Desenvolvedor: Christophe Galati
Publicadora: Limited Run Games
Data de lançamento: 05 de Maio, 2021
Preço: R$ 83,00
Formato: Digital
Análise feita com chave fornecida gentilmente pela Limited Run Games.
Originalmente lançado em 2018, o charmoso jogo “Save me Mr Tako” foi retirado da eShop, por conta de problemas com a publicadora. Agora em 2021, ele retorna para o Nintendo Switch em sua definitive edition com várias melhorias, ainda que em grande parte o conteúdo seja o mesmo. O game mistura plataforma e aventura, com visual, jogabilidade e história fortemente inspirados nos clássicos de GameBoy.
E sim, o protagonista é um polvo, muito simpático por sinal, vamos então conferir se a aventura de Mr. Tako vale a pena.
Narrativa presente
A história de Save me Mr Tako é protagonizada por um herói silencioso e carismático, que precisa acabar com a guerra entre humanos e polvos. O grande dilema é que Tako é um polvo, então muitas vezes precisa contrariar a própria espécie, sua família, para fazer o que é certo.
Os elementos da narrativa são propositalmente bizarros, em homenagem a clássicos da era 8-bits, porém, a história é surpreendentemente bem detalhada, com diversos personagens, cidades e diálogos. Apesar de ser um jogo de plataforma, existe uma preocupação em sempre entregar o contexto de cada fase, o jogador sempre está avançando para o próximo acontecimento, não é simplesmente uma seleção de fases distribuídas em um mapa, cada mundo é uma área viva com identidade cultural e personagens, aos moldes de um RPG.
Considero essa presença constante da história um ponto positivo, entrega contexto e carisma para os personagens, no entanto, a qualidade da estrutura narrativa é variável, alguns trechos parecem soltos, principalmente no início, os melhores momentos começam a aparecer depois da metade.
Controlando um polvo
Tako (e outros personagens ocasionalmente jogáveis) tem a movimentação extremamente leve, como se flutuasse um pouco, demora a voltar ao chão, semelhante a jogos como Super Mario Land e Kirby. A escolha favorece desafios mais simples de plataforma, já que o jogador tem um bom controle do personagem no ar, a dificuldade vem normalmente do combate. Como um bom polvo, Tako consegue atirar bolas de tinta preta, que paralisam os inimigo temporariamente, o que é bem útil já que basta encostar em qualquer monstrinho para perder uma vida, mas além disso, os inimigos paralisados podem ser usados como plataforma, o que exige que o jogador pense um pouco antes de atirar.
As fases reúnem uma razoável quantidade de boas ideias, normalmente usando o “beabá” de jogos do gênero: plataforma que se movem, que caem depois de ficar um certo tempo em cima, câmera que “empurra” o jogador para a direita entre outros desafios. Em resumo, é um level design simples, que realmente parece algo lançado no GameBoy original. Algumas fases também incorporam elementos de puzzle, chegando a lembrar dungeons do Zelda II: The Adventure of Link de NES.
Não tive problemas com a curva de dificuldade, em trechos mais complicados, não chegou a ser um problema refazer alguns desafios, já que as fases são curtas e rápidas. Vale lembrar que a definitive edition trouxe ajustes para a dificuldade do jogo e incluiu um modo mais fácil e um mais difícil.
O grande diferencial do jogo são os chapéus, que fornecem diferentes poderes ao personagem como: vida extra, maior velocidade de movimento, armas como espadas e bombas, entre outras melhorias. Infelizmente, é o que considero o maior problema do game, que acaba caindo em uma semelhante armadilha vista no recente Balan Wonderworld. Alguns chapéus retiram o ataque básico de Tako, que são os projéteis de tinta, impedindo que o jogador possa paralisar os inimigos para usar como plataforma, um recurso que é exigido com frequência. É sempre difícil saber qual chapéu escolher, muitos parecem ter a mesma função e ao longo da jogatina, acabei optando mais pelo chapéu de vida extra, já que não alterava as habilidades do personagem.
Apesar de ser um ponto negativo, o chapéu não chega a atrapalhar o ritmo de jogo, é apenas um recurso que dificilmente se justifica.
Charme é o ponto forte
Como já deve ter ficado claro, o jogo é um deleite para os saudosistas, desde os elementos de gameplay e da história mas também na apresentação. O visual recria um GameBoy na tela do seu Nintendo Switch e ainda dá a opção de mudar o filtro de cores com apenas um botão, deixando ao critério do jogador qual usar, cortesia da “definitive edition” (confesso que praticamente usei apenas o filtro azul, pois o olho leva um tempo para se acostumar com as outras cores).
As animações e transições também são executadas com excelência, não tive nenhum problema técnico com o jogo durante a minha experiência.
Vale o destaque para a trilha sonora também, que reúne diversas melodias que vão grudar na cabeça. Como o visual é bem simples, a música consegue transmitir com maior precisão a sensação adequada para cada trecho, não só as fases mas também pontuando momentos da história. Mais um agrado da edição definitiva é a possibilidade de ouvir as músicas a partir de um player no menu do jogo.
Conclusão
Save me Mr Tako: Definitive Edition é uma obra de Christophe Galati feita com um imenso carinho, o jogo mescla a simplicidade de gameplay com uma historia mais detalhada entregando uma experiência ideal para um portátil, apesar de alguns tropeços e momentos menos inspirados, recomendo para os mais nostálgicos e aqueles que querem um jogo leve e de qualidade no Nintendo Switch.
Prós:
• Apresentação estilizada e charmosa;
• História com presença constante;
• Jogabilidade simples e divertida.
Contras:
• História com qualidade variável;
• Poucas fases memoráveis;
• Mecânica de chapéus pouco acrescenta ao jogo.
Nota final
7
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