
Revisão: Manuela Feitosa, Davi Sousa
Robôs gigantes… são incríveis, não? Sendo extremamente populares pelo mundo da cultura pop, não seria diferente nos videogames, inclusive no nosso bom e velho Nintendo Switch. Hoje, eu, Victor, junto dos meus colegas Ivanir e Vinícius, separei alguns títulos interessantes que possuem esta temática para recomendar a todos vocês para jogarem em seu console híbrido.
Gundam não pode faltar, né?
Não começar o texto falando de Mobile Suit Gundam seria um crime, não acham?
Já tendo review aqui no NintendoBoy, GUNDAM BREAKER 4 é um bom jogo de Gundam, e gostaria de recomendá-lo novamente. Sendo o quinto (sim) da série, o game consegue ser muito bom ao oferecer uma gama de opções absurdas de personalização ao jogador, possuindo a alma de Gundam encarnada na essência em peças de metal? (Não posso falar que robôs são feitos de carne e osso, né?)

Além disto, Gundam Breaker 4 encarna os Gundam dentro de um MMORPG no qual os Gunpla são utilizados como mechas, o que dá um contexto bem legal para tudo. Junto com isto, o game conta uma história com um elenco de shounen muito sincera para o jogador, e apesar de não ser aquele shounen que irá reinventar a roda, é um prato cheio para quem curte uma boa obra sincera do gênero (como aquele que vos escreve…).

O combate particularmente me agrada bastante por ser bem frenético e solto, o que me fez sentir bastante prazer no loop de gameplae no geral. O único problema com tudo isso é que a falta de orçamento faz com que o formato das missões seja bem repetitivo na gigantesca maioria, o que alguns podem achar um pouco enjoativo, embora eu particularmente não tenha tido problema.
O sistema de raridades e progressão no quesito conseguir boas peças no geral é bem justo e não se mostra muito excessivo como outros jogos que colocam o grinding lá em cima como um aspecto meio maçante, já que sou do time que isto deve ter um meio-termo – apesar de que é minha opinião, não uma verdade absoluta. Então, sim, não pode faltar em mechas a recomendação de pelo menos um título de Mobile Suit Gundam, e eu particularmente gostaria de de recomendar Gundam Breaker 4, pois gostei bastante do jogo e acredito passar a essência da série com maestria, mesmo com seus defeitos…

Resumindo: jogue Gundam Breaker 4, é muito bom!
Porque o Brasil também ama robôs gigantes
Override é uma série de jogos de mechas criada por um estúdio brasileiro chamado The Balance Inc, que, após o lançamento do primeiro título, foi adquirido pela Modus Games, uma publisher americana, sendo renomeada para Modus Games Brazil.
Se tratando de um bom game de batalha de mechas, Override oferece uma gama de opções de personalização de build, algo muito querido em jogos do gênero, sendo de fato muito positivo. No quesito de comparar o primeiro e sua sequência, o primeiro possui um combate um pouco mais lento. Fãs de jogos da gigante franquia Mobile Suit Gundam, que já lançou jogos similares em questão de gameplay, acabarão por estranhar consideravelmente o ritmo proposto do combate, possuindo um pacing consideravelmente mais lento em relação a jogos do gênero de fato. Esse problema foi consideravelmente melhorado em sua sequência, Override 2: Super Mech League.

Neste, o game deixa um combate um pouco mais frenético e mais divertido, sendo no mínimo interessante o fato da Modus Games Brazil ter criado uma evolução natural para o primeiro título. Não cogito esta IP nem de longe como a melhor recomendação possível do gênero, já que há outros títulos mais interessantes com esta temática, porém acho no mínimo um jogo bem interessante para matar o FOMO de um bom jogo de mechas.

Além disso, Override oferece uma gama muito interessante de personalizações, habilidades e possibilidades de builds para seu robô, o que é bem necessário neste gênero, sendo até um must neste caso. Eu particularmente recomendaria muito mais o segundo game do que o primeiro, porém, fica a seu critério. Digo isso pelo fato de que acho o primeiro game bem limitado em relação ao segundo, sendo o combate o aspecto que mais considero verdade nesse ponto, como eu disse anteriormente. O game não chega nem perto de se equiparar a um bom jogo de Gundam nesses quesitos, porém consegue oferecer uma experiência divertida, o que já é suficiente.
Super Robot Wars: um crossover épico de robôs gigantes
A série Super Robot Wars é uma franquia bastante tradicional nos consoles da Nintendo, tendo começado no Game Boy. A ideia dos jogos é oferecer uma experiência de comandar vários robôs gigantes no formato de estratégia tática, movimentando as unidades para encarar os adversários e derrubá-los com armas de alcance e poder variável.
Um dos pontos especiais da franquia é que ela envolve o crossover de várias obras de sucesso do gênero mecha. Com isso, temos mobile suits de Gundam lutando lado a lado com os robôs de Getter Robo, Macross, Rayearth, Code Geass. A lista é imensa e cada jogo traz uma nova oportunidade.

