
Desenvolvedora: LucasArts, Nightdive Studios
Publicadora: Nightdive Studios
Gênero: Ação, Aventura
Data de lançamento: 28, de fevereiro de 2024
Preço: R$ 149,50
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Nightdive Studios.
Revisão: Paulo Cézar
STAR WARS: Dark Forces Remaster continua com a onda de relançamento de clássicos títulos da saga espacial de George Lucas. Dessa vez, o estúdio Nightdive ficou responsável por resgatar um clássico da expansiva história da franquia. O primeiro game de uma extensa sub série de Star Wars finalmente está disponível de forma moderna no Nintendo Switch.
O início das aventuras de Kyle Katarn

STAR WARS: Dark Forces Remaster é um dos muitos títulos desenvolvidos originalmente pelo estúdio LucasArts como uma das muitas histórias que expandiram a narrativa de Star Wars. Com histórias ocorrendo entre os filmes ou após os mesmos, esses jogos serviam como uma forma de crescer o fascinante universo exibido nas telas grandes do cinema e ajudar a manter Star Wars fresco na mente do público.
Dark Forces é um dos títulos que ocorrem entre os filmes da trilogia original de Star Wars. A narrativa segue Kyle Katarn, um mercenário contratado pela Resistência para roubar os planos da Estrela da Morte, a poderosa estação espacial que o Império Galáctico estava construindo. Após completar a missão, e a resistência ter destruído a estação, como é retratado em Star Wars: Uma Nova Esperança, o primeiro filme criado da série, Kyle é recontratado para outra missão. Dessa vez, o império está com uma nova arma, os terríveis Dark Stormtroopers e Kyle deve descobrir e destruí-los.

A narrativa do jogo ocorre após os eventos de Uma Nova Esperança e introduz os jogadores a novos personagens do universo de Star Wars, como o protagonista. Kyle Katarn, aqui um mercenário, se tornou um personagem extremamente importante do Universo Expandido de Star Wars e do antigo canon da série como um todo. Além de estrelar em Dark Forces, Katarn se tornou o protagonista de uma série de outros títulos, continuando sua narrativa e surgindo como sequência a Dark Forces graças a seu sucesso. Curiosamente, algumas dessas sequências estão disponíveis no Switch. STAR WARS™ Jedi Knight II: Jedi Outcast™ e STAR WARS™ Jedi Knight: Jedi Academy, continuam as aventuras de Katarn, e ambos os títulos foram “portados” para o console pela Aspyr, que geralmente fica responsável por trazer os clássicos jogos de Star Wars para a plataforma.
Infelizmente, com a aquisição de Star Wars pela Disney, Kyle Katarn e suas aventuras foram apagadas completamente do canon da série. Uma grande pena, visto que o personagem era uma ótima adição aos mitos da franquia, além de que sua série de títulos introduziram bastante elementos interessantes que foram explorados em outras mídias. Algumas coisas, como os Dark Troopers, lentamente estão sendo re-adicionados ao lore da Disney, então, quem sabe, um dia veremos Kyle novamente.
O caminho de um mercenário do passado

STAR WARS: Dark Forces Remaster foi originalmente lançado em 1995 para o PC. O jogo se inspirou bastante em Wolfenstein 3D e DOOM, dois dos mais famosos jogos de tiro de sua época e por isso acabou ganhando a alcunha de ser mais um dos muitos DOOM-clones que surgiram na época.
Apesar de realmente ser similar ao clássico jogo de tiro da Id Software, Dark Forces trazia suas próprias adições à fórmula DOOM. Este foi um dos primeiros jogos a possuir níveis com múltiplos andares de elevações, além de permitir que o jogador pudesse olhar para cima e baixo. Novidades essas que estão interligadas diretamente com a jogabilidade do título.

