
Desenvolvedora: Dharker Studios
Publicadora: Gamuzumi
Data de lançamento: 06 de maio 2021
Preço: R$ 39,90
Formato: Digital
Análise feita com cópia disponibilizada gentilmente pela Gamuzumi
Beach Bounce Remastered é a versão remasterizada que chega para Nintendo Switch da Visual Novel homônima. Ajude sua avó dando uma força no resort na praia que ela gerencia, e conheça garotas “com uma bela comissão de frente” que trabalham por lá.
Do que se trata?
Beach Bounce Remastered imediatamente já começa nos apresentando a premissa do jogo. Vamos dar uma ajuda num resort na praia, cujas funcionárias são essas bela moças. Cada uma delas é responsável por uma operação, tal como recepção, natação, etc. Embora elas deem conta do trabalho, as coisas ficam muito puxadas quando tem mais movimento, e sua gerência deve ajudar nisso.
Como toda VN lewd, o objetivo do jogo é, bom, viver, e no processo, se aproximar das suas colegas, e elas de você. Claro, isso é normal, você convivendo com alguém vai desenvolver intimidade. O jogo oferece opções de escolha para você personalizar sua experiência, e nesse caso elas realmente podem mudar o desenrolar da história.

E é isso?
Bom, é, é isso. O jogo realmente se desenrola em volta disso, e é bem slice of life pra ter muito mais detalhes a serem acrescentados. A parte das escolhas na verdade se mostrou um ponto mais interessante do que eu pensava. Aqui temos muitos caminhos que são iguais. Mas coisas chaves do jogo podem ou não acontecer se você decidir ir pela direita em vez a esquerda em determinado momento.
Beach Bounce Remastered já vai te forçar a se relacionar com todas as garotas, o que por mais que soe positivo, pra explorar personagens, na verdade atrapalha um pouco. Dating sims costumam te far opções pra escolher a garota favorita, e aqui não é diferente. Mas como temos tantas delas para conversar, o jogo acaba acelerando os diálogos, reduzindo conversas para passa pra próxima. Ou seja, quando começa a ficar interessante (sim, eu gosto de ships), acaba e passamos pra outra cena.
Audiovisual
A música é o que se espera, um pouco repetitiva e genérica, mas nada muito problemático. Nunca fui pra um resort na praia, mas é essa música que imaginaria tocar ao fundo. A jogabilidade não tem o que inventar. É pra ler textos e apreciar as imagens, então a maior parte de interação que temos é com o menu. Esse sim eu acho que merece um certo destaque. As opções de personalização do jogo são bem completas, te dando um espectro enorme de velocidades tanto do avanço automático, como da velocidade da fala em si. O tamanho do texto poderia ser maior também, já que a caixa de texto é gigantesca, o que resulta em espaço negativo e dificuldade para ler quando um pouco mais distantes da tela.
Agora para a parte gráfica… A começar pela interface do menu, é muito feia. Mas o que interessa é a comissão de frente das moças né, afinal, é um jogo lotado de fan-service (será?). As artes são muito genéricas e bastante mal acabadas, na minha opinião. Não parece ter tido um capricho, nem nenhum cuidado especial, até algumas proporções parecem erradas, tais como olho torto, nariz apagado etc. Inclusive, algumas são “versões alternativas” de personagens de anime – no melhor estilo “pode copiar mas não faz igualzinho, porque o processo vem”. E em certo momento, até o nome das personagens mostra que eles pararam de tentar.

Narrativa em declínio
Em uma VN slice of life lewd, o foco será sempre os personagens, mas, nossa, como falta personalidade. Ninguém tem desenvolvimento. Isso não é nem por falta de esforço dos devs, mas é porque não cabe mesmo. Tem tanta gente pra acompanhar em tão pouco tempo, que não conseguimos explorar muito a personalidade de ninguém, então não nos apegamos. Mas pegamos.
Isso é na verdade bem esquisito. A velocidade como os relacionamentos de Beach Bounce Remastered evoluem para sua parte física, tentando fingir que foi super natural não traz um tom verossímil à narrativa. Não é nem um romance de verão que se desenvolve com encontros secretos, e nem um simples “caso de um dia”. O jogo acha que teve uma história e mete lá um beijo completamente fora de contexto. Apenas um eu achei plausível e até divertido, o resto é só “hey, vamos ali se pegar?” e eu não estou nem brincando, tem esse diálogo mais de uma vez.

Pra ser sincero, eu me senti jogando um hentai, mas com classificação indicativa 14 anos. Como assim? Bom, enquanto ele tenta ter esse tom mais “adulto” e sexual que e estilo costuma trazer, ele não traz nada muito “impróprio”, na verdade tudo é muito bem comportado, até as roupas de banho e a galeria de imagens não são nada que você não veria numa praia qualquer, ou até numa escola de natação. Claro, as meninas tem corpos bonitos sim, mas tem algo esquisito nas personagens que não te passa nem uma sensação “sexy” nem mesmo de waifu.
Não me entendam mal, não é que eu ache “nossa, mas tem coisas ousadas então é ruim, vamos ser puristas blábláblá!”, muito pelo contrário, eu até gosto, mas quando é bem feito. Dá pra atingir o objetivo de ser lewd, sem prejudicar outros aspectos da obra, como por exemplo Kill-La-Kill faz com maestria, e fica excelente (em todos os sentidos).

Avaliação
Considerando todo o desenvolvimento sem sentido, e arte que não se decide sobre a classificação indicativa, Beach Bounce Remastered infelizmente não me animou de jogar, nem me manteve entretido. As narrativas que começavam a ficar divertidas, logo são interrompidas para dar foco em personagens que você simplesmente não gosta (algumas tem o seu jeito de ser muito insuportável, mas aí é o gosto de cada um). Não tenho nada contra dating sim, mas honestamente faltou personalidade nos personagens em si e no jogo como um todo.
Prós:
- Trilha sonora é bem agradável;
- Menu traz muita personalização para você ajustar so seu ritmo de leitura.
Contras
- Chato e sem personalidade;
- Pouquíssimo “relatable”;
- Artes do jogo faltam capricho.
Nota final
5