
Desenvolvedora: Rainbite
Publicadora: eastasiasoft
Data de lançamento: 29 de Julho, 2021
Preço: R$ 74,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela eastasiasoft .
Trigger Witch é um jogo de ação 2D com visão top-down, mesclando elementos de shooter com claras referências a títulos de 2 dimensões da franquia The Legend of Zelda.
Uma bruxa… sem magia?

Pois é, em Trigger Witch, como é bem notável, a protagonista usa no lugar de magia, armas de fogo, pois a magia está datada e as armas são a nova forma de combate. É uma ideia inusitada, conceitos assim são raros, sendo vistos em sua maioria em títulos independentes, e isso já é um belo toque.
A história de Trigger Witch é bem direta ao ponto, você é a personagem Colette, e um homem misterioso invade seu reino e após vários acontecimentos, e você é a única que tem poder de fogo o bastante para salvar todos.
O jogo até tenta colocar um pouco de imersão, mas para mim não é lá um grande detalhe se comparado ao resto do jogo, os diálogos estão bem aceitáveis, nada tão incrível, mas nada horroroso, provavelmente os que são mais apreciadores de história em videojogos irão curtir mais esses momentos do que eu, e a falta de um português entre as língua pode ser uma barreira para uns, mas nada impede da nossa língua nativa ser adicionados em atualizações futuras igual ocorreu a outros indies como Cuphead.
Metendo a bala

Em Trigger Witch, você vai explorando o mapa e entrando em “dungeons” nas quais podem existir puzzles, muitos inimigos, uma arma nova para seu arsenal, ou luta contra um chefão, lembrando que você precisa obter itens obrigatórios para avançar no mapa.
As dungeons no geral fornecem uma liberdade bacana pelo mapa, normalmente eu me via na situação de estar explorando a mesma dungeon para procurar uma única chave, então o jogo poderia dar mais indícios de localização, inclusive para jogadores mais leigos no gênero como eu. Sobre os puzzles, são muitos e pra ser bem sincero a maioria é mediano, embora existam uns muito bons, certamente não é um detalhe que torne o jogo horrível mas que poderia ser um pouco mais ousado.
As armas obtidas são adicionadas numa roda de seleção e achá-las no arsenal é sempre útil, algumas são muito úteis para situações específicas, e outras até ajudam com situações do próprio mapa, como usar um lança chamas para queimar gelo para seguir caminho ou usar armas mais precisas para quebra-cabeças específicos.
Existe um item no jogo que pode ser achado em baús aleatórios pelo mapa que pode ser utilizado para começar a aprimorar um aspecto de qualquer arma em seu arsenal, como dano e quantidade de balas, e caso aprimorar algo que você não queria, você pode tirar os upgrades para trocá-los por outros.

As armas em si não são lá tão criativas, a maioria já segue os mesmos padrões, que provavelmente existem em qualquer outro fps genérico do mercado, e algumas armas acabam sendo muito substituíveis quando o jogador encontra uma melhor, mas isso em geral não me incomodou. A mira é bem competente, toda vez que eu errava sentia que a culpa era minha, os controles são bastante decentes, a velocidade da personagem é perfeita para o jogo.
A dificuldade foi justa, embora haja aqueles momentos sacanas do game quando coloca muitos inimigos em uma única tela, mas eu nunca me senti em desvantagem. Quando a bala acabasse era só trocar de arma ou usar dash pra tentar fugir, sem contar a poção de cura, que é carregada por uma barrinha.
Uma coisa que dá um diferencial na gameplay é que existem sessões em que o jogador monta numa vassoura e voa matando inimigos, bem como um shooter de nave mesmo, sessões memoráveis pra mim, queria que houvessem mais delas.
O universo não tão mágico

O mapa de Trigger Witch tem até um bom tamanho, em relação a áreas ele contém biomas mais padrões como neve, floresta, praia, deserto, nada muito diferente de um The Legend of Zelda 2D. Ainda achei ele muito padronizado, faltando ambição, entendo que as armas são algo mais novo no universo do game, mas poderia ter mais construções modernas pelo mapa. Não há tantos NPCs por aí e poucos deles são realmente interessantes, eu consigo perceber o esforço do estúdio nesse aspecto, mas ficou algo bem mais do mesmo.
Falando agora sobre o visual: é maravilhoso! Mais um jogo independente de 16 bits no mercado pode não soar mais chamativo, mas acredite, houve um belo cuidado nesse aspecto e é maravilhoso ver cada vez mais artistas talentosos de pixelart por aí. As animações pra mim no geral tem um bom nível de qualidade, mas existem umas em específico que ultrapassam esse nível, como a da personagem Colette (bela sacada de nome a propósito) girando ou andando em direções diagonais.

Já sobre a trilha sonora, ela é fantástica, as músicas atmosféricas são relaxantes como devem ser e as de batalha/ação dão uma sensação extremamente frenética, realmente um ponto forte do game.
Uma ressalva que fiz umas linhas atrás era o fato do jogo não adicionava muito à sua temática pré-definida, e sobre os inimigos eu realmente me divido, alguns são muito genéricos e outros muito criativos e mecanicamente todos eles funcionam e uns são tão bem divertidos, então na média é bom e divertido, mas legal mesmo são os chefões. Seus visuais são bastante únicos e memoráveis e suas lutas são bem divertidas e frenéticas, minha única ressalva a eles seria que boa parte delas são muito fáceis .

Conclusão
Trigger Witch é um jogo divertido e mistura bem suas temáticas, apesar de que, seu universo em sua maioria se limita muito a isso e poucas coisas são realmente únicas e inusitadas. As inspirações em clássicos top-down também contribuem para torná-lo um bom título e uma ótima pedida para fãs do gênero.
O jogo deveria ser um pouco mais bondoso em relação a localização de chaves em dungeons (ou ter um modo específico para isso) mas em retrospectiva, Trigger Witch consegue sim ser um bom jogo.
Prós:
- Pixel art extremamente bonitinha
- Gameplay divertida
- Inspiração em clássicos que o tornam melhor
- Temáticas (magia e armas de fogo) bem aproveitadas, mas ainda faltando um pouquinho para ser excepcional.
Contras:
- Não é muito amigável com jogadores leigos
- Puzzles medianos (meh)
- Limitado aos moldes do passado, faltou ousadia
Nota Final:
7
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