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Review | ghostpia

ghostpia é uma Visual Novel introspectiva em uma cidade onde apenas fantasmas existem, enriquecida por uma arte lo-fi encantadora. Confira nossa análise e descubra se seu texto convoluto é capaz de entregar uma boa experiência.
Lucas Barreto 02/06/2023

Desenvolvedora: Chosuido
Publicadora: PQube
Data de lançamento: 23 de maio, 2023
Preço: R$ 100,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PQube.

Revisão: Paulo Cézar

“Toda trama é criada a partir de conflitos”. O enunciado, embora em um primeiro momento aparentemente restritivo, é, ao meu ver, uma das formas mais abrangentes de se descrever narrativas a partir de poucas palavras.

O conflito pode aparentar externo: uma luta entre o bem e o mal, um detetive buscando um assassino; mas na verdade reflete-se no interior dos personagens: a reflexão moral, a fuga de si mesmo, o existir e suas consequências, etc. E é no conflito entre temas que uma boa história é criada, dando ao jogador/leitor/espectador a chance de criar, experienciar e dar conclusão ao conflito em si mesmo.

ghostpia, em sua apresentação geral, é uma dessas histórias que boia em um mar de obviedades por sua falta de subtexto. Ao invés de abrir espaço à reflexão, a visual novel dissolve-se em sua redundância, apresentando um texto pouco maduro e sem dizer muito. Ainda assim, não descartaria por completo o projeto que aqui se apresenta.

Elementos constituintes

Ao tratarmos de jogos visual novels, acredito que o texto é o pilar principal de sua gênese, mas não exclusivo. A ele, reservo a segunda metade da análise de ghostpia. À primeira, tratarei da apresentação e dos quesitos técnicos da obra.

Sem opções de diálogos, puzzles ou rotas alternativas, ghostpia é uma experiência tão tradicional de visual novels quanto possível. Dando continuidade ao texto com o pressionar de um botão e avançando e voltando no mesmo com o movimento do analógico, o jogo apresenta o básico para a narrativa ser possível. Sem qualquer destaque na parte técnica em si, volto-me ao estilo.

A obra se destaca, sem dúvidas, pela arte que a cerca: seja pelos cenários detalhados, os personagens ricos em expressividade, a palheta de cor – que a partir do preto-escuro das noites nevadas é capaz de invocar faíscas de vida com as cores primárias – e até pelas animações simples. Tudo é composto a partir de um filtro de fita cassete, dando um olhar vintage ao ambiente, remetendo à ideia de descoberta de uma história antiga, que aos poucos se desgasta.

Ainda por cima, a obra é acompanhada por uma trilha sonora que realça os momentos dramáticos, intensifica o suspense e quebra as expectativas nos momentos de leveza. Contudo, o aspecto sonoro não se destaca tanto quanto o visual, especialmente por ser repetitivo após algum tempo de jogo, ao contrário da arte que sempre se renova.

Friso: o grande valor da obra se encontra em seu visual. Ao complementar o texto, enriquece o significado e cria um grande contraste com os epílogos de certos capítulos, com cenas verdes e laranjas, resgatando uma infância abandonada, uma inocência perdida e um mundo transformado.

O valor da escrita

Falemos, por fim, da trama. A Primeira Temporada já lançada é composta por cinco capítulos, que embora contidos, expandem o que foi trabalhado anteriormente. Aqui, somos apresentados à perspectiva de Sayoko, que nos apresenta ao mundo de ghostpia: uma cidade de fantasmas. Incapazes de sobreviverem ao sol, os seres imortais comportam-se como uma sociedade padrão, com trabalhos e hierarquia social mantidos a partir de uma liderança política: a Igreja. Controlada pelo Padre, é a responsável em manter a ordem até o retorno de Deus, para trazer a salvação final às almas.

Sendo uma flaeneur clássica, Sayoko vaga pelas noites solitária, sem querer se encontrar com seus semelhantes. Após uma quantidade inquantificável de tempo, sua apatia a consumiu por completo, tornando-se introspectiva e sem perspectivas. Isso até encontrarmos duas personagens, Anna e Pacifica, antigas amigas da Sayoko, que surgem de súbito para rechear sua vida gélida, mudando por completo a trama apresentada até então. Essa é uma primeira quebra no ar introspectivo que a obra parecia trabalhar, mudando o foco para uma história aventuresca, especialmente quando uma nova fantasma surge na cidade, e o trio passa a combater a Igreja para libertá-la.

A história, assim, parece apontar a um exercício de introspecção, mas não o faz verdadeiramente. A escrita é demasiada convoluta, muitas vezes se perdendo em meio aos pensamentos desorganizados da narradora, transformando em obstáculo momentos que deveriam ser mais diretos.

Em outros momentos, a escrita abandona a divagação, adotando uma estrutura como se fosse um anime, com abertura, intervalo e encerramento de episódios, e seu ritmo assim não acompanha nenhuma progressão apresentada, fazendo a trama se arrastar. Buscando o bucolismo do Lobo da Estepe, acerta no tédio, e quando tenta ser shounen, erra no ritmo.

A história por si só não é ruim – apenas imatura – com cenas de ação jogadas aqui e ali ao invés de propor um exercício quanto à imortalidade e à solidão, buscando um maniqueísmo batido e lugar comum. Ainda assim, caso a escrita fosse mais competente, diria que a história se une ao estilo gráfico trazendo uma experiência gratificante. Mas, infelizmente, o grosso do texto fica no caminho.

Conclusão

Volto-me à ideia de conflitos. Em ghostpia, o principal duelo é o de Sayoko contra a Igreja: a transformação contra o eterno. Essa provocação, contudo, nunca parece transformar a protagonista, que poderia carregar um peso dramático muito maior caso a narrativa decidisse o que pretende ser.

Voltando um pouco ao comparativo de Lobo da Estepe; Herman Hesse, a partir da solidão e da ideia do não pertencimento, também escreve sobre um fenômeno fantástico, que transforma o personagem em algo novo a partir do convívio com a morte. Em um mundo onde a morte é banalizada, esperava ao menos certa reflexão de Sayoko em seu espírito sanguinolento, mas não encontrei nada além, o que é uma lástima.

ghostpia não é uma visual novel ruim, mas também não diria ser tão boa quanto merecia ser. Há um encanto construído principalmente pela arte e pelas interações de personagens em momentos mais descontraídos, mas não há como ignorar a escrita arrastada e penosa que se apresenta ao longo da narrativa, alongando sequências de forma desnecessária e introduzindo pensamentos óbvios, ao invés de aprofundar a psiquê da protagonista. Ao invés de pensarmos nos conflitos entre personagens, passamos a viver em conflito com o texto.

Prós:

  • A direção de arte é impecável e serve como complemento à narrativa.

Contras:

  • Escrita arrastada em uma história que precisava de um planejamento melhor.

Nota Final

7

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Lucas Barreto
Lucas Barreto
Nintendista e escritor nas horas vagas. Estudante de Letras e fã de visual novel e jogos calminhos.
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