
Desenvolvedora: Mad About Pandas
Publicadora: Versus Evil
Data de lançamento: 15 de Abril 2021
Preço: R$ 101,95
Formato: Digital
Análise feita com chave fornecida gentilmente pela Versus Evil.
Hichhiker é… uau, nem sei como dizer isso, mas vamos lá: Um belo simulador de viagem de carro, mas sem a parte de dirigir. O foco do jogo é 100% conversa. Por mais esquisito que soe, é magnificamente fascinante. Veja como alguém que “gosta de história e de dar porrada” conseguiu ter tanto apreço por algo com pouquíssimo dinamismo. Ah, o texto ficou maior do que eu imaginei, fique a vontade para lê-lo como achar melhor ^^
“Hitchhiker é uma odisseia de viagem sobre a exploração do desconhecido em busca de si mesmo.”
Sinopse Oficial
Life is a Highway (A vida é uma estrada)
(sim, leia como a música)
Como todo jogo de mistério envolvendo o protagonista, nós perdemos nossas memórias, ou seja, começamos sem saber como ou por que estamos num carro com um “desconhecido”, e menos ainda pra onde estamos indo. A cada episódio trocamos de carro, cenário e motorista.
Mas quem são esses desconhecidos? Não são completos estranhos, mas também não nos lembramos deles. Sabe aquela pessoa que você encontra no consultório do dentista, te empresta uma caneta pra preencher as palavras cruzadas e diz algo que fica na sua cabeça, mesmo que esqueçamos da pessoa? Pois é, por aí. Mas porque eles estão ali? Pode ser só uma grande coincidência da vida, quem sabe…

A experiência em um mundo de metáforas
Pode parecer papo de doido, e deve ser mesmo, mas acho que essa é a proposta de Hitchhiker. É com certeza algo lúdico, um tanto surrealista, feito para você não só ficar com aquela pulga atrás da orelha tentando descobrir o que diabos está acontecendo (se você gosta de mistérios e desse sentimento, vai amar o jogo), mas também começa a refletir sobre si mesmo. Parece que tudo aqui tem um significado. Tudo parece que existe de uma forma muito… Peculiar (não posso falar sem dar spoilers, e isso é algo impactante).
Acreditem, eu ODEIO essas papagaiadas de “olhe para o seu interior que encontrará a resposta”, “você é um ser maior de luz” etc etc (nada contra quem gosta, só não é meu estilo), mas o jogo traz algumas abordagens reflexivas, e vou admitir que fiquei honestamente surpreso e positivamente impactado.

Outro ponto legal é que, como não temos certeza do que é a realidade, nunca confiamos 100% em ninguém. Até o fato do jogo te oferecer opções influencia nisso, tendemos a duvidar naturalmente, e ele só nos coloca mais lenha na fogueira. Mas… Não tenho certeza até que ponto as opções fazem diferença. Parece que o curso da história é o mesmo, e só escolhemos se teremos uma linha de fala extra ou não, pois muitas vezes a resposta que eles dão é claramente genérica o bastante pra responder todas as opções.
Gráficos, sons, controles
Ok, obviamente que um jogo story driven não vai ter nenhuma maravilha de controlabilidade, vamos só olhar ao redor, escolher as opções e clicar nas coisas. O touch screen funciona no Switch, então você pode jogar como te for mais confortável.
A trilha sonora é bem agradável e calminha. São melodias simples e envolventes. Seria um ótimo jogo pra hora de mimir, se não fosse toda a parte do mistério te deixando ávido por mais informações. Então foi um ótimo trabalho.
Os gráficos também não deixam a desejar. é bonito, faz o que precisa. O cenário todo é maravilhoso, cores bem escolhidas, bem aplicadas. Única crítica que faço são aos modelos das pernas. Não parece muito anatômico, mas não faz muita diferença pois olhamos da cintura pra cima de forma geral.

Avaliação
Pra ser franco, jogos de mistério e descoberta são muito do meu interesse, então eu de fato estava mais inclindao a gostar de Hichhiker. Mas a cada pista que eu descobria, a cada pessoa que conhecia, eu tinha mais vontade de continuar. Não é sempre que alguém consegue esse mérito.
Hichhiker é um jogo que te prende a assisti-lo. E eu digo assistir mesmo. Acho que deu pra notar que o dinamismo do jogo é quase nulo. Claro que é parte da proposta, e super se encaixa no “simulador de carona”. Mas ele faz isso tão bem que até aqueles momentos chatos que você quer que o motorista cale a boca, ou só está agoniado de não poder esticar as pernas também existem aqui. Chega a ser… Angustiante, você se sente amarrado, mas também não tem muito o que fazer mesmo se tivesse 4 braços livres.
Não acho que seja um jogo frequentemente rejogavel. Pelo menos não enquanto você não tiver esquecido dele e esteja precisando de alguma coisa pra apertar os parafusos da sua cabeça em um problema emocional. Tá precisando rever conceitos da sua vida? Ok, tente jogar Hichhiker mais uma vez. Ou só venha tentar entender o mistério. É fascinante assistir o enredo, apreciar a paisagem e relaxar com as músicas.

Prós:
- Texto em vários idiomas, incluindo português;
- Cativante e te prende com o mistério;
- Reflexivo sem ser chato, contribui para o crescimento pessoal.
Contras:
- Simula bem demais uma viagem longa, então é angustiante às vezes;
- Baixo Replay
Nota final
9