Desenvolvedora:
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Gênero:
Plataformas:
Bandai Namco Forge Digitals Inc.
Bandai Namco
28 de agosto, 2025
R$ 299,90
Digital
RPG | Estratégia
Nintendo Switch, PlayStation 5, PC
Desenvolvedora: Bandai Namco Forge Digitals Inc.
Publicadora: Bandai Namco
Gênero: RPG | Estratégia
Data de lançamento: 28 de agosto, 2025
Preço: R$ 299,90
Formato: Digital
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PC
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Bandai Namco.
Revisão: Manuela Feitosa
Durante a nossa vida, passamos por desenvolvimentos de nossas personalidades que acabam definindo quem nós somos ou vamos ser, e é isso que chamamos de “desenvolvimento de personagem”. Porém, a nossa teimosia pode acabar atrasando este desenvolvimento, como foi o meu caso, que apesar de todas as pistas, incluindo chamar a atenção do nosso chefe Marcostoso, nunca me vi como um verdadeiro weeb; porém bastou um único jogo que, ao fazer essa análise, percebi uma coisa interessante: Mechas são a melhor coisa que o mercado japonês nos entregou.
A franquia Super Robot Wars é uma que existe desde a geração do Game Boy, se iniciando como um spin-off de uma outra IP, Compati Hero, que fazia crossovers de Gundam, Ultraman e Kamen Rider. Porém, é bom apontar que Super Robot Wars cresceu tanto com o passar dos seus mais de 50 jogos que hoje em dia é considerado um dos maiores crossovers em um jogo licenciado, e agora com Super Robot Wars Y, que é o primeiro (se excluirmos os da série OG, publicados pela Atlus no DS) na franquia a lançar globalmente para consoles – já que o lançamento global do Super Robot Wars 30 foi apenas na Steam, temos em mãos um excelente ponto de partida para fãs tanto de RPGs, quanto robôs!
Sendo franco com vocês, Super Robot Wars sempre foi uma franquia que me interessou, mas que ao mesmo tempo eu me sabotava de querer ir atrás, já que animes de mecha nunca foram algo que eu conseguia me conectar (sim, eu sou um daqueles que cometeu o pecado cardinal de ter Neon Genesis Evangelion como o primeiro mecha assistido). No entanto, a forma que Y caiu em minha posse foi algo que não só cativou, como ativamente despertou algo em mim, e isso deixa essa análise bem mais interessante ao meu ver.

Mas o que teria Super Robot Wars Y que você não poderia ter em outros jogos de mecha do próprio Nintendo Switch? É isso que quero explorar aqui nesta análise, então se conectem com os seus Gundam, porque é hora de falar sobre como eu vou eventualmente comprar um gazilhão de Gunplas!
“Eu me amarro, Robô Gigante“
Diversas IPs veteranas estão de volta em Y, mas também acabam entrando junto de novatos para a franquia Super Robot Wars; com o corte que teve do 30 para o Y (compreensível, considerando que um visava ser um jogo mais comemorativo), eu fico feliz em dizer que a seleção do Y ainda manteve nomes fortes e que os usa perfeitamente, assim como introduz seus novatos com tanto amor quanto os próprios protagonistas do jogo.
Os animes e filmes representados em Super Robot Wars Y são:
- Reideen the Brave;
- COMBATTLER V;
- Aura Battler Dunbine;
- New Story of AURA BATTLER Dunbine;
- Heavy Metal L-Gaim;
- Mobile Suit Z Gundam;
- Mobile Suit Gundam Char’s Counterattack;
- M-MSV;
- Mobile Fighter G Gundam;
- Mobile Suit Gundam Wing: Endless Waltz;
- Mobile Suit Gundam SEED Destiny;
- Mobile Suit Gundam the Witch from Mercury (1ª temporada);
- Mazinkaiser VS the Great General of Darkness;
- Getter Robo Arc;
- Majestic Prince;
- Macross Delta;
- Macross Delta: Passionate Walküre;
- Code Geass: Lelouch of the Rebellion III Glorification;
- Code Geass: Lelouch of the Re;ssurection;
- Godzilla Singular Point;
- SSSS.DYNAZENON
Com 21 projetos animados diferentes para formar seu elenco, Super Robot Wars Y conta com alguns novatos para a franquia principal, como SSSS.Dynazenon, Getter Robo Arc, Godzilla Singular Point ou Mobile Suit Gundam the Witch from Mercury. Estas adições contam com os protagonistas destas estórias tendo as mesmas alteradas para se encaixarem em um universo maior, um exemplo sendo SSSS.DYNAZENON, que antes se passava em um município japonês, agora se passa na cidade estado da qual o jogo gira ao redor, a A. Advent.




