Review | Irem Collection Vol. 2

Desenvolvedor: Irem, Tozai Games
Publicadora: ININ Games
Gênero: Shoot ‘em up, Run ‘n’ gun, Coletânea
Data de lançamento: 14 de novembro, 2024
Preço: R$126,99
Formato: Digital/Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela ININ Games.

Revisão: Marcos Vinícius

A ININ Games traz mais 3 jogos do vasto catálogo de gemas perdidas da Irem, a criadora de nada mais nada menos do clássico R-Type.

No primeiro volume da coletânea, a publicadora trouxe 3 jogos shoot ‘em up (ou shmup), já nessa segunda temos um pouco mais de variação, sendo GunForce I e GunForce II, dois jogos pertencentes ao gênero run ‘n’ gun, e Air Duel, representando os amados jogos de novinha. A nova coletânea vale suas golden coins e sua jogatina?

Tirinhos na terra, no mar e no ar

Vamos começar logo de cara falando dos títulos mais divertidos da coletânea. Não vou mentir para vocês, os jogos que você passará mais horas da sua jogatina serão os dois GunForce. Ambos os títulos são originários das máquinas de arcade, então não há uma preocupação grande com enredo ou construção de personagem. Aqui o que vale é a diversão proporcionada por um gameplay frenético.

O primeiro GunForce possui uma roupagem mais séria, com cores tendendo a tons mais escuros, ambientações mais realistas e inimigos sóbrios. O game possui semelhanças com o lendário Contra, da Konami, mesclando trechos de tiroteio com plataforma, onde qualquer pulo mal calculado é morte na certa.

O aspecto que torna o título da Irem diferenciado no entanto é a possibilidade de se mirar em alvos em várias direções estando parado, e a chance de pilotar máquinas como aviões, barcos e tanques. Fiquei realmente surpreso do quão satisfatório foi descobrir que poderia atropela os inimigos com um tanque (por favor, nao sou um psicopata, eu acho).

Já GunForce II (também conhecido como Geo Storm) representa uma virada muito curiosa. Enquanto o primeiro título tem grandes inspirações em Contra, o segundo jogo da série inspirou um título muito famoso do mesmo gênero que virou xodó da SNK — acho que todos conhecem Metal Slug, né?

Resgatar reféns que conferem bônus na pontuação, inimigos com animações com movimentação lindamente animada, armaduras e veículos diferentões dando ao game um foco mais em máquinas, o tom mais cômico totalmente diferente do anterior. Depois de jogar esse que foi o último título de arcade da Irem fará você ver a série da SNK como algo não tão único assim.

Por último e SIM menos importante, temos Air Duel. Sabe aquela pessoa do seu trabalho ou escola/faculdade que você só fala por educação sem a menor intenção de ter um vínculo de amizade, a vibe é exatamente a mesma com esse jogo. É tudo muito genérico, desde os cenários, naves, inimigos, músicas, jogabilidade…basicamente tudo.

Sabe quando você está em casa cheio de fome e pede aquela pizza deliciosa e vem aqueles saches duvidosos de ketchup e mostarda que você deixa na geladeira sem a menor intenção de usar um dia? Então, isso é Air Duel. Eu nem irei elaborar mais do que isso.

Um ótimo pacote da Irem, mas problemas recorrentes tiram o brilho das pérolas

Infelizmente, eu sei que essa não vai ser a última vez que estarei criticando isso aqui. Sei também que esse ponto crítico envolve muitos fatores, como a falta de cuidado da indústria de jogos com a sua história e fatores de budget pequenos, mas minha função aqui é sempre pontuar para que quem sabe um dia isso não ocorra mais. Eu falo aqui novamente da “roupagem” com a qual essa coletânea se veste.

Não há muita preocupação em implementar uma programação visual que condiga com a qualidade dos jogos da coleção. Outro fator problemático é a falta de material extra. Não há imagens promocionais, manuais físicos digitalizados ou mesmo pequenas entrevistas com algum dos profissionais responsáveis pelos jogos. A coletânea não se preocupa em fomentar o seu interesse para com a história da Irem ou de seus jogos. A coletânea é apenas um invólucro onde você seleciona os jogos.

Não serei injusto aqui, ter as várias versões dos GunForce disponíveis para degustação é interessante, mas não seria melhor manter apenas as versões arcades ( jogue apenas essas e teste as outras apenas por curiosidade, vai por mim) e se preocupar com todo o resto? O valor cobrado na coletânea não seria o suficiente para dar um carinho maior aos títulos? De resto, joguem os GunForce, são muito massa!