
Desenvolvedora: kouri
Publicadora: PLAYISM
Data de lançamento: 09 de Março, 2023
Preço: R$ 46,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela PLAYISM.
Revisão: Paulo Cézar
Ib é um adorado jogo indie de suspense e terror feito no RPG Maker, originalmente sendo lançado em 2012. O título recebeu um relançamento — um remake, na verdade — ano passado (2022), com melhorias de gráficos, novos puzzles e até uma OST refeita. E agora o título está oficialmente chegando ao Nintendo Switch, portanto, vamos conferir o resultado desta pequena, porém emocionante jornada.
Perdida numa galeria de puzzles

Aqui acompanhamos a história pela visão de Ib, uma jovem garotinha que certo dia foi visitar um museu de arte com seus pais. Durante a excursão, Ib acaba se deparando com um quadro estranho e quando se dá conta todo mundo no museu desapareceu, incluindo seus familiares, e na procura por qualquer outra pessoa começa a encontrar partes misteriosas e perigosas do museu.
O jogo se trata de uma aventura isométrica linear, onde temos que resolver diversos puzzles para conseguir acessar a próxima sala da galeria e ver a história progredir. Os locais são muito bem construídos, com diversas peças de artes como quadros, estátuas e obras mais abstratas, que possuem algum comentário sobre sua criação, ou de como se encaixam no próximo puzzle que você precisa resolver, então checar todas que você encontra pelo caminho não só essencial, como também é divertido para saber mais curiosidades sobre elas.

Temos dezenas de puzzles para resolver durante a progressão, nenhum chega à beira de imensa complexidade, mas são muito bem construídos, desde os mais simples como mover peças para se encaixarem, para até alguns que precisam de um maior conhecimento do jogador sobre o local, incentivando que ele investigue as peças de arte do museu para mais pistas do que fazer, amarrando bem todo o loop de gameplay. E apesar de termos muitos quebra-cabeças na jornada, sinto que nenhum tem uma duração demasiado prolongada, é um período de tempo rápido e satisfatório o suficiente para nos depararmos com o problema e então encontrar uma solução.

Nos deparamos com diversas situações e “criaturas” tensas durante o jogo, que não aparecem só para dar um jumpscare no jogador, mas sim criar uma tensão maior e exigir um raciocínio e reflexos rápidos para sair de certos perigos. E a mistura da ótima pixelart com a envolvente trilha sonora nova, criam uma atmosfera bem tensa e imersiva em nossa exploração pelo museu, realmente nos sentimos sozinhos e vulneráveis enquanto procuramos por pistas do que está acontecendo e de como poder sair deste local.
Ótimo elenco
Outro fator de grande destaque na aventura são seus personagens, acompanhamos 3 indivíduos durante a trama principal, a já citada Ib, uma garota inocente (e sem palavras) a procura de seus pais e de uma saída, Garry, um jovem adulto que também estava no museu e ficou preso com Ib, e Mary uma misteriosa garota também perdida pela galeria. Como Ib, nos encontramos com cada um deles durante a jornada, resolvendo caminhar juntos pela procura de uma maneira de ir embora.

As interações dos personagens são um dos pontos mais fortes do jogo, Ib, mesmo que seja uma “protagonista silenciosa”, tem sua inocência mais que sentida durante a história devido a suas reações a certos quadros e eventos, e não conhecer algumas palavras que ficam marcadas por “???” durante a exploração, enquanto Garry acaba funcionando como um irmão mais velho para a garota durante a jornada, explicando alguns termos, se preocupando com ela e querendo protegê-la dos terrores do museu, e Mary oferece um segundo ponto de vista infantil no mistério, com algumas interações com os dois personagens anteriores que são muito interessantes de se notar. Também temos nesse remake algumas conversas casuais que podem acontecer ao apertar um botão, onde Garry e Mary vão fazer comentários sobre as salas que estamos, oferecendo dicas ou mostrando mais de suas personalidades para nós.

É muito fácil se apegar não só à Ib, mas também aos outros dois personagens, mesmo que a aventura seja curta, e nossas interações com eles breves, rapidamente entendemos suas personalidades e seus conflitos, e queremos ajudá-los a sair de suas situações conflitosas, e o jogo sabe bem disso, então oferece durante o caminho alguns eventos que vão colocar seu afeto em risco, como separar o grupo em certos momentos e trazer escolhas durante a aventura que vão afetar seus destinos.
Pode ser jogado mais de uma vez
Certos eventos durante a história são ditados pela escolha do jogador e a maneira que lb se aproxima de cada um dos outros dois personagens também ditarão a progressão da trama, que possui 7 finais diferentes, e caso acabe se deparando com um final que não lhe agradou muito, a duração curta de cerca de 2 a 3 horas do jogo é bem conveniente para se realizar uma nova run a busca de novos finais, ainda mais com a possibilidade de criar novos saves quase a qualquer momento, facilitando cortar caminho para as bifurcações.

E ao finalizar o jogo pela primeira vez desbloqueamos a “verdadeira exibição de Guertena”, que serve como uma, pasmem, galeria para todas as belas 150 peças de “pixelarte” que podemos encontrar durante a trama, aparecendo no museu apenas aquelas com as quais Ib interagiu durante suas aventuras, ficando mais um incentivo para fazer novas runs, caso deseje ter todas as peças e suas descrições num só local para as apreciar.
Curto e memorável

Em suma, Ib é uma curta, porém ótima experiência, traz um mistério super envolvente, puzzles divertidos de se realizar, uma ótima imersão durante a exploração e trama, personagens carismáticos e é super conveniente de se rejogar na procura de finais novos e conteúdo extra. Caso seja fã de títulos com uma premissa mais tensa e menos focada em ação, certamente é um título que vale a pena dar uma checada.
Prós
- Ótima pixel-art;
- Experiência imersiva;
- Personagens carismáticos;
- Bons puzzles;
- Fácil de rejogar.
Contras:
- Falta de localização.
Nota Final:
9
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