Patrick Pinheiro 
Desenvolvedora: Capybara Games
Publicadora: CAPY
Data de lançamento: 15 de dezembro, 2020
Preço: R$ 99,00
Formato: Digital
Análise feita com cópia disponibilizada gentilmente pela CAPY.
Grindstone é um jogo super casual, que originalmente foi lançado para iOS, na tela vertical. Mas agora, recebendo updates no Switch, ele se torna algo bem divertido e agradável. Mesmo sendo no estilo mais simples que jogos mobile nos trazem, esse aqui é sim bastante único.
Desenvolvido pela Capybara Games, estúdio que se consagrou criando jogos para smartphones, Grindstone entrega uma experiência robusta tanto para os fãs de puzzle quanto para os marinheiros de primeira viagem no gênero. O conceito da jogabilidade, que é bem simples, consiste em traçar linhas entre monstros da mesma cor ao mesmo tempo que é possível combinar a linha de ataque com outras cores, formando combos e desbloqueando mais recompensas. O resultado é uma experiência viciante.
Uma escalada pela qualidade de vida
Aqui controlamos Jorj, um bárbaro cansado que só quer aproveitar suas férias com a família. Mas pra isso, precisa juntar dinheiro e pagar a viagem – afinal, nada é de graça neste mundo capitalista, não é mesmo? Pra isso, aproveitando seu espírito incansável, Jorj persegue a lenda de um tesouro no topo de uma montanha, coletando Grindstones no processo, que são, mais ou menos, como a moeda local.
Nenhum tesouro se mantém protegido sem desafios no caminho, se não não estaria mais lá, né? Então aqui vamos enfrentar os Grudentos, umas criaturinhas ardilosas que parecem inofensivas, mas não se enganem. Sua força está nos números, pois cada cenário, cada fase está repleto, lotado deles.
Mas isso não é de todo mal, porque para derrota-los, golpeamos com nossa espada em ataques em linha reta, concatenando inimigos da mesma cor. Quanto mais inimigos, maior o combo, e quanto maior o combo, maior o prêmio. Chegando a 10 inimigos, uma Grindstone surge no campo e podemos golpear cores diferentes, e voltamos pro ciclo de bônus. Como o tabuleiro é de 7×7, mais a distribuição aleatória de itens e inimigos, é sempre bom gastar um tempinho pensando no seu curso de ação.
Elevando a dificuldade
Eventualmente os Grudentos evoluem de forma e podem atacar quem estiver a uma casa de distância, tornando os movimentos mais perigosos e estratégicos, pois o nosso protagonista conta com apenas três corações de vida. Felizmente é possível equipar itens como escudos e poções de teleporte entre uma fase e outra, mas, o uso destas ferramentas é limitado e deve ser usado com cautela, então é importante coletar itens e ingredientes, pois eles são fundamentais para desbloquear novas armas e equipamentos, e você vai precisar nos estágios mais avançados. Ao final de cada fase, podemos voltar para o pé da montanha para construí-los e recuperar sua vida.
Durante a maior parte do tempo, Grindstone se mantém uma experiência divertida e fresca. Sempre há um novo tipo de desafio após concluir uma fase, com outros tipos de puzzles para serem resolvidos e quase sempre são muito satisfatórios. A curva de aprendizado é bem sutil e raramente cria frustração no jogador. Quase sempre a culpa da sua derrota será da falta de cautela.
Mas como nem tudo é perfeito, algumas coisinhas conseguem incomodar. Ao mesmo tempo que precisamos montar uma estratégia, considerando os itens e eventos do jogo, os Grudentos evoluídos etc, o fator aleatoriedade começa a ser frustrante. Claro que faz parte do jogo, mas quando você perde por causa disso, simplesmente porque você não têm como jogar é bem desagradável. Além disso, fica meio repetitivo, pois toda vez fazemos a mesma coisa em cenários parecidos, mas felizmente o jogo é muito ágil e rápido, o que ameniza esses problemas.
Desenhado e caprichado
A jogabilidade ser divertida já é mais do que necessário para tornar a Grindstone uma experiência recomendável. No entanto, a Capybara Games caprichou além da conta nos detalhes, criando um jogo muito divertido e cheio de personalidade. As animações são vivas, as cores são vibrantes, os efeitos sonoros causam conforto no jogador e a trilha sonora é mais viciante do que deveria ser para um jogo do gênero.
Além disso, elaboraram uma vasta enciclopédia com a descrição de todos os personagens e monstros do game. A personalidade e o cuidado que deram ao desenvolvimento de Grindstone foi além do visual, já que os personagens do jogo soltam diversos trocadilhos e piadas autênticas o bastante para conquistar qualquer jogador.
Vale lembrar que o jogo foi lançado para smartphones e foi completamente adaptado para o Nintendo Switch. Antes a tela era exibida na vertical, agora ele está remodelado para o padrão das TVs 16:4, contando com suporte para touch, tradução para português brasileiro, etc. Além de trazer uma tonelada de conteúdos: são mais de 250 fases disponíveis.
Divertido e viciante
Grindstone esbanja personalidade em um jogo de puzzle. O game conquista por oferecer mecânicas simples e intuitivas ao mesmo tempo que apresenta uma constante curva de dificuldade, desafiando qualquer tipo de jogador. O resultado é nada menos que uma experiência viciante e obrigatória para os fãs do gênero.
Prós:
- Identidade visual forte e carismática;
- Trilha sonora deliciosa;
- Mecânica de quebra-cabeça simples e divertida;
- Jogabilidade acessível e convidativa para novatos e veteranos;
- Absurda variedade de conteúdos.
Contras:
- Eventos aleatórios podem ser frustrantes
Nota final
8.5