Mas é, para você entrar no elenco de Super Robot Wars você não precisa só ser o protagonista ou um personagem importante da história, mas sim ser dono ou usuário de um mecha. Mesmo personagens como Rain Mikamura de Mobile Fighter G Gundam, que só usa o seu Rising Gundam pouquíssimas vezes no anime, entra como uma personagem jogável no elenco.
Antes de falarmos da história e jogabilidade do jogo, gostaria de me aprofundar um pouco mais no conceito de Super Robot Wars, que é algo bem simples: unir diversas narrativas e conceitos de IPs existentes e, com o uso de personagens e ambientações originais, misturar tudo em um só universo, com alguns jogos tendo até ligações diretas com outros antigos da franquia. Isso pode parecer confuso de início, mas Super Robot Wars Y leva a sua narrativa de um jeito tão sério que torna o impossível possível.
O cuidado que o jogo tem para apresentar cada uma das narrativas mostradas e encaixar com a trama geral é admirável, e o mais interessante é que mesmo se você não tiver assistido estas obras (o que é um problema que falarei sobre mais para frente), não fica difícil entender, especialmente porque o jogo conta com enciclopédias próprias que contam as histórias das animações que ele aborda.

Uma cidade voadora
A história do jogo é bem interessante, não por ser ótima ou complexa, mas por conseguir unir tantas IPs de uma forma bem natural, temos em mãos um mundo onde kaijus, demônios e alienígenas inimigos são ameaças constantes e mesmo com este absurdo, não é fora do senso de compreensão porque relíquias divinas, kaijus “falsos” e robôs aliados também existem para se opor a essas forças.
As interações entre personagens realmente ajudam a vender a ideia de que esse é um Crossover onde os eventos de cada história aqui presente já aconteceram em algum momento da história deste universo; um dos meus exemplos favoritos é o Domon Kasshu, protagonista de G Gundam ter ajudado no treinamento do Shinn, de Gundam SEED, além do fato de eventos como a Gundam Fight e as invasões do Império Yoma serem mencionadas constantemente como ocorrências constantes.

O enredo principal gira ao redor de um conflito que se inicia e termina antes do jogo de fato começar, onde as forças da Terra, lideradas por Lelouch vi Britannia (Code Geass), contra as forças de Neo-Zeon do espaço, são liderados por Char Aznable (Gundam). Porém, com o assassinato de Lelouch e um fim definitivo do conflito, agências terroristas externas tentam reacender as chamas da guerra, e isso leva a criação do grupo antagonista principal do jogo: VAL-X.
Com VAL-X à solta e o conflito cada vez mais próximo, seguimos a história dos protagonistas Forte Tsukinowa ou Cross Tsukinowa (cada um com uma rota própria, então recomendo jogar o jogo duas vezes) que vão até a companhia da jovem herdeira Echika Y. Franburnett, que após a morte de seu pai acaba descobrindo que não só herdou as pesquisas dele, como também herdou uma nave que carrega todo o território de sua cidade, se tornando uma cidade-estado própria chamada de A. Advent!