Desde que o Switch foi lançado, praticamente todos os jogos da série contam com versão em inglês na Ásia, mas o próximo jogo, Super Robot Wars Y, é o primeiro da série (desconsiderando os OG) a ser lançado no Ocidente para consoles. Já sabemos que o jogo contará com robôs de G Gundam, Gundam The Witch from Mercury, Code Geass, Getter Robo Arc, Dunbine, Macross Delta, Majestic Prince e Combattler V, mas robôs de outras séries ainda serão anunciados futuramente.

Até a Square Enix gosta de robôs gigantes
Outra série clássica de RPGs estratégicos com robôs gigantes é Front Mission. Propriedade intelectual da Square Enix, eles estão atualmente sendo relançados pela Forever Entertainment por meio de remakes, frutos de uma parceria com a gigante japonesa dos RPGs.

Atualmente, o Switch conta com remakes dos dois primeiros jogos, FRONT MISSION 1st: Remake e FRONT MISSION 2: Remake. O terceiro também foi anunciado, mas ainda não se sabe quando o lançamento ocorrerá, embora a expectativa é que, assim como seus antecessores, ele chegue ao Switch e a outras plataformas.

De qualquer forma, as edições buscam ser bem próximas dos originais, fazendo com que essa versão seja uma boa forma de conhecer as obras. Os dois primeiros jogos são grandes clássicos dos RPGs estratégicos e, embora alguns detalhes de gameplay possam parecer datados e um pouco complicados para novatos, ainda vale a pena conhecê-los.
Furries e robôs gigantes?
A CyberConnect2 tem um sonho com um mundo de criaturas antropomórficas “kemono” em uma ambientação steampunk. Mesmo que a linha Little Tail Bronx iniciada por Tail Concerto nunca tenha sido um sucesso estrondoso, essa paixão continua movendo a empresa até hoje.
A trilogia Fuga: Melodies of Steel no Switch é a mais recente encarnação dessa ambição. São RPGs baseados em turnos em que crianças acabam sendo forçadas a lutar dentro de uma grande máquina de guerra no formato de tanque. Para piorar a situação, uma das principais mecânicas do jogo é o Soul Cannon, que permite um golpe derradeiro contra um inimigo ao custo da vida de uma das crianças da equipe.

Enquanto o primeiro jogo acaba apresentando o seu contexto de forma um tanto humilde e não alcançando o peso desejado, Fuga 2 é um verdadeiro espetáculo que consegue melhorar significativamente tudo do original. Agora, a empresa trabalha em Fuga 3 para concluir a saga e promete não apenas ampliar o escopo da narrativa novamente, como também trazer revisões significativas para proporcionar um Grand Finale de proporções épicas.

Robôs gigantes no cenário indie
Talvez um dos jogos menos conhecidos desta lista, HARDCORE MECHA é um plataforma de ação que chegou ao Switch em 2020. Focado em ação ágil, o jogo conta com belas animações 2D para o movimento dos personagens e dos esqueletos dos robôs, muitos deles com formato humanoide.

Ao todo, o jogo conta com 8 capítulos de história, divididos em 18 fases, que envolvem áreas urbanas e espaciais, minas e até trechos embaixo d’água. Além da campanha, temos um modo de sobrevivência e um multiplayer PvP local e online para competir com outras pessoas.

Em particular, um detalhe que chama atenção no jogo é a possibilidade de desbloquear 42 robôs e a variedade de design deles, se apropriando dos estilos Super Robo e Real Robo para criar diversidade.
Xenoblade Chronicles também é sobre robôs gigantes
Embora eu não veja Xenoblade Chronicles X diretamente como um “jogo de mecha”, os mechas do jogo, conhecidos como Skells, são uma parte importante tanto para a história do jogo quanto para a gameplay do mesmo, já que o jogo muda completamente uma vez que você desbloqueia os mesmos, e dá mais uma mudança quando você libera o módulo de voo.

A sensação de liberdade que o jogo dá ao te permitir voar livremente pelos céus (ainda mais com o novo Skell, o Hraesvelg, e seu módulo de voo único) só é quebrada quando dita liberdade te faz ser atacado por um Tyrant voador que está uns trinta níveis acima do seu personagem.