Sendo um jogo de tiro da década de 90, Dark Forces possui muitas diferenças que podem pegar desprevenidos quem está acostumado com jogos de tiro mais modernos. Kyle pode utilizar uma pequena variedade de armas, e sua saúde só pode ser recarregada encontrando cápsulas de cura pelos cenários. Além disso, escudos também podem ser encontrados para servir como uma forma de sobreviver a ataques adicionais dos inimigos.
Além de atirar, Kyle também pode pular e se agachar para passar por certos locais. Com um toque de botão, também é possível ativar uma corrida automática, que serve para se movimentar bem mais rápido pelos cenários. Sendo um jogo de tiro antigo, Dark Forces não segue algumas das regras que estamos acostumados. Não há necessidade de recarregar armas e nem de mirar em inimigos, seus tiros são guiados automaticamente até o oponente mais próximo em seu campo de visão.

Por fim, STAR WARS: Dark Forces segue um estilo similar ao de DOOM durante as missões de Kyle. O jogador começa cada nível com três vidas. Cada morte lhe recomeça em alguns metros próximos de onde a morte ocorreu. Caso todas as vidas sejam perdidas, o jogador é obrigado a reiniciar a missão do início. Não há checkpoints ou saves durante as missões, algo que já era normal no título original e que a Nightdive poderia ter incluído para uma facilidade.
Não notei que o jogo em si seja muito difícil, mas algumas missões tem muitos ambientes para explorar e alguns pontos que fazem com que o jogador precise quebrar a cabeça e desafiar a lógica para completá-las, e não há nada pior do que quebrar a cabeça por uns 30 minutos para chegar perto do final de uma fase, acabar morrendo por uma besteira e tendo que recomeçar tudo do zero.
Sem dizer que se você não pode parar no meio de uma missão se não quiser recomeçar tudo do zero. Por sorte, o Switch tem seu modo soneca, mas outras plataformas que não possuem tal adição, bem, é melhor completar a missão que você esteja fazendo antes de decidir dar uma pausa na aventura de Kyle.
Modernizando um título de quase três décadas

Trazer um título clássico para a era moderna requer muito mais do que um simples port, é preciso trazer um adicional que o faça valer a pena para aqueles que possam se interessar em adquiri-lo. Com STAR WARS: Dark Forces Remaster, a Nightdive fez um total trabalho de remasterização do conteúdo original, além de ir além e adicionar algumas novidades ao produto final.
Os visuais do jogo foram atualizados e melhorados para as novas resoluções. Os jogos de tiros desta época utilizavam uma mistura de cenários 3D com sprites 2Ds e as melhorias no visual feitas pela Nightdive fazem com que a junção destes elementos fique ainda melhor. O jogo roda muito bem e o efeito de scrolling utilizado deixa tudo bem suave.

As cutscenes do jogo, criadas originalmente no formato de desenhos, foram redesenhadas à mão pelo time da Nightdive. O resultado final ficou muito bom e mostra o esforço do estúdio e o quanto eles se dedicaram a este projeto. Com tantos desenvolvedores utilizando ferramentas, que às vezes deixa a desejar, para fazer as melhorias nos assets, a Nightdive ganha alguns pontos ao ir além e colocar um esforço adicional em um produto que poucos esperavam algo tão bem feito.
Esta não é a única melhoria que a Nightdive adicionou ao título para deixá-lo com um ar moderno. STAR WARS: Dark Forces Remaster oferece diversas opções de acessibilidade e customização de tela para os jogadores. É possível até mesmo jogar com os gráficos e performance original para uma experiência totalmente retrô.
Uma história resgatada das profundezas da galáxia

Star Wars: Dark Forces Remaster pode não ser um jogo tão especial na mente dos fãs de Star Wars, mas ele ainda é um título divertido da saga. A história de Kyle Katarn pode não ser mais canon, mas ela ainda é boa o suficiente para ser explorada. Este é um dos poucos jogos que não há sabre de luzes, mas a jogabilidade ainda consegue ser bem divertida e o trabalho da Nightdive em trazer o game para as plataformas modernas é algo a ser elogiado.
Pros:
- Ótimas melhorias visuais durante a jogabilidade e nas cutscenes a mão;
- Opções de acessibilidade e extras visuais permitem uma ótima customização de experiência;
- Possibilidade de utilizar os gráficos originais para uma experiência mais retrô.
Contras:
- Falta de uma opção de save durante as missões;
- Não há grandes adições feitas a jogabilidade.
Nota:
7,5
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