Podemos notar que a letra “Y” acaba sendo muito importante para a narrativa, porque o sistema que o jogo usa conta do “potencial Y”, uma rota que bifurca em possibilidades e que é o que produz a energia da A. Advent; é uma perspectiva muito curiosa a se ter, mas é uma forma que a história do jogo conecta diretamente com os seus sistemas de combate – estou curioso para ver o que irão fazer quando acabarem letras do alfabeto para usarem no jogo, visto que essa é uma preocupação legítima dos devs.
“Nós lutamos, Robô Gigante“
Falar da gameplay geral em Super Robot Wars é complicado, porque assim como todo bom jogo de mecha, ela pode ser dividida em diversas categorias que acabam sendo importantes, então vou dividir os tópicos em três para facilitar a compreensão:
• História e Menus – A gameplay do jogo nas partes focadas na história é contada em um sistema semelhante a uma visual novel, porém muitas vezes sem áudio; com o jogador tendo a opção de pular diálogos ou cenas inteiras ou deixar no automático, no entanto eu acredito que acaba sendo mais rápido apenas ler e ir apertando A para prosseguir. É nesta parte que temos os vários menus e opções que levam as missões, e também a…
- Customização – Como um bom RPG e um bom jogo com mechas, SRW Y conta com sistemas de customização que usam tanto o dinheiro que se ganha no jogo quanto os pontos especiais que são herdados após missões. Além disso, você pode equipar determinados itens e habilidades nos variados mechas, que dão atributos como evasão ou mira em maior porcentagem que o normal e que podem também aumentar características como ataque ou defesa dos robôs.
- Combate – Para os que estão acostumados com RPGs de estratégia, Super Robot Wars é uma franquia que costuma seguir o tipo de combate básico em movimentação por grid no qual estamos acostumados, com cada personagem no “tabuleiro” tendo um ataque ou movimento por turno; no entanto existem sistemas como “Assist Links”, que dão buffs em troca de pontos adquiridos ao derrotar inimigos, e “Spirits”, buffs temporários que são gastos com o SP dos personagens! É um sistema que não é muito complexo de entender, mas pode ser um pouco demais para novatos, então para aqueles que não são veteranos da série, recomendo uma dificuldade mais baixa.
A gameplay de Super Robot Wars Y é definitivamente o seu ponto mais forte, com algumas missões como “derrotar o general inimigo em apenas um turno” sendo um verdadeiro desafio de se conquistar. Porém, em mapas normais, o difícil não são os tipos de inimigos, mas a quantidade deles, é fácil se sentir cercado por um exército inimigo e isso adiciona ao quão esse jogo conseguiu me prender.




Embora não esteja relacionado diretamente à jogabilidade, eu acho que este é o melhor tópico para falar da arte e direção artística do jogo! Não só os sprites de personagens se encaixam perfeitamente no mundo em que a história se passa (mesmo com as diferenças gritantes de estilo), como também as animações que tentam replicar os golpes especiais de cada personagem são algo que me fez sentir como se estivesse vendo as animações oficiais.
Infelizmente devido a um bloqueio do próprio jogo, não consegui tirar mais screenshots depois do capítulo 2, no entanto, consegui separar algumas imagens fortes de alguns especiais dos personagens, em especial o Dynazenon, que replica perfeitamente o “Dyna-Rex” do primeiro episódio do anime no seu Ataque Supremo!

Entra no robô, Vini!
No meio de tantos elogios ao jogo, eu queria dedicar esse espaço em particular para falar de um aspecto do jogo que alterou um fator externo: o meu gosto por animes! Eu nunca fui muito próximo de animes mecha, e até recentemente, minhas únicas experiências haviam sido com Neon Genesis Evangelion e Tengen Toppa: Gurren Lagann, dois exemplos excelentes, mas que me fizeram “enjoar rápido” deste tipo de narrativa.
Mas finalmente, após anos tentando adentrar em clássicos como Gundam e a série Brave, eu acho que finalmente fui cativado pelo que as histórias tinham a oferecer, e agora até estou vendo as histórias dos animes que apareceram durante a minha jogatina do Y, como SSSS.DYNAZENON e Mobile Fighter G Gundam! E eu acho que se eu nunca tivesse jogado o jogo, eu não teria descoberto essa paixão recente.