Xenoblade Chronicles, como franquia, sempre apresentou mechas incríveis em suas narrativas, sejam os Mechons inimigos do primeiro jogo ou aliados como Siren e Ophion do segundo jogo, mas tais robôs acabam reduzidos a meros ataques especiais ou a inimigos que vemos pelo mapa; então, Xenoblade X é bem diferenciado no sentido de que, sim, você pode pilotar o robô.
Aventura estilo Zelda, mas com robôs gigantes, é claro
Flamefrit é um caso engraçado, porque ele foi um projeto paralelo anunciado pela INTI CREATES como um “jogo falso” de primeiro de abril, mas com o diferencial de eles realmente estarem fazendo o jogo.
Divine Dynamo Flamefrit não te coloca nas mãos dos mechas por 70% do jogo, com a maior parte tendo uma mistura de gameplay de aventura em ação que puxa um pouco da franquia The Legend of Zelda em seus jogos 2D, ou, para uma comparação melhor, os jogos de Blaster Master Zero, nas seções isométricas. Entretanto, os outros 30%, que são o tempo que você passa ativamente controlando os Dynamos, os mechas do jogo, são lutas excelentes, que exigem bom tempo de reação do jogador para que ele evite tomar dano enquanto desfere a maior quantidade possível do mesmo.

Este é um jogo bem curto, tendo em torno de duas a três horas de gameplay total, mas sua história bobinha, que puxa de muitos animes e sentais antigos, e a sua jogabilidade viciante são pontos positivos que podem prender o jogador que quiser se aventurar pelo mundo fantasioso de Hologard.

LIVE A LIVE: acredite se quiser, tem robôs gigantes aqui também
Apesar de não ser diretamente um jogo de Mechas, LIVE A LIVE é um RPG que se passa em diversos períodos da história humana, incluindo futuros próximos e distantes. Por ser remake de um jogo de 1994, é claro que a ideia que os desenvolvedores tinham de um futuro próximo só poderia dizer uma coisa: robôs gigantes!
No capítulo do personagem Akira, cuja história foi baseada em diversos animes (incluindo: Akira, Mazinger Z e Getter Robo), temos um foco importante para uma peça-chave da história, que coincidentemente é um gigante de aço construído por psíquicos da Babilônia, o Titã de Aço – ou em japonês, Buriki Daioh.

Durante o final do capítulo, Akira consegue controlar o robô por um tempo, então temos uma visão de como é o combate do mesmo e suas vantagens e desvantagens. Um exemplo é o dano astronômico que o titã consegue aplicar contra seus inimigos enquanto, ao mesmo tempo, possui a desvantagem de não conseguir se curar em combate. Ah, e antes que eu esqueça: o Titã de Aço tem um tema próprio, cantado pelo lendário Hironobu Kageyama.

Robôs gigantes com o DNA da LEVEL-5
Se tem uma empresa que sofre de alguma maldição com os jogos que lança, eu diria que é a LEVEL-5! Apesar de ter voltado a lançar seus jogos no Ocidente depois que o seu estúdio de localização fechou em 2020, ela ainda não lançou muitos jogos em geral, mas, como vamos falar de jogos já lançados, vale a pena mencionar um dos mais recentes deles: Megaton Musashi W: Wired.

O interessante de Megaton Musashi é que ele foi feito, como outras franquias da LEVEL-5, para ser uma propriedade multimídia, e por isso sua história lembra um anime, já que foi feita para ser adaptada em um. Mas o que torna sua gameplay única é que este um jogo inteiramente baseado em mechas, onde a ação puxa muitos aspectos de RPGs mais ativos, e o loop do jogo envolve o jogador buscando partes e armas específicas, às vezes variando de raridade e atributos.

Megaton Musashi W: Wired também conta com crossovers oficiais com outros animes de mecha, como Mazinger Z, Getter Robo, UFO Robot Grendizer, Combattler V e Voltes V. Então, podemos afirmar que amantes deste gênero de anime/jogo com certeza amarão Megaton Musashi.
DAEMON X MACHINA: O frenesi das batalhas com robôs gigantes
Além de Gundam, se eu fosse falar de um jogo de mechas com gameplay muito incrível, seria DAEMON X MACHINA, sem mais nem menos, uma recomendação must para qualquer fã do gênero. Da grande Marvelous, o game entrega a experiência mecha de maneira incrivelmente apropriada, sem tirar nem pôr, sendo muito refinada.

Além de ser muito bem pensado como título do gênero, o game possui a mão de Kenichiro Tsukuda, que atuou como produtor ativamente na franquia Armored Core, recentemente muito elogiada por ganhar maior destaque do que seus títulos anteriores devido ao reconhecimento que a From Software ganhou ao longo dos anos com a série Souls, atingindo uma gama maior de pessoas do que usualmente atingiria, o que explica a qualidade de Daemon x Machina.

Há muitos games com essa temática aqui neste artigo; porém, DAEMON X MACHINA se enquadra naqueles que consigo considerar em um patamar de qualidade que facilmente atinge no mínimo os três primeiros lugares caso isso fosse um ranking – coisa que não é.