Entretanto, o meu amor recente e busca para “o que assistir” de animes deste tipo me levou a uma realidade que é triste, mas acredito ser necessária apontar: muitas destas obras, devido a problemas de licenciamento (ou simplesmente má vontade das distribuidoras) não se encontram em plataformas atuais de streaming ou afins! Ou seja, se eu quiser assistir séries que são importantes neste jogo, como Reideen the Brave ou COMBATTLER V eu vou ter que ou me contentar com um primeiro episódio no YouTube da Toei, ou seguir “caminhos alternativos”, por isso admiro muito este crossover também, pois conseguir os direitos por trás das obras não deve ter sido fácil.
Tendo dito isso, o pior ponto de gostar de mecha agora é que eu estou fadado a gastar muito em um Gunpla eventualmente, então que os Gundams protejam a minha carteira, porque eu não vou.
Engrish Localizations Co.
O jogo é divertido, ele roda bem e em um geral, não tive quase nenhum problema com ele, mas se for para reclamar de um aspecto importante, eu diria que é a localização do jogo! Desde que a franquia começou a receber legendas em inglês oficiais, as localizações eram geralmente feitas por uma equipe pequena, com a mesma pessoa que dirigiu a localização de Super Robot Wars V tendo feito a localização de todos os jogos seguintes.
Vale apontar que, o único motivo destes jogos terem localização em inglês é devido a uma demanda necessária para o lançamento deles em regiões do sudeste asiático, onde o inglês prevalece. Se não fosse essas regiões, acredito que os jogos nem seriam lançados em inglês, então eu vejo isso como um golpe de sorte, em geral.
Voltando ao assunto, entretanto, o foco dessa franquia nunca foi em sua localização, ela era aceitável para o que oferecia e estava de bom tamanho; porém com Y o que mudou foi que agora não só a equipe que auxilia a localização foi reconhecida oficialmente nos créditos (incluindo dois amigos que trabalharam em localizações como Trails in the Sky SC e em estúdios como a Carpe Fulgur), como teve uma vontade genuína de levar este jogo ao ocidente para TODAS AS PLATAFORMAS! Logo, apesar de eu reconhecer que são erros mínimos, eu ainda preciso apontar que há pontos onde o jogo simplesmente “come” algumas palavras ou traduz as coisas de forma muito literal.

Fora isso, o jogo não tem muito que eu possa dizer contra ele, até aspectos como animações lentas ou mapas muito demorados podem ser otimizados pelo jogador com a opção de pular animações e diálogos – coisa que eu não fiz devido ao enorme carinho e cuidado colocado nestes.
Um adeus para meu Gundam
A forma que esse jogo caiu em minhas mãos foi interessante, para dizer o mínimo, mas eu fico feliz que tenha acontecido! Não só eu fui introduzido a uma excelente série de RPGs de estratégia, como também desenvolvi um gosto que jamais pensei que iria desenvolver.




Super Robot Wars Y é um jogo que consegue entreter aqueles que jogam, seja pelo fator de estratégia e RPG, ou pelo fato de ver icônicos mecha batalhando do lado do outro; é um jogo muito divertido e me deixou curioso para o que virá depois, já que tenho a esperança de que as vendas no ocidente de Y façam a Bandai considerar relançar os jogos antigos (ainda que pouco provável) ou pelo menos não nos ignorar nos lançamentos futuros.
Tudo isso, só para terminar o texto na mesma nota que eu comecei: agradecendo ao jogo por me fazer gostar de robôs gigantes.
Prós:
- Gameplay de estratégia sólida, com missões que mesmo em baixas dificuldades trazem um desafio legítimo;
- Uma história forte que consegue trazer um crossover coerente de mais de 15 universos diferentes em um só;
- Modelos que replicam perfeitamente a animação de cada ataque especial;
- Customização e sistemas fora do combate bem intuitivos para aqueles que não gostam de ver números.
Contras:
- Uma localização fraca em algumas partes, dada a pouca equipe por trás da localização de um grande RPG;
- Uma redução enorme do elenco do 30, com alguns clássicos da franquia como Big-O se tornando DLC.
Nota
9